terça-feira, 25 de julho de 2023

ASPECTOS FÍSICOS DO TERRITÓRIO GOIANO - CADERNO DE CONCURSOS


 FONTE: INSTITUTO MAURO BORGES - GO-DADOS 2022

Território

O Estado de Goiás, localizado na região Centro-Oeste do Brasil, ocupa uma

área de 340.242,854 km² (IBGE,2021). É o 7º estado do País em extensão territorial. Limita-se ao norte com o estado do Tocantins, ao sul com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a leste com a Bahia e Minas Gerais e a oeste com Mato Grosso. Goiás possui 246 municípios e envolve quase todo o Distrito Federal, exceto seu extremo sudeste.

 

Recursos Hídricos

O Estado de Goiás possui características peculiares em relação à sua

hidrografia. Em seu território nascem drenagens alimentadoras de três importantes Regiões Hidrográficas do país (Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná), tendo como divisores os planaltos do Distrito Federal e Entorno e os altos topográficos que atravessam os municípios de Águas Lindas de Goiás, Pirenópolis, Itauçu, Americano do Brasil, Paraúna, Portelândia até as imediações do Parque Nacional das Emas.

 

Região Hidrográfica Tocantins/Araguaia: é representada pelos cursos d’água que vertem no sentido sul-norte. Destacam-se, como tributários principais, os rios Araguaia e Tocantins, os quais têm confluência em outras unidades da Federação. Ocupa uma área de 211.143,78 km².

Região Hidrográfica do São Francisco: situa-se na porção leste do estado e ocupa uma área de 3.498,04 km², sendo representada pelas nascentes dos rios Preto, Bezerra e Urucuia.

Região Hidrográfica do Paraná: localiza-se na porção centro-sul do estado,

ocupando 156.166,18 km2. É representada, em Goiás, pelos afluentes da margem direita do Rio Paranaíba, dentre os quais se destacam os rios Corumbá, Meia Ponte, dos Bois, Claro e Aporé.

 

Solos

No estado de Goiás os principais solos são: Argissolo, Cambissolo,

Chernossolo, Gleissolo, Latossolo, Neossolo, Nitossolo, Organossolo, Planossolo, e Plintossolo, sendo o Latossolo o grupo predominante. Possuem fertilidade natural variável de baixa a alta, dependendo do tipo de relevo predominante e da rocha geradora do solo. Os Latossolos Vermelhos predominam no sudoeste, ocupando 42,8% do estado. Apesar da baixa fertilidade, o relevo, as baixas declividades e a grande espessura desse

solo favorecem a agricultura mecanizada. Outros 9,1% são ocupados por Latossolos Amarelo e Vermelho-Amarelo, em áreas onde predominam pastagens plantadas.

 

Relevo

O estado é privilegiado quanto ao relevo. Geralmente, este apresenta baixa

declividade, não impedindo a ocupação e muito menos prejudicando ou influindo significativamente nas mudanças climáticas.

Cerca de 65% da superfície de Goiás é formada por terras relativamente planas (chapadões), configurando 4 Superfícies Regionais de Aplainamento: I) entre 1.100 e 1.600m de altitude; II) entre 900 e 1.000m; III) entre 650 e 1.000m; e IV) entre 250 e 550. Encontram-se separadas uma das outras por áreas de colinas suaves ou por escarpas de maior declividade (Zonas de Erosão Recuante). Além disso, as superfícies mais altas são, também, as mais antigas. Às margens dos grandes rios, Araguaia e Tocantins, predominam ligeiras ondulações que se aplainam em grandes áreas de Cerrado bastante favoráveis à agricultura e à pecuária. A altitude variável acima de 182m, a partir das ribanceiras dos grandes cursos d’água, especialmente do Araguaia, permite o aproveitamento quase integral do solo. Ao se afastar dos leitos, as elevações sobem até 1.600m, nas regiões mais elevadas, chegando a atingir até 1.676m no ponto mais alto do estado, na Serra do Pouso Alto, na Chapada dos Veadeiros, não havendo, portanto, cadeias de montanhas impenetráveis. As dificuldades de ocupação e exploração econômica também inexistem

e não chegam a interferir de maneira sensível na distribuição das chuvas ou nas variações climáticas no restante do estado.

 

Clima

O tipo climático que caracteriza o estado de Goiás é o clima tropical com

verões chuvosos e invernos secos. As temperaturas médias anuais no ano de 2020 variaram entre média máxima mensal de 38°C nos meses de setembro e outubro e, a média mínima mensal de 28°C aproximadamente nos meses de maio e junho. Há duas estações climáticas bem definidas, sendo que uma delas apresenta altos índices pluviométricos entre outubro e abril, período em que ocorrem 95% das precipitações anuais; a outra é caracterizada por baixos índices pluviométricos no período de (maio a setembro). A precipitação pluviométrica acumulada média anual entre os anos de 2011 e 2019 ficou em entre 1200 a 1700 mm.  Os meses de agosto, setembro e outubro geralmente apresentam as maiores temperaturas do ar, com médias máximas entre 34° e 38°C, enquanto as médias mínimas, em torno de 28,5°C, ocorrem nos meses de maio e junho, segundo a série histórica de 2011 a 2020.

As informações de precipitação foram adquiridas a partir dos dados de

precipitação compilados a partir das imagens GPM IMERG (Global  recipitation

Measurement) e os dados de temperatura das imagens MODIS (MOD11C3), ambas no período de 2011 a 2020.

Vegetação

Salvo pequena área onde dominam formações florestais, conhecidas como

Mato Grosso Goiano, a maior parte do território do Estado de Goiás apresenta o tipo de vegetação escassa do Cerrado, com árvores e arbustos de galhos tortuosos, cascas grossas, folhas cobertas por pelos e raízes muito profundas. O Cerrado cobre em torno de 70% do território goiano.

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e da América do Sul, depois da

Amazônia e concentra 1/3 da biodiversidade nacional e 5% da flora e da fauna mundiais. A flora do Cerrado é considerada a mais rica savana do mundo e, estima-se que entre 4.000 a 7.000 espécies compõem esta região.

Os solos do Cerrado do Centro-Oeste foram considerados, até o final dos anos

60, impróprios para a agricultura. De fato, é mínima a quantidade de solos com boa fertilidade natural. A pesquisa científica, entretanto, tornou os Latossolos – que no Centro-Oeste ocupam 90 milhões de hectares (15 milhões em Goiás) – a área mais propícia para as culturas de grãos, graças aos solos profundos, bem drenados e com inclinações normalmente inferiores a 3%, o que favorece a mecanização do cultivo. A projeção de Goiás no cenário agropecuário do Brasil se deve,

particularmente, ao domínio tecnológico do ecossistema dos Cerrados. Com a adequada correção dos solos e a consequente inserção dos campos de Cerrado, no processo produtivo, a agricultura no estado deu um salto rumo ao desenvolvimento – quer pelo plantio de culturas anuais, quer pelo plantio de pastagens.

 

 

Transporte

A infraestrutura de transportes é fundamental para o desenvolvimento

econômico de um local ou região. No caso de Goiás não é diferente e o estado conta com uma localização privilegiada no país. Tal localização, centralizada no território brasileiro, favorece ao uso de modais distintos – rodoviário, ferroviário, aeroviário, hidroviário e duto viário – que interligam às demais regiões do Brasil. Os Mapas de logística de transporte em Goiás e o Mapa de Aeródromos estão disponíveis no Atlas Goiás 2021 no link: http://www.sieg.go.gov.br/maps/atlas/.

Ferroviário

Em Goiás, duas ferrovias estão em operação. O estado dispõe de 685 km da

Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) que atende a região sudeste do estado e o Distrito Federal. A FCA tem 7.080km de extensão e é considerada a principal e mais eficiente eixo de conexão entre as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Integra grandes portos como os de Vitória-ES, Santos-SP, Angra dos Reis-RJ, Salvador-BA, e com o Porto Seco de Anápolis-GO. É um grande corredor de importação e exportação de produtos para Goiás como: açúcar, adubos e fertilizantes, derivados de petróleo e álcool, produtos siderúrgicos, soja e farelo de soja, fosfato, ferro-gusa, minérios, contêineres e carga geral (DNIT,2022 – Atlas Ferroviário DNIT). A Ferrovia Norte-Sul entre Anápolis-GO e Palmas-TO integrará o trecho até o porto de Itaqui no Maranhão. Outro trecho da ferrovia Norte-Sul liga Anápolis a Estrela

d’Oeste, em São Paulo. No trecho sul, há obras em andamento. Assim, essa ferrovia

terá, em território goiano, 991 km de trilhos, os quais atravessarão as Regiões Norte, Central e o Sudoeste do estado. A expectativa é que ela mude o perfil econômico do Brasil Central (DNIT,2022 Atlas Ferroviário DNIT).

 

Aeroviário

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Estado de

Goiás conta com 25 aeródromos públicos, dentre eles, 3 se configuram como aeroportos utilizados por voos domésticos regulares e não regulares, sendo eles: Anápolis, Caldas Novas e Rio Verde. O Aeroporto de Goiânia é o único operado pela INFRAERO e realiza voos internacionais. Nesses quatro aeroportos houve o embarque de 922.662 passageiros, o transporte de mais de 3 toneladas de cargas e 8.297 decolagens, entre voos domésticos e internacionais. O Estado conta ainda com 151 aeródromos privados,

segundo últimas informações da ANAC.

 

Hidroviário

Com 2.400 km de extensão, a Hidrovia Tietê-Paraná tem como trecho mais

relevante o percurso entre São Simão-GO e Pederneiras-SP, o que favorece, de forma econômica e segura, o escoamento de parte da produção goiana de grãos. O Complexo Portuário de São Simão, localizado à margem direita do Rio Paranaíba, no sul de Goiás, transporta madeira, carvão, adubo e areia, mas também, grandes empresas transportam soja, farelo de soja e milho. As mercadorias vão de São Simão até Pederneiras ou Anhembi-SP em barcaças, nas quais os produtos seguem por modal ferroviário ou rodoviário até o porto de Santos-SP.

Rodoviário

A condição geral das rodovias localizadas no estado está assim distribuída:

8,1% das rodovias em ótimo estado, 27,4% bom, 41,3% regular, 16,8% ruim e 6,4% péssimo (CNT, 2021). Sobre a classificação de alguns aspectos das rodovias, 29,1% da superfície do pavimento se encontram em ótimas condições. Quanto à sinalização, em 27,4% das rodovias, é considerada boa. Destaque que, nos últimos anos houve a duplicação das principais rodovias que cortam o estado, estando algumas com obras em andamento.

 

ECONOMIA

Na economia, mudanças estruturais vêm ocorrendo nas atividades produtivas

de Goiás. A indústria, que acumulou 1,7% de crescimento no ano de 2020 foi o único segmento dos grandes setores econômicos com crescimento.

O alto crescimento do setor industrial ocorre por conta de alguns fatores, entre

eles os quais se destacam: a localização privilegiada do estado no território nacional; a produção e exploração de algumas matérias-primas, principalmente de origem agropecuária e extrativa, juntamente com a integração da agroindústria com a agropecuária moderna. Na agricultura, Goiás figura entre os maiores produtores em nível nacional de soja, sorgo, milho, feijão, cana-de-açúcar e algodão. O ótimo desempenho do setor agropecuário vem ocorrendo graças ao processo de modernização agrícola, principalmente a partir dos anos 1980. Na pecuária, o estado é destaque em rebanho bovino e está entre os maiores produtores nacionais.

Ainda, as atividades agropecuárias e minerais são destaques na produção de

commodities para exportação, sendo que, historicamente, a maior parte das exportações goianas é composta por produtos ligados a soja, carnes e minérios. O setor de serviços ainda é o maior gerador de renda e empregos no estado. Nessa atividade, o comércio tem peso relevante na economia goiana, tanto o comércio varejista como quanto atacadista. Este último tem se beneficiado da localização estratégica de Goiás como centro de distribuição para o resto do país, principalmente para o Norte e Nordeste. Tudo isso contribui para que Goiás seja uma das maiores economias entre os

estados brasileiros.

 

 

 

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