Aderbal Lana - treinador do Itumbiara - 1977
O começo da carreira do treinador Aderbal Lana, 76 anos, foi após uma suspensão de 360 dias como jogador no campeonato goiano de 1973. Depois de iniciar a como atleta da base no Uberlândia, onde se tornou profissional, foi contratado pelo Anápolis. Em 1970, voltava da cidade goiana e quando ia cruzar o Rio Paranaíba, passou no posto de combustíveis de Modesto de Carvalho, o primeiro presidente do Itumbiara. O comércio ficava perto da divisa com Minas Gerais. Ali Aderbal foi contratado e escreveu sua história no Itumbiara, que seguiria por outros clubes goianos e seria coroada no Estado do Amazonas, até chegar a meio século de trabalho, somente como treinador neste ano de 2023.
No Gigante do Vale, foram
três temporadas como lateral esquerdo, cuja característica principal era o chute muito forte. Mudou de profissão ainda jovem aos 26 anos, quando em uma confusão no jogo que o Itumbiara participava, foi para a súmula como principal líder. Segundo Aderbal, quem teria começado a briga em campo foi o zagueiro Lima, já falecido, mas o juiz o relacionou por ser o jogador mais esquentado do Gigante. A punição foi de 360 dias.
Triste com a suspensão na carreira, o jogador recém casado até pensou em parar,
mas foi convidado pela diretoria do Itumbiara, que tinha Waterloo Araújo como
presidente e Modesto de Carvalho como patrono, para ser o técnico do Gigante nos jogos finais do campeonato de 1973 e assim seguiria também para as temporadas de 1974 e 1975. Aderbal Lana se
tornaria o treinador mais jovem a assumir a equipe e um dos que mais comandou o Gigante em várias temporadas nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Em 1985,
foi para o Estado do Amazonas, onde se tornou cidadão estadual por meio de lei
na assembleia legislativa. Até 2022, foram 16 decisões e dez títulos pelos times
amazonenses. Aderbal ainda pensa em voltar para Itumbiara, onde tem laços
familiares e paixão pelo clube que tanto defendeu, como jogador e técnico.
As histórias de Aderbal Lana
no Itumbiara na década de 1970, foram contadas pelo repórter Jayro Rodrigues na
revista Placar de 8 de julho de 1977, quando entrevistou o treinador no Estádio
JK e soube dos detalhes de sua passagem entre 1970 a 1973 como jogador e a
partir de 1974, como um dos técnicos mais jovens a assumir o tricolor. Contou Aderbal naquela ocasião, que além da boa remuneração de 12 mil cruzeiros como técnico, ainda tinha outras remunerações como o cargo
de diretor do Departamento de Esportes do município. Nas horas de folga, também dava aulas de educação física para uma turma de obesos que chegava a 50 amigos que buscava as orientações dele e que cobrava 150 cruzeiros por mês de cada um. Além de 360 dias de suspensão
como jogador em 1973, Aderbal seria punido ainda com outras duas suspensões de 180 e 110
dias, conta Jayro Rodrigues. O próprio técnico Aderbal reconhecia que era muito
agitado em campo.
O time na temporada 1974
Assim como 1970, o ano de
1974 foi praticamente de jogos o ano inteiro. O time disputou dois torneios e o
campeonato Goiano e aos poucos ia ganhando entrosamento. Naqueles tempos, os
jogadores criavam laços com a cidade e tinha orgulho de defender o nome do
município, conta Aderbal. Grande parte da equipe de 1974 jogaria por muitos
anos ainda juntos e as conquistas estavam perto de chegar. O campo de jogo
ainda era o acanhado Estádio Paranaíba, que pertencia ao Nacional e podia receber
até 3 mil torcedores, que ficavam espremidos nas arquibancadas nos dias dos jogos. Os que não
conseguiam entrar, ficavam em cima do muro e em caminhões ao redor do estádio. A paixão era grande pelo único time da cidade.
O time
Jogos do Itumbiara na
temporada
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