Quando se fala em poder, o conceito que considero que melhor se enquadra no meio político é o de Michel Focault com sua mcirofísica do Poder, que o vê como uma rede, diferente do senso comum que tem visão vertical, como algo que vem de cima. Para o historiador francês, o poder não está em uma instituição ou em uma pessoa, está em toda parte, de diversas formas e heterogêneo. Com base nesta teoria, fica mais fácil entender que o poder político a partir de Itumbiara, não está concentrado na figura do prefeito, vereadores ou deputado ou de uma determinada instituição como prefeitura, Câmara ou Assembleia. Como rede está presente e agindo com diferentes forças. Assim neste momento, ele está presente no Poder Executivo, mas que necessita da aprovação do Poder Legislativo para colocar em prática as suas ideias. O prefeito tem parte do poder que foi delegado pelos eleitores, assim como os representantes do Legislativo. É o presidente do Legislativo que dirige a pauta do que vai a votação e com a força de um grupo de sete vereadores, venceu o pleito para a mesa diretora e detém parte do poder local. Para se ter um bom acesso ao governo estadual, é preciso ter deputado com mandato. Neste ponto, entra a força política do deputado eleito Gugu Nader, principal nome da oposição local. O acesso ao governador e aos órgãos de governo é melhor com um deputado aliado, que ainda tem a força de nomeação para órgãos estaduais locais e cargos de livre nomeação na região nesses órgãos. Ainda deputado com mandato até fevereiro, Álvaro Guimarães é do grupo do prefeito Dione Araújo, e vai desempenhar um novo papel na política local após definir que espaço vai ocupar na política goiana a partir de fevereiro. Outros atores políticos que já foram prefeitos ou deputados como Chico Balla e Zé Antônio, assim como o vice-prefeito Daniel Borges e o grupo evangélico, também ainda detêm parte dos poder político que está atuando em rede. Outras instituições e segmentos como a área de comunicação e da sociedade civil também influenciam. Na área federal, também é necessário ter representantes para acessar melhor os órgãos federais e neste campo está também em aberto. Com característica de ser dinâmico, neste momento duas forças se destacam que são os grupos políticos de Dione Araújo e Gugu Nader, que deverão se enfrentar novamente em 2024, como ocorreu em 2020. Neto Karfan e seu grupo de vereadores aparecem como uma terceira força capaz de ser decisivo na próxima eleição, como foi do grupo político do médico falecido Doutor Murilo, que decidiu a eleição de 2020. Mas como diria Magalhães Pinto, “ a política é como uma nuvem. Você olha e está de um jeito. Olha de novo e já mudou”. Neste momento a nuvem está sendo formada por esta rede de poder político.
Nilson Freire - advogado
Mestre em Ciências jurídico-política pela Universidade de Coimbra
Mestre em História pela PUC GO
Especialista em política e administração tributária pela FGV
Bacharel em Direito pela UFG
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