Fonte: Antonio Pereira - Jornal - Correio de Uberlândia
17-01-2010
A inauguração da ponte Afonso Pena – parte 1
As
gerações mais novas e os desinteressados não conhecem a importância da velha
ponte Afonso Pena sobre o rio Paranaíba para o desenvolvimento de Uberlândia. A
estrada de ferro chegou a Uberabinha em 1895. Constituiu-se no meio mais rápido
de encontrar-se o Brasil Central com o eixo manufatureiro do país, mais o porto
internacional de Santos.
Antes da estrada de ferro, viajantes e mercadores que demandavam a província de Goiás, de Uberaba desviavam para Indianópolis ou para Santa Maria e não passavam por aqui. A chegada da Mogiana forçou essa passagem. No dia 15 de novembro de 1909, inaugurou-se a Ponte Afonso Pena sobre o rio Paranaíba por onde passou a escoar dois terços da produção do estado de Goiás.
Conheço duas versões que justificam sua construção. O historiador Hildebrando Pontes afirma que a ponte foi construída para arrefecer o ânimo dos triangulinos que estavam em intensa campanha para a emancipação da região, ou sua reanexação ao estado de São Paulo. Outra é a versão tradicional, oral, que diz que a sua instalação foi resultado de sugestão e empenho do Tenente Coronel da Guarda Nacional, José Theóphilo Carneiro junto ao seu compadre, o Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca.
Em 1912, Fernando Vilela fez a ligação desses dois pontos estratégicos por meio de uma pioneira estrada de rodagem. A primeira no Brasil Central e a primeira no país rumo ao oeste. Sobre esses três pontos assentaram-se os fundamentos da economia uberlandense.
A Ponte Afonso Pena, no entanto, esteve em vias de ser instalada em outro local, jogando diretamente no estado de São Paulo toda a produção goiana. Os empenhos dos deputados Afrânio de Mello Franco (de Minas Gerais) e José Xavier de Almeida (de Goiás), apoiados por uma campanha insistente do vereador João Severiano Rodrigues da Cunha (Joanico), por correspondência e artigos em jornais, conseguiriam definir que ela fosse montada em Santa Rita do Paranaíba (Itumbiara), num lugar conhecido como “Caídor”, a 1600 metros da Vila. Neste local, antes, havia uma balsa. Para a travessia de uma boiada, esperava-se de sete a oito dias. Muitas reses se perdiam por afogamento. Por ocasião das enchentes, o trânsito se atrasava mais. As balsas desse tempo eram perigosas, constavam de algumas canoas sobre as quais se amarravam algumas pranchas de madeira.
Segundo um cronista da época, Santa Rita era um entreposto de considerável importância para o Sul de Goiás; com a construção da ponte, passava a ser um ponto de passagem obrigatória para pelo menos 70% dos produtos mercantilizados em e por Goiás. É de se pensar, hoje em dia, o que seria de Uberlândia se não houvessem instalado essa ponte em Itumbiara.
Compreendendo o valor da obra, Uberabinha ficou empolgada quando se anunciou a sua inauguração. Faltando alguns dias para a festa, o vereador João Severiano Rodrigues da Cunha, representando a Câmara, mais os empresários capitão Custódio Pereira, Carmo Giffoni e Antônio Custódio Pereira seguiram, a cavalo, para a Vila de Santa Rita acompanhando Nicodemos Macedo que era o representante do governador mineiro, Wenceslau Braz. Antes da inauguração, o Joanico visitou a obra e telegrafou orgulhoso para o jornal “O Progresso” dizendo apenas que atravessara a ponte, a pé, em companhia do dr. Diniz. (continua)
Antes da estrada de ferro, viajantes e mercadores que demandavam a província de Goiás, de Uberaba desviavam para Indianópolis ou para Santa Maria e não passavam por aqui. A chegada da Mogiana forçou essa passagem. No dia 15 de novembro de 1909, inaugurou-se a Ponte Afonso Pena sobre o rio Paranaíba por onde passou a escoar dois terços da produção do estado de Goiás.
Conheço duas versões que justificam sua construção. O historiador Hildebrando Pontes afirma que a ponte foi construída para arrefecer o ânimo dos triangulinos que estavam em intensa campanha para a emancipação da região, ou sua reanexação ao estado de São Paulo. Outra é a versão tradicional, oral, que diz que a sua instalação foi resultado de sugestão e empenho do Tenente Coronel da Guarda Nacional, José Theóphilo Carneiro junto ao seu compadre, o Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca.
Em 1912, Fernando Vilela fez a ligação desses dois pontos estratégicos por meio de uma pioneira estrada de rodagem. A primeira no Brasil Central e a primeira no país rumo ao oeste. Sobre esses três pontos assentaram-se os fundamentos da economia uberlandense.
A Ponte Afonso Pena, no entanto, esteve em vias de ser instalada em outro local, jogando diretamente no estado de São Paulo toda a produção goiana. Os empenhos dos deputados Afrânio de Mello Franco (de Minas Gerais) e José Xavier de Almeida (de Goiás), apoiados por uma campanha insistente do vereador João Severiano Rodrigues da Cunha (Joanico), por correspondência e artigos em jornais, conseguiriam definir que ela fosse montada em Santa Rita do Paranaíba (Itumbiara), num lugar conhecido como “Caídor”, a 1600 metros da Vila. Neste local, antes, havia uma balsa. Para a travessia de uma boiada, esperava-se de sete a oito dias. Muitas reses se perdiam por afogamento. Por ocasião das enchentes, o trânsito se atrasava mais. As balsas desse tempo eram perigosas, constavam de algumas canoas sobre as quais se amarravam algumas pranchas de madeira.
Segundo um cronista da época, Santa Rita era um entreposto de considerável importância para o Sul de Goiás; com a construção da ponte, passava a ser um ponto de passagem obrigatória para pelo menos 70% dos produtos mercantilizados em e por Goiás. É de se pensar, hoje em dia, o que seria de Uberlândia se não houvessem instalado essa ponte em Itumbiara.
Compreendendo o valor da obra, Uberabinha ficou empolgada quando se anunciou a sua inauguração. Faltando alguns dias para a festa, o vereador João Severiano Rodrigues da Cunha, representando a Câmara, mais os empresários capitão Custódio Pereira, Carmo Giffoni e Antônio Custódio Pereira seguiram, a cavalo, para a Vila de Santa Rita acompanhando Nicodemos Macedo que era o representante do governador mineiro, Wenceslau Braz. Antes da inauguração, o Joanico visitou a obra e telegrafou orgulhoso para o jornal “O Progresso” dizendo apenas que atravessara a ponte, a pé, em companhia do dr. Diniz. (continua)
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