O município promove anualmente umas das maiores festas juninas do Centro Oeste Brasileiro, denominada de Arraiá, que faz parte do calendário cultural e turístico do Estado de Goiás, atraindo milhares de pessoas de várias regiões no espaço para eventos, localizado próximo as margens do Rio Paranaíba. O evento que chegará a sua 16ª Edição em 2020, é de livre acesso, tem vasta programação com artistas de todo o Brasil e reúne todas as entidades filantrópicas e assistenciais do Município que oferece aos Turistas comidas típicas da região.
A ideia do Arraiá surgiu com o prefeito Zé Gomes já a partir de 2005. Ao seu estilo de não fazer reuniões, ideia como essa, nascia e era implementada de imediato. Foi assim com o Arraiá. Dele viria a influência de gostar de grandes shows e foguetes. Das festas juninas, constavam na programação, além das comidas típicas, os shows e os foguetes, o casamento comunitário no Arraiá, o pau de sebo, as danças tradicionais de origem francesa das quadrilhas de escolas, empresas e as tradicionais de Goiânia. Uma criação especial era o Banco Central do Arraiá, com a moeda Réis de circulação obrigatória no evento.
O amigo Cleuber Cardoso justifica a ideia pelo
fato de não haver nenhuma festa comemorativa no calendário festivo de
Itumbiara, como o carnaval. Mas a principal justificativa era de criar a
oportunidade de ampliar o relacionamento com as autoridades locais, do estado e
do Brasil naquela grande festa.
O formato não era santo, porque não tinha
qualquer alusão aos santos festejados pela Igreja Católica, Santo Antônio, São
João e São Pedro. Também não era pagão, pois nasceu junto com um gesto de
solidariedade com instituições sociais e filantrópicas da cidade, que
trabalhariam na produção de comidas típicas e arrecadariam recursos para
suas atender suas necessidades. Essa aproximação com as entidades sociais teria uma
participação especial da então Secretária de Turismo e diretora de iluminação
pública, engenheira Isbéria de Toledo, que participou diretamente na montagem
da primeira edição. Ela faleceria após um ano no governo.
Como
justificativa oficial, o evento tem o objetivo principal de oferecer à
população umas das maiores festas juninas do Centro-Oeste brasileiro,
denominada de Arraiá, que faz parte do calendário cultural e turístico do estado
de Goiás. Atrai mais de 100 mil visitantes de várias regiões no espaço para
eventos, localizado próximo às margens do Rio Paranaíba. O evento, que já foi
realizado em catorze edições desde 2005, é de livre acesso, tem vasta
programação com artistas de todo o Brasil e reúne todas as entidades filantrópicas
e assistenciais do município, com oferta aos turistas de um vasto cardápio de
comidas típicas da região e vários shows artísticos com cantores de renome
nacional e danças típicas juninas. Assim, diante do exposto, justifica-se a
solicitação do apoio à realização do evento Arraiá para facilitar a promoção e desenvolvimento
do turismo regional.
Assim
como no futebol, ao instituir e manter o Arraiá, Zé Gomes era cuidadoso na
realização do evento e sempre estava munido de pesquisas qualitativas e
quantitativas sobre tudo que fazia. Colocava todo ano no relatório, o que a
população achava da realização do evento e a aprovação sempre era superior a
setenta por cento. Já na época havia os contrários, que chegou a ter o número
de cinco por cento por alguns anos, mas retornou aos índices históricos de
trinta por cento. Um dos argumentos dos contrários à realização do evento é que
os recursos do Arraiá deveriam ser utilizados na Saúde.
O
Contraponto não era difícil, pois enquanto se gastava R$ 1 milhão na área de
Turismo e Cultura com o Arraiá, na Saúde eram aplicados sempre mais do que
quinze por cento dos tributos, ou 30 vezes mais do que no Arraiá. Até nos dias
atuais, os contrários seguem com os mesmos argumentos, mas a festa segue com
aprovação da população e os dois governos subsequentes de Chico Balla e Zé
Antônio a mantiveram no calendário festivo do município.
Uma
das marca do evento está na geração de recursos para entidades filantrópicas.
Um exemplo que vem do ano de 2005 ilustra como era muito difícil a situação
econômica e financeira das entidades sociais do município. O Núcleo de Apoio
aos Pacientes de Câncer (Napci) lutava com dificuldades para custear uma Van
que levava os pacientes para Goiânia e era cobrada a participação de R$ 10 de
cada paciente para viabilizar o transporte. Veio o Arraiá e um programa de
parcerias que passou por quatro governos e continua firme.
Para
fazer o evento, já em 2005, Zé Gomes pavimentou o antigo Capim de Ouro[1],
preparou o pau de sebo, pintou as áreas para dança de quadrilhas e o maior
espaço era reservado para barracas com alimentação e bebidas, de
responsabilidade das entidades filantrópicas. Montava-se o Banco Central para a
venda de Réis, moeda circulante no evento e montava uma série de fogueiras pela
Avenida Beira-Rio. A fazendinha era construída na entrada e um camarote principal
para as autoridades. Outro camarote de exploração comercial era montado para as
empresas de Itumbiara. Contratava-se a segurança do evento e as merendeiras
diariamente ofereciam o tradicional quentão. Os shows reuniam cantores de
renomes do Brasil, conforme demonstrado abaixo, com dados referentes aos anos
de 2006 a 2009.
Para
fazer o Arraiá, primeiro os shows eram planejados, que a custo de 2009, o valor
de contratação chegava a R$ 700 mil. Entre as atrações, inicialmente destaca-se
Dominguinhos, que esteve nos eventos de 2007 e 2008. Sempre presentes entre
2007 e 2009, as duplas Mato Grosso e Matias, Milionário e José Rico e Cristian
e Ralf. Frank Aguiar também fez parte da relação de shows em 2007 e 2009. Jorge
e Matheus, no início da carreira, estiveram nos eventos de 2008 e 2009. Nos
primeiros shows, Lindomar Castilho também foi presença em 2007 e 2008. Em 2008,
a relação contou ainda com Rio Negro e Solimões, Teodoro e Sampaio, Guilherme e
Santiago. No ano de 2009, Roberta Miranda esteve presente. O forró esteve
presente com Graziela e Mulekes do Forró, o Bonde do Forró, Sidney do Forró e o
conjunto Barra de Saia. As mais famosas Quadrilhas de São João da cidade de
Goiânia também se faziam presentes, assim como as Congadas de Catalão.
Para
completar a organização da festa, eram contratados brinquedos, a Fazendinha
logo na entrada com animais, som, telão, arquibancadas, segurança, banheiros
químicos, chapéus e sombrinhas. Uma parte da receita do evento vinha da
cobrança de camarotes, organizados por grandes empresas e os recursos eram
aplicados no transporte, hospedagem e alimentação dos cantores.
[1] Parte da área pertence ao município
entre a Avenida Beira-Rio e Ribeirão Trindade – altura da torre do Farol.
Inicialmente, Zé Gomes planejava construir ali o Coliseu, que seria um grande
Teatro e que foi construído ao lado da Escola José Gomes Pereira.
A Procissão de Nossa
Senhora das Graças, realizada há 60 anos, não deverá ocorrer este ano em
Itumbiara, devido a Pandemia do novo Coronavirus. Iniciada em 1960, os principais momentos da festa são a novena a
Nossa Senhora das Graças que acontece todos os dias e a procissão fluvial com a
missa de encerramento no último dia da festa. A data da procissão fluvial
sempre coincide com a festa litúrgica da Assunção de Maria que, no Brasil, é
transferida para o domingo seguinte. Além da parte
religiosa, há igualmente a parte social da festa com barraquinha de comidas
típicas e leilão de prendas doadas pela comunidade.
De
acordo com o pároco, padre Luis Fernando Alves Ferreira, o que povo mais
consome na festa são os produtos de milho: pamonha e chica doida. Depois outro
produto típico de Itumbiara, o caribó. Para que tudo aconteça a contento, mais
de 300 voluntários se revezam dia e noite na preparação da novena e das
comidas.
Durante
a semana aconteceu a novena todos os dias, a parte social da festa com a
barraquinha e shows com artistas locais nos finais de semana.
Histórico da romaria fluvial
Não conheço os primórdios
históricos da Igreja e da Paróquia Nossa Senhora das Graças . Quando morei em
Itumbiara, ante os anos de 1959 e 1961 havia uma rústica capela, na saída para
Minas, às margens do Paranaíba. Tive a oportunidade de rezar missa nessa capela
que era cuidada pela dona Maria, esposa do Sr. Floriano de Carvalho, na
ocasião, prefeito da cidade.
Sobre
a origem da procissão fluvial: Em 1958, o velho Pároco de Itumbiara, Pe. Florentino
Bermejo, entregou ao senhor Arcebispo de Goiânia o pedido de demissão das
atividades pastorais como pároco de Santa Rita do Paranaíba. Em 1959, o sr.
Arcebispo Dom Fernando Gomes dos Santos nomeou o Pe. José de Souza Lima pároco
de Itumbiara.
Monsenhor Lima foi ordenado padre em 1950. Antes de vir para Itumbiara, tinha
sido vigário em Orizona e em Palmeiras, cidades do Estado de Goiás. Exerceu
profícuo ministério na cidade e no extenso município de Itumbiara. Depois de
ter preparado toda a infra-estrutura para a criação da Diocese local e depois
da posse do 1º Bispo Dom José Versiani Veloso, voltou à Goiânia, sua diocese de
origem. Atualmente, com 85 anos, mons. Lima ainda está na ativa, atendendo aos
habitantes do Parque Estrela D’alva, na periferia da cidade de Luziânia.
No
2º ano de sua gestão, em 1960, a criatividade apostólica do Mons. Lima
voltou-se para o Rio Paranaíba que banha a cidade. Por que não aproveitar o que
a cidade tem de mais bonito, o Rio, e transformá-lo num instrumento de evangelização
e de louvor ao Criador?
Aproveitou o ensejo da festa de Nossa Senhora das Graças e realizou a 1ª
procissão fluvial, no Paranaíba. Debaixo da devoção de Nossa Senhora das
Graças, toda a comunidade era chamada a louvar a Criador pelo insigne dom da
água, fonte de toda vida.
Como
foi a 1ª procissão fluvial da festa de Nossa Senhora das Graças, o sr. Jardim,
gerente do Banco do Brasil, tinha uma lancha muito bonita. As senhoras da
comunidade armaram um belíssimo altar nesta lancha. A Imagem de Nossa Senhora
veio trazida em procissão da capela até as margens do rio e foi colocada no
altar da lancha. A 1ª procissão contou com a lancha-andor, com uma embarcação
onde ficaram os músicos da banda, outra embarcação com os encarregados dos
foguetes e também contou com mais embarcações de pescadores.
Ao
chegar ao cais, na virada do rio, uma grande multidão esperava o pequeno
comboio. A pequena imagem da Virgem era estimulada pela eloqüência com vivas e
lenços brancos.
Da lancha, a imagem passou para um andor preparado numa caminhonete e, numa
bonita carreata voltou à sua capela.
Quem
presidiu esta 1ª procissão conduzindo a Imagem desde a saída até a volta para a
capela foi o Pe. Nelson Rafael Fleury.
Como
cooperador, ajudava o Mons. Lima no atendimento da paróquia, por isso o Mons.
Lima confiou-lhe esta histórica tarefa de presidir aquela despretensiosa
manifestação de fé. Uma simples procissão aquática, que cresceu e hoje se
tornou referencia turística do Estado de Goiás.
Que
tudo seja para maior glória de Deus!
Monsenhor
Nelson Rafael Fleury
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