sábado, 1 de agosto de 2020

AS DEZ MARAVILHAS DE ITUMBIARA, EM GOIÁS - PRIMEIRA - O RIO PARANAÍBA

O RIO PARANAÍBA - ÁREA DE EXPANSÃO URBANA DA USINA HIDRELÉTRICA A ETE - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO
     Rio Paranaíba em Itumbiara - Da pone Ciro de Almeida a Ponte Afonso Penna

O rio Paranaíba, cuja nascente ocorre no município de rio Paranaíba, na Serra da Mata da Corda, percorre cerca de 1.160 km até sua foz, no encontro com o Rio Grande, desde a cota 1.100 até o nível 328, nível este do lago da hidrelétrica de Ilha Solteira, barragem no rio Paraná, à jusante. Sua declividade média é de 0,495m/km.

Os principais tributários do rio Paranaíba em território mineiro são os rios Araguari, Tijuco, da Prata, Dourados, Perdizes, Bagagem, Uberabinha, Pouso Alegre, São Domingos, Capivara, Quebra Anzol, Misericórdia, Arantes, São Jerônimo, São Lourenço, do Peixe, Piracanjuba, Cocal, Douradinho, Monte Alegre, Babilônia, Bom Jardim, das Furnas, Mandaguari, Claro, Tamanduá, Salitre, Santo Antônio, São João, Santo Inácio e Preto.

O relevo da Bacia é marcado por altiplanos cuja altitude varia entre 1.000 e 1.100m, tais como o Planalto Central, região ocupada majoritariamente pelo Distrito Federal e cercanias de Anápolis, e pelo divisor de bacias localizado entre a Chapada da Ponte Firme e a Serra da Canastra, ambas no noroeste de Minas Gerais. Nesta parte montanhosa da Bacia, estão as principais nascentes dos rios de Planalto, tais como o rio Corumbá, o rio São Marcos e o Araguari. A região oeste da bacia consiste de um terreno geomorfologicamente mais uniforme, cuja altitude varia entre 900 e 600m, responsável pelas nascentes dos rios Claro, Verde, dos Bois e o Turvo.

A população da região é de cerca de 8,5 milhões de habitantes, sendo aproximadamente 92% em áreas urbanas. Esta ocupação abrange 193 municípios distribuídos por quatro Unidades da Federação: Goiás (133 municípios), Minas Gerais (83 municípios), Mato Grosso do Sul (4 municípios) e o Distrito Federal. A densidade demográfica da bacia é de cerca de 38 hab/km2. Esta população por sua vez está bastante concentrada nas regiões metropolitanas de Brasília e de Goiânia, onde vivem mais de 5 milhões de habitantes, quase 70% da população residente na Bacia.

Fonte: Atlas Digital das águas de Minas – disponível http://www.atlasdasaguas.ufv.br/paranaiba/resumo_paranaiba.html

A EXPEDIÇÃO DO PREFEITO DE ITUMBIARA EM 2008

Como marco especial do componente ambientalista no perfil do político e gestor de Zé Gomes, o historiador José Marcio Margonari cita como exemplo a realização da I Expedição do Rio Paranaíba, que foi planejada e executada em parceria com o Governo Federal, representado pelos assessores Alan Silva e Joédes Marques (ex-prefeito de Centralina). No mês de abril de 2008, Zé Gomes encarregou o então secretário de meio ambiente, professor José Márcio Margonari, de planejar a expedição e articular com vários setores do Governo Municipal e demais parceiros as providências necessárias à realização da citada expedição.

Além da participação de um grupo de servidores municipais, ocorreu a participação de várias embarcações da Marinha do Brasil (Capitania dos Portos), coordenadas pelo capitão de fragata Paulo Rogério Vaz, do senhor Adalberto Sousa e Silva, gerente regional da Saneago, da professora Noêmia Vieira (subsecretária regional de educação), do diretor Arno Frank Schropfer, professores e acadêmicos dos cursos de Agronomia, Biologia e Química do ILES/ULBRA, do comando da PM local, de Delúbio Soares, além dos prefeitos, deputados, vereadores, secretários e da entusiasta população dos municípios participantes.

Vale destacar que a prefeitura de Itumbiara, protagonista no planejamento, organização e execução da expedição, pois contava com um prefeito entusiasta, uma equipe numerosa e qualificada para os trabalhos, disponibilizou toda logística de transporte em terra (ônibus, caminhão munck, kombis, veículos...) e na água (embarcações), barracas para os pernoites e alimentação para os participantes.

 Entre o dia 16 de fevereiro a 01 de março de 2008, a expedição saiu da cidade de Rio Paranaíba (MG) (nascente) até Paranaíba e Aparecida do Taboado (MS), com 1.170 kilômetros, cujo percurso foi realizado com segurança e significativos resultados.

 Foram realizados durante a expedição diversos trabalhos de pesquisa, como análise da qualidade da água do Paranaíba e dos principais mananciais afluentes, mapeamento das matas ciliares e de coleta de água para irrigação, pontos de lançamento de esgotos domésticos em áreas urbanas e de agrotóxicos em áreas rurais, levantamentos das áreas de usos e de potencial turístico, visitas às usinas geradoras de energia hidrelétrica (Emborcação, Itumbiara, Cachoeira Dourada e São Simão) e exploração mineral ao longo do Paranaíba. Destaca-se que uma das ações mais efetivas foi o trabalho de educação ambiental realizado nos municípios e com os ribeirinhos, garantido através de palestras, concursos, plantios e soltura de peixes nativos da bacia hidrográfica do Rio Paranaíba.

A expedição durou 15 (quinze) dias, onde foi percorrido  todo o Rio Paranaíba, contou com cerca de 40 (quarenta) embarcações de diversos portes, representando aproximadamente 60 (sessenta) municípios dos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Como resultado ainda da expedição, destaca-se que foi concluído que o rio e seus afluentes tem papéis estratégicos para o país nos aspectos político, econômico, social e ambiental. Destaca-se a grande geração de energia hidrelétrica, o abastecimento de água para milhões de pessoas, bem como para a dessedentação de animais, o fornecimento de água para as grandes lavouras irrigadas, a importante exploração mineral e nas margens e em seu leito uma crescente exploração turística, especialmente nos reservatórios das usinas de Itumbiara, Cachoeira Dourada, São Simão e de Ilha Solteira (Rio Paraná).

Vale destacar ainda que do ponto de vista ambiental, segundo o professor José Márcio Margonari, o Paranaiba é um rio que inicia com um pequeno “fio d’água” e que logo se torna um rio estratégico para a região e para o Brasil. Os estudos mostraram uma grande variedade em termos de fauna e flora, com áreas extensas de matas ciliares preservadas.

Destaca-se também como resultado, que as comunidades ribeirinhas sabem a importância do rio para a prática da pesca extrativista e também para outros usos por essas comunidades.

Na expedição também constatou-se a oportunidade de contemplar as belezas naturais e a grande beleza cênica do Paranaíba. Um rio diverso que inicia tímido e que logo se torna caudaloso e esplendoroso em sua tortuosa caminhada de geração de muita riqueza e renda para essa região tão estratégica para as populações.

Zé Gomes participou de toda a expedição e assim pode testemunhar grandes belezas e importantes exemplos de preservação. Porém, presenciou com o seu olhar atento e curioso os trabalhos de pesquisa realizados pelos professores e acadêmicos do ILES/ULBRA, da Saneago e da Subsecretaria Regional de Educação de Itumbiara.

Um dos pontos que causou certa indignação aos membros da expedição foi o levantamento feito na cidade de Patos de Minas, onde constatou-se 29 (vinte e nove) pontos de lançamento de esgoto doméstico e industrial sem qualquer tratamento no rio. Durante toda a expedição, foram realizadas análises das águas e em alguns pontos foi identificada a presença, muito acima do recomendável, de coliformes fecais, proveniente de esgoto doméstico, também substâncias tóxicas, oriundas dos agrotóxicos utilizados principalmente nas extensas lavouras de café, soja e cana-de-açúcar e identificados ainda, em grandes extensões do rio, a existência de erosões e assoreamento, proveniente da derrubada indiscriminada das matas ciliares que servem como proteção natural para o Rio Paranaíba e seus afluentes.

 

Durante toda a expedição, Zé Gomes era sempre uma presença esperada e admirada em todos os municípios por onde passava, destaca o professor José Márcio Margonari:

Seu jeito simples, criativo, brincalhão, respeitoso, tornava os momentos de trabalho e adversidades até engraçados e prazerosos. Em cada município, Zé Gomes entregava às autoridades um troféu símbolo da cidade de Itumbiara e a camisa tricolor do ‘Gigante do Vale’, que por sinal naquele ano sagraria de forma inédita o grande campeão goiano de 2008.

 

Naquele mês de abril de 2008, Zé Gomes preparou uma recepção de gala em sua cidade e, como de costume em sua carreira política, mobilizou uma multidão. As autoridades, segmentos da sociedade civil organizada, as escolas, os meios de comunicação, enfim, a população, para recepcionar as cerca de 50 (cinquenta) embarcações que aportaram na Avenida Beira-Rio.

Num gesto de compromisso ambiental foram plantadas dezenas de mudas frutíferas para melhor sombreamento da Avenida Beira-Rio. Em seguida, realizou-se uma solenidade que contou com a presença de representantes do Governo Federal, estadual, diversos prefeitos, deputados, vereadores, ambientalistas. Em sua fala, Zé Gomes agradeceu a presença de todos, fez um relato sobre o percurso da nascente até Itumbiara e enalteceu o papel de cada gestor e de todos os cidadãos na adoção de medidas e atitudes conscientes que pudessem proteger e recuperar os danos ambientais praticados contra o Rio Paranaíba.

Aos participantes da expedição e aos convidados, foi oferecido um jantar de confraternização, cuja programação artística contou com apresentações musicais de artistas locais e também o show do cantor de renome nacional, Moacir Franco que, a pedido de Zé Gomes, compôs e cantou de forma inédita a canção em homenagem à expedição e em especial ao amado Rio Paranaíba: “pára, pára, pára... Paranaíba!”.

Ao amanhecer do dia seguinte, a expedição tinha que continuar a sua trajetória, quando saiu rumo a Cachoeira Dourada, com paradas em dois pontos da margem esquerda onde os municípios de Centralina e Canápolis prepararam suas recepções aos integrantes da expedição.

Após as especiais recepções nos municípios de Cachoeira Dourada e Cachoeira Dourada de Minas, foi feita a transposição das embarcações na usina de Cachoeira Dourada e dirigiu-se até a Ilha do Cascalho, onde Zé Gomes, como anfitrião, preparou uma grandiosa recepção para cerca de 400 (quatrocentos) integrantes da expedição e seus convidados.

Quando caiu a noite, a programação teve seu início com muito trabalho, cabendo à secretaria de meio ambiente de Itumbiara, ao ILES/ULBRA, à Saneago, e à subsecretaria regional de educação a tarefa de apresentar os resultados das pesquisas, estudos e observações realizadas até aquele ponto da expedição.

Após as apresentações, teve início a parte festiva da recepção. Shows artísticos, mesa farta, rodas de conversas proveitosas e animadas. Nem a chuva torrencial que caiu naquela noite atrapalhou os animados expedicionários e convidados. Em torno de 4 horas todos buscaram seus abrigos em um dos chalés ou nas barracas previamente montadas pela equipe de apoio. Lembra o então secretário de Meio Ambiente, que naquela noite, Zé Gomes decidiu que duas pessoas não poderiam consumir bebida alcóolica e nem dormir: ele próprio e José Márcio Margonari.

Ao toque do clarim dos marinheiros, todos acordaram às 06:30, em seguida foi servido um café especial e logo a Expedição seguiu rumo a São Simão, com passagens por Capinópolis, Gurinhatã, Ituiutaba, Ipiaçú, Inaciolândia, Gouvelândia, Quirinópolis e Paranaiguara.

Em São Simão a expedição visitou a fábrica de biodiesel do grupo Caramuru e também foi incorporado à expedição um barco de grande porte, o “Chalana”, com capacidade para 300 passageiros.

Nesse trecho final, passou-se a navegar na Hidrovia Paraná-Tietê- Paranaíba, com a continuidade de trabalhos políticos, econômicos, sociais e ambientais nos municípios de Santa Vitória, Limeira do Oeste, Carneirinho, Caçú, Itarumã, Itajá, Lagoa Santa e Aporé.

Testemunha presencial de toda expedição, assim narrou os últimos instantes da expedição, o professor José Gomes da Rocha:

Ao chegarmos ao encontro do nosso grandioso Paranaíba com o Rio Grande, já nos municípios de Carneirinho (MG) e Paranaíba (MS), testemunhamos o aumento significativo do volume de água e o nascimento do importante Rio Paraná. Navegamos até Aparecida do Taboado (MS) e retornamos a Paranaíba (MS), onde em 01 de março (sábado), com a participação de autoridades (governadores, ministros, prefeitos, deputados, vereadores, expedicionários e milhares de pessoas), ocorreu a solenidade de encerramento da inédita e proveitosa I Expedição do Rio Paranaíba.

 



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