O rio
Paranaíba, cuja nascente ocorre no município de rio Paranaíba, na Serra da Mata
da Corda, percorre cerca de 1.160 km até sua foz, no encontro com o Rio Grande,
desde a cota 1.100 até o nível 328, nível este do lago da hidrelétrica de Ilha
Solteira, barragem no rio Paraná, à jusante. Sua declividade média é de
0,495m/km.
Os principais tributários do rio Paranaíba em território
mineiro são os rios Araguari, Tijuco, da Prata, Dourados, Perdizes, Bagagem,
Uberabinha, Pouso Alegre, São Domingos, Capivara, Quebra Anzol, Misericórdia,
Arantes, São Jerônimo, São Lourenço, do Peixe, Piracanjuba, Cocal, Douradinho,
Monte Alegre, Babilônia, Bom Jardim, das Furnas, Mandaguari, Claro, Tamanduá,
Salitre, Santo Antônio, São João, Santo Inácio e Preto.
O relevo da Bacia é marcado por altiplanos cuja altitude
varia entre 1.000 e 1.100m, tais como o Planalto Central, região ocupada
majoritariamente pelo Distrito Federal e cercanias de Anápolis, e pelo divisor
de bacias localizado entre a Chapada da Ponte Firme e a Serra da Canastra,
ambas no noroeste de Minas Gerais. Nesta parte montanhosa da Bacia, estão as
principais nascentes dos rios de Planalto, tais como o rio Corumbá, o rio São
Marcos e o Araguari. A região oeste da bacia consiste de um terreno
geomorfologicamente mais uniforme, cuja altitude varia entre 900 e 600m,
responsável pelas nascentes dos rios Claro, Verde, dos Bois e o Turvo.
A população da região é de cerca de 8,5 milhões de
habitantes, sendo aproximadamente 92% em áreas urbanas. Esta ocupação abrange
193 municípios distribuídos por quatro Unidades da Federação: Goiás (133
municípios), Minas Gerais (83 municípios), Mato Grosso do Sul (4 municípios) e
o Distrito Federal. A densidade demográfica da bacia é de cerca de 38 hab/km2.
Esta população por sua vez está bastante concentrada nas regiões metropolitanas
de Brasília e de Goiânia, onde vivem mais de 5 milhões de habitantes, quase 70%
da população residente na Bacia.
Fonte:
Atlas Digital das águas de Minas – disponível http://www.atlasdasaguas.ufv.br/paranaiba/resumo_paranaiba.html
A EXPEDIÇÃO DO PREFEITO DE
ITUMBIARA EM 2008
Como marco especial do
componente ambientalista no perfil do político e gestor de Zé Gomes, o
historiador José Marcio Margonari cita como exemplo a realização da I Expedição do Rio Paranaíba,
que foi planejada e executada em parceria com o Governo Federal, representado
pelos assessores Alan Silva e Joédes Marques (ex-prefeito de Centralina). No
mês de abril de 2008, Zé Gomes encarregou o então secretário de meio ambiente,
professor José Márcio Margonari, de planejar a expedição e articular com vários
setores do Governo Municipal e demais parceiros as providências necessárias à
realização da citada expedição.
Além da participação de um
grupo de servidores municipais, ocorreu a participação de várias embarcações da
Marinha do Brasil (Capitania dos Portos), coordenadas pelo capitão de fragata Paulo
Rogério Vaz, do senhor Adalberto Sousa e Silva, gerente regional da Saneago, da
professora Noêmia Vieira (subsecretária regional de educação), do diretor Arno Frank
Schropfer, professores e acadêmicos dos cursos de Agronomia, Biologia e Química
do ILES/ULBRA, do comando da PM local, de Delúbio Soares, além dos prefeitos,
deputados, vereadores, secretários e da entusiasta população dos municípios
participantes.
Vale destacar que a prefeitura
de Itumbiara, protagonista no planejamento, organização e execução da
expedição, pois contava com um prefeito entusiasta, uma equipe numerosa e
qualificada para os trabalhos, disponibilizou toda logística de transporte em
terra (ônibus, caminhão munck, kombis, veículos...) e na água (embarcações),
barracas para os pernoites e alimentação para os participantes.
Entre o dia 16 de fevereiro a 01 de março de
2008, a expedição saiu da cidade de Rio Paranaíba (MG) (nascente) até Paranaíba
e Aparecida do Taboado (MS), com 1.170 kilômetros, cujo percurso foi realizado
com segurança e significativos resultados.
Foram realizados durante a expedição diversos
trabalhos de pesquisa, como análise da qualidade da água do Paranaíba e dos
principais mananciais afluentes, mapeamento das matas ciliares e de coleta de
água para irrigação, pontos de lançamento de esgotos domésticos em áreas
urbanas e de agrotóxicos em áreas rurais, levantamentos das áreas de usos e de
potencial turístico, visitas às usinas geradoras de energia hidrelétrica (Emborcação,
Itumbiara, Cachoeira Dourada e São Simão) e exploração mineral ao longo do Paranaíba.
Destaca-se que uma das ações mais efetivas foi o trabalho de educação ambiental
realizado nos municípios e com os ribeirinhos, garantido através de palestras,
concursos, plantios e soltura de peixes nativos da bacia hidrográfica do Rio Paranaíba.
A expedição durou 15 (quinze)
dias, onde foi percorrido todo o Rio Paranaíba,
contou com cerca de 40 (quarenta) embarcações de diversos portes, representando
aproximadamente 60 (sessenta) municípios dos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso do Sul e São Paulo.
Como resultado ainda da
expedição, destaca-se que foi concluído que o rio e seus afluentes tem papéis
estratégicos para o país nos aspectos político, econômico, social e ambiental.
Destaca-se a grande geração de energia hidrelétrica, o abastecimento de água
para milhões de pessoas, bem como para a dessedentação de animais, o
fornecimento de água para as grandes lavouras irrigadas, a importante
exploração mineral e nas margens e em seu leito uma crescente exploração
turística, especialmente nos reservatórios das usinas de Itumbiara, Cachoeira Dourada,
São Simão e de Ilha Solteira (Rio Paraná).
Vale destacar ainda que do ponto
de vista ambiental, segundo o professor José Márcio Margonari, o Paranaiba é um
rio que inicia com um pequeno “fio d’água” e que logo se torna um rio
estratégico para a região e para o Brasil. Os estudos mostraram uma grande
variedade em termos de fauna e flora, com áreas extensas de matas ciliares
preservadas.
Destaca-se também como
resultado, que as comunidades ribeirinhas sabem a importância do rio para a
prática da pesca extrativista e também para outros usos por essas comunidades.
Na expedição também
constatou-se a oportunidade de contemplar as belezas naturais e a grande beleza
cênica do Paranaíba. Um rio diverso que inicia tímido e que logo se torna
caudaloso e esplendoroso em sua tortuosa caminhada de geração de muita riqueza
e renda para essa região tão estratégica para as populações.
Zé Gomes participou de toda a
expedição e assim pode testemunhar grandes belezas e importantes exemplos de
preservação. Porém, presenciou com o seu olhar atento e curioso os trabalhos de
pesquisa realizados pelos professores e acadêmicos do ILES/ULBRA, da Saneago e
da Subsecretaria Regional de Educação de Itumbiara.
Um dos pontos que causou certa
indignação aos membros da expedição foi o levantamento feito na cidade de Patos
de Minas, onde constatou-se 29 (vinte e nove) pontos de lançamento de esgoto
doméstico e industrial sem qualquer tratamento no rio. Durante toda a
expedição, foram realizadas análises das águas e em alguns pontos foi
identificada a presença, muito acima do recomendável, de coliformes fecais, proveniente
de esgoto doméstico, também substâncias tóxicas, oriundas dos agrotóxicos
utilizados principalmente nas extensas lavouras de café, soja e cana-de-açúcar
e identificados ainda, em grandes extensões do rio, a existência de erosões e
assoreamento, proveniente da derrubada indiscriminada das matas ciliares que
servem como proteção natural para o Rio Paranaíba e seus afluentes.
Durante toda a expedição, Zé Gomes
era sempre uma presença esperada e admirada em todos os municípios por onde
passava, destaca o professor José Márcio Margonari:
Seu jeito simples,
criativo, brincalhão, respeitoso, tornava os momentos de trabalho e
adversidades até engraçados e prazerosos. Em cada município, Zé Gomes entregava
às autoridades um troféu símbolo da cidade de Itumbiara e a camisa tricolor do
‘Gigante do Vale’, que por sinal naquele ano sagraria de forma inédita o grande
campeão goiano de 2008.
Naquele mês de abril de 2008, Zé
Gomes preparou uma recepção de gala em sua cidade e, como de costume em sua
carreira política, mobilizou uma multidão. As autoridades, segmentos da
sociedade civil organizada, as escolas, os meios de comunicação, enfim, a
população, para recepcionar as cerca de 50 (cinquenta) embarcações que
aportaram na Avenida Beira-Rio.
Num gesto de compromisso
ambiental foram plantadas dezenas de mudas frutíferas para melhor sombreamento
da Avenida Beira-Rio. Em seguida, realizou-se uma solenidade que contou com a
presença de representantes do Governo Federal, estadual, diversos prefeitos,
deputados, vereadores, ambientalistas. Em sua fala, Zé Gomes agradeceu a
presença de todos, fez um relato sobre o percurso da nascente até Itumbiara e
enalteceu o papel de cada gestor e de todos os cidadãos na adoção de medidas e
atitudes conscientes que pudessem proteger e recuperar os danos ambientais
praticados contra o Rio Paranaíba.
Aos participantes da expedição
e aos convidados, foi oferecido um jantar de confraternização, cuja programação
artística contou com apresentações musicais de artistas locais e também o show
do cantor de renome nacional, Moacir Franco que, a pedido de Zé Gomes, compôs e
cantou de forma inédita a canção em homenagem à expedição e em especial ao
amado Rio Paranaíba: “pára, pára, pára... Paranaíba!”.
Ao amanhecer do dia seguinte,
a expedição tinha que continuar a sua trajetória, quando saiu rumo a Cachoeira Dourada,
com paradas em dois pontos da margem esquerda onde os municípios de Centralina
e Canápolis prepararam suas recepções aos integrantes da expedição.
Após as especiais recepções
nos municípios de Cachoeira Dourada e Cachoeira Dourada de Minas, foi feita a
transposição das embarcações na usina de Cachoeira Dourada e dirigiu-se até a Ilha
do Cascalho, onde Zé Gomes, como anfitrião, preparou uma grandiosa recepção
para cerca de 400 (quatrocentos) integrantes da expedição e seus convidados.
Quando caiu a noite, a
programação teve seu início com muito trabalho, cabendo à secretaria de meio
ambiente de Itumbiara, ao ILES/ULBRA, à Saneago, e à subsecretaria regional de
educação a tarefa de apresentar os resultados das pesquisas, estudos e
observações realizadas até aquele ponto da expedição.
Após as apresentações, teve
início a parte festiva da recepção. Shows artísticos, mesa farta, rodas de
conversas proveitosas e animadas. Nem a chuva torrencial que caiu naquela noite
atrapalhou os animados expedicionários e convidados. Em torno de 4 horas todos
buscaram seus abrigos em um dos chalés ou nas barracas previamente montadas
pela equipe de apoio. Lembra o então secretário de Meio Ambiente, que naquela
noite, Zé Gomes decidiu que duas pessoas não poderiam consumir bebida alcóolica
e nem dormir: ele próprio e José Márcio Margonari.
Ao toque do clarim dos
marinheiros, todos acordaram às 06:30, em seguida foi servido um café especial
e logo a Expedição seguiu rumo a São Simão, com passagens por Capinópolis, Gurinhatã,
Ituiutaba, Ipiaçú, Inaciolândia, Gouvelândia, Quirinópolis e Paranaiguara.
Em São Simão a expedição
visitou a fábrica de biodiesel do grupo Caramuru e também foi incorporado à
expedição um barco de grande porte, o “Chalana”, com capacidade para 300
passageiros.
Nesse trecho final, passou-se
a navegar na Hidrovia Paraná-Tietê- Paranaíba, com a continuidade de trabalhos
políticos, econômicos, sociais e ambientais nos municípios de Santa Vitória, Limeira
do Oeste, Carneirinho, Caçú, Itarumã, Itajá, Lagoa Santa e Aporé.
Testemunha presencial de toda
expedição, assim narrou os últimos instantes da expedição, o professor José
Gomes da Rocha:
Ao chegarmos ao
encontro do nosso grandioso Paranaíba com o Rio Grande, já nos municípios de
Carneirinho (MG) e Paranaíba (MS), testemunhamos o aumento significativo do
volume de água e o nascimento do importante Rio Paraná. Navegamos até Aparecida
do Taboado (MS) e retornamos a Paranaíba (MS), onde em 01 de março (sábado),
com a participação de autoridades (governadores, ministros, prefeitos,
deputados, vereadores, expedicionários e milhares de pessoas), ocorreu a
solenidade de encerramento da inédita e proveitosa I Expedição do Rio
Paranaíba.
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