Canindé é um nordestino que por muitos anos trabalho como servente de pedreiro em Itumbiara. Aos cinquenta anos conseguiu um emprego de gari e diariamente limpava as ruas da cidade. Depois de mais de oito anos empregado, foi despedido e virou catador de recicláveis. Hoje puxa um carrinho pelas ruas e coleta garrafas de PET para ganhar a vida.
Mesma sorte não tiveram dois recicladores, que tomaram outros caminhos perigosos e foram assassinados nas ruas nos últimos quarenta e cinco dias.
Wanderson Sousa Santos, 35 anos, morava no Bairro Novo Horizonte, mas frequentava sempre uma praça perigosa do Município. Foi vítima na madrugada do dia 15 de janeiro e amanheceu morto estendido no chão alvejado por cinco tiros.
Jota (nome fictício), é morador do centro da cidade, de tradicional família. Na juventude participou dos grupos de jovens católicos da cidade e como exímio tocador de violão, ajudava nos cantos das missas e nas serenatas que os jovens faziam na madrugada. Por um motivo qualquer (dizem que foi uma paixão), perdeu a sanidade mental e hoje, faltando alguns dentes, perambula fazendo coleta seletiva de papelão nas ruas da cidade. Não para ganhar a vida, mas sim para passar o tempo. E assim sua casa virou um grande depósito de recicláveis.
Jânio Tanaka Bernardes, natural do Panamá, trabalhava como catador de recicláveis e morava no Bairro São João, onde foi encontrado no final do ano de 2013, alvejado por três tiros. Passou na vida como registro de mais uma morte violenta no ano, a ultima que levou o numero 37.
Jânio Tanaka Bernardes, natural do Panamá, trabalhava como catador de recicláveis e morava no Bairro São João, onde foi encontrado no final do ano de 2013, alvejado por três tiros. Passou na vida como registro de mais uma morte violenta no ano, a ultima que levou o numero 37.
No aterro sanitário do município, já comprometido e a espera de mudanças, outros homens ganham a vida tentando reciclar um pouco das milhares de toneladas de lixo que são despejadas todos os dias. Já foram investidos mais de R$ 400 mil em uma nova área e há uma promessa de se fazer um investimento de R$ 5 milhões e criar novo Aterro, com galpão, com Cooperativas, com condições da realização de reciclagem do lixo.
Por enquanto, homens e lixo se reciclam pela cidade. Alguns vão sobrevivendo sem nenhum programa social ou de controle na reciclagem do lixo, ganhando alguns reais para o dia a dia. Outros não se reciclam e se perdem no meio do caminho. O lixo e os homens.
Catador de recicláveis nas ruas de Itumbiara
Aterro sanitário de Itumbiara
Catador na Beira Rio
Canindé e seu veículo pelas ruas
Nenhum comentário:
Postar um comentário