terça-feira, 31 de janeiro de 2023

ITUMBIARA GANHA O TITULO DE CAMPEÃO DO INTERIOR EM 1975 E REVELA O MELHOR ZAGUEIRO DE GOIÁS CHAMADO ZEZINHO FIGUEROA

 O JOVEM ZEZINHO GANHA O APELIDO DE FIGUEROA E FEZ PARTE DA DEFESA QUE FICOU SETE JOGOS SEM LEVAR GOLS NO CAMPEONATO GOIANO DE 1975


Quando chegou a Itumbiara em 1975, Zezinho completou 23 anos e tinha o passe no Barretos. Como dizia o zagueiro Lima, já falecido e que fez dupla com Zezinho Figueroa, naquele tempo a diretoria do Itumbiara ia ao interior de São Paulo com uma Kombi e voltava cheia de craques do futebol e foi assim com o jovem Zezinho, cujo passe custou 80 mil cruzeiros e dois anos depois era cedido ao Cruzeiro por 600 mil cruzeiros. Foi a primeira grande transação do tricolor em sua história e Zezinho Figueroa se transformaria em um ídolo no cruzeiro com uma carreira longa. Depois do Cruzeiro, veio a fatalidade, também em campo, com o atleta que morreu em 1986, aos 33 anos em consequência de um aneurisma cerebral, após um treino no Inter de Limeira. Depois de uma cirurgia no joelho em 18 de fevereiro de 1986, o atleta treinou de manhã e a tarde em uma brincadeira de dois toques, caiu e morreu em campo. Um dia depois, outra tragédia em um acidente de parentes que foram ao sepultamento de Zezinho Figueroa, na volta de Limeira para Belo Horizonte, sete pessoas morreram, entre elas a sogra do zagueiro e dois cunhados. A esposa que estava grávida, perdeu o filho, mas sobreviveu com a filha ainda pequena de Zezinho Figueroa, segundo reportagem do Uol em 3 de setembro de 2016, que contou toda a história.

Em campo, Zezinho Figueroa foi um dos craques que defendeu as cores do tricolor em duas temporadas e já em 2005, fez parte da melhor defesa do clube, que chegou a ficar 7 jogos sem levar gols. Naquele ano de 1975, o Gigante do Vale ficou apenas atrás do Goiás e do Goiânia e levantou pela primeira vez o título de campeão do Interior, que conseguiria ainda em outras temporadas como em 2007 e 2009. O time de 1975 contava com outros craques como os meio campistas Joãozinho e Alvair e os atacantes Fantato e Roberto Bobinha. No banco de reservas, a segunda temporada de Aderbal Lana como técnico e no gol, a segurança de Valtinho, que era titular do clube desde a primeira temporada em 1970.

 

 


 

Nome completo: José Joaquim Alves
Apelido: Zezinho Figueroa
Posição: Zagueiro-Central
Nascimento: 17/03/1952 (Colina-SP)
Falecimento: 18/02/1986 (Limeira-SP)
Período que jogou pelo Inter: em 1979
Altura: 1,78 m
Peso: 72 quilos

Curiosidades:

No Itumbiara chegou por empréstimo em 1975 e seu passe pertencia ao Barretos. O time tricolor comprou o passe por 80 mil cruzeiros e vendeu por 600 mil cruzeiros ao Cruzeiro de Belo Horizonte.
Um dos jogadores que mais atuou pelo Cruzeiro de Belo Horizonte, fez 305 partidas entre 1977 e 1983.
No Internacional chegou por empréstimo em 1979, mas não chegou a fazer nenhuma partida.

Carreira:

·          Colina Atlético-SP (categorias de base)

·         1975-76 - Barretos-SP

·         1975/1976 - Itumbiara-GO

·         1977-83 - Cruzeiro-MG

·         1979 - Internacional-RS (empréstimo)

·         1981 - Vasco da Gama-RJ (empréstimo)

·         1984-86 - Internacional de Limeira-SP

 os jogos do Itumbiara em 1975

Apesar da campanha que levou ao título da campeão do Interior, o time do Itumbiara ao fazer sua estreia no Estádio Serra Dourada, que foi inaugurado em 1975, levou a maior goleada até então em seus primeiros 100 jogos, ao ser derrotado por 6 a 1 para o Goiânia.













segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

“ACIMA DE TUDO ESTÁ O BOM NOME DE ITUMBIARA”, DIZIA ADERBAL LANA AO INICIAR A CARREIRA DE TREINADOR NO ANO DE 1974 AOS 26 ANOS DE IDADE

 

Aderbal Lana - treinador do Itumbiara - 1977

O começo da carreira do treinador Aderbal Lana, 76 anos, foi após uma suspensão de 360 dias como jogador no campeonato goiano de 1973. Depois de iniciar a como atleta da base no Uberlândia, onde se tornou profissional, foi contratado pelo Anápolis. Em 1970, voltava da cidade goiana e quando ia cruzar o Rio Paranaíba, passou no posto de combustíveis de Modesto de Carvalho, o primeiro presidente do Itumbiara. O comércio ficava perto da divisa com Minas Gerais. Ali Aderbal foi contratado e escreveu sua história no Itumbiara, que seguiria por outros clubes goianos e seria coroada no Estado do Amazonas, até chegar a meio século de trabalho, somente como treinador neste ano de 2023. 

No Gigante do Vale, foram três temporadas como lateral esquerdo, cuja característica principal era o chute muito forte. Mudou de profissão ainda jovem aos 26 anos, quando em uma confusão no jogo que o Itumbiara participava, foi para a súmula como principal líder. Segundo Aderbal, quem teria começado a briga em campo foi o zagueiro Lima, já falecido, mas o juiz o relacionou por ser o jogador mais esquentado do Gigante. A punição foi de 360 dias. Triste com a suspensão na carreira, o jogador recém casado até pensou em parar, mas foi convidado pela diretoria do Itumbiara, que tinha Waterloo Araújo como presidente e Modesto de Carvalho como patrono, para ser o técnico do Gigante nos jogos finais  do campeonato de 1973 e assim seguiria também para as temporadas de 1974 e 1975. Aderbal Lana se tornaria o treinador mais jovem a assumir a equipe e um dos que mais comandou o Gigante em várias temporadas nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Em 1985, foi para o Estado do Amazonas, onde se tornou cidadão estadual por meio de lei na assembleia legislativa. Até 2022, foram 16 decisões e dez títulos pelos times amazonenses. Aderbal ainda pensa em voltar para Itumbiara, onde tem laços familiares e paixão pelo clube que tanto defendeu, como jogador e técnico.

 

As histórias de Aderbal Lana no Itumbiara na década de 1970, foram contadas pelo repórter Jayro Rodrigues na revista Placar de 8 de julho de 1977, quando entrevistou o treinador no Estádio JK e soube dos detalhes de sua passagem entre 1970 a 1973 como jogador e a partir de 1974, como um dos técnicos mais jovens a assumir o tricolor. Contou  Aderbal naquela ocasião, que além da boa remuneração de 12 mil cruzeiros como técnico, ainda tinha outras remunerações como o cargo de diretor do Departamento de Esportes do município. Nas horas de folga, também dava aulas de educação física para uma turma de obesos que chegava a 50 amigos que buscava as orientações dele e que cobrava 150 cruzeiros por mês de cada um. Além de 360 dias de suspensão como jogador em 1973,  Aderbal seria punido ainda com outras duas suspensões de 180 e 110 dias, conta Jayro Rodrigues. O próprio técnico Aderbal reconhecia que era muito agitado em campo.

 

O time na temporada 1974

Assim como 1970, o ano de 1974 foi praticamente de jogos o ano inteiro. O time disputou dois torneios e o campeonato Goiano e aos poucos ia ganhando entrosamento. Naqueles tempos, os jogadores criavam laços com a cidade e tinha orgulho de defender o nome do município, conta Aderbal. Grande parte da equipe de 1974 jogaria por muitos anos ainda juntos e as conquistas estavam perto de chegar. O campo de jogo ainda era o acanhado Estádio Paranaíba, que pertencia ao Nacional e podia receber até 3 mil torcedores, que ficavam espremidos nas arquibancadas nos dias dos jogos. Os que não conseguiam entrar, ficavam em cima do muro e em caminhões ao redor do estádio. A paixão era grande pelo único time da cidade.

  

O time



 

Jogos do Itumbiara na temporada

 

 



domingo, 29 de janeiro de 2023

EM 1973, COM MODESTO NA PREFEITURA E WATERLOO PRESIDENTE, ITUMBIARA MUDA PARA O PARANAÍBA, REVELA BILL E VENDE POR 100 MIL CRUZEIROS PARA O VASCO DA GAMA


                        Estádio Paranaíba - Itumbiara 


Depois de ver o Goiatuba tomar a vaga do campeonato goiano em 1971 e no mesmo ano inaugurar o Estádio Divino Garcia Rosa, o Azulão do Sul seguiu na frente em 1972 com a sexta colocação e o Itumbiara em oitavo lugar. Em 1973, o Goiatuba fez a melhor campanha de times do interior com o terceiro lugar, atrás de Atlético e Goiás e o Gigante ficou só em quinto lugar. A novidade do ano, além do primeiro presidente do clube, Modesto de Carvalho ser agora prefeito de Itumbiara, o presidente do clube Waterloo Araújo era do grupo político do prefeito. Com a mudança da prefeitura e no comando do clube, também mudou a sede do time, que nos três primeiros anos, utilizou o campo do “Goiasinho” e a partir de 1973, tornou o Estádio Paranaíba de propriedade do Nacional, como novo local de mando de jogos do Tricolor do Vale. A situação do clube ainda era muito difícil e até teve que fazer uma rifa de um bezerro para ajudar nas despesas e a grande revelação do ano, foi o jogador Bill que apareceu ao mundo de futebol aos 20 anos, após prestar serviço militar em Araguari.

 

Bill, a revelação do Gigante em 1973

Mais uma vez, Jayro Rodrigues na revista placar de 4 de fevereiro de 1977, dedicou uma página ao Gigante para falar dos primeiros anos de futebol de Osvaldo Faria, que se tornaria um grande artilheiro no futebol brasileiro com títulos nos times da capital e passagens no Vasco da Gama e Internacional e também no exterior no América do México e nos Los Angeles Astecas do Estados Unidos. Conta Jayro Rodrigues e que o DI também ouviu do zagueiro Lima, já falecido e que teve convivência com Bill em 1973, que o atleta de Itumbiara era um lateral direito com muitas deficiências na marcação, pois queria sempre ficar no ataque e foi assim que se descobriu que era um grande centro avante. A mudança aconteceu em 1972, quando Bill estava prestando serviço militar em Araguari. O Itumbiara em uma final de semana que ia enfrentar o Goiatuba, precisou do atleta e ele exigiu que só viria para o jogo, se fosse para entrar de centro avante. Exigência aceita, veio e marcou o gol da vitória contra o Goiatuba. Quando concluiu o serviço militar com 20 anos, decidiu seguir a carreira no futebol e foi fazer teste no Vila Nova e no Goiás. No primeiro, o técnico disse que já tinha muitos atacantes e Bill foi tentar a sorte no Goiás. Até que deu certo, mas os salários seriam de mil cruzeiros. Sem ter onde ficar e comer até deslanchar a carreira, Bill preferiu voltar e jogar no Itumbiara ganhando 800 cruzeiros. Como centro avante do Gigante fez 5 gols na temporada de 1973, sendo o primeiro contra o Goiás no Estádio Paranaíba em 17 de junho, quando o tricolor perdeu por 2 a 1. Em seguida marcou ainda contra o Anápolis, Atlético, e Goiânia em dois jogos seguidos. Como destaque do Itumbiara em 1973, o então prefeito Modesto de Carvalho, que era torcedor do Vasco, levou Bill para o Gigante da Colina. O passe custou 100 mil cruzeiros os salários de Bill passaram para 2,5 mil cruzeiros. Não recebeu luvas e nem participação na transação, mas o salário era três vezes mais do que ganhava no Gigante. Após uma temporada no Vasco, veio para o Goiânia e com passe de 300 mil cruzeiros e salários de 6 mil cruzeiros, Desta vez recebeu a participação de 15% na negociação e também luvas, mas casado, ainda não tinha uma situação de independência financeira. Iria para o Internacional de Porto Alegre em 1977 e depois para o América do México, onde ficou mais três temporadas e ainda foi para o Los Angeles Astecas no Estados Unidos. Voltou para o Brasil e jogou por vários clubes, onde conquistou artilharia e foi campeão nos três clubes da capital, Goiânia, Atlético e Vila Nova. Jogaria ainda no Itumbiara e Goiatuba em 1988, antes de finalizar a carreira. Morreu aos 49 anos em 2002, quando fazia a travessia da BR 153 em uma bicicleta e foi atropelado por uma ambulância. Nasceu em Araguari – MG em 03 de abril de 1953 e faleceu no dia 22 de setembro de 2002. Sobre a história da rifa de 1973, contada por Jayro Rodrigues, um fazendeiro doou um bezerro e estava vendendo para ajudar o Itumbiara. Resolveram colocar o nome de Bill no Bezerro, para dar o sentido de que era muito forte, como era o centro avante do Itumbiara, e foi sucesso total. Disseram que Bill levava na brincadeira e só lamentou que não teve nenhuma participação na renda da rifa que foi total para o clube.

 

A TEMPORADA 1973



O TIME


sábado, 28 de janeiro de 2023

GIGANTE É OITAVO NO CAMPEONATO GOIANO DE 1972 E MODESTO DE CARVALHO O PRIMEIRO, NAS ESCOLHA DO PREFEITO DE ITUMBIARA – NOVOS TEMPOS DE GLÓRIA SURGEM NO HORIZONTE TRICOLOR

 POLÍTICA E FUTEBOL - ITUMBIARA NASCEU DA UNIÃO DE ARENA E MDB, NACIONAL E GOIÁS, MAS A PARTIR DAS ELEIÇÕES DE 1972, VAI TOMAR O CAMINHO COM O APOIO DE UM PREFEITO APAIXONADO PELO FUTEBOL E PELO GIGANTE DO VALE




Modesto de Carvalho, o primeiro presidente do Itumbiara e principal incentivador do clube, torna-se prefeito de Itumbiara com a vitória de 8976 votos do MDB contra 7839 da Arena. Os tempos de um time que viveu três anos de muitas dificuldades entre 1970 e 1972 vai terminar com as eleições para prefeito. O time em campo faz uma campanha razoável, fica em oitavo lugar e se mantém na primeira divisão do Campeonato Goiano. Waterloo Araújo do grupo de Modesto de Carvalho se torna o terceiro presidente do Itumbiara, também em 1972. Os resultados no campo foram assim:

 






quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

AZULÃO SURGE EM 1971 COMO MAIOR RIVAL DA HISTÓRIA DO ITUMBIARA E TOMA A VAGA DO GIGANTE NA PRIMEIRA DIVISÃO

 ITUMBIARA PERDE TORNEIO SELETIVO PARA GOIATUBA E REPESCAGEM PARA O CAMPINAS


Depois da boa campanha em seu primeiro campeonato goiano em 1970, o time do Itumbiara não conseguiu disputar a competição em 1971. Com um torneio seletivo regionalizado, o Gigante conheceu o seu maior rival da história, que foi o Goiatuba. O Azulão tirou o Tricolor no torneio seletivo, contou com um estádio municipal primeiro e também chegou primeiro ao título de campeão goiano da primeira divisão em 1992. O torneio seletivo  foi histórico e marcou o início da grande rivalidade entre os dois clubes do Sul do Estado. Os anos com final 1, seria sempre uma marca de tempos ruins, como repetiria em 1991 com o clube na segunda divisão, em 2001 que não conseguiu subir para a primeira divisão, em 2011 novamente na segunda divisão e em 2021, quando voltou a cair pela última vez como associação, para a segunda divisão.

Não foi uma campanha fácil, diz o então zagueiro Expedito (foto), que após 1974 abandonou a carreira para se tornar servidor de Furnas quando da construção da hidrelétrica de Itumbiara. O clube na época ficava em uma República no Bairro Brasília e o então futuro presidente do clube Zé Gomes da Rocha, na época com 13 anos, era o transportador de marmitas do clube que pegava as mesmas no centro e levava até onde estava os jogadores. Conta Expedito em tom de brincadeira, que as vezes, o Zé comia as misturas de algumas.

                                                    Expedito - zagueiro do Itumbiara no início da década de 1970


O torneio seletivo

Em fevereiro e março de 1971, em vez de uma segunda divisão, foi disputado um torneio seletivo regionalizado, valendo vagas para a primeira divisão do mesmo ano, que começaria em abril. O Grupo Sul foi um triangular vencido pelo Goiatuba EC (vice Itumbiara EC). O Grupo Sudoeste foi um triangular vencido pela AE Jataiense (vice São Luís FC). O Grupo Central foi uma melhor de três vencida pelo Goianésia EC (vice Campinas EC). Por falta de uma final entre eles, a lista abaixo considera os três “campeões” desse torneio.
Em abril de 1971, foi disputada uma repescagem entre Itumbiara e Campinas, que conquistou a quarta vaga.

 

Chave Sul

14.02.1971
América 1×5 Itumbiara
21.02.1971
Itumbiara 0x1 Goiatuba
28.02.1971
Goiatuba 1×0 América
07.03.1971
Itumbiara 4×0 América
14.03.1971
América 0x1 Goiatuba
21.03.1971
Goiatuba 2×2 Itumbiara

a decisão da vaga

No último jogo, em Goiatuba, no "Divinão", o Goiatuba Esporte Clube precisava apenas do empate para sagrar-se campeão. O campo estava totalmente lotado, 10.000 pagantes, porém o Itumbiara Esporte Clube marca seu primeiro gol aos 28 minutos do 2° tempo e amplia para 2x0 aos 33 minutos finais. Com este resultado seria campeão na casa do "azulão".

Neste momento, a torcida local começou a ir embora, enquanto a torcida do adversário comemorava. Porém, aos 43 minutos, através de Eduardo, o Goiatuba faz seu primeiro gol, e aos 45 minutos, através de Tino, empata em 2x2, sagrando-se campeão do Seletivo, e ganhando o direito de disputar seu primeiro CAMPEONATO GOIANO DE FUTEBOL.

 O time do Itumbiara ainda teria mais uma chance de disputar seu segundo campeonato goiano na primeira divisão por meio de uma repescagem, mas não conseguiu superar o Campinas.

Torneio Relâmpago

01.04.1971
Campinas 1×1 Itumbiara
04.04.1971
Itumbiara 1×1 Campinas (0x3 pro)

Campinas classificado para o Campeonato Goiano

Fonte: futebol de goyaz e Guillermo Rivera

Presidente em 1971





quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

O GIGANTE DO VALE EM 51 HITÓRIAS 1970/2021 - Dos tiroteios entre os arrozais e das brigas políticas de Arena e MDB, Modesto de Carvalho fez nascer o time do Itumbiara

 MODESTO DE CARVALHO UNIU A CIDADE DE ITUMBIARA EM NOME DE UM TIME DE FUTEBOL


o Itumbiara no campeonato goiano de 1970; Adilson, Expedito, Vavá, Darmem e Aderbal. Pacuzinho, Tite e Robertinho, Euripedes, Manezinho e Edson. O treinador era Odair Tito - campeão goiano pelo Crac de Catalão em 1967



Fundação: 09/03/1970
Cidade: Itumbiara/GO
Alcunha: Gigante do Vale, Tricolor da Fronteira (sic)* - o correto seria Tricolor da Divisa, pois a localização do município é um ponto de divisa entre estrados de Goias e Minas Gerais e não fronteira.
Mascote: Gigante

Campo - Estádio do "Goiasinho"



Hino de Itumbiara

Letra e música: Marcos Cabral

Gigante temível do vale,
És tu meu querido esquadrão!
Tricolor que se empenha na luta,
Moras dentro do meu coração!
Na disputa em que entras tens raça,
E fulgor com bravura aguerrida,
Tua força transpassa fronteiras,
És o orgulho que tenho na vida...
Sob aplausos de tua torcida,
Mostras garra e firmeza tão rara,
Sustentando o emblema que usas,
És leal és o meu ITUMBIARA,
És leal és o meu ITUMBIARA,
....Gol....
Tua massa também é fiel,
Pois orgulhas o povo goiano,
Destemido gigante do vale,
Destas quadras és um soberano,
Gigante temível do vale,
És tu meu querido esquadrão!
Tricolor que se empenha na luta,
Moras dentro do meu coração,
Moras dentro do meu coração.

A PRIMEIRA HISTÓRIA - Fundação do Gigante do Vale

Segundo Jayro Rodrigues, que escreveu na Revista Placar em 1977, Itumbiara nasceu de uma briga política pela disputa da Federação Goiana de Futebol em 1970. De um lado estava Baltasar de Castro, candidato a reeleição, apoiado pelo MDB e tinha como rival, Edmundo de Morais Neto, então secretário do governador Otávio Lage da Arena. Em Itumbiara, com dois clubes na época, O Nacional que tinha na cúpula adeptos da Arena apoiou Edmundo e o Goiás de Itumbiara tratou de apoiar Baltasar que saiu vitorioso por 19 a 8. Resolvida a questão da disputa das eleições na Federação, a ordem era a pacificação entre os grupos políticos e tudo começou por Itumbiara. Coube a Modesto de Carvalho, então dirigente do Nacional conduzir a união. Dizia ele na época que as rivalidades e divisões levaria ao nada e os dois clubes iriam desaparecer. De Goiânia, a Federação enviou Marco Antônio Silva Lemos e o cronista Draulas Vaz como emissários no dia 9 de março, no salão de reunião da Catedral de Santa Rita de Cássia no Centro Histórico de Itumbiara. Com presença dos dirigentes de Nacional e Goiás, além de uma grande multidão de torcedores nascia o Gigante do Vale com as cores vermelha do Nacional e o azul do Goiás, com o branco que representava a união. No centro do primeiro distintivo, as iniciais do novo clube cercado por dois ramos de arroz, que era o principal produto da economia.

Na obra de Getúlio Lima, que fez a biografia de Modesto de Carvalho, ele conta sobre aquela reunião de 9 de março que começou as 20h30 daquele dia. Ressalta que o clube nasceu abençoado, pois sua primeira reunião foi junto a Catedral de Santa Rita de Cássia. O nacional que já havia conquistado a segunda divisão duas vezes na década de 1960, havia sido rebaixado em 1969 e o Goiás não conseguia o acesso. A tristeza era geral pelo lado dos torcedores, conta Getúlio Lima, escritor, ex-vereador e membro da Academia Itumbiarense de Letras e Artes, falecido em 2022. A torcida foi chamada a participar com a opinião sobre a união, por meio de uma pesquisa da Rádio Paranaíba e disse “Sim”. Modesto de Carvalho foi o grande líder do processo de união. Era apaixonado por futebol e grande líder político. Já tinha sido vereador e vice-prefeito do município e então foi escolhido como presidente. Como sempre bem sucedido no que fez, a gestão entre 9 de março de 1970 e 9 de março de 1971, foi de êxito  e terminou o campeonato goiano da primeira divisão em sexto lugar. A diretoria foi formada tendo como primeiro vice-presidente o então vice-prefeito da Arena Zenon Borges Guimarães. Fizeram partes ainda Cariolando Martins da Silva com segundo vice-presidente, Osvaldo Antônio da Silva como  terceiro vice-presidente. O secretário Geral foi Délio Ferreira Duarte e Venscelau Domingos da Costa como primeiro Secretário. Geraldo Gonçalves Costa foi primeiro diretor social e  Jaime Rosa Soares, o segundo diretor social. Radivair Miranda Machado, eleito tesoureiro geral e Zenildo José de Oliveira, o primeiro tesoureiro. Lucas Martins dos Santos, diretor jurídico, Joaquim Rocha Filho, segundo diretor jurídico. Benevides de Almeida foi eleito diretor de relações públicas, José Avelino de Oliveira, primeiro diretor de Esportes, com Jamilo Domingos Borges, segundo diretor de Esportes. Vicente Salviano da Costa, era o diretor de patrimônio, Adolfo Teixeira de Almeida, diretor do departamento de futebol amador, com Adherbal Domingos Borges, segundo diretor do departamento amador. Os médicos do clubes eram Reginaldo Custódio Pereira, Antônio de Pádua Peppe, Alcides Cota Pacheco, Lamunier Guimarães Andrade.

O time

O primeiro jogador contratado, segundo Getúlio Lima, foi o lateral esquerdo Aderbal Lana, que passava pelo Posto Paranaíba, as margens da BR 153, que Modesto de Carvalho era proprietário. Aderbal retornava de Goiânia para sua cidade natal Uberlândia, quando parou no posto e foi contratado. Aí vieram mais o goleiro Adilson, jogadores do Nacional e Goiás como Darmen, e ainda Expedito, Vavá, Maciel Luizinho, Robertinho, Euripedes, Tite e outros. O técnico era Odair Tito.

A equipe do Itumbiara Esporte Clube, filiou-se a Federação Goiana de Futebol no dia 06 de abril de 1970.

Para comemorar o surgimento do Itumbiara E.C., foi acertado um jogo amistoso para o dia 08 de março de 1970, com a equipe da Floresta, de Uberlândia segundo time da cidade mineira na época. Ao final do jogo placar mostrava um empate de 3x3, sendo o primeiro gol da história do Itumbiara anotado por Lindomar. Neste compromisso o tricolor alinhou com a seguinte formação: Adilson, Paulo Branco, Vavá, Darmen e Aderbal, Maciel, Tite, e Luizinho, Euripedes, Lindomar e Manezinho.

Após várias partidas amistosas no preparativo para o campeonato goiano, o Itumbiara fez sua estreia na competição no dia 4/6/70, jogando em casa com o América de Morrinhos, em partida disputada no Estádio Onofre Ferreira de Cubas e após o confronto o resultado era igual, de um gol para cada lado, onde Manezinho Garrote, foi o autor do primeiro gol em partidas oficiais do Itumbiara.

Segundo dados estatísticos, os primeiros jogos do campeonato goiano em 1970 no mês de junho foram anulados, como Goiás 1 x 3 Itumbiara, Goiânia 1 x 0 Itumbiara e Inhumas 1 x 1 Itumbiara. Antes em maio daquele ano, a equipe do Itumbiara venceu em jogo amistoso o Goiás por 1 a 0.

 

O Itumbiara Esporte Clube completou em março de 2021,  51 anos de história como associação e no dia 21 de dezembro de 2021, se transformou em um clube empresa. Nos registros da CBF, a história ficou assim registrada:

 “No dia 4 de março de 1970, o Nacional Esporte Clube e o Goiás Esporte Clube reuniram-se para tratar do afastamento de ambos das atividades profissionais junto à Federação Goiana de Futebol, cedendo seus patrimônios a títulos de empréstimos à nova entidade que surgia: o Itumbiara Esporte Clube. No dia 9 de março de 1970, desportistas, sócios do Nacional e do Goiás, reuniram-se no Salão Paroquial da Catedral de Santa Rita para fundar a nova agremiação. Para comemorar o surgimento do Gigante do Vale, realizou-se um jogo amistoso no dia 18 de março de 1970 contra a equipe do Floresta de Uberlândia, com o resultado terminando em 3 a 3. O primeiro gol da equipe  foi marcado por Lindomar Martins da Silva, o "Lindomar da Pedreira".

Após várias partidas amistosas no preparativo para o campeonato goiano, o Itumbiara fez sua estreia na competição no dia 4 de junho de 1970, jogando em casa com o América de Morrinhos. O confronto terminou empatado, em 1 a 1, onde Manezinho Garrote foi o autor do primeiro gol em partidas oficiais da equipe. O Gigante do Vale se tornou campeão goiano pela primeira vez em 2008. Primeiro título da história do Itumbiara. O time de Paulo César Gusmão aproveitou da vantagem construída no jogo de ida – 1 a 0 –, e matou a final nos contra-ataques. Aplicou 3 a 0 no Goiás, no Serra Dourada. Landu e Basílio (2), marcaram.

Além das participações no Estadual, o Gigante do Vale marcou presença em competições Nacionais. A equipe de Goiás participou de todas as divisões – Série A em 1979; Série B em 1984; Série C em 2007 e 2008; Série D em 2011, 2017 e 2018 – tendo sua melhor campanha em 1984, quando terminou o Brasileiro Série B em quinto colocado. Em 2009, a equipe teve sua única participação na Copa do Brasil.

 

A equipe do Itumbiara Esporte Clube, filiou-se a Federação Goiana de Futebol no dia 06 de abril de 1970.

Para comemorar o surgimento do Itumbiara E.C., foi acertado um jogo amistoso para o dia 08 de março de 1970, com a equipe da Floresta, de Uberlândia segundo time da cidade mineira na época. Ao final do jogo placar mostrava um empate de 3x3, sendo o primeiro gol da história do Itumbiara anotado por Lindomar. Neste compromisso o tricolor alinhou com a seguinte formação: Adilson, Paulo Branco, Vavá, Darmem e Aderbal, Maciel, Tite, e Luizinho, Euripedes, Lindomar e Manezinho.




Modesto de Carvalho (primeiro a direita) - primeiro presidente 1970/1971

Modesto de Carvalho

Modesto de Carvalho e esposa dona Amélinha

Nasceu em 01/04/1933 e faleceu em 04/06/1978 com 45 anos de idade. Foi vice-prefeito na chapa de Sebastião Xavier Júnior em 1965 pelo PSD, quando tinha 32 anos. Em 1970, foi eleito vereador pelo MDB.

Entre o final da década de 50 e início da década de 60, Modesto de Carvalho esteve fora de Itumbiara, ora trabalhando no serviço de terraplanagem da construção de Brasília, ora trabalhando na obra da construção da Rodovia Belém-Brasília. Ao voltar para Itumbiara, dedicou-se a ao comércio de combustíveis, com um posto às margens da BR 153. Venceu as eleições em 1972, tornando-se prefeito em 1973 com 40 anos de idade. 

"Antes que Itumbiara peça, oferecei de mim toda a minha vontade de trabalhar por ela. Quero que minha terra veja sempre em mim um filho dedicado, consciente e responsável e pronto para servi-la. Nada mais". Modesto de Carvalho - 1972

Sobre a alcunha de Gigante do Vale, pode ter originado de sugestão na primeira reunião do clube. Por ser torcedor do Vasco da Gama, chamado de Gigante da Colina, influenciou a primeira alcunha do Itumbiara.

O “Jornal da Cidade”, periódico do município ligado ao MDB, anunciou em sua edição do dia 07/06/1978 a morte de Modesto de Carvalho:

“vítima de derrame cerebral, faleceu na manhã do último domingo, dia 4 de junho de 1978, o empresário Modesto de Carvalho, ex-prefeito de Itumbiara.

Quem é: Modesto de Carvalho é mineiro de São Gotardo, tendo nascido em 1 de abril de 1933. Novo ainda, Modesto veio para Itumbiara, em companhia de seus pais. Aqui seu pai, Floriano de Carvalho iniciou sua vida atuando no comércio e chegou a Prefeito, tendo realizado uma administração condigna.”


A primeira vez na loteria - teste 24 - novembro de 1970



JOGOS DO ITUMBIARA - CAMPEONATO GOIANO E AMISTOSOS - 1970






terça-feira, 17 de janeiro de 2023

A ACADEMIA ITUMBIARENSE DE LETRAS E ARTES - A HISTÓRIA, MEMBROS E PATRONOS

 A HISTÓRIA

ZÉ GOMES DA ROCHA, O ACADÊMICO DA CADEIRA NÚMERO 1

PATRONO CHICO XAVIER


              Casa da Cultura - Itumbiara

AILA - ACADEMIA ITUMBIARENSE DE LETRAS E ARTES - A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO

A AILA – Academia Itumbiarense de Letras e Artes, foi fundada no dia 7 de outubro de 2005 em uma reunião ocorrida na Casa da Cultura de Itumbiara. Na ocasião, um grupo de  pessoas representativas da cultura local convidou o então prefeito José Gomes da Rocha para abrir a solenidade e coordenar os trabalhos. Após uma saudação aos presentes, o então prefeito ressaltou a importância da criação da Academia que teria a missão de incentivar os talentos culturais da cidade. Para isso, colocou a administração municipal a disposição dos presentes para as etapas de implantação e consolidação da AILA, nome sugerido para a associação. O prefeito José Gomes da Rocha, colocou ainda a intenção do governo municipal  construir um espaço próprio para a Academia, que iniciaria suas atividades de forma provisória nas instalações da Casa de Cultura de Itumbiara para realização de eventos e reuniões, até que a sede própria fosse concluída.  O então desembargado Rogério Arédio Ferreira, falecido em 2021, falou em seguida e manifestou sua alegria em ver o sonho antigo realizado, pois a Academia podia contribuir muito para à cultura de Itumbiara. Na sequência daquela reunião histórica de fundação, o então presidente  da subseção da OAB em Itumbiara, hoje desembargador Nicomedes Domingos Borges, louvou a iniciativa e ressaltou a fundação da Academia como um acontecimento histórico registrado em Itumbiara. Também manifestou na reunião a educadora e consultora empresarial Sheila Paiva de Andrade, que seria eleita a primeira presidente da entidade e que acentuou a importância da iniciativa e que seria importante refletir sobre questões culturais fundamentais, como as estatísticas negativas do acesso dos brasileiros aos hábitos de leitura. Falou ainda da necessidade de estimular e reconhecer os talentos locais nas letras e artes, assim como a mudança urgente de paradigmas para inserção das pessoas em todos os níveis sociais. Ressaltou ainda na ocasião, Sheila Andrade do papel da Academia como instrumento capaz de provocar mudanças fundamentais e de tornar democrático o acesso a cultura. Ao finalizar sua participação, a educadora citou os escritores goianos José da Jota Veiga e Cora Coralina como baluartes das letras em Goiás e sugeriu o intercâmbio da AILA com demais academias goianas e no Brasil. Na reunião de fundação foram considerados fundadores, o prefeito José Gomes da Rocha, o Desembargador de Justiça Rogério Arédio Ferreira, o presidente da subseção da OAB Nicomedes Borges, a educadora Sheila Paiva Andrade,  o padre Antônio Pires Galvão, a pintora Laurita Pacheco Antonialli,  o médico Hudson Espíndola, o auditor fiscal Nilson Freire, a poetisa Lívia Carvalho e a escritora Aristeia Braga de Cubas. Na primeira Diretoria da entidade, foram eleitos a presidente Sheila Paiva Andrade, o tesoureiro Nicomedes Domingos Borges, o secretário Rogério Arédio Ferreira, a segunda secretária Lívia Carvalho. Na mesma reunião de fundação foram sorteados os números das cadeiras e coube a José Gomes da Rocha o número um. A reunião foi encerrada com um coquetel comemorativo com vários convidados e apresentações artísticas na Casa da Cultura de Itumbiara.


ACADÊMICOS

JOSÉ GOMES DA ROCHA - CADEIRA NÚMERO 1


                                                José Gomes da Rocha (in memorian) - acadêmico - cadeira 1

BIOGRAFIA DE JOSÉ GOMES DA ROCHA

Ocupante da cadeira número 1 da AILA

·         Ocupação: Agricultor e político

·         Data do Nascimento 12/04/1958

·         Data da Morte: 28/09/2016 (aos 58 anos)

 

·         Por Nilson Freire e José Gomes da Rocha Filho

·         Escritores

 

Filho de Saul Gomes Pereira, homem simples do campo, trabalhador braçal, fazedor de cercas, e Dionária Rocha, merendeira da rede de ensino público municipal e quitandeira. Nasceu em 12 de abril de 1958 em uma casa humilde na zona rural de Itumbiara, filho mais novo do segundo casamento de sua mãe. Seus pais divorciaram ainda quando jovem após já terem se mudado para a cidade e morarem na casa de número quatorze da rua Cachoeira Dourada, onde fora criado juntamente com seus três irmãos. Por lá morou, mesmo após seu casamento com Alcione Machado, até mudarem para Goiânia na década de 80.

                       

        

            Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Ermelindo Félix Miranda, prosseguindo posteriormente no Colégio Diocesano e na Escola Estadual Professor Pardal em Goiânia. Iniciou a faculdade de direito juntamente com sua esposa e amigos em 1980, na Faculdade de Direito de São Carlos (FADISC). Em 1986, ao mudar para Goiânia, transferiu para a Faculdade Anhanguera e após assumir a Câmara dos Deputados em 1989 transferiu novamente para a UNICEUB de Brasília, mas não chegou a concluir o curso.

Colegas de escola e professores contam que desde sempre Zé Gomes se envolveu com movimentos estudantis, concursos de oratória e diversas atividades como festivais de música. Após o turno dos estudos, ao chegar em casa, saia pela cidade vendendo quitandas, pamonhas feitas por sua mãe, Dionária Rocha, e também engraxava sapatos para ajudar nas despesas de casa. O menino de longos cabelos chamava atenção por onde passava. Conhecia toda a cidade por onde andava, fazia amigos facilmente e raramente chegava em casa sem vender tudo o que havia levado de casa. De carteira registrada, começou como office-boy da prefeitura no governo de Modesto de Carvalho (1973 a 1976), passando posteriormente a auxiliar de escritório da construtora Mendes Jr, até alcançar a Chefia de Gabinete do deputado federal Iran Saraiva. Paralelamente, dedicou-se à agropecuária, soube investir e administrar os bens recebidos por herança de sua esposa Alcione Machado, a qual era filha, neta e bisneta de grandes proprietários de terras da região.

Zé Gomes contava em família e para amigos mais íntimos todos os tipos de constrangimentos e preconceitos que já havia passado na rua, mas nunca com sentimento de mágoa, mas de superação e como exemplo de encorajamento.

Na política, iniciou como vereador por dois mandatos (1977 a 1988), foi deputado federal por 4 mandatos (1999 a 2002), deputado estadual por um mandato (2003 a 2004) e, posteriormente, prefeito por dois mandatos entre 2005 e 2012.

Passou por diversas filiações partidárias, sendo MDB (1976-1979); PMDB (1980-1986); PDC (1986-1989); PRN (1989-1995); PSD (1995-1999); PMDB (1999-2006), PP (2006-2010) e por fim PTB. Participou das atividades partidárias como Líder do MDB (1979); Líder do PDC (1986-1987); Presidente do PDC Jovem-GO (1986-1988); Presidente, Diretório Regional do PRN-GO (1989-1994); Coordenador da Campanha do candidato Fernando Collor à Presidência da República, PRN-GO (1989); Presidente do PSD-GO, (1998-1999); Presidente do PRN-GO; Presidente do PSD-GO. Vice-presidente do PTB.

 PATRONO

CHICO XAVIER

Por Dilva Frazão

Biblioteconomista e professora

Ocupação Médium brasileiro

Data do Nascimento 02/04/1910

Data da Morte30/06/2002 (aos 92 anos)

 

Biografia de Chico Xavier

Chico Xavier (1910-2002) foi um médium brasileiro, reconhecido como o maior psicógrafo de todos os tempos. Com 4 anos de idade já via e ouvia os espíritos e conversava com eles.

Seu primeiro livro com 256 poemas, atribuídos a poetas mortos, foi publicado em 1932. Psicografou mais de 400 livros e doava os direitos autorais para a Federação Espírita.

Infância e juventude

Chico Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, no dia 2 de abril de 1910. Filho do operário João Cândido Xavier e da lavadeira Maria João de Deus, ficou órfão de mãe quando tinha cinco anos de idade.

Seu pai se viu obrigado a entregar alguns dos seus nove filhos aos cuidados de pessoas amigas e Chico Xavier ficou aos cuidados de sua madrinha, mulher nervosa que o maltratava cruelmente.

Várias vezes, Chico ouvia sua falecida mãe dizer que enviaria um anjo para reunir toda a família. A segunda esposa de seu pai reuniu todos os seus irmãos e ainda teve mais cinco filhos.

Chico Xavier passou a ter sonhos e durante a noite se levantava agitado e conversava com os espíritos. De manhã, contava seus sonhos a sua família. O pai resolveu leva-lo ao vigário de Matozinhos que depois de ouvi-lo recomendou que o garoto não lesse mais jornais, revistas e livros. Disse-lhe que ninguém volta depois da morte.

Ao conversar com sua mãe, triste por não ser compreendido por ninguém, Chico escutou dela que precisava modificar seus pensamentos, que não deveria ser uma criança indisciplinada, para não ganhar antipatia dos outros. Deveria aprender a se calar e que, quando se lembrasse de alguma lição ou experiência recebida em sonho, que a seguisse.

Disse-lhe que ele precisava aprender a obediência para que Deus um dia lhe concedesse a confiança dos outros. Durante 7 anos consecutivos, de 1920 a 1927, ele não teve mais qualquer contato com sua mãe.

Educado na fé católica, Chico Xavier obedecia às obrigações que lhe eram indicadas pela Igreja. Se confessava, comungava, comparecia pontualmente a missa e acompanhava as procissões. Levantava cedo para começar as tarefas escolares e em seguida seguia para o serviço da fábrica onde trabalhava de três da tarde até onze da noite.

Em 1925, Chico deixou a fábrica indo trabalhar na venda do Sr. José Felizardo. As perturbações noturnas voltaram e depois de dormir, caia em transe profundo.

A primeira e única professora de Chico que descobriu sua mediunidade psicográfica foi D. Rosália, que fazia passeios campestres com os alunos e no dia seguinte deveriam levar uma redação descrevendo o passeio. As de Chico tiravam sempre o primeiro lugar.

No dia 7 de maio de 1927 uma de suas irmãs ficou doente e um casal de espíritas, reuniu-se com sua família e realizaram a primeira sessão espírita que teve lugar na casa de Chico Xavier em Pedro Leopoldo.

Na mesa, estavam dois livros, "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e o "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. Chico ouviu da mãe: "Meu filho, eis que estamos juntos novamente. Os livros à nossa frente são dois tesouros de luz. Estude-os, cumpra com seus deveres e em breve a bondade divina nos permitirá mostrar a você seus novos caminhos".

Em junho do mesmo ano, foi cogitada a fundação de um núcleo doutrinário. Em fins de 1927 o Centro Espírita Luiz Gonzaga, sediado na residência de João Cândido Xavier, que se fez presidente da instituição, já estava formado e bem frequentado.

Primeira sessão em público

Uma nova sede do Centro Espírita Luiz Gonzaga foi construída no local onde se erguia a antiga casa de Maria João de Deus, mãe de Chico Xavier. Em 8 de julho de 1927, Chico Xavier fez a primeira atuação do serviço mediúnico, em público.

Primeiro livro

Seu primeiro livro psicografado, “Parnaso de Além-Túmulo”, que reúne 256 poemas, atribuídos à poetas mortos, foi publicado em julho de 1932. Em 1950, Chico Xavier já havia psicografado mais de 50 livros.

Mudança para Uberaba

Sob a orientação dos Benfeitores Espirituais, no dia 5 de janeiro de 1959, Chico Xavier mudou-se para Uberaba, iniciando nessa mesma data as atividades mediúnicas, em reunião pública da “Comunhão Espírita Cristã”.

Nessa época, teve início a famosa peregrinação. Aos sábados, saindo da "Comunhão Espírita-Cristã", o médium visitava alguns lares carentes levando-lhes a alegria de sua presença amiga acompanhado por grande número de pessoas. A cidade de Uberaba, transformou-se num polo de atração de inúmeros visitantes das mais variadas regiões do Brasil e até mesmo do exterior.

Chico psicografou 451 livros, que reproduziam o que os espíritos lhe transmitiam. Seus livros foram traduzidos para vários países. Psicografou várias cartas de mortos para suas famílias. Os direitos autorais de seus livros publicados eram cedidos gratuitamente às editoras espíritas e desde os anos 70, Chico ajudava as pessoas necessitadas.

Chico Xavier faleceu em Uberaba, Minas Gerais, no dia 30 de junho de 2002, após sofrer uma parada cardíaca. Foi encontrado no quarto, por seu filho adotivo.

Frases de Chico Xavier

A felicidade não entra em portas trancadas.

Lembra-te: em matérias de atitudes, a vida não fornece cópias para revisão.

Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!

Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta.

Planejar a infelicidade dos outros é causar com as próprias mãos um abismo para si mesmo.

A caridade é um exercício espiritual... Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma.

Algumas obras psicografadas por Chico Xavier

·         Crônicas de Além-Túmulo (1937)

·         Emmanuel (1938)

·         Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (1938)

·         A Caminho da Luz Emmanuel (1938)

·         Há Dois Mil Anos Emmanuel (1939)

·         Cinquenta Anos Depois Emmanuel (1940)

·         O Consolador Emmanuel (1941)

·         Paulo e Estevão Emmanuel (1942)

·         Nosso Lar (1944)

·         Missionários da Luz (1945)

·         Ação e Reação (1957)

·         A Caminho da Luz (1961)

·         Companheiro Emmanuel (1977)

·         Retratos da Vida (1985)

·         Queda e Ascensão da Casa dos Benefícios (1991)

·         Escada de Luz - Diversos Espíritos (1999)