Com 158 metros de cumprimento, a ponte tem estrutura de ferro. É
fixa em dois pontos e sustentada por cabos de aço. Foi produzida na Alemanha e
levada de ferro até Uberaba. O restante do trajeto foi feito por carros de boi
até a antiga Santa Rita do Paranaíba [hoje Itumbiara], onde foi montada. Em
2005, a ponte ganhou iluminação especial, se tornando uma das imagens mais
fotografadas da região. É na atualidade a mais antiga ponte pênsil em
funcionamento do país.
Produzida na Alemanha, na primeira década do século XX, a ponte
Affonso Penna desembarcou no Rio de Janeiro, de onde seguiu para São Paulo. De
lá, foi para Jundiaí (SP) pela ferrovia São Paulo Railway.
Depois, pela estrada de ferro Mogiana, que cortava Minas Gerais,
as peças foram conduzidas até Uberabinha, hoje Uberlândia (MG). A partir desse
ponto, elas seguiram em carros-de-bois até o vilarejo de Santa Rita do
Paranaíba, onde foi montada.
Anos mais tarde, a velha ponte já não suportava mais a demanda
de veículos. Em função da construção da usina hidrelétrica de Furnas no Rio
Paranaíba, uma nova ponte, maior e feita em concreto, nomeada Ciro de Almeida,
foi construída para ser o novo elo entre Minas Gerais e Goiás. A ponte Affonso
Penna ficaria então desativada.
Porém, em 1974, a usina precisava reativar a ponte em desuso
para ligar a vila dos engenheiros, localizada do lado de Itumbiara, à vila
operária, construída em Araporã. Por isso, a Affonso Penna teve que ser
deslocada 2,5 quilômetros rio abaixo.
Para isso, toda a estrutura de ferro e de aço foi cuidadosamente
desmontada, reformada e transportada rio abaixo por barcaças até o local onde
seria novamente montada. Os novos pilares, os diques e os blocos da ancoragem
foram todos executados em concreto armado.
O TOMBAMENTO
A ponte Affonso Penna, considerada a mais
antiga ponte pênsil do Brasil, que liga as cidades de Itumbiara (GO) e Araporã
(MG), sobre o Rio Paranaíba, foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico
Cultural (Iphan), na tarde desta quinta-feira (29/11/2012). O tombamento
foi definido em reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do
Instituto no Edifício Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro (RJ).
Considerada um marco para a integração do Estado de Goiás à
vida econômica do País, a ponte foi inaugurada em novembro de 1909. Ela
significa a integração centro-sul na era da Revolução Industrial e, ainda hoje,
é considerada um dos símbolos mais importantes da cidade de Itumbiara e de
Goiás.
Foi por ela que entrou o primeiro automóvel no Estado, em
1916, quando um comerciante de Itumbiara levou para a cidade um carro e dois
caminhões Ford para dinamizar o transporte de mercadorias.
Além disso, teve um papel preponderante nos projetos de
interiorização do Brasil e da construção de Brasília. Cerca de 80% do material
necessário à construção da nova capital passaram pela ponte para chegar ao
canteiro de obras do Planalto Central.
São 158 metros de comprimento e 48 de largura, em uma
estrutura de ferro e tabuado de madeira. Recebe o status de “ponte pênsil” por
ser fixa em dois pontos e inteiramente suspensa por cabos de aço.
História
Produzida na Alemanha, na primeira década do século XX, a
ponte Affonso Penna desembarcou no Rio de Janeiro, de onde seguiu para São
Paulo. De lá, foi para Jundiaí (SP) pela ferrovia São Paulo Railway.
Depois, pela estrada de ferro Mogiana, que cortava Minas
Gerais, as peças foram conduzidas até Uberabinha, hoje Uberlândia (MG). A
partir desse ponto, elas seguiram em carros-de-bois até o vilarejo de Santa
Rita do Paranaíba, onde foi montada.
Anos mais tarde, a velha ponte já não suportava mais a demanda
de veículos. Em função da construção da usina hidrelétrica de Furnas no Rio
Paranaíba, uma nova ponte, maior e feita em concreto, nomeada Ciro de Almeida, foi construída para ser o novo elo entre Minas Gerais e Goiás. A ponte Affonso
Penna ficaria então desativada.
Porém, em 1974, a usina precisava reativar a ponte em desuso
para ligar a vila dos engenheiros, localizada do lado de Itumbiara, à vila operária,
construída em Araporã. Por isso, a Affonso Penna teve que ser deslocada 2,5
quilômetros rio abaixo.
Para isso, toda a estrutura de ferro e de aço foi
cuidadosamente desmontada, reformada e transportada rio abaixo por barcaças até
o local onde seria novamente montada. Os novos pilares, os diques e os blocos
da ancoragem foram todos executados em concreto armado (foto ao lado).
A INAUGURAÇÃO
"A crônica do Jornal "Correio de Uberlândia" intitulada - A inauguração da ponte Afonso Pena - assim descreve o grande acontecimento do século em Santa Rita do Paranahyba:
As gerações mais novas e os desinteressados não conhecem a importância da velha ponte Afonso Pena sobre o rio Paranaíba para o desenvolvimento de Uberlândia. A estrada de ferro chegou a Uberabinha em 1895. Constituiu-se no meio mais rápido de encontrar-se o Brasil Central com o eixo manufatureiro do país, mais o porto internacional de Santos.
Antes da estrada de ferro, viajantes e mercadores que demandavam a Província de Goyas, de Uberaba desviavam para Indianópolis ou para Santa Maria e não passavam por aqui. A chegada da Mogiana forçou essa passagem. No dia 15 de novembro de 1909, inaugurou-se a Ponte Afonso Pena sobre o rio Paranaíba por onde passou a escoar dois terços da produção do estado de Goiás.
Conheço duas versões que justificam sua construção. O historiador Hildebrando Pontes afirma que a ponte foi construída para arrefecer o ânimo dos triangulinos que estavam em intensa campanha para a emancipação da região, ou sua reanexação ao estado de São Paulo. Outra é a versão tradicional, oral, que diz que a sua instalação foi resultado de sugestão e empenho do Tenente Coronel da Guarda Nacional, José Theóphilo Carneiro junto ao seu compadre, o Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca.
Em 1912, Fernando Vilela fez a ligação desses dois pontos estratégicos por meio de uma pioneira estrada de rodagem. A primeira no Brasil Central e a primeira no país rumo ao oeste. Sobre esses três pontos assentaram-se os fundamentos da economia uberlandense.
A Ponte Afonso Pena, no entanto, esteve em vias de ser instalada em outro local, jogando diretamente no estado de São Paulo toda a produção goiana. Os empenhos dos deputados Afrânio de Mello Franco (de Minas Gerais) e José Xavier de Almeida (de Goiás), apoiados por uma campanha insistente do vereador João Severiano Rodrigues da Cunha (Joanico), por correspondência e artigos em jornais, conseguiriam definir que ela fosse montada em Santa Rita do Paranahyba (Itumbiara), num lugar conhecido como “Caídor”, a 1600 metros da Vila. Nesse local, antes, havia uma balsa. Para a travessia de uma boiada, esperava-se de sete a oito dias. Muitas reses se perdiam por afogamento. Por ocasião das enchentes, o trânsito se atrasava mais. As balsas desse tempo eram perigosas, constavam de algumas canoas sobre as quais se amarravam algumas pranchas de madeira.
Segundo um cronista da época, Santa Rita era um entreposto de considerável importância para o Sul de Goiás; com a construção da ponte, passava a ser um ponto de passagem obrigatória para pelo menos 70% dos produtos mercantilizados em e por Goiás. É de se pensar, hoje em dia, o que seria de Uberlândia se não houvessem instalado essa ponte em Itumbiara.
Compreendendo o valor da obra, Uberabinha ficou empolgada quando se anunciou a sua inauguração. Faltando alguns dias para a festa, o vereador João Severiano Rodrigues da Cunha, representando a Câmara, mais os empresários capitão Custódio Pereira, Carmo Giffoni e Antônio Custódio Pereira seguiram, a cavalo, para a Vila de Santa Rita acompanhando Nicodemos Macedo que era o representante do governador mineiro, Wenceslau Braz. Antes da inauguração, o Joanico visitou a obra e telegrafou orgulhoso para o jornal “O Progresso” dizendo apenas que atravessara a ponte, a pé, em companhia do dr. Diniz.
A festa começou cedo. Às cinco horas da manhã, os galos cantores de Itumbiara se espantaram com a salva de vinte e um tiros. Às quinze horas, imensa massa popular, mais duas bandas de música, foram até o escritório da comissão que construiu a ponte e de lá voltou com o dr. João Luiz Mendes Diniz à frente (homenageado com a avenida Engenheiro Diniz, no Bairro Martins). Foram para a Ponte. No meio dela, onde se separam os Estados, o cônego Theóphilo de Paiva (de Santa Rita), auxiliado pelo padre Francisco (de Monte Alegre), procedeu à bênção. Foram padrinhos do ato: João Severiano Rodrigues da Cunha, Custódio Pereira, Arlindo Soares Parreira, Antônio José Carlos Peixoto, Antônio Xavier Guimarães, Nicodemos de Macedo, Militão de Almeida, Jacinto Brandão e Francisco Olímpio de Paiva. Terminada a bênção, o engenheiro Diniz acabou de atravessar a Ponte seguido por autoridades e o povo numa soma aproximada de duas mil pessoas. Do lado mineiro, o dr. Diniz fez longo discurso.
Em seguida um escriturário da comissão de construção da ponte, Colombo Vasques, leu a ata da inauguração. Dada a palavra livre, o primeiro a usá-la foi o representante da Câmara uberabinhense, o Joanico (João Severiano). Em seguida, em nome do governo mineiro, falou o dr. Francisco Vieira de Oliveira e Silva. E mais o capitão e poeta Felizardo Fontoura e o major Olympio de Vasconcel.os (representando a Câmara e o povo de Monte Alegre). O governo goiano foi representado pelo coronel Antônio Xavier Guimarães e a Vila de Santa Rita pelo capitão Sidney de Almeida.
Diniz recebeu vários telegramas de Morrinhos, de Goiás, de São Francisco, de Monte Alegre e de Uberabinha. Os de Uberabinha vieram assinados um por empresários, líderes políticos e autoridades, e outro pelos empregados do comércio. No rancho onde se abrigaram as bandas de música, logo após a inauguração oficial, foi servido um “profuso copo de cerveja”, como se dizia na época, com vários brindes erguidos.
Curiosidades sobre a ponte: foi construída no sistema pênsil rígido com um vão livre central de 124m. Tinha o apoio de dois pilares com 2.000m3 de alvenaria que sustentavam 8 torres medindo 17,8m de altura, cada. Estes, sustentavam 14 cabos de aço com 221m cada e cada cabo sustentava 125 toneladas. Para testar a sua capacidade de sustentação, foi mantida uma carga de duzentas toneladas durante 24 horas sobre o estrado do vão livre. A ponte custou quinhentos contos de réis, cem só de carreto.
Após a inauguração, para comprovar sua resistência, transitaram ininterruptamente pela ponte 1.850 bois e 6 carros de bois carregados.
29. www.correiodeuberlandia.com.br/.../cronica_da_cidade.html – Antônio Pereira da Silva, do IAT – apis.silva@terra.com.br
Ponte Pênsil
Desconhecida na cultura ocidental, a ponte pênsil – com os princípios construtivos e cálculos estruturais – surge na cultura moderna em meados do século 19. Os registros fazem referência a uma ponte suspensa por correntes de ferro sobre o rio Pan-Po, na China, construída por um general no ano 65 da era cristã.
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