FONTE: INSTITUTO MAURO BORGES - GO-DADOS 2022
Território
O Estado de Goiás, localizado na região Centro-Oeste do
Brasil, ocupa uma
área de 340.242,854 km² (IBGE,2021). É o 7º estado do País
em extensão territorial. Limita-se ao norte com o estado do Tocantins, ao sul
com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a leste com a Bahia e Minas Gerais e a
oeste com Mato Grosso. Goiás possui 246 municípios e envolve quase todo o
Distrito Federal, exceto seu extremo sudeste.
Recursos Hídricos
O Estado de Goiás possui características peculiares em
relação à sua
hidrografia. Em seu território nascem drenagens
alimentadoras de três importantes Regiões Hidrográficas do país
(Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná), tendo como divisores os planaltos
do Distrito Federal e Entorno e os altos topográficos que atravessam os
municípios de Águas Lindas de Goiás, Pirenópolis, Itauçu, Americano do Brasil,
Paraúna, Portelândia até as imediações do Parque Nacional das Emas.
Região Hidrográfica Tocantins/Araguaia: é representada pelos cursos d’água que vertem no sentido
sul-norte. Destacam-se, como tributários principais, os rios Araguaia e
Tocantins, os quais têm confluência em outras unidades da Federação. Ocupa uma
área de 211.143,78 km².
Região Hidrográfica do São Francisco: situa-se na porção leste do estado e ocupa uma área de
3.498,04 km², sendo representada pelas nascentes dos rios Preto, Bezerra e
Urucuia.
Região Hidrográfica do Paraná: localiza-se na porção centro-sul do estado,
ocupando 156.166,18 km2. É representada, em Goiás, pelos afluentes da margem direita
do Rio Paranaíba, dentre os quais se destacam os rios Corumbá, Meia Ponte, dos
Bois, Claro e Aporé.
Solos
No estado de Goiás os principais solos são: Argissolo,
Cambissolo,
Chernossolo, Gleissolo, Latossolo, Neossolo, Nitossolo,
Organossolo, Planossolo, e Plintossolo, sendo o Latossolo o grupo predominante.
Possuem fertilidade natural variável de baixa a alta, dependendo do tipo de
relevo predominante e da rocha geradora do solo. Os Latossolos Vermelhos
predominam no sudoeste, ocupando 42,8% do estado. Apesar da baixa fertilidade,
o relevo, as baixas declividades e a grande espessura desse
solo favorecem a agricultura mecanizada. Outros 9,1% são
ocupados por Latossolos Amarelo e Vermelho-Amarelo, em áreas onde predominam
pastagens plantadas.
Relevo
O estado é privilegiado quanto ao relevo. Geralmente, este
apresenta baixa
declividade, não impedindo a ocupação e muito menos
prejudicando ou influindo significativamente nas mudanças climáticas.
Cerca de 65% da superfície de Goiás é formada por terras
relativamente planas (chapadões), configurando 4 Superfícies Regionais de
Aplainamento: I) entre 1.100 e 1.600m de altitude; II) entre 900 e 1.000m; III)
entre 650 e 1.000m; e IV) entre 250 e 550. Encontram-se separadas uma das
outras por áreas de colinas suaves ou por escarpas de maior declividade (Zonas
de Erosão Recuante). Além disso, as superfícies mais altas são, também, as mais
antigas. Às margens dos grandes rios, Araguaia e Tocantins, predominam ligeiras
ondulações que se aplainam em grandes áreas de Cerrado bastante favoráveis à agricultura
e à pecuária. A altitude variável acima de 182m, a partir das ribanceiras dos grandes
cursos d’água, especialmente do Araguaia, permite o aproveitamento quase integral
do solo. Ao se afastar dos leitos, as elevações sobem até 1.600m, nas regiões
mais elevadas, chegando a atingir até 1.676m no ponto mais alto do estado, na
Serra do Pouso Alto, na Chapada dos Veadeiros, não havendo, portanto, cadeias
de montanhas impenetráveis. As dificuldades de ocupação e exploração econômica
também inexistem
e não chegam a interferir de maneira sensível na
distribuição das chuvas ou nas variações climáticas no restante do estado.
Clima
O tipo climático que caracteriza o estado de Goiás é o clima
tropical com
verões chuvosos e invernos secos. As temperaturas médias
anuais no ano de 2020 variaram entre média máxima mensal de 38°C nos meses de
setembro e outubro e, a média mínima mensal de 28°C aproximadamente nos meses
de maio e junho. Há duas estações climáticas bem definidas, sendo que uma delas
apresenta altos índices pluviométricos entre outubro e abril, período em que
ocorrem 95% das precipitações anuais; a outra é caracterizada por baixos
índices pluviométricos no período de (maio a setembro). A precipitação
pluviométrica acumulada média anual entre os anos de 2011 e 2019 ficou em entre
1200 a 1700 mm. Os meses de agosto,
setembro e outubro geralmente apresentam as maiores temperaturas do ar, com
médias máximas entre 34° e 38°C, enquanto as médias mínimas, em torno de
28,5°C, ocorrem nos meses de maio e junho, segundo a série histórica de 2011 a
2020.
As informações de precipitação foram adquiridas a partir dos
dados de
precipitação compilados a partir das imagens GPM IMERG
(Global recipitation
Measurement) e os dados de temperatura das imagens MODIS
(MOD11C3), ambas no período de 2011 a 2020.
Vegetação
Salvo
pequena área onde dominam formações florestais, conhecidas como
Mato
Grosso Goiano, a maior parte do território do Estado de Goiás apresenta o tipo
de vegetação escassa do Cerrado, com árvores e arbustos de galhos tortuosos,
cascas grossas, folhas cobertas por pelos e raízes muito profundas. O Cerrado
cobre em torno de 70% do território goiano.
O
Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e da América do Sul, depois da
Amazônia
e concentra 1/3 da biodiversidade nacional e 5% da flora e da fauna mundiais. A
flora do Cerrado é considerada a mais rica savana do mundo e, estima-se que
entre 4.000 a 7.000 espécies compõem esta região.
Os
solos do Cerrado do Centro-Oeste foram considerados, até o final dos anos
60,
impróprios para a agricultura. De fato, é mínima a quantidade de solos com boa fertilidade
natural. A pesquisa científica, entretanto, tornou os Latossolos – que no Centro-Oeste
ocupam 90 milhões de hectares (15 milhões em Goiás) – a área mais propícia para
as culturas de grãos, graças aos solos profundos, bem drenados e com inclinações
normalmente inferiores a 3%, o que favorece a mecanização do cultivo. A
projeção de Goiás no cenário agropecuário do Brasil se deve,
particularmente,
ao domínio tecnológico do ecossistema dos Cerrados. Com a adequada correção dos
solos e a consequente inserção dos campos de Cerrado, no processo produtivo, a
agricultura no estado deu um salto rumo ao desenvolvimento – quer pelo plantio
de culturas anuais, quer pelo plantio de pastagens.
Transporte
A infraestrutura de transportes é fundamental
para o desenvolvimento
econômico de um local ou região. No caso de Goiás
não é diferente e o estado conta com uma localização privilegiada no país. Tal
localização, centralizada no território brasileiro, favorece ao uso de modais
distintos – rodoviário, ferroviário, aeroviário, hidroviário e duto viário –
que interligam às demais regiões do Brasil. Os Mapas
de logística de transporte em Goiás e o Mapa de Aeródromos estão disponíveis no
Atlas Goiás 2021 no link: http://www.sieg.go.gov.br/maps/atlas/.
Ferroviário
Em Goiás, duas ferrovias estão em operação. O
estado dispõe de 685 km da
Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) que atende a
região sudeste do estado e o Distrito Federal. A FCA tem 7.080km de extensão e
é considerada a principal e mais eficiente eixo de conexão entre as regiões
Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Integra grandes portos como os de
Vitória-ES, Santos-SP, Angra dos Reis-RJ, Salvador-BA, e com o Porto Seco de
Anápolis-GO. É um grande corredor de importação e exportação de produtos para
Goiás como: açúcar, adubos e fertilizantes, derivados de petróleo e álcool,
produtos siderúrgicos, soja e farelo de soja, fosfato, ferro-gusa, minérios, contêineres
e carga geral (DNIT,2022 – Atlas Ferroviário DNIT). A Ferrovia Norte-Sul entre Anápolis-GO e
Palmas-TO integrará o trecho até o porto de Itaqui no Maranhão. Outro trecho da
ferrovia Norte-Sul liga Anápolis a Estrela
d’Oeste, em São Paulo. No trecho sul, há obras em andamento. Assim, essa
ferrovia
terá, em território goiano, 991 km de trilhos, os quais atravessarão as Regiões Norte, Central e o Sudoeste do estado. A expectativa é que ela mude o perfil econômico do Brasil
Central (DNIT,2022 – Atlas Ferroviário DNIT).
Aeroviário
De acordo com a Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC), o Estado de
Goiás conta com 25 aeródromos públicos, dentre
eles, 3 se configuram como aeroportos utilizados por voos domésticos
regulares e não regulares, sendo eles: Anápolis, Caldas Novas e Rio Verde. O Aeroporto de Goiânia é o único operado pela
INFRAERO e realiza voos internacionais. Nesses quatro aeroportos houve o embarque de 922.662 passageiros, o transporte de mais de 3 toneladas de
cargas e 8.297 decolagens, entre voos domésticos e internacionais. O Estado
conta ainda com 151 aeródromos privados,
segundo últimas informações da ANAC.
Hidroviário
Com 2.400 km de extensão, a Hidrovia
Tietê-Paraná tem como trecho mais
relevante o percurso entre São Simão-GO e
Pederneiras-SP, o que favorece, de forma econômica e segura, o escoamento de parte da
produção goiana de grãos. O Complexo Portuário de São Simão, localizado à
margem direita do Rio Paranaíba, no sul de Goiás, transporta madeira, carvão,
adubo e areia, mas também, grandes empresas transportam soja, farelo de soja e
milho. As mercadorias vão de São Simão até Pederneiras ou Anhembi-SP em
barcaças, nas quais os produtos seguem por modal ferroviário ou rodoviário
até o porto de Santos-SP.
Rodoviário
A condição geral das rodovias localizadas no
estado está assim distribuída:
8,1% das rodovias em ótimo estado, 27,4% bom,
41,3% regular, 16,8% ruim e 6,4% péssimo (CNT, 2021). Sobre a classificação de
alguns aspectos das rodovias, 29,1% da superfície do pavimento se encontram em
ótimas condições. Quanto à sinalização, em 27,4% das rodovias, é considerada
boa. Destaque que, nos últimos anos houve a duplicação das principais rodovias
que cortam o estado, estando algumas com obras em andamento.
ECONOMIA
Na
economia, mudanças estruturais vêm ocorrendo nas atividades produtivas
de
Goiás. A indústria, que acumulou 1,7% de crescimento no ano de 2020 foi o único
segmento dos grandes setores econômicos com crescimento.
O
alto crescimento do setor industrial ocorre por conta de alguns fatores, entre
eles
os quais se destacam: a localização privilegiada do estado no território
nacional; a produção e exploração de algumas matérias-primas, principalmente de
origem agropecuária e extrativa, juntamente com a integração da agroindústria
com a agropecuária moderna. Na agricultura, Goiás figura entre os maiores
produtores em nível nacional de soja, sorgo, milho, feijão, cana-de-açúcar e
algodão. O ótimo desempenho do setor agropecuário vem ocorrendo graças ao
processo de modernização agrícola, principalmente a partir dos anos 1980. Na
pecuária, o estado é destaque em rebanho bovino e está entre os maiores produtores
nacionais.
Ainda,
as atividades agropecuárias e minerais são destaques na produção de
commodities para
exportação, sendo que, historicamente, a maior parte das exportações goianas é
composta por produtos ligados a soja, carnes e minérios. O setor de serviços
ainda é o maior gerador de renda e empregos no estado. Nessa atividade, o
comércio tem peso relevante na economia goiana, tanto o comércio varejista como
quanto atacadista. Este último tem se beneficiado da localização estratégica de
Goiás como centro de distribuição para o resto do país, principalmente para o
Norte e Nordeste. Tudo isso contribui para que Goiás seja uma das maiores
economias entre os
estados brasileiros.
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