sábado, 25 de setembro de 2021

NAS BARRANCAS DE SANTA RITA DO PARANAHYBA: JOGOS DO PODER EM ITUMBIARA DE 1830 -2011

 

APRESENTAÇÃO

 

 

Com a característica de quem busca o conhecimento por fruição, Nilson Freire faz em seu livro Nas Barrancas de Santa Rita do Paranahyba: Jogos do Poder em Itumbiara de 1830 – 2011, um trabalho de resgate à história de Itumbiara e, ao mesmo tempo, um registro por meio de dados estatísticos e relatos de história oral da trajetória política e partidária da cidade mesmo antes de sua fundação até a atualidade.

Para tanto, fez-se um estudo bibliográfico das lideranças procurando atingir todos os que por aqui atuaram revelando dados importantes e, porque não dizer,  muitas vezes curiosos, que agora foram disponibilizados ao conhecimento de todos. Algumas vezes uma informação e outra se contradizem, cabendo ao leitor perceber que existem  diferentes versões para um mesmo fato, dando então a oportunidade de concordar ou não com as análises do autor ou construindo sua própria versão.

Dessa forma, sem a pretensão de fazer algo inédito, a intenção foi a de reunir, em ordem cronológica um conjunto de informações integrando história nacional, estadual e local com o objetivo de compreender a história política de Itumbiara.

Neste sentido, buscou-se por meio de antigos moradores e/ou seus descendentes, depoimentos de pessoas que conviveram com essas realidades, considerando como documento histórico entrevistas, textos, reportagens, tabelas, quadros, material iconográfico que são apresentados na íntegra ou parcialmente trazendo relatos e informações que contribuíssem para a construção do conhecimento histórico.

Assim, os capítulos, ou partes como quis o autor, foram agrupados em períodos significativos no intuito de compreender esses processos que implicam continuidades, descontinuidades e rupturas perpassando pela religiosidade, política, economia e sociedade do município.

Por fim, trata-se de um trabalho que certamente será muito útil a alunos, pesquisadores, professores, moradores, enfim, a todos que se interessem pela história de Itumbiara.

Eliane Nogueira

 

 

                                                             SUMÁRIO                                                            

 

INTRODUÇÃO..........................................................................................................

PARTE I – PORTO, ARRAIAL E FREGUESIA DE SANTA RITA: O  PODER RELIGIOSO,  1830 - 1908

1.1 – O Contexto Histórico do Período de Povoamento.............................................

1.2 – A Origem de Itumbiara nos Livros de História..................................................

1.3 –  A Entrada do Sargento Mor Antônio Eustáquio  em 1810...............................

1.4 – As Origens na Visão de um Religioso...............................................................

1.5 – A Passagem de Cunha Mattos pela Província  de Goyaz..................................

1.6 – Cronologia do Período Imperial em Santa Rita do Paranahyba.........................

1.7 – Porto de Santa Rita do Paranahyba:  Marco Zero..............................................

1.8 –  Freguesia de Santa Rita do Paranahyba..........................................................

1.9 – A Visão dos Viajantes........................................................................................

1.10 –  Povoados e Distritos das Villas de Santa Cruz e Morrinhos.........................

1.11 – Líderes  de Santa Rita no Período Imperial....................................................

1.12 –  Marcos Históricos do Período.....................................................................

 

PARTE II – SANTA RITA INDEPENDENTE: O PODER DOS CORONÉIS, 1909 - 1930

2.1 –  A Santa Rita  dos Coronéis...............................................................................

2.2  – Cronologia do Poder na Velha República em Santa Rita do Paranahyba.........

2.3 – O Sistema Político da Velha República.............................................................

2.4 – O  Poder dos Conselho Municipal e o  Intendente.............................................

2.5 – A Construção da Ponte Afonso Pena.................................................................

2.6 – A Ascensão dos Intelectuais em 1927................................................................

2.7 – A Revolução de 30 e o Fim da Política.............................................................

2.8 – Lideres de Santa Rita do Paranahyba na Velha República................................

2.9 – Marcos Históricos do Período ................................................

 

PARTE III–  SANTA RITA DAS INTERVENÇOES: O PODER  DOS INTERVENTORES, 1930 - 1946

3.1 –  Contexto  Político do Período de Vargas no Brasil.........................................

3.2 – A Política Goiana no Governo Ludovico..........................................................

3.3 – A política em Santa Rita do Paranahyba nos Tempos de intervenções.............

3.4 – Prefeitos Nomeados no Tempo dos interventores..............................................

3.5 – A Transição de Santa Rita do Paranahyba para Itumbiara.................................

3.6 – O Fim dos Grandes Líderes ..............................................................................

3.7  - Marcos Históricos do Período...........................................................................

 

PARTE IV –  ITUMBIARA URBANIZADA: O PODER  DO CAMPO E DA CIDADE, 1947 - 1964

4.1 –   Eleições em itumbiara de 1945 a 1964............................................................

4.2 –  Conjuntura  Política no Período ......................................................................

4.3 – A Política em Itumbiara.....................................................................................

4.4 –  Os Partidos Políticos Nacionais.......................................................................

4.5 – .A Voz da UDN e dos  Fazendeiros...................................................................

4.6 – As Porteiras e os Cartórios.................................................................................

4.7 – .O PSD e os Comerciantes.................................................................................

4.8 – Itumbiara da Educação e da Agricultura............................................................

4.9 – A primeira Câmara Municipal...........................................................................

4.10 – A Rodovia BR 153...........................................................................................

4.11 – Líderes do Período...........................................................................................

4.12 – Marcos Históricos do Período..........................................................................

 

PARTE V – ITUMBIARA DA ARENA E DO MDB: O  PODER MILITAR, 1964 – 1988

5.1–  Os Homens da Ditadura em Itumbiara: o Fim do Poder...................................

5.2 – Eleições Indiretas em Goiás...............................................................................

5.3 – A Criação da Diocese de Itumbiara...................................................................

5.4 – A Morte de Modesto de Carvalho .....................................................................

5.5 – Os Líderes do Período Militar em Itumbiara.....................................................

5.6 – Marcos Históricos do Período...........................................................................

 

PARTE VI – ITUMBIARA DE PORTEIRA ABERTA: O PODER DO VOTO, 1989 - 2011

6.1–  Contexto do Período da Redemocratização.......................................................

6.2 – Conjuntura Política da Nova República.............................................................

6.3 – Goiás Depois da  Abertura Política...................................................................

6.4 – Itumbiara em Tempos de Pluripartidarismo.......................................................

6.5 – Líderes do Século XXI em Itumbiara................................................................

6.6 – Marcos Históricos do Período........................................

 

PARTE VII – ITUMBIARA HOJE: O PODER DE TODOS,  2011...

7.1–  Itumbiara, a Sétima Economia de Goiás............................................................

7.2 – As Forças Políticas em 2011..............................................................................

7.3 – Fluxograma do Poder em Itumbiara...................................................................

7.4 –  Os Partidos Políticos em Itumbiara...................................................................

7.5 – Os Maiores Líderes de Itumbiara......................................................................

7.6 -  Marcos Contemporâneos .................................................................................

7.7 – Atualidade.........................................................................................................

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................

ANEXOS

ANEXO A – Mapa do Poder em Itumbiara ...............................................................

ANEXO B -  Resultado  das Eleições.........................................................................

Anexo C: Significado dos Símbolos Municipais ...............................................     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

 

 

FIGURA 1 – mal. de Armas e Dep da Província  Goyás, Mal Cunha Mattos.... ....

FIGURA 2 – Joaquim Bernardes da Costa................................................................

FIGURA 3 – O Porto de Santa Rita do Paranayba:  Marco Zero..............................

FIGURA 4 – Recebedoria de Goyaz ........................................................................

FIGURA 5 – Capela de Santa Rita de Cássia  ..........................................................

FIGURA  6 – Primeiro Conselho Municipal de Intendência – 1909.........................

FIGURA 7 - Mariana Crosara Visita o Canhão do Avô...........................................

FIGURA 8 – Bases da Ponte Afonso Pena     ..........................................................

FIGURA - 9  Padre Florentino Bermejo  .................................................................

FIGURA 10 - Ronan Rodrigues Borges – O Empreendedor ....................................

FIGURA 11 – Ponte Afonso Pena ............................................................................

FIGURA 12 – Estrada Sul Goiana ............................................................................

FIGURA 13 – Soldados na Revolução de 30 em Santa Rita do Paranahyba ............

FIGURA 14– Amélio José do Carmo – Revolução de 30  .......................................

FIGURA 15 – Amélio José do Carmo, Esposa Dona Ambrolina e filhos ................

FIGURA 16 – Chegada da Energia Elétrica .............................................................

FIGURA 17  - Clube Municipal ................................................................................

FIGURA 18 - Praça Getúlio Vargas .........................................................................

FIGURA 19 -  Praça da República  ...........................................................................

FIGURA 20 – Centro da Cidade ..............................................................................

FIGURA 21 - BR 153 no Trecho em Itumbiara ........................................................

FIGURA 22 – Traçado da BR 153 cortando o Brasil de Norte a Sul.......................

FIGURA 23 -  Ponte Ciro De Almeida ....................................................................

FIGURA 24 - A Visita de JK -1959 ..........................................................................

FIGURA 25 - Cadeia Pública  ..................................................................................

FIGURA 26 – Sede do Poder Executivo – Década de 50  ........................................

FIGURA 27 – Modesto de Carvalho em 1976 no Estádio JK .................................

FIGURA 28 – Avenida Beira Rio .............................................................................

FIGURA 29 – Primeira Indústria de Itumbiara- CAGIGO.......................................

FIGURA 30 – O Estádio JK – Modesto de Carvalho................................................

FIGURA 31 - Usina de Furnas – Governo Militar ...................................................

FIGURA 32 - Sistema de Agua – Ataíde Rodrigues Borges.....................................

FIGURA 33 - Hospital Municipal – Radivair Miranda Machado ............................

FIGURA 34 – Luiz Moura .......................................................................................

FIGURA 35 - José Gomes da Rocha ........................................................................

FIGURA 36 – Alberto Borges de Sousa ...................................................................

FIGURA 37 – Indústrias Caramuru – Alberto Borges de Sousa ..............................

FIGURA 38 – Indústrias Maeda e Cargill.................................................................

FIGURA 39 – Palácio do Governo – 12 de Outubro  -  Ze Gomes .........................

FIGURA  40– Palácio das Águas – Zé Gomes  .......................................................

FIGURA 41 – Itumbiara Esporte Clube – IEC – Campeão Goiano 2008 ...............

FIGURA 42    Arraiá de Itumbiara........................................................................

FIGURA 43- A Nova Avenida Beira Rio ................................................................

FIGURA 44 - A Nova Recebedoria .........................................................................

FIGURA 45 -  A Construção de Lagos......................................................................

FIGURA 46 – UPA 24 Horas ...................................................................................

FIGURA 47 – Show Arraia ......................................................................................

FIGURA 48 – Conjunto Norma Gibaldi ...................................................................

FIGURA 49 – Avenida Modesto de Carvalho ..........................................................

FIGURA 50 – Vila Olímpica ....................................................................................

FIGURA 51 – Nova Iluminação Av. João Paulo II ..................................................

FIGURA 52 – Escola Municipal em Meia Ponte ......................................................

FIGURA 53 – IFET – Instituto Federal de Educação................................................

FIGURA 54– ULBRA – Instituto Luterano de Ensino de Itumbiara .......................

FIGURA 55 – UEG – Universidade Estadual de Goiás - Unidade de Itumbiara......

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LISTA DE TABELAS

 

 

TABELA 1 -  Eleições Em Itumbiara Para Presidente da República  -  2002...........

TABELA 2 -  Eleições em Itumbiara para Presidente da República  -   2006...........

TABELA 3 - Eleições em Itumbiara para Presidente da República  -  2010.............

TABELA 4 - Eleições em Itumbiara para Governador –  2002 ................................

TABELA 5 - Eleições em Itumbiara para Presidente da República  -   2006 ...........

TABELA 6 - Eleições em Itumbiara para Governador    2010 ...............................

TABELA 7 - Eleições em Itumbiara para Prefeito    1996 .....................................

TABELA 8 - Resultado das Eleições para Prefeito  - 2000 ......................................

TABELA 9 - Resultado das Eleições  - 2004 ............................................................

.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                LISTA DE QUADROS       

 

 

QUADRO 1 – Governos da Província  de Goyaz no Império...................................

QUADRO 2 – Governos do Estado de Goyas na República.....................................

QUADRO 3 – Eleições Em Itumbiara a Partir de 1945 ...........................................

QUADRO  4 –   Eleições 1964 – 1994 ....................................................................

QUADRO 5: Eleições em Itumbiara – 1982..........................................................

QUADRO 6 – Bispos Diocesanos de Itumbiara ......................................................

QUADRO 7:  Eleições a Partir de 1989 ...................................................................

QUADRO 8 -   Presidentes da Câmara de Vereadores de Itumbiara........................

QUADRO 9 –.  Os Maiores Líderes de Itumbiara ...................................................

QUADRO 10:  Mapa do Poder em Itumbiara: Lideranças e Cargos ........................

QUADRO 11:  Mapa do Poder em Itumbiara: Deputados Por Itumbiara ................

QUADRO 12:  Mapa do Poder em Itumbiara: Cargos no Governo Estadual...........

QUADRO 13:  Mapa do Poder em Itumbiara: Câmara Federal ...............................

QUADRO 14:  Mapa do Poder em Itumbiara: Senado Federal ................................

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LISTA DE SIGLAS

 

 

ADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás

ARENA - Aliança Renovadora Nacional

CEVAL – Cooperativa de Eletrificação Rural do Vale do Paranaíba Ltda

CNAA  - Companhia Nacional de Açúcar e Álcool              

CPT – Cidadão, Progresso e Talento

DAFA – Faculdade de Direito de Anápolis

DEM  -  Democratas

DETRAN  – Departamento de Trânsito do Estado de Goiás

DNIT -  Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

EUA  -  Estados Unidos da América

FAEG –  Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás

FHC – Fernando Henrique Cardoso

FIPAS – Fundação de Promoção Social

IBGE -  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IFET  - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

MDB - Movimento Democrático Brasileiro

MDG- Movimento Democrático Goiano

MP – GO - Ministério Público de Goiás

OIT – ORGANIZAÇÃO Internacional do Trabalho

OSEGO – organização de Saúde do estado de Goiás

PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza

PC do B -  Partido Comunista do Brasil

PCB  - Partido Comunista Brasileiro

PCO – Partido da Causa Operária

PD – Partido Democrático

PDC Partido Democrata Cristão – PDC

PDS  - Partido Progressista Brasil

PDT - Partido Democrático Trabalhista

PFL  - Partido da Frente Liberal)

PGT -  Partido Geral Dos Trabalhadores Do Brasil

PHS - Partido Humanista da Solidariedade - f

PIB  - Produto Interno Bruto

PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro

PMN  - Partido da Mobilização Nacional -

PP  - Partido Progressista

PPS - Partido Popular Socialista

PR  -  Partido da República

PRB - Partido Republicano Brasileiro -

PRONA - Partido de Reedificação da Ordem Nacional

PRP – Partido Republicano Paulista

PRP - Partido Republicano Progressista

PRTB - Partido Renovador Trabalhista Brasileiro

PSB  - Partido Socialista Brasileiro

PSC - Partido Social Cristão

PSD -  Partido Social Democrático

PSDB  - Partido da Social-Democracia Brasileira

PSDC - Partido Social Democrata Cristão

PSL - Partido Social Liberal -

PSOL  - Partido Socialismo e Liberdade

PSP - Partido Social Progressista  

PSR -  Partido Socialista Revolucionário

PSTU   - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

PT  - Partido dos Trabalhadores 

PT do B - Partido Trabalhista do Brasil -

PTB – Partido Trabalhista Brasileiro

PTB  - Partido Trabalhista Brasileiro

PTC - Partido Trabalhista Cristão

PTN - Partido Trabalhista Nacional

PTR - Partido Trabalhista Renovador

PV - Partido Verde

SANEAGO – Saneamento de Goiás SA

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SEPLAN – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás

SESC - Serviço Social do Comércio

TCM -  Tribunal de Contas do Município

TRE – Tribunal Regional Eleitoral

TRT – Tribunal Regional do Trabalho

TSE –  Tribunal Superior Eleitoral

UBRABIO – União Brasileira do Biodiesel

UDN – União Democrática Nacional,

UEG  -Universidade Estadual de Goiás

UFU  - Universidade Federal de Uberlândia

ULBRA – Universidade Luterana do Brasil

UPA  - Unidades de Pronto Atendimento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇAO

 

 

O papel do historiador é chegar sempre mais perto da verdade dos fatos passados buscando através de suas observações e estudos investigar outras fontes disponíveis fazendo re(interpretações) do passado, questionamentos e chegando também a outras respostas.                   

Partindo do conceito de que a História é o estudo das ações humanas no passado e no presente tem-se aqui uma viagem no tempo com vários pontos de vistas, narrativas e testemunhos, que busca compreender e conhecer a trajetória política de Itumbiara sem a pretensão de ser uma verdade pronta e acabada pois a história “é objeto de uma construção cujo lugar não é o tempo homogêneo e vazio, mas um tempo saturado de agoras[1]

O avanço historiográfico só é alcançado quando passamos a duvidar da verdade estabelecida e não dar crédito em tudo que se diz história considerando a crítica como método histórico[2], assim o estímulo ao senso crítico constitui uma ferramenta de construção do conhecimento histórico dando ao leitor condições de fazer sua própria análise sobre os mesmos. 

Novos pesquisadores virão e novas verdades serão (re)descobertas num processo dialético em que as informações cruzam-se, moldam-se, adaptam-se, chocam-se para por fim superarem-se diante de novos contextos. Foi assim com a história do mundo, é assim com a história do Brasil e não será diferente com a história de Itumbiara.

Quando se ouve falar sobre a história de Itumbiara, vem logo a resposta pronta que foi  fundada por Marechal Cunha Mattos em 1824 e que seu nome significa “caminho da cachoeira”, todavia, documentos que Poderiam comprovar esse fato como verdade, são inexistentes.  De repente, pode ser que Cunha Mattos nunca tenha passado por aqui e que na língua tupi-guarani, para ser caminho da cachoeira, Itumbiara deveria chamar-se “Itutape”.

Nesse sentido, essa obra pretende disponibilizar outras informações através do jogo de Poder sobre fatos políticos que ocorreram aqui nas barrancas do Paranaíba para que o leitor chegue à sua própria história de Itumbiara.

Com uma estrada nova entre Uberaba em Minas Gerais e Silvânia em Goiás, o Porto de Santa Rita do Paranahyba, a Capela de Santa Rita de Cássia, assim começa Itumbiara. Cunha Mattos “pode” ter apresentado o projeto em 1830 à Assembléia Provincial, já que foi eleito deputado provincial em 1825, exercendo o mandato a partir de 1826 e reeleito em 1830. Daí foi instalado um posto de arrecadação imperial, houve a doação de terras em 1842, a Capela de Santa Rita e muitos anos de dependência, ora de Santa Cruz, ora de Morrinhos. Isso é assunto a ser discutido na primeira parte.

Uns dizem que foi Cunha Mattos quem fundou Santa Rita do Paranahyba, mas quem doou terras foi Joaquim Bernardes da Costa, Joaquim Guardiano, e antes deles a principal doação de terras segundo um cônego que esteve por aqui entre 1905 e 1917, foi a de  João Rodrigues doada para a construção da Capela de Santa Rita. Quem foi o verdadeiro doador e fundador, fica a critério do leitor a conclusão sobre as versões da fundação.

Da mesma forma, o nome Itumbiara pode ser “cachoeira da caça” e não “caminho da cachoeira”, já que há não qualquer comprovação de estudiosos da língua tupi guarani que o topônimo Itumbiara signifique o que até então é divulgado. Uma das hipóteses seria Manoel Gabinatti, o mesmo que deu o nome à Goiatuba e não significar nada.

Nos documentos oficiais predomina a versão de que o nome Itumbiara foi dado pelo engenheiro mineiro Ignácio Paes Lemes, que junto com outro mineiro Fernando Vilela, construíram uma estrada saindo de Uberlândia até Santa Rita do Paranahyba e desta cidade até Cachoeira Dourada, dando o nome a esta estrada de Itumbiara, o mesmo que seria chamado a cidade de Santa Rita do Paranahyba.  O povo queria Ritlandia ou Jussara, foi o que ocorreu alguns anos antes através de um concurso, mas que foi ignorado pelo interventor da época.

Na minha convicção, o nome deve-se ao interventor chamado José Gomes de Lima, que veio lá das bandas de Jataí, que deu o nome de Itumbiara, de maneira unilateral, seguindo a cartilha do Presidente Getúlio Vargas, que em 1938 decretou a mudança de nomes de cidades que tinham outros iguais. Mas isso é assunto para a terceira parte, nos tempos da intervenção.

Pe. Félix mandou, Jacintho Brandão também. Cel. Sidnei Pereira de Almeida chegou ao Poder, mas perdeu para Luiz Barreto Correia Menezes Júnior. Chegaram  Sebastião Xavier e Orestes Borges Guimarães. Depois Ataíde Rodrigues Borges reinou sozinho. Modesto de Carvalho surgiu rápido e Radivair fechou um ciclo. Após a abertura política tivemos ainda Luiz Moura e agora reina Zé Gomes da Rocha.

Assim foi passando o Poder de mão em mão ou de família a família e muito pouco por escolha do povo. No voto direto, Ataíde Rodrigues Borges que passou pelos partidos UDN/ARENA/PDS foi prefeito por oito anos, ficando à frente de Dr. Luiz Moura  PDC/PSDB reinou em Itumbiara por 7 anos, 9 meses e 28 dias. Zé Gomes da Rocha do PMDB/PP, já está no Poder executivo há 6 anos, quatro meses e onze dias (11/05/2011). . Cel. Sidney Pereira de Almeida ficou muito tempo, entre 1910 e 1926 e depois da revolução entre 1932 e 1935  no Poder, mas sempre através da força dos coronéis e dos Caiados. Quando ganhou uma eleição, esta foi anulada e o médico Carlos Santos, declarado vencedor.

Dessa maneira, esse estudo está estruturado em sete partes em que demonstra a formação do cenário político de Itumbiara, assim distribuídos: na primeira parte, verifica-se um longo período em que domina o Poder religioso atuando ao lado do Império organizando e fazendo funções do Estado. Na segunda parte encontramos Santa Rita emancipada dando início aos tempos de comando da cidade pelos coronéis ligados aos Caiados no Governo do Estado. A terceira parte mostra que Santa Rita do Paranahyba ainda não é do povo e continua sob as mãos dos interventores nomeados por Pedro Ludovico. 

Em seguida, na quarta parte acontece o nascimento de Itumbiara no jogo político e a disputa pelo Poder entre homens ligados ao campo e a UDN disputando com os apoiadores de Pedro Ludovico ligados ao comércio e ao PSD. A quinta parte aborda o jogo político durante a Ditadura Militar quando os Udenistas migram para a ARENA continuando a briga partidária contra o MDB, contrário ao Regime Militar. A sexta parte traz um novo ator no jogo político, chegando aos tempos atuais do pluripartidarismo, no qual o eleitor participa ativamente da escolha dos governantes. Por fim, a última parte procura mostrar Itumbiara hoje em seus aspectos econômicos e sua representatividade no Estado de Goiás.

De Pe. Félix a Zé Gomes da Rocha, todos os jogos do Poder nas terras de Santa Rita de Cássia, do Paranaíba e de Itumbiara. Uma viagem no tempo da força da religião, dos coronéis, da ditadura e finalmente do voto.

                                            

                                            

 

 

 

 

 

PARTE I – PORTO, ARRAIAL E FREGUESIA DE SANTA RITA: O PODER RELIGIOSO, 1830 - 1908

 

 

"Ergue-se a povoação de Santa Rita de Cássia à margem direita do rio Paranahyba, estendendo as suas primeiras casas no declive da rampa que leva ao porto, onde aproam as barcas de passagem. A sua fundação é moderna; há vinte e tantos annos ahi se estabeleceram alguns mineiros exploradores, dando princípio a um arraial que foi erecto em freguezia no anno de 1850. O movimento commercial é quasi nullo; apenas alguma passagem e recovas carregadas de sal, com destino a Goyaz, tiram-na momentaneamente da atonia e estagnação que a personificam"  (TAUNAY, 1865, p 84-85).

 

O pré-jogo

 

Por volta de 1830 nasce um porto entre as Província s de Goiás e Minas Gerais. O Império implementa a fiscalização do transporte de gado e mercadorias. A Igreja Católica chega por volta de 1842, organiza a Freguesia, cumprindo o papel de administrar o que o Império não conseguia.  Chegam os posseiros e comerciantes gerando riquezas para dar início ao jogo do Poder com a emancipação que vai ocorrer oitenta anos depois. Pe. Félix Fleury Alves do Amorim e seu irmão, o professor José Fleury Alves do Amorim  se juntam a Hermenegildo Lopes, que fez fortuna em Santa Rita do Paranahyba com a Guerra do Paraguai até 1870 e o Cel. Jacintho Brandão até 1909, fazem o aquecimento do jogo de Poder que vai começar com a emancipação de Santa Rita do Paranahyba.

 

 

1.1 - O CONTEXTO HISTÓRICO DO PERÍODO DE POVOAMENTO

                

O Brasil está independente de Portugal desde 1822 e tem sua primeira Constituição promulgada em 1824.   Nesse ambiente, trava-se um embate entre as classes dominantes da sociedade política pelo controle do Poder, que desestabiliza o reinado de Dom Pedro I. Há uma disputa de correntes no governo imperial, na qual um grupo defende a Monarquia com o Poder  centralizado em detrimento de uma maior autonomia político-administrativa das Província s.

Na Província  de Goyaz, os presidentes são impostos pelo Poder central e inicialmente é governada por uma junta de governo com até sete membros, com Poder administrativo, enquanto o Poder militar era exercido através do governador das armas, na época atribuído ao Marechal de Armas Cunha Mattos (Figura 1), que chegou na região em 1823 e voltou para o Rio de Janeiro em 1825.

Caixa de Texto:  O Brasil ganhava sua primeira Constituição, outorgada ao povo brasileiro por D. Pedro I, jurada em 25 de março de 1824. Nela destacava a divisão dos Poderes políticos, através do Poder Moderador, função exclusiva do Imperador para garantir a manutenção da independência e a harmonia entre os demais Poderes políticos: o Poder Executivo, o Poder Legislativo (composto por duas Câmaras dos deputados e senadores com mandato de quatro anos) e o Poder Judicial.

Cunha Mattos foi um dos primeiros deputados imperiais, escolhido em 1825 para representar a Província de Goyaz em 1826 na Câmara dos Deputados, sendo reconduzido para um segundo mandato em 1830. Assim, nessa ocasião acredita-se que Poderia ter sugerido a construção de uma estrada nova passando pelo Porto de Santa Rita, e não em 1824, como atribuem alguns livros sobre sua autoria na fundação de Santa Rita do Paranahyba.

O Porto de Santa Rita foi implantado pelo Governo Imperial a partir de 1830 para fiscalizar e arrecadar tributos pela passagem de pessoas, animais e mercadorias na travessia do Rio Paranaíba, na divisa das Províncias de Minas Gerais e Goyaz, sendo o primeiro ponto de povoamento da região, quando presume-se que devido ao costume da época de se apoderar da terra por meio da posse, teriam chegado fazendeiros vindos principalmente de Minas Gerais e São Paulo.

Em meados de 1830, Itumbiara certamente foi habitada no início de seu povoamento por um número reduzido de pessoas formado por funcionários do império trabalhando no Porto, posseiros e escravos nas grandes fazendas da região que  constituíam a sociedade da época resumida possivelmente a um barco, canoas e alguns ranchos cobertos de capim.

Nesta época o Porto de Santa Rita do Paranahyba estava ligado à Villa de Santa Cruz, que possuía uma Câmara Municipal, composta por vereadores eleitos, com competência para captar, manter e aplicar suas rendas no governo municipal. Podemos perceber então que o Império foi a primeira força organizada por meio do Poder fiscalizatório do trânsito de mercadorias, animais e pessoas na travessia do Rio Paranaíba.  Todavia, em  1835, o governo imperial cede a concessão do Poder sobre o Porto para um civil, através do arrendamento.

No cenário nacional, manifestam-se três forças de Poder: O religioso, exercendo certas funções que o Império não conseguia, o Judicial, através das Comarcas e o político, exercido pelo governo imperial

Dessa maneira, Santa Rita do Paranahyba vai angariando bases para o estabelecimento de uma sociedade de forma organizada que começa a surgir a partir de 1840 quando acontece a doação de terras para a construção de uma capela, o que significa pela tradição portuguesa uma formação de povoado.

Era comum nesses moldes que primeiro se construísse uma capela, e ao redor dela, fosse surgindo o povoado e, presume-se que em Santa Rita do Paranahyba não foi diferente. Por isso, não se pode atribuir a origem de Itumbiara, a partir do surgimento de um Porto que foi criado para cobrança de tributos na travessia de mercadorias, animais e pessoas, e sim a partir do momento em que houve a doação de terras para a construção de uma Capela, que ocorreria a partir de 1840.

Vale destacar que de 1824 a 1840, verifica-se um vazio de Poder nas terras de Santa Rita, que se resume num Porto de Arrecadação, primeiramente com o Governo Imperial no Poder e após, através de concessão a civis. Posteriormente, a partir de 1840, a Igreja Católica chega à região, recebe uma doação de terras e começa a geração da primeira autoridade do município, que certamente foi o pároco Pe. Felix[3]. Assim, a existência formal de Santa Rita se dá quando ela se torna freguesia, e Distrito de Santa Cruz, a partir de 1842. E mais, o governo da Província de Goyaz só vai se fazer presente na região a partir de 1853, quando assume  a direção do Porto de Santa Rita.

A população da região de Santa Rita do Paranahyba na época era cerca de 750 pessoas, sendo 560 cidadãos livres, dos quais 260 homens e 290 mulheres. A população escrava era de 190, dos quais 92 homens e 98 mulheres[4].

A sociedade começa a ganhar forma. Com a Igreja presente substituindo o Estado ausente, a sociedade civil se organiza através de posseiros, escravos, comerciantes e fazendeiros como o Cel. Jacintho Brandão[5] e Hermenegildo de Moraes[6], o qual após 1870 vai para Morrinhos.

São estes três homens que vão formar a elite do Poder no Período Imperial nas terras de Santa Rita do Paranahyba: um religioso e dois homens bem sucedidos.

O período de criação do povoado coincide com a lacuna de uma legislação agrária entre os anos de 1822 e 1850, quando então foi promulgada a lei das terras[7]. É o final do ciclo mineral, da procura do ouro, surgindo a agropecuária como principal atividade econômica  formando-se os primeiros sítios e fazenda que no futuro deram origem as vilas e povoados. Foi nesse quadro que o Porto de Santa Rita do Paranahyba começa a ser povoado dentro de um cenário econômico agropecuário extensivo, voltados para o abastecimento familiar, local e regional[8].

Nesse período imperial, Santa Rita do Paranahyba não tem autonomia política, nem administrativa. A divisão territorial administrativa era composta de povoados, arraial, distrito, villas e costumeiramente coincidia com a divisão eclesiástica da Igreja Católica.

Já o judiciário dividia-se em Comarcas, estas em Termos ou Julgados, chefiados por Juízes de Fora ou Juízes Ordinários (eleitos pelo povo). Em cada Termo ou Julgado, havia uma Câmara Municipal que exercia o governo econômico e administrativo do município, julgando também pequenos delitos. Nesse sentido, Santa Cruz era em 1809, um Julgado do Sul que se transforma em Villa em 1833.

Como villa[9], arraial[10] ou freguesia[11] adquiria-se autonomia política administrativa, passando a constituir Câmara de Vereadores com direito de cobrar impostos. Recebia-se ainda um Juiz de Fora  e cadeia pública. O título de “cidade” era só honorífico.

A Província de Goyaz era dividida em municípios e estes em freguesias. Os bispados comandavam a Diocese.

O Sistema Eleitoral da época teve suas primeiras leis aprovadas em 1824 por Dom Pedro I, quando então passaram a ser escolhidos representantes para a Assembléia Geral, antigo Congresso, dividido em Câmara e Senado. Na época, o voto era obrigatório e só tinha direito homens com mais de 25 anos e renda anual pré-determinada. O processo eleitoral era dividido em quatro etapas:

1 – Cidadãos livres escolhiam os compromissários;

2 – Os compromissários elegiam os eleitores de Paróquia;

3 – Os eleitores de Paróquia elegiam os representantes da Comarca;

4 – Os representantes das Comarcas apontavam os deputados.

São  formados dois partidos durante o período imperial: o Partido Conservador e  o Liberal. Entretanto, em Santa Rita do Paranahyba não há como falar ainda em disputas políticas e formação de partidos nesse período.

 

POSSE

PRESIDENTE

POSSE

PRESIDENTE

13-12-1824

Caetano Maria Lopes Gama

27-04-1865

Augusto Ferreira França

23-10-1827

Brigadeiro Miguel Lino de Moraes

29-04-1867

João Bonifácio Gomes Siqueira (VP)

31-12-1831

Cel. José Rodrigues Jardim

11-10-1868

Ernesto Augusto Pereira

20-03-1837

Pe. Luís Gonzaga de Camargo Fleury

06-10-1870

João Bonifácio Gomes Siqueira (VP)

04-09-1839

D. José de Assis Mascarenhas

25-04-1871

Antero Cicero de Assis

14-10-1845

Joaquim Inácio Ramalho

22-07-1878

Luís Augusto Crespo

11-06-1849

Eduardo Olímpio Machado

18-03-1879

Aristides de Sousa Spinola

11-06-1850

Antônio Joaquim da Silva Gomes

01-02-1881

Joaquim de Almeida Leite Morais

20-12-1852

Francisco Mariani

20-06-1882

Cornélio Pereira de Magalhães

08-05-1854

Antônio Cândido da Cruz Machado

22-02-1883

Antônio Gomes Pereira Júnior

28-09-1855

Antônio Augusto Pereira da Cunha

06-02-1884

Camilo Augusto Maria de Brito

08-10-1857

Francisco Januário da Gama Cerqueira

01-11-1884

José Acióli de Brito

01-05-1860

Antônio Manuel de Aragão e Melo

06-01-1886

Guilherme Francisco da Cruz

22-04-1861

José Martins Pereira de Alencastre

13-08-1886

Luís Silvério Alves Cruz

26-06-1862

Caetano Alves de Sousa Figueiras

20-10-1887

Fulgênio Firmino Simões

08-01-1863

José Vieira Couto de Magalhães

06-03-1889

Elisio Firmo Martins

05-04-1864

João Bonifácio Gomes de Siqueira (VP)

03-07-1889

Eduardo Augusto Montandon

QUADRO 1 – Governos da Província de Goyaz no Império

Fonte: Enciclopédia Britânica Brasileira

 

 

1.2 – A ORIGEM DE ITUMBIARA NOS LIVROS DE HISTÓRIA

 

Em qualquer pesquisa histórica que se faça nos dias atuais sobre a origem de Itumbiara, encontramos de que tudo começou em um Porto no Rio Paranaíba e sua fundação é atribuída ao gen. Cunha Mattos, como se observa no resumo apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE disponível na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros[12]: 

 

Por volta de 1824, a iniciativa do General Cunha Matos fez construir uma estrada, ligando a localidade goiana denominada Anhanguera à cidade mineira de Uberaba. Os pontos iniciais e terminais da referida estada forçaram a sua passagem no rio Paranaíba, divisa dos Estados de Minas Gerais e Goiás, nas proximidades do local em que hoje está instalada a sede do município. Essa passagem se construiu num porto e, no local, o Governo Estadual de então, fez instalar um posto de arrecadação de rendas. Tratando-se de travessia interestadual, era forçoso o trânsito naquele ponto. Esse fato auxiliado pela fertilidade das terras da região, facilitando enormemente a agricultura e a criação de gado, contribui para que, aos poucos, surgisse ali uma pequena povoação. Formado esse rudimentar núcleo urbano, os seus moradores erigiram uma capela e elegeram-lhe padroeira Santa Rita. Posteriormente em homenagem à sua Santa, o lugarejo recebeu a denominação de Porto de Santa Rita. Foi à categoria de distrito de Santa Rita do Paranahyba em 21-08-1852, pela resolução provincial nº 18. O Engenheiro Inácio Pais Lemes, construtor da estrada “Itumbiara”, de Santa Rita do Paranahyba a Cachoeira Dourada, a 40 quilômetros da cidade, lançou a idéia de dar-se ao município o nome da estrada que, em tupi-guarani, significa “Caminho da Cachoeira”, sugestão aprovada pelo Governo de Goiás.

Formação Administrativa: Distrito criado com a denominação de Santa Rita do Paranahyba, pela lei provincial nº 18, de 02-08-1852. Elevado à categoria de vila com a denominação de Santa Rita do Paranahyba, pela lei estadual nº 349, de 16-07-1909, desmembrado de Morrinhos. Sede no antigo distrito de Santa Rita do Paranahyba. Constituído de 2 distritos: Santa Rita do Paranahyba e Bananeiras, todos desmembrados do município de Santa Rita do Paranahyba. Instalado em 12-10-1909. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila é constituído de 2  distritos: Santa Rita do Paranahyba e Bananeiras. Pela lei municipal nº 79, de 30-06-1914, é criado o distrito de Buriti Alegre ex-povoado e anexado ao município de Santa Rita do Paranahyba. Elevado à condição de cidade com a denominação de Santa Rita do Paranahyba, pela lei estadual nº 518, de 27-07-1915. Pela lei estadual nº 631, de 12-06-1919, o distrito de Bananeiras deixa de pertencer ao município de Santa Rita do Paranahyba para ser anexado ao município de Morrinhos. Pela lei estadual nº 654, de 24-06-1920, desmembra do município de Santa Rita do Paranahyba o distrito de Buriti Alegre. Elevado à categoria de município. No quadro do recenseamento geral 1-IX-1920, o município é constituído do distrito sede. Pelo decreto nº 410, de 13-11-1931, é criado o distrito de Divinópolis e anexado ao município de Santa Rita do Paranahyba. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Santa Rita do Paranahyba e Divinópolis. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo decreto-lei estadual nº 8305, de 31-12-1943, o município de Santa Rita do Paranahyba passou a denominar-se Itumbiara e o distrito de Divinópolis a chamar-se Panamá.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município já denominado Itumbiara é constituído de 2 distritos: Itumbiara e Panamá ex-Divinópolis. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1950. Pela lei estadual nº 709, de 14-11-1952, desmembra do município de Itumbiara o distrito de Panamá. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela lei municipal nº 386, de 27-09-1962, é criado o distrito de Cachoeira Dourada e anexado ao município de Itumbiara. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: Itumbiara e Cachoeira Dourada.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1968.  Pela lei estadual nº 8092, de 14-05-1976, é criado o distrito de Inaciolândia e anexado ao município de Itumbiara. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 distritos: Itumbiara, Cachoeira Dourada e Inaciolândia. Pela lei estadual nº 9190, de 14-05-1982, desmembra do município de Itumbiara o distrito de Cachoeira Dourada. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 2 distritos: Itumbiara e Inaciolândia. Pela lei estadual nº 11708, de 12-04-1992, desmembra do município de Itumbiara o distrito de Inaciolândia. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Alteração toponímica municipal: Santa Rita do Paranahyba para Itumbiara foi alterado, pelo Decreto-Lei estadual nº 8303, de 31- 12-1943.

 

Caixa de Texto:

Na visão de Sidney Pereira de Almeida Neto[13], as origens de Itumbiara assim ocorreram:

 

Lá pelos idos de 1824, segundo reza a tradição, o Deputado Imperial Marechal Cunha Mattos, fez votar uma Lei, na Câmara da Corte, autorizando a abertura de uma estrada variante, que partindo da Estrada geral do Anhanguera, do povoado de Uberaba, antiga Farinha Podre, se dirigisse a Goiás, passando pelos povoados de Santa Maria e Monte Alegre, atravessando o Rio Paranaíba, onde se construiu um Porto de passagem em balsa, seguindo a dita estrada variante pela Província  de Goyas, até Alcançar a Estrada Geral em Bomfim, hoje, Silvânia.

Junto a esse Porto no Rio Paranaíba, formou-se um povoado. Atraídos pela fertilidade do solo, vieram em seguida  mais outras famílias e logo, tiveram a idéia de construir uma capela, sob a invocação de Santa Rita de Cássia. O pequeno povoado tomou o nome de Porto de Santa Rita, como foi conhecido até a data em que se construiu e se inaugurou a Ponte “Afonso Pena”, sobre o Rio Paranaíba.

O local foi perfeitamente escolhido entre os dois Ribeirões: Trindade e Água Suja, local plano com perfeito declive. Dois moradores do então povoado de Porto de Santa Rita, tornaram-se fazendeiros, devido posse de terras, o primeiro denominado Água Suja, de propriedade do Sr. José Bernardes da Costa, e o segundo denominado “Fazenda Trindade”, sendo proprietário o Sr. Candido de Paula. A divisa do Perímetro das duas fazendas, na época executada pelo agrimensor  Antônio Francisco Guardiano, era a Rua Paranaíba em toda sua extensão. Os dois fazendeiros doaram parte de suas terras para o Patrimônio da Igreja. O referido documento de doação encontra-se cartório 1 Ofício, com data de 17 de novembro de 1842.

Por ato do Governo Provincial, sob o n 18, com data de 02 de agosto de 1841, foi criado o Distrito e Freguesia de Santa Rita do Paranahyba, pertencente ao município de Morrinhos, também por Resolução Provincial elevada a Paróquia pelo Bispo de Goiás, Dom Prudêncio.

 

 

 

1.3 – A Entrada do Sargento Antônio Eustáquio nas Terras de Santa Rita em 1810

 

 O Sargento Mor Antônio Eustáquio da Silva de Oliveira foi um dos primeiros líderes a visitar a região onde nasceria as terras de Santa Rita do Paranahyba, quando em julho de 1810, acompanhado por algumas pessoas, em seus cavalos saíram para desvendar o sertão da Farinha Podre.[14]

Verifica-se no trabalho de Rodrigues sobre a história do Triangulo Mineiro[15] que essa região conhecida por Sertão da Farinha Podre pertenceu a Província  de Goyaz até 1816 e que as futuras terras de Santa Rita teriam sido visitadas bem antes de 1824, como se vê na narrativa abaixo:

 

“... Em 1807, divulgaram a notícia que os índios Caiapós haviam abandonado a região em demanda a Goiás e Mato Grosso. Nesse mesmo ano transferiu-se para o Desemboque o Sargento Mor Antônio Eustáquio da Silva de Oliveira trazendo consigo parentes e colonos. Era Essenatural de Casa Branca (Glaura), próximo de Ouro Preto. Em 27 de outubro de 1809, o Marquez João da Palma, Governador da Capitania de Goiás, nomeou o Sargento Mor Antônio Eustáquio da Silva de Oliveira comandante e regente do sertão.

Em julho de 1810, formou-se uma bandeira chefiada pelo Sargento Mor Antônio Eustáquio da Silva de Oliveira, com o objetivo de desvendar essa região, entre rios, e tomaram parte nesta expedição: Januário Luis da Silva, Jose Gonçalves Heleno, Manoel Francisco, Manuel Bernardes Ferreira e outros. Partiram do Desemboque, atravessaram as campanhas dos rios da Prata, Tijuco e Passa Três, atingindo o Rio Paranaíba nas imediações do local que mais tarde passou a denominar-se Porto de Santa Rita dos Impossíveis, depois Santa Rita do Paranahyba e por fim Itumbiara.

Cansados e com escassez de viveres e temerosos dos índios Caiapós, regressaram ao ponto de partida. No percurso foram colhendo os viveres que deixaram ocultos nas copas das árvores com previsão de regresso. Às  margens de um ribeirão, nas proximidades de Engenheiro Lisboa, antiga estação férrea de Mogiana, retiraram do esconderijo uma bruaca de couro cru contendo farinha deteriorada pelo tempo. Razão de lhe ter sido dada a denominação de Ribeirão da Farinha Podre, cujo topônimo generalizou-se por toda a região e como tal tratada pelos Poderes Públicos. Essa bandeira levou a fama para bem longe das grandezas da região. O Sertão da Farinha Podre foi denominado civil e eclesiasticamente durante meio século, pelas autoridades goianas.

Em 1812, o Major Eustáquio, nomeado curador dos índios, fez novas incursões pelo sertão da Farinha Podre, acompanhado do capelão, Padre Hermógenes Casimiro de Araújo Brunswick, natural de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, ordenado em São Paulo a 2 de setembro de 1808. O padre foi o primeiro visitante da Comarca de Novo Sul, Campanha do Prata, ou sertão do Rio da Prata e desempenhou com brilho o cargo de Deputado Provincial.

 

 

Embora não seja o objetivo desse estudo contestar a autoria da fundação dada ao Marechal Cunha Mattos em 1824, o historiador crítico deve buscar através de suas observações e seus estudos outras informações a fim de construir o conhecimento histórico, nesse sentido, buscamos apresentar outras informações pesquisando fontes diversificadas para que o leitor faça sua interpretação, aceitando ou não o que foi escrito.

 

 

1.4 – AS ORIGENS NA VISÃO DE UM RELIGIOSO

 

Uma das narrações mais ricas em detalhes foi escrita por Padre Florentino Bermejo[16], um religioso que esteve nas terras de Santa Rita do Paranahyba de 1917 até sua morte em 1965, como se vê a seguir, em texto que faz parte da obra Santa Rita do Paranahyba: origem e desenvolvimento[17] intitulado como A Cidade de Santa Rita do Paranahyba Estado de Goiás

                                                                                   

I     - A cidade de Santa Rita do Paranahyba é situada á margem direita do Rio Paranahyba que a separa do estado de Minas Gerais é banhada pelos córregos das pombas, da Trindade e da água Suja.

No ano de 1824 foi por estas paragens passou o primeiro ser humano civilizado Antônio José Leite embarcou no Rio dos Bois, perto da capital de Goyaz, descendo até a sua foz no Paranahyba, subio por Esseem viagem de exploração, tocando no local onde se acha hoje situada esta florescente cidade.

Em 1830 o deputado Cunha Mattos reresentado Goyaz na Camara Federal propôs que o governo fizesse abrir uma estrada que partindo da Farinha Podre (hoje Uberaba) em Minas, viesse em direção a Anicuns, Goyaz, atravessando o Paranaahyba entre as emborcaduras dos Rios Corumbá e Meia Ponte no ponto mais conveniente. O governo imperial mandou abrir a referida estrada  e o porto escolhido na passagem do Paranahyba, foi justamente onde se acha colocada a cidade de Santa Rita, por esta estrada transitaram forças imperiais com demanda o Theatro da Guerra do Brasil com o Paraguai (1865 a 1870).

Estabelecido se commercio de transito nesta estrada, o governo de Goyaz creou uma colectoria de rendas na passagem do Paranahyba, nomeando o respectivo funcionário.

 Dessa data começou o povoamento do local e adjacências com a vida de muitos mineiros immigrantes que aqui se estabeleceram. Em de  agosto de 1852 foi por acto do governo creado o districto e Freguezia, também conhecida com o nome de Porto do Paranahyba, si bem que prevaleceu o nome de Santa Rita do Paranahyba devido ao facto que passamos a relatar.

II   - O motivo da denominação de Santa Rita dos Impossíveis de Santa Rita de Cássia e de Santa Rita do Paranahyba.

A cidade  tem a denominação de Santa Rita dos Impossíveis, com que é conhecida Santa Rita de Cássia, ilustre heroína da Egreja Catholica porque pelo anno mais o menos de 1840 acchando-se gravemente enfermo Antônio Rodrigues, seu irmão João Rodrigues fez uma promessa a Santa Rita de Cássia, a santa dos impossíveis, de fazer uma Cappela em invocação e rogo e promover todos os meios para creaçao de uma Arraial, e sendo attendido seus votos cumpriu a promessa;  pois julgava humanamente impossível a cura obtida. Daqui vem a denominação de Santa Rita dos Impossíveis, a Santa Rita de Cássia, e  como em  diversos estados do Brasil, há várias cidades com Essenome para evitar a confusão, ficou diferenciada com o nome de Santa Rita do Paranahyba, pelo rio que banha com suas majestosas águas.

Levantada a idéia de se erigir uma cappella a Santa Rita dos Impossíveis por João Rodrigues, Esse achou logo pessoas que o coadjuvaram, entre ellas destacando-se Emanoel Garcia Velho  e Joaquim José que fizeram a primeira Cappella, sendo que em 11 de janeiro de 1842 fora doado por Joaquim Bernardes da Costa o patrimônio de terras de água suja para a dita Capella que se pretendia levantar, como se vê pelo seguinte título de doação que passo a transcrever.

III    -Título de doação do Patrimônio de água suja.

Digo, eu Joaquim Bernardes da Costa que, entre os bens de que sou senhor, e possuidor com livre e geral administração há bem assim huma sorte de terras de cultura e campos de criar da parte do Ribeirão Água Suja com a mata, em costada ao Rio Paranahyba, divisando com o patrimônio do Porto, e com a istrada que vae para a caxoeira e por esta fora até o ispigam de diviza com Adão Rodrigues e por esse abaixo até feixar o Paranahyba. Cujas sortes de terras acima dito sem constrangimentos de pessoa algua, dôo a Senhora Santa Rita para seu patrimônio segundo a Capella que se pretende levantar auxiliado pelos procuradores Adão Roiz João Roiz de Souza e André dos Santos Pimenta”

 

 

Nesse ponto está o titulo faltando um pedaço correspondente a quarta parte da lavra de papel e estando pouco legível a ultima palavra, alerta o autor “pimenta” continua no pedaço seguinte:

 

“ou clausula que duvida faça os dois expreça, pesso o rogo ás justiças do nosso soberano que de estege todo o rigor como se fosse iscritura publica, e por ser verdade mande passar a presente que só firmo em paz, e das attas abaixo assinada.

Porto do paranahyba, 11 de janeiro de 1842.

Ass.Joaqm Bernardes Costa.

Itas presentes Antônio Faustino de Castro presente Joaqm. Jose de Oliveira.

No verso da folha seguinte em que se acha escripto o titulo encontra-se a seguinte avérbico: Registro no livro de notas a fls. 23.

Santa Rita do Paranahyba, 14 de Novewmbro de 1870. Emanoel José da Costa. Escrivão e escrevi.

Este título de doação está mostrando a todos aquelles que tem olhos e não os queiram fechar á luz da verdade as seguintes coisas;

1 – A Legitimidade dos direitos da egreja sobre o patrimônio de terras da Fazenda água suja, fazendo-se notar  que o título de doação a egreja data de 1842, e só em  1857 é que aparece a primeira venda de terras na fazenda água suja pelo seu primeiro possuidor e doador do patrimônio.

2 – Vê-se claramente que já em 1842 já existia outro patrimônio do lado da Fazenda Trindade, porquanto diz o titulo acima transcripto: ‘divisando com patrimônio do porto”

3 – é de notar que entre todos os documentos apresentados pelos diversos condomínios, da fazenda água suja, o único  que era estar registrado, é do titulo de doação feito a egreja. “registrado no livro de notas a folha 23. Santa Rita do Paranahyba, 14 de novembro de 1870. Emanoel José da Costa escrivão e escrevi.

 

 

Pela narrativa encontrada no e-book[18] lançado no centenário de Itumbiara, nas palavras registradas de pe. Florentino observa-se que a cidade começa a ser povoada a partir de 1840 e não em 1824.

 

 

1.5 –  A PASSAGEM DE CUNHA MATTOS PELA PROVÍNCIA  DE GOYAZ

 

A Doutoranda em História, Neuma Brilhante Rodrigues[19], fez um estudo sobre a passagem de Cunha Mattos por Goiás no período imperial. Segundo ela, o Marechal serviu como governador de armas na Província  entre os meados de 1823 e início de 1826. Ele teria saído do Rio de Janeiro numa viagem por cerca de 2 meses chegando à cidade de Goiás em 15 de julho de 1823.

Na época, a Província de Goyaz contava com um governo civil  composto por uma junta provisória com 5 a 7 membros eleitos entre os cidadãos mais célebres por conhecimento, probidade e fidelidade à causa constitucional.  O Poder militar era exercido pelo Marechal das Armas.

Segundo Rodrigues, o modelo de Poder imposto pela Corte, enfraquecia os Poderes das Província s. É nesse cenário que Cunha Mattos toma posse como governador das armas no dia seguinte à sua chegada, tendo como local o Palácio Conde dos Arcos. O ato foi oficializado ao presidente da Junta, Álvaro José Xavier Guimarães.

 Em 23 de junho de 1823, o Marechal Raimundo José da Cunha Mattos escrevia à Secretaria de Negócios da Guerra, manifestando sua disposição para ajudar a Junta Provisória, destacando entre outras coisas: examinar minas, consertar, cobrir novas estradas, reparos de pontes e braços de rios entre outros.

O período em que o Marechal de Armas esteve na Província foi marcado por intensos atritos com o governo civil, inicialmente com a Junta que considerava o General arrogante, soberbo e prepotente e depois com o primeiro presidente da Província .

Dessa maneira, se Cunha Mattos esteve na região de Santa Rita do Paranahyba, teria sido em agosto de 1823, pois relata Rodrigues que em 25 de agosto de 1823, Cunha Mattos encontrava-se numa viagem pelo sul da Província. Ele estaria desde o início do mês inspecionando as condições das tropas, quando foi avisado pela Junta provisória, que o norte da Província , hoje estado do Tocantins, corria risco de ser invadido pelas tropas portuguesas do Maranhão, obrigando o Marechal a retornar e seguir para combater.

Diante desse fato, em 19 de setembro, o Marechal reuniu o Conselho de Guerra, composto por Sargentos-mores, Capitães e oficiais subalternos da tropa de linha e partiu no dia 20 de setembro para uma viagem de mais de 300 léguas rumo ao norte, ficando por aqueles lados por quase um ano. Os invasores portugueses foram vencidos antes da chegada de sua tropa, fato do qual  se aproveitou para escrever o itinerário de sua viagem.

As desavenças entre os governos civil e militar na Província se acentuaram, quando chegou em Goyaz em fevereiro de 1824,  a Lei de 20 de outubro de 1823, aprovada pela Assembléia Constituinte, dando nova organização a administração à Província . Pelo novo modelo, cada uma seria administrada por um presidente, com características de executor e administrador, auxiliado por um conselho provincial eletivo.

Embora conservasse a separação dos governos civil e militar, diminuiu bastante a autonomia do comandante militar em relação ao presidente da Província. Cunha Mattos tomou conhecimento desta Lei em 09 de fevereiro de 1824, quando estava na Villa de Cavalcante (Tocantins).

Assim, em setembro de 1824, a Junta Provisória  foi substituída pelo presidente da Província, Caetano Maria Lopes Gama e em fevereiro de 1825, Cunha Mattos foi eleito deputado da Assembléia Geral Legislativa do império do Brasil, e novamente escreve ao Ministro de Negócios da Guerra deixando a Província  de Goyaz em 03 de maio de 1825 substituído por Luiz da Costa Freire de Freitas. Nota-se que contava com muito prestígio e  influência junto ao Conselho Militar e o Imperador.

Posteriormente, Cunha Mattos volta à Goyaz em maio de 1826, com a patente de Brigadeiro efetivo do Exército brasileiro e Oficial da Ordem do Cruzeiro. Ainda foi reeleito deputado da Província no período de 1830 a 1833 sendo que licenciou-se para ir a Portugal de 1831 e 1833.  A partir de 1833 tomou o caminho das letras vindo a falecer na Corte do Império do Brasil em 1839, como Marechal de Campo do Exército Brasileiro.

 

 

 

 

1.6 – CRONOLOGIA DO PERÍODO IMPERIAL EM SANTA RITA DO PARANAHYBA

 

Concluiu-se pela leitura do material historiográfico sobre as origens de Itumbiara, que:

·         Em julho de 1810, as terras foram visitadas pelo Sargento Mor Antônio Eustáquio de Oliveira em viagem realizada pelo Sertão da Farinha Podre (Triangulo Mineiro);

·         Em 1824, o sertanista Antônio José Leite passou pelo Rio Paranaíba e não mencionou a existência de um Porto na região; saindo de Anicuns utilizando uma canoa e desceu pelo Rio dos Bois até a barra e subiu em direção  a nascente do Rio Paranaíba. Chegou em Cachoeira Dourada , pegou outra canoa acima da cachoeira e foi até o Rio das Velhas;

·         O Marechal de Armas Cunha Mattos, esteve visitando a região sul da Província de Goyaz em 1823, quando foi chamado para um conflito na região norte; os índios Caiapós relatam à Cunha Mattos  a viagem do sertanista Antônio Jose Leite;

·         Cunha Mattos foi eleito deputado Provincial em 1825, voltando para o Rio de Janeiro em 1826, ocasião em que Poderia ter sugerido a criação da estrada por  esse local;

·         É provável que o Porto tenha sido criado pelo governo imperial por volta de 1830 e que o projeto para a construção da estrada ligando a Estrada Geral do Anhanguera em Uberaba-MG a outra parte da Estrada em Goiás na altura de Silvânia passando em um ponto na divisa dos Estados de Goiás e Minas Gerais entre o Rio Corumbá e Meia Ponte,  tenha sido apresentado nesse ano à Câmara Provincial e a partir desta data ir se formando um povoado constituído por lavradores e criadores de gado, famílias oriundas de Minas Gerais e São Paulo;

·         Em 1832 passou pelo Porto de Santa Rita, João Crisóstomo de Oliveira com destino à Quirinópolis, cidade pela qual é considerado o fundador;

·         Em 11 de agosto de 1835 o Porto que pertencia ao governo imperial foi arrematado por Cândido Rodrigues de Paiva, morador de Aplicação da Senhora do Carmo dos Morrinhos. Pela primeira vez é citada a estrada nova pelo escrivão. O arrematante pagava ao governo imperial uma quantia anual e cobrava taxas de passagem de cargas, passageiros e animais. A partir de 1837, é possível que tenha havido uma migração maior de mineiros, que fugiam do recrutamento militar;

·         Em 1840 o fazendeiro João Rodrigues fez uma doação de terras para Santa Rita do Paranahyba, o Cônego  Theófilo José de Paiva faz o seguinte relato sobre esta doação:

 

“Tem esta Parochia a denominação de Santa Rita dos Impossíveis, porque achando-se gravemente enfermo Antônio Rodrigues; seu irmão João Rodrigues fez uma promessa a Santa Rita dos Impossíveis, de fazer uma cappela com Esseorago e promover os meios para a criação de um Arraial, seus votos atendidos, cumpriu a promessa, pois julgava humanamente impossível a cura obtida...”

 

 

·         Em 1842 ocorre a doação de terras para o patrimônio da igreja de Santa Rita de Cássia; em 11 de janeiro de 1842, Joaquim Bernardes da Costa faz a doação de terras para o patrimônio de Santa Rita do Paranahyba; nesse ano o Porto de Santa Rita é arrematado por Jacintho André. Começa a construção da primeira capela;

·         Em 1844 o Porto de Santa Rita do Paranahyba é arrematado para exploração por um triênio por Pedro Maciel da Silva;

·         Em 1848 nasce o povoado, ha uma citação pela Câmara da Villa de Santa Cruz descrevendo o povoado de Santa Rita do Porto do Rio Paranaíba e afirmando que a principal causa de fundação do povoado seria o Porto, onde vivia um grande número de gente sem polícia, que vivia da pesca e da caça, inclusive alguns criminosos.

·         Em 1849 nasce o Arraial de Santa Rita do Paranahyba;

·         Em 1853, o governo da Província  de Goyaz assume o controle do Porto de Itumbiara, tendo como comandante o Sargento Salvador Honorato da Fonseca;

·         Em 1855 o povoado de Santa Rita do Paranahyba passa a fazer parte da Villa Bella de Morrinhos; ocasião em que a povoado de Morrinhos é elevada a Villa;

·         Em 1857 é criada a Freguesia de Santa Rita do Paranahyba;

·         Em 1859, Santa Rita do Paranahyba volta a fazer parte da Villa de Santa Cruz; é suprimido a Vila Bella do Paranaíba (Morrinhos); 

·         Em 1871 volta a pertencer à Vila Bella de Morrinhos que foi recriada;

·         Passagem do Visconde de Taunay em 1865 relatando enormes terras desertas e um pequeno movimento de balsas e canoas  (cartas de campanha do Mato Grosso);

·         São relatadas enchentes no Rio Paranaíba pelo presidente da Província Antônio Joaquim Leite Moraes;

·         Em 1887 o cel. Jacintho Luiz da Silva Brandão é nomeado como escrivão encarregado da Recebedoria de Santa Rita do paranahyba e sub delegado de Polícia.

 

1.7 – PORTO DE SANTA RITA DO PARANAHYBA: MARCO ZERO

 

Segundo José Antônio Pereira,f undador de Campo Grande-MS,  a travessia do rio Paranaíba, àquela época era através de uma pequena balsa, formada por duas canoas unidas por tábuas grosseiras, com capacidade para levar 10 animais em cada viagem com duração de cerca de 40 minutos, de uma margem à outra sendo cobrada uma taxa de 700 réis por pessoa.

Chegava-se na região pelo local onde atualmente se encontram construídos o Hotel Beira Rio e o Palácio das Águas e está  assentada a ponte Afonso Pena em 1909 e  Descia-se o Rio Paranaíba numa distância rio abaixo de cerca de 2.000 m até o ponto onde hoje se dá a chegada da procissão de Nossa Senhora das Graças,  local que se instalou o Porto de Santa Rita do Paranahyba, esse local é o que se pode chamar de marco zero da fundação da cidade .

O Brasil havia se tornado independente em 1822 e o governo imperial estava se estruturando. Para Goiás, veio como Governador das Armas, Marechal Cunha Mattos. Embora nos documentos escritos por Cunha Mattos, não se verifica a localização exata da estrada que sugeriu a construção pelo governo imperial, é provável que ela tenha sido construída no início de 1830. Cunha Mattos foi eleito deputado imperial, depois de muitos atritos com o primeiro presidente da Província Caetano. Ele deve ter passado pelo Sul do Estado em 1823. Voltou ao Rio de Janeiro em 1825. Exerceu o mandado de 1826 a 1833.

 O Porto de Santa Rita do Paranahyba era inicialmente propriedade do governo imperial e foi arrematado pela primeira vez  em 1835 por Cândido Rodrigues de Paiva, como comprova documentos de Morrinhos e posteriormente em 1844 por Pedro Maciel da Silva.

Presume-se, pois não foram encontrados registros que permitam afirmar com exatidão que inicialmente o governo imperial construiu uma estrada de Uberaba à Silvânia, e i criado um porto em Santa Rita do Paranahyba por volta de 1830 o qual posteriormente foi arrematado em 1832 e 1845 vindo a ser administrado pelo Governo da Província de Goyas a partir de 1853.

 

1.8– FREGUESIA DE SANTA RITA DO PARANAHYBA

 

    A freguesia[20] foi uma forma de organização no período imperial em que o imperador atribuía à Igreja cumprir inúmeras funções em nome do Estado. Relata o pe. José Luiz em sua obra que a mesma preenchia a falta de autoridades e jurisdições civis. Com a elevação de um arraial à freguesia, a Igreja era a construção que se destacava ao centro de uma quantidade pequena de casas, com umas poucas ruas e becos completando a paisagem. É importante observar que ao alcançar o status de freguesia, o povoado já possuía uma significativa população.

E assim a Resolução n. 12 de 1849 do Presidente da Província de Goyaz cria o distrito do Arraial da Paz de Santa Rita do Paranahyba, na Freguesia de Morrinhos, município de Santa Cruz.

Dessa forma, a freguesia era utilizada pelo Estado imperial para levar adiante projetos coloniais, como controle sobre os vadios, recenseamentos, cobrança de impostos, recrutamento militar e incentivos à políticas como a miscigenação.

Nesse sentido, a primeira força que se manifesta no território onde será instalado o município de Itumbiara é a do Estado, que organiza o Porto para cobrança de impostos.

 

 

1.9 – A VISÃO DOS VIAJANTES

 

·  1810 – Sargento Mor Antônio Eustáquio: Com homens e cavalos passa pelas picadas da região até chegar ao ponto onde seria erguida Santa Rita do Paranahyba;

·  1824 – Sertanista Antônio Leite:  passa pelo Rio Paranaíba quando ainda não existia o Porto,  desceu os rios Turvo e dos Bois, entrou no Paranaíba navegando águas acima, indo depois de subir durante seis dias o rio das Velhas,ter a povoação de santa’ Anna na Província  de Minas Gerais;

·  1832 – João Crisóstomo : Vem de Ouro Preto e passa pelo Porto de Santa Rita com homens, cavalos e escravos passa pela região de Santa Rita do Paranahyba, com destino à futura cidade de Quirinópolis;

·  1865 - Alfredo d’Escragnolle Taunay:  descreve desse modo, os aspectos do povoado, em setembro de 1865:

                                                                                   

"Ergue-se a povoação de Santa Rita de Cássia á margem direita do rio Paranahyba, estendendo as suas primeiras casas no declive da rampa que leva ao porto, onde aproam as barcas de passagem. A sua fundação é moderna; há vinte e tantos annos ahi se estabeleceram alguns mineiros exploradores, dando princípio a um arraial que foi erecto em freguezia no anno de 1850. O movimento commercial é quasi nullo; apenas alguma passagem e recovas carregadas de sal, com destino a Goyaz, tiram-na momentaneamente da atonia e estagnação que a personificam." (TAUNAY, 1865, p. 84-85)[21] .

                            

·  1872     José Antônio Pereira:  em 04 de março, depois de andar por onze léguas, o fundador de Campo Grande-MS,  passou por Santa Rita do Paranahyba e descreve como era feita a travessia sobre o rio Paranaíba;

·  1881 – Antônio Joaquim Leite Moraes:  Presidente da Província de Goyaz fala da enchente do Ribeirão Trindade em  20 de janeiro 1881:

O rio esta na sua maior largura, maior do que a do Rio Grande e na sua extraordinária enchente a correnteza de suas águas é correspondente ao seu volume; dir-se-ia vertiginosa. No Porto da margem esquerda não pudemos embarcar, porque as águas o tomaram e o destruíram, e por isso tivemos de subir pela margem até outro porto improvisado de véspera[22].

                                                                                     

1.10–  POVOADOS E DISTRITOS DAS VILLAS DE  SANTA CRUZ E MORRINHOS

 

A) A Relação com a Villa de Santa Cruz

Em 1825, o julgado de Santa Cruz, hoje correspondente à região sul de Goiás, possuía cerca de 5.865 habitantes.  Vinte e poucos anos depois, quando surge o Distrito de Santa Rita do Paranahyba, vai fazer parte da Villa de Santa Cruz.

Santa Rita do Paranahyba pertenceu a Vila de Santa Cruz até 1855, passando para Vila Bela de Morrinhos entre 1855 e 1859 e retornando de 1859 a 1871.

A Câmara Municipal da Vila de Santa Cruz descreve Santa Rita do Paranahyba como um local de marginais e de poucas pessoas que viviam da caça e pesca em 1848.

 

B) A relação com Vila Bela Morrinhos

A partir de 1855, o Distrito de Santa Rita do Paranahyba deixa de fazer parte da Vila de Santa Cruz, para se tornar distrito da recém elevada Vila Bela de Morrinhos.

Em 1859, a Vila Bela do Paranaíba (Morrinhos)  perde a condição de Vila e Santa Rita do Paranahyba volta a fazer parte da Vila de Santa Cruz.

A partir de 1871 é recriado o Município de Vila Bela de Morrinhos, do qual Santa Rita do Paranahyba vai fazer parte como distrito até 1909, quando então Santa Rita do Paranahyba se emancipa.

 

1.11–  LÍDERES DE SANTA RITA DO PARANAHYBA NO PERÍODO IMPERIAL

No período Imperial, é pouco significativo o número de líderes no então Arraial de Santa Rita do Paranahyba.  Primeiramente verifica-se a figura de um religioso e após, tem-se a chegada de fazendeiros e comerciantes. O maior líder da época, Hermenegildo de Moraes, deixa o povoado em 1870 e vai fazer carreira de sucesso nos negócios e na política de Morrinhos. Tornou-se um grande líder no Estado de Goiás.

A) pe. Félix Fleury Alves do Amorim

Nasceu em Pirenópolis, em 06 de novembro de 1829. Filho de Félix Alves de Amorim e de Messias Bueno Fleury. Foi nomeado vigário em Morrinhos em 13 de maio de 1856 e mais tarde transferido para Santa Rita do Paranahyba. Vigário colado em 10 de maio de 1857, através de Carta do Império de 23 de junho de 1856. 

Com a elevação de um arraial à freguesia, a Igreja era a construção que se destacava ao centro de uma quantidade pequena de casas, com umas poucas ruas e becos completando a paisagem. É importante observar que ao alcançar o status de Freguesia, o povoado já possuía uma significativa população

Ao assumir a Freguesia, recebeu uma capelinha, iniciando a construção de uma nova igreja a partir de 1857. Em 1859 pediu ajuda financeira para concluir esse novo templo  ao presidente da Província , Dom Francisco Januário Gama Cerqueira.

A freguesia de Itumbiara transformou-se em filial de Bananeiras (atual Goiatuba)

Como homenagem pe. Félix tornou-se nome de uma rua, que vai do Ribeirão Trindade, na altura da Praça da Bandeira, até o Ribeirão Água Suja, cortando a Rua Paranaíba.

Por estar sofrendo de epilepsia, renunciou à freguesia em 02 de maio de 1883.

 

B) Jacintho Luiz da Silva Brandão

Nasceu em Curralinho, Hoje Itaberai, em 08 de outubro de 1849, filho do Padre Francisco Luiz Brandão. Era irmão por parte materna, do capitão José Manoel da Silva Caldas, grande autoridade em Itaberaí na época chegando à região de Santa Rita do Paranahyba  com 23 anos sendo que em Curralinho, ocupou o cargo de escrivão de coletoria, nomeado por ato governamental em 12 de agosto de 1870.

Foi nomeado Recebedor do Porto de Santa Rita do Paranahyba, em 14 de setembro de 1872. Transferido para a Recebedoria de Cachoeira Dourada em 11 de julho de 1877, não chegou a ser transferido, pois o ato foi declarado nulo em 11 de agosto de 1877, continuando assim a trabalhar no Porto de Santa Rita.

Transformou-se em forte líder político da região, gerando uma grande riqueza proveniente de sua fazenda e atividades comerciais. Foi recebedor do Porto, Escrivão do Porto e da Coletoria, coletor, intendente e conselheiro municipal, presidente do Conselho por várias vezes e até delegado.

 Era do Grupo dos Xavier de Almeida e atuara junto com Hermenegildo Lopes de Morais no tempo do Império em Santa Rita do Paranahyba e certamente continuou amigo, quando o genro do Líder de Morrinhos se tornou presidente de Goiás.  Quando o grupo volta ao Poder em 1914 com Miguel Rocha Lima, ele chega ao cargo de Intendente e faz oposição a Sidney Pereira de Almeida que estava iniciando o ciclo do Poder no município de Santa Rita do Paranahyba.

Jacintho Brandão foi homenageado também com o nome de uma rua, que se inicia na Rua Leopoldo de Bulhões, passa pela Praça Sebastião Xavier, cruza com a Rua Paranaíba e Termina no Ribeirão Água Suja.

 

C) Hermenegildo Lopes de Moraes

 Nasceu também em Curralinho, hoje Itaberaí, em 19 de abril de 1833, filho de André Cursino de Moraes e Maria das Virgens da Conceição. Militou na política local, adepto do Partido Liberal, casando-se em 29 de janeiro de 1869 com dona Francisca Carolina de Nazaré. Viúva de Alcebíades José da Silveira, filha de Manoel Martins Marquez e Hipólita Maria de Nazaré.

Iniciou-se no comércio, organizando tropas de burros para transporte de mercadorias. Transferiu-se para Santa Rita do Paranahyba, dedicando-se ao comércio atacadista, porém, viveu principalmente em Morrinhos, sendo nomeado primeiro suplente de juiz municipal do Termo de Morrinhos, de 1876 a 1880 e de 1884 a 1888.

Foi prestigiado também pelo governo da República, sendo nomeado vice-presidente do Estado, de 1895 a 1898, de 1898 a 1901 e de 1901 a 1905, quando faleceu.

Atuou no comércio em Santa Rita do Paranahyba, Pouso Alto, hoje Piracanjuba, e Morrinhos, comercializando pólvora, ferro. chumbo, ferramentas, sal para gado e tecidos. Além disso, foi um grande banqueiro, destacando-se no oferecimento de crédito para o governo imperial durante a Guerra do Paraguai, entre 1864 a 1870.

 

D) Santa Rita de Cássia

Santa Rita nasceu em 1381 e morreu aos 22 de maio de 1457. Estas duas datas tradicionais foram consideradas corretas pelo Papa Leão XIII quando a proclamou “Santa” em 24 de maio de 1900.

Rita, filha única de Antônio Lotti e Amata Ferri, nasceu em Roccaporena, a 5 km de Cássia, e foi batizada com o nome de Margarida (MargaRITA) em Santa Maria do Povo, também em Cássia. Seus pais eram "pacificadores de Cristo" nas lutas políticas e familiares entre os Guelfi e os Ghibelini. Deram o melhor de si mesmo na educação de Rita, ensinando-a, inclusive a ler e escrever.

Aos 16 anos Rita se casou com Paolo di Ferdinando Mancini, jovem de boas intenções, mas vingativo. Tiveram dois filhos. Com uma vida simples, rica de oração e de virtudes, toda dedicada à família, ela ajudou o marido a converter-se e a levar uma vida honesta e laboriosa. Sua existência de esposa e mãe foi abalada pelo assassinato do marido, vítima do ódio entre facções. Rita conseguiu ser coerente com sua crença religiosa perdoando plenamente todos aqueles que lhe causaram tanta dor. Os filhos, ao contrário, influenciados pelo ambiente e pelos parentes, eram inclinados à vingança. A mãe, para evitar que se destruíssem humana e espiritualmente, pediu a Deus que tirasse a vida deles, pois ela preferia vê-los mortos que manchados com sangue da vingança. Ambos, ainda jovens, viriam a falecer em conseqüência de doenças naturais.

Rita, viúva e sozinha, pacificou os ânimos e reconciliou as famílias com a força da oração e do amor; só, então, pôde entrar no mosteiro agostiniano de santa Maria Madalena, de Cássia, onde viveu por 40 anos, servindo a Deus e ao próximo com uma generosidade alegre e atenta aos dramas do seu ambiente e da Igreja do seu tempo.

Nos últimos 15 anos Santa Rita teve sobre a testa o estigma de um dos espinhos de Cristo, completando, assim, na sua carne os sofrimentos de Jesus.

Foi venerada como santa imediatamente após a sua morte, como atestam o sarcófago e o Códex miraculorum, ambos documentos de 1457-1462. Seus ossos, desde 18 de maio de 1947, repousam no santuário em uma urna de prata e cristal fabricada em 1930. Recentes exames médicos informaram que sobre a testa, à esquerda, existem traços de uma ferida óssea (osteomielite). O pé direito apresenta sinais de uma doença sofrida nos últimos anos, talvez uma inflamação no nervo ciático. Sua altura era de 1,57m. O rosto, as mãos e os pés estão mumificados, enquanto que sob o hábito da religiosa agostiniana existe, intacto, o seu esqueleto.

 

1.12 MARCOS HISTORICOS DO PERIODO

 

FIGURA 3 – Marco Zero:o Porto de Santa Rita do Paranahyba

Fonte: Autor e data: Desconhecidos

 

FIGURA 4 – Recebedoria de Goyaz

Fonte: Autor e data: Desconhecidos

                                            

FIGURA 5 – Capela de Santa Rita de Cássia[23] 

Fonte: Autor e data: Desconhecidos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE II – SANTA RITA INDEPENDENTE: O PODER DOS CORONÉIS, 1909 - 1930

 

   

“[..]. só se conseguem coisas para o município quando se tem favores da máquina central do Estado ou da União – mas para consegui-los é preciso que o coronel apóie o governo. O município fraco precisa do coronel, e o coronel precisa do governo, e, enquanto precisar, apoiará o partido governante. Por isso não é conveniente, na lógica dos Poderes que controlam o governo, ter localidades fortes e autônomas”.

                                                                                                    Antônio Octávio Cintra

 

 

O Primeiro Jogo do Poder:  Coronéis X Intelectuais

 

O Coronel Jacintho Brandão chegou primeiro. Era da turma do líder estadual Hermenegildo Lopes, que estava em Morrinhos. Conseguiu ser o primeiro presidente do Conselho Municipal de Intendência, e mais tarde intendente, mas foi logo perdendo Poder para o Coronel Sidney Pereira de Almeida que chegou depois. O cel. Sidney Pereira de Almeida, aliado dos Caiados e dos Bulhões, reinou soberano nas terras de Santa Rita até 1927, ora com seus amigos como Adelino Lopes, ora com seu pai Major Militão e até com seu irmão Rui Pereira de Almeida, até que alguns intelectuais, liderados pelo engenheiro paulista formado nos Estados Unidos, Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior, toma-lhe o Poder. É também aliado aos Caiados até a Revolução de 30. A receita do vencedor: comerciante, com seu exército particular dando a força e a aliança fundamental com o governador de Goiás, para garantir sua nomeação e o controle político do Município.

 

 

2.1 –  A SANTA RITA DOS CORONÉIS

 

Santa Rita do Paranahyba nasce como cidade dentro de uma conjuntura em que se impera a política do coronelismo[24]. Nesse sentido, a política de Goiás é comandada pelos Bulhões liderados por José Leopoldo de Bulhões Jardim no período de 1870 até 1900.

O Brasil República tem como governantes iniciais os militares Marechal Deodoro de 1889 a 1891, sucedido pelo vice-presidente Floriano Peixoto. Em 1894 é eleito pelo Partido Republicano Federal Prudente de Morais com mandato até 1898. Campos Sales assume a presidência pelo Partido Republicano Paulista em 1898 e governa até 1902. Rodrigues Alves também pelo Partido Republicano Paulista é presidente do Brasil de 1902 a 1906. O mineiro Afonso Pena vai governar o País de 1906 a 14 de junho de 1909, eleito pelo Partido Republicano Mineiro. Nilo Peçanha do Partido Republicano Fluminense assume o governo em 14 de junho de 1909 e encerra em  15 de novembro de 1910.

É sob seu governo que se emancipa Santa Rita do Paranahyba. Hermes da Fonseca do Partido Repúblicano Conservador governa até 1914, sendo substituído por Venscel.au Brás, vice-presidente eleito pelo Partido Conservador Mineiro até 1918. Delfin Moreira governa o Brasil até 1919 pelo Partido Republicano Mineiro. Epitácio Pessoa, também do Partido Republicano Mineiro é o presidente do Brasil de 1919 a 1922. Esse partido continua governando o País, através de Arthur Bernardes até 1926. Washington Luiz pelo Partido Republicano Paulista é o ultimo presidente do Período.

Leopoldo de Bulhões foi o primeiro presidente de Goiás eleito no Período Republicano, mas não aceitou o cargo, ficando em seu lugar seu vice Antônio Jose Caiado, que governou até 1893. Seu Poder vai até 1901, quando elege Jose Xavier de Almeida, que vai romper em 1904 com a Família Bulhões.

José Xavier de Almeida nasceu na cidade de Goiás em 1871, cursou direito na Faculdade do Lago de São Francisco em São Paulo. Com 30 anos foi eleito presidente do Estado de Goiás governando de 12/08/1901 a 14/07/1905 intercalando o Poder dos Bulhões e Caiados em Goiás e antes de assumir o cargo, casou-se com a filha do líder político do sul goiano cel. Hermenegildo Lopes de Moraes, Amélia Augusta de Moraes, quebrando uma expectativa dos Bulhões de vê-lo entrar para sua família através dos laços matrimoniais.

 Rompeu definitivamente com os Bulhões em 1904 e recebeu apoio de importantes políticos da época. Elegeu a bancada estadual em 1904 e a presidência do Estado em 1905. Leopoldo de Bulhões era, então, Ministro da Fazenda do governo Rodrigues Alves, e lutou para ver seus candidatos reconhecidos para o Congresso da República. Desencadeou-se uma crise  na qual os Poderes Legislativo e Executivo foram duplicados, houve , inclusive, pedido de intervenção federal, embora não tenha sido acatado. O grupo xavierista saiu vitorioso dessa briga o procurou romper com algumas características dos governos anteriores, principalmente através do incremento da fiscalização, gerando descontentamento entre os fazendeiros.

Em vista disso foi acusado de promover um rigor fiscal muito forte no Estado, provocando insatisfação entre os coronéis de Goiás levando à Revolução em 1909, que lhe tira do Poder. . Terminou seu mandato de presidente em 1905 sendo eleito deputado federal, época em que defendeu a construção da ponte ligando Goiás a Minas Gerais. Elegeu seu sucessor, cel. Miguel da Rocha Lima. Na época, Leopoldo de Bulhões era ministro da Fazenda de Rodrigues Alves. O Partido Democrata vai se manter no Poder até 1930.  Foi expulso de Goiás em 1909 indo para Minas Gerais até 1913, quando voltou para Morrinhos e morreu em 1956.

Caixa de Texto:  Miguel da Rocha Lima vai suceder Jose Xavier de Almeida entre 14/07/1905 e 11/03/1909.  No seu governo, acontece a duplicata dos Poderes Legislativos, provocado pelo Bulhões, havendo duas Câmaras e dois Senados Estaduais. Em 1908, durante seu governo é realizada uma eleição, ocasião em que o partido de Leopoldo de Bulhões sai perdedor. Entretanto, consegue vencer em algumas cidades e promove um grande evento com muita pompa, que enfraquece o governo e fortalece a oposição, ocorrendo assim uma cisão no partido do ex-presidente Xavier de Almeida, nascendo uma revolução. Sem esboçar reação, o cel. Rocha Lima entrega o governo em 11 de março de 1909, pondo fim a Revolução de 1909.

Em 24 de julho de 1909, toma posse o Major Urbano Coelho Gouveia, cunhado de Leopoldo de Bulhões trazendo a Família Bulhões de volta ao Poder, que já havia presidido o Estado entre 1898 a 1901. Ressalta-se aqui que o Poder foi tomado pela força, reinando nesse período, o modelo intervencionista. O coronel local fazia o jogo do Poder do governo no Estado. Seu mandato vai de 24 de julho de 1909 a 30 de março de 1912

Em seguida, os Caiados dominam o governo de Goiás  de 1912 a 1930, ora com o Coronel reformado Eugênio Jardim no início e após a sua morte, através de Antônio Ramos Caiado, o maior líder político goiano até o final da República Velha.

As Câmaras Municipais que seguiam o modelo português com Poder administrativo sobre as cidades, são substituídas pelos Conselhos de Intendência Municipal. Estes Conselhos eram uma forma de controle político dos municípios pelos presidentes dos Estados, já que podiam ampliar ou suprimir qualquer das atribuições desse Conselho. Ressalta-se ainda que os conselheiros atuavam sem recursos e liberdade, constituindo-se em mera servidão ao presidente do Estado. Os candidatos á Intendência eram indicados pelo governo estadual.

Dentro desse contexto do sistema político vigente a partir da Proclamação da República tem-se uma visão dos principais líderes pela emancipação de Santa Rita do Paranahyba.

A maior figura política que atua no período anterior a emancipação é a do cel. Jacintho Brandão, companheiro de Igreja nos tempos em que Hermenegildo Lopes de Moraes esteve em Santa Rita do Paranahyba, antes de mudar-se para Morrinhos constituindo uma grande liderança no Estado de Goiás, sendo vice-presidente por um grande período.

Enquanto Xavier[25] dominou o governo de Goiás, seja ao lado dos Bulhões, seja quando rompeu (1904) ou após Esse período (1909), quando seu governo é deposto pelas armas, conclui-se que cel. Jacinhto Brandão tinha grande Poder, tanto é que  foi o primeiro presidente do Conselho Provisório Municipal e primeira autoridade constituída, já que da emancipação até janeiro de 1910, quando assume o primeiro intendente, Antônio Joaquim Silva, certamente foi ele o chefe do governo local.

Dessa forma. como o Poder do governo de Goiás mudou de chefe, passando novamente para os Bulhões, certamente cel. Jacintho Brandão perdeu o Poder, que a partir daí será exercido pelo cel. Sidney Pereira de Almeida[26], que chegou mais tarde a Santa Rita do Paranahyba, mas que certamente aliou-se com os Caiados, enquanto estes mandaram em Goiás, ou seja,  entre 1912 e 1930.

Quando o Município foi criado pela Lei n. 349 de 16 de julho de 1909, o então Presidente interino do Estado de Goiás era José da Silva Batista, que ficou dois meses no Poder (01/05 de 1909 até 24 de julho de 1909) para depois assumir o Dr. Urbano Coelho de Gouveia, representante dos Bulhões, sendo que no ato de emancipação foi representado pelo cel. Antônio Xavier Guimarães. Podemos concluir então que os Bulhões mandaram na política de Goiás e também no recém criado município de Santa Rita do Paranahyba.

Os anos de 1912 na política de Goiás, são de turbulência. Renuncia Urbano Coelho ao governo, indo para o Rio de Janeiro e assumindo então o presidente do Senado Goiano, Joaquim Rufino Ramos Jubé entre 30/03/1912 a 24/05/1912, quando chega de Formosa o vice-presidente Herculano de Souza Lobo, que governará até 07/06/1913. Até 1930, último ano da República velha, o governo de Goiás vai ter muitas mudanças, sempre tendo o comando dos Caiados.

 

PERÍODO

NOME

CARGO

1889-1890

Joaquim Xavier dos Guimarães Natal (presidente), José Joaquim de Sousa e Major Eugênio de Melo

PG

1890-1891

Rodolfo Gustavo da Paixão

GN

1891

Des. João Bonifácio Gomes da Siqueira

GP

1891

Constâncio Ribeiro da Maia

GP

1891

Rodolfo Gustavo da Paixão

GN

1891-1892

Constâncio Ribeiro da Maia

GP

1892

Ten. Cel. Brás Abrantes

GP

1892-1893

Ten. Cel. Antônio José Caiado

1° VP

1893-1895

Ten. Cel. Antônio José Inácio Xavier de Brito

2° VP

1895-1898

Francisco Leopoldo Rodrigues Jardim

PE

1898-1891

Urbano Coelho de Gouveia

PE

1901-1905

José Xavier de Almeida

PE

1905-1909

Miguel da Rocha Lima

PE

1909

Francisco Bertoldo de Souza

1° VP

1909

José da Silva Batista

2° VP

1909-1912

Urbano Coelho de Gouveia

PE

1912-1913

Herculando de Sousa Lobo

Vp

1913-1914

Olegário Herculano da Silveira Pinto

PE

1914-1916

Salatiel Simões de Lima

1° VP

1916-1917

Aprigio José de Sousa

2° VP

1917-1921

Des. João Alves de Castro

PE

1921-1923

Eugênio Rodrigues Jardim

PE

1923-1925

Miguel da Rocha Lima

VP

1925-1929

Brasil Ramos Caiado

PE

1929

Alfredo Lopes de Morais

PE

1929-1930

Humberto Martins Ribeiro

VP

1930

Carlos Pinheiro Chagas

GP

1930

Des. FRancisco Emílio Póvoa, Mário de Alencastro Caiado e Pedro L. Teixeira

JG

1930-1935

Pedro Ludovico Teixeira

IF

1935-1937

Pedro Ludovico Teixeira

GE

1937-1945

Pedro Ludovico Teixeira

IF

1945-1946

Des. Eládio de Amorim

PTJ

1946

Gen. Filipe Antônio Xavier de Barros

IF

1946

Belarmino Cruvinel

PCA

1946-1947

Joaquim Machado de Araújo

PCA

1947-1950

Jerônimo Coimbra Bueno

GE

1950-1951

Hosanah de Campos Guimarães

VG

1951-1954

Pedro Ludovico Teixeira

GE

1954-1955

Jonas Ferreira Alves Duarte

VG

1955

Bernardo Saião Carvalho Araújo

VG

1955-1959

José Ludovico de Almeida

GE

1959-1961

José Feliciano Ferreira

GE

1961-1964

Ten. Cel. Mauro Borges Teixeira

GE

1964-1965

Cel. Carlos Meira Maros

IF

1965-1971

Otávio Laje Siqueira

GE

1971-1975

Leonino Caiado

GEAL

1975-1979

Irapuan Costa Júnio

GEAL

1979-1983

Ary Ribeiro Valadão

GECE

1983-1986

Iris Rezende Machado

GE

1986-1987

Onofre Quinam

VG

1987-1991

Henrique Santilo

GE

1991-1994

Iris rezende Machado

GE

1994-1998

Maguito Vilela

GE

1998-1999

Napftali Aleves

VG

1999-2002

Marconi Perillo

GE

2003-2006

Marconi Perillo

GE

2006

Alcides Rodrigues

VG

2007 -2010

Alcides Rodrigues

GE

2011

Marconi Perillo

GE

 

QUADRO 2 – Governos do Estado de Goiás na República

Fonte: Enciclopédia Britânica

 

 

 

2.2 – CRONOLOGIA DO PODER NA VELHA REPÚBLICA EM SANTA RITA DO PARANAHYBA

 

·         12/10/1909 – Conselho Municipal Provisório de Intendência (nomeados pelo Decreto 2518 de 18 de setembro de 1909) realiza instalação do Município. cel. Jacintho Brandão (Presidente), Joaquim Firmo de Velasco, Antônio Joaquim da Silva,  Olegário Herculano de Aquino, Josino Antônio de Gusmão e cel. Sidney Pereira de Almeida. (Secretário). O Conselho Municipal de Intendência deve ter governado através de seu presidente Cel. Jacintho Brandão de outubro a dezembro de 1909.

 

·         Janeiro de 1910 a 1911 – é nomeado o primeiro Intendente Antônio Joaquim da Silva - Nasceu em Uberlândia - MG em 1872 – veio para Santa Rita em 1892 e casou-se em 1903 em Santa Rita do Paranahyba, nomeado pelo Conselho de Intendência Municipal. Era carpinteiro e comerciante, fabricante de caixões e também ferreiro. Foi um dos responsáveis pela vinda do pe. Florentino Bermejo para Santa Rita do Paranahyba em 1917. Teve 19 filhos e faleceu em 22 de agosto de 1951. Governa Goiás nesse período, o Presidente Urbano Coelho Gouveia, até 30 de março de 1912.

 

·         1911 a 1914  - Sidney Pereira de Almeida:  é nomeado Intendente. Nasceu em Araguari – MG em 03 de agosto de 1884. Filho do Major Militão Pereira de Almeida. Passou a infância em Tupaciguara-MG. Veio com seus pais para Santa Rita do Paranahyba no começo de 1900, para ser comerciante. Faleceu em 06 de janeiro de 1977. Foi presidente por doze anos seguido do Conselho Municipal de Intendência. O  cel. Sidney Pereira de Almeida chega a intendente no período em que os Bulhões mandavam novamente em Goiás, primeiro com Urbano Coelho Gouveia de 1911 a 1912  e depois com as mudanças constantes após a renúncia desse presidente, passando algumas vezes pelo governo do presidente do Senado Goiano Joaquim Rufino Ramos Jube, que assume o Poder em  parte 1912, de 1913,  Herculano de Souza Lobo de 1912 a parte de  1913 e Olegário Herculano da Silveira Pinto de parte de 1913 a 06/07/1914.

 

·         1914 – 1915cel. Jacintho Brandão: foi presidente do Conselho Municipal de Intendência em 1910. Com a renúncia do Dr. Olegário Herculano da Silveira Pinto, assumiu o Poder o cel. Salatiel Simões de Lima, primeiro filho de Curralinho, hoje Itaberai, a assumir a presidência do Estado. Daí pode estar a razão do cel. Jacintho Brandão assumir a Intendência em Santa Rita do Paranahyba, pois o mesmo era da mesma terra natal do agora presidente de Goiás.

 

·         1915 – Carlos Márquez: combateu os Caiados em Santa Rita do Paranahyba. Volta a Presidência do Estado o presidente do Senado de Goiás Joaquim Rufino Ramos Jubé, que fará um governo até 09/05/1916.

 

·         1915 a 1918Joaquim Timótheo de Paula: cercou a cidade com arame farpado e proibiu o trânsito de animais na cidade. Governou Goiás nesse período, o presidente do Senado Joaquim Rufino Ramos Jubé, Aprígio Jose de Souza de 03/11/1916 a 09/05/1917, quando morre de uma febre. Em 1917, Leopoldo de Bulhões e Ramos Caiado fizeram um acordo com o Presidente Venceslau Brás, elegendo como candidato único a presidência de Goiás, Dr. João Alves de Castro, que governou Goiás até 21/12/1918.

 

·         1918Sidney Pereira de Almeida: abriu com seu sócio Ronan Rodrigues Borges a Estrada Rodovia Sul Goiana, ligando Santa Rita do Paranahyba a Rio Verde e Jataí. De 21/12/1918 a 24/04/1919 mais uma vez assume o governo o presidente do Senado Goiano Joaquim Rufino Ramos Jube.

 

·         1919 – Major Militão Pereira de Almeida: deixou o cargo por problemas de saúde e foi substituído pelo filho, cel. Sidney Pereira de Almeida, que era o presidente do Conselho Municipal de Intendência. João Alves de Castro assume o governo de Goiás de 24/04/1919 a 06/06/1921.

 

·         1920 a 1921Ronan Rodrigues Borges: grande empreendedor no município de Santa Rita do Paranahyba.  Chegou em 05 de abril de 1914, vindo de Jataí. Fundou uma empresa do ramo de atacados juntamente com seus irmãos e teve participação política como presidente do Partido Democrata Santa Ritense, como conselheiro e presidente do Conselho de Intendência, até ser intendente.

Foi o pioneiro do automobilismo em Goiás, assim como do transporte comercial, entre Santa Rita e São Pedro do Uberabinha, hoje Uberlândia. Juntamente com o Cel. Sidney Pereira de Almeida, ganhou a concessão para construção de uma estrada até Mineiros no sudoeste goiano e responsável também pela construção de uma estrada ligando Santa Rita a Buriti Alegre.

 

·         1921 – cel. Sidney Pereira de Almeida: Mais uma vez no governo de Santa Rita de Cássia, cel. Sidney tem como aliado no Estado de Goiás o Coronel Eugênio Rodrigues Jardim, líder da revolução de 1909 e que já havia presidido o Estado. Seu governo vai de 14/07/1921 a 11/11/1922.  Depois de eleito senador federal, o cel. Eugênio Jardim falece no Rio de Janeiro, vítima de um acidente ao descer de um bonde.

 

·         1922 – Azarias Andrade Ribeiro: Intendente escolhido para governar o município nesse ano. Em Goiás, governa Miguel da Rocha Lima de 11/11/1922 a 14 /07/1925 pela segunda vez.

 

·         1923/1925 – cel. Sidney Pereira de Almeida

 

·         1925 – Rui Pereira de Almeida: construiu o primeiro Grupo Escolar do Município. Faleceu em 17 de janeiro de 1925.  Dr. Jales, promotor e doutorando em História, em um Artigo[27] narra que o Engenheiro Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior começa a organizar um partido político de oposição ao grupo de Sidney Pereira de Almeida, chamado Reação Democrática, que embora fossem aliados com o governo de Estado comandado pelos Caiados, vai haver uma cisão local, que levará o grupo de intelectuais ao governo municipal em 1927.

 

  • 1925 a 1926 – cel. Sidney Pereira de Almeida: Nesse último governo desta década, cel. Sidney tem como aliado no Estado Brasil Ramos Caiado que vai governar Goiás entre 14/07/1925 a 12/03/1927 e de 12/04/1927 a 12/07/1929.

 

  • 1925 a 1926 – Adelino Lopes de Moura: em sua gestão houve um confronte armado com tropas apoiadas pelos Caiados. Renunciou ao cargo para ir garimpar. Um grupo comandado pelo engenheiro Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior tentar invadir as residências dos Pereira de Almeida, no centro da cidade.

 

  • 1926 a 1927 – cel. Sidney Pereira de Almeida: é o último período como intendente, já que não concorre à eleição de 1927, quando sai vitoriosa a chapa única de Luiz  Barreto  Correia de Menezes Júnior.

 

  • 1928/1929 - Dr. Duarte Tomaz de Miranda: foi líder dos Caiados em Santa Rita do Paranahyba. Chega ao Poder com a indicação de chapa única do Conselho Municipal de Intendência, liderado por Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior. Foram 451 votos. No Conselho faziam parte dois médicos e três engenheiros, além de fazendeiros. Um dos líderes da década de 30, faz parte do Conselho Municipal de Intendência, o fazendeiro Orestes Borges Guimarães.

 

  • 1929 a 1930Dr. Antônio Marquez da Silva: período da Revolução que vai levar Getúlio Vargas ao Governo do Brasil e Pedro Ludovico Teixeira ao Poder em Goiás.

Alfredo Lopes de Moraes, irmão de Hermenegildo Lopes de Moraes, foi presidente de Goiás de 14/07/1929 a 12/12/1929.

 

 

 

2.3 – O SISTEMA POLÍTICO DA VELHA REPÚBLICA      

 

O Poder dos coronéis[28] se manifesta mais claramente no controle das mesas receptoras dos votos, ponto chave do sistema eleitoral vigente na velha república. São criadas comissões nos municípios que atestam a votação recebida por cada candidato, permitindo um controle que vai possibilitar que os coronéis eliminem a oposição e mantenham-se no Poder. Em cada legislatura uma nova comissão é designada para verificar a falsidade ou autenticidade das atas. Aqueles que não eram confirmados pela validação das atas, eram depurados.

Em Santa Rita do Paranahyba funda-se o primeiro partido em 1909, denominado Partido Democrata Santaritense, destacando-se como fundadores Major Militão Pereira de Almeida (pai do cel. Sidney Pereira de Almeida), cel. Jacintho Brandão, cel. Sidney Pereira de Almeida  e Antônio Joaquim da Silva que seria o primeiro Intendente do Município.

Segundo Sidney Pereira de Almeida Neto, a partir de 1914, o cel. Jacintho Brandão funda um novo partido, que vai ser oposição ao Partido Democrata e vai sobreviver até 1916. O domínio do Partido Democrata vai até 1927, quando surge a oposição através de Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior, que assume apoiado pelo líder goiano, senador Totó Caiado até 1930, quando ocorre a Revolução. Está lançado o antagonismo entre dois líderes políticos que vão disputar o Poder até a morte.

No Estado de Goiás consolidaram-se no período os seguintes partidos:

Partido Republicano de Goiás -  Líderes Família Bulhões

Partido Católico de Goiás – Líder Cônego Inácio Xavier da Silva

Partido Republicano Federal -  Líder Sebastião Fleury Curado

Partido Republicano Federal em Goiás – Criado por José Xavier de Almeida

Partido Democrático – Comandado pelos Bulhões e Caiados.

 

 

2.4 – O PODER DOS CONSELHOS MUNICIPAIS E O INTENDENTE

 

Nesse período, ainda não se tem a figura do prefeito. O Poder hoje a ele atribuido foi exercido pela Câmara Municipal, antes da Proclamaçao da República, pelo Conselho de Intendencia e pela Intendência municipal.

No período Colonial, grande parte das atribuiçoes do prefeito municipal atual, era da Câmara Municipal, modelo que ainda existe em Portugal. Era de sua gestão por exemplo: arrecadar imposto, regular o exercício de profissões, regular o comércio, preservar o patrimônio público, criar e gerenciar prisões, etc. Enfim, tinha todas as competências que hoje estão divididas entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Após a independência do Brasil, a Câmara de Vereadores perde parte do Poder, já que a monarquia era muito cedntralizadora mantendo parte como: vereador tinha mandato de 4 anos e o mais votado se tornava presidente da Câmara, tendo além da função de presidente, algumas atribuiçoes do Prefeito. Nesse período Santa Rita do Paranahyba não tinha autonomia política-administrativa, pois ora estava subordinada à Santa Cruz e em outras à Morrinhos.

Após a proclamação da República, as Câmaras Municipais são dissolvidas e os presidentes dos Estados são competentes para nomear os Conselhos Municipais de Intendência, que assumem os antigos Poderes das Câmaras Municipais. Estes Conselhos Municipais assumem  as funções do Poder Executivo.

Até 1905,  o Intendente,  chefe do Poder Executivo, em alguns casos coincide com o presidente do Conselho de Intendência, sendo portanto chefe dos dois Poderes. Assim, o Intendente é escolhido pelos seus pares e nomeado pelo presidente do Estado.

Após 1905, é criado o Intendente Geral, nomeado pelo presidente do Estado, enquanto os membros do Conselho Municipal eram escolhidos pelo povo. A partir dEsseperíodo, que vai até 1930, os dois Poderes estão separados, Executivo e Legislativo.

Para entender porque o Coronel  Sidney Pereira de Almeida foi várias vezes intendente, é preciso entender como funcionava o Poder naquela época. O coronel e sua família, sempre estavam no comando do Conselho de Intendência, daí o domínio político de 1909 a 1927. todavia, em 1927, o engenheiro Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior elege o Conselho através de chapa única, somente com seus correlegionarios, dai a razão do comando político ficar sobre o domínio de seu grupo até a Revoluçao de 30. Nestes últimos três anos,  assume a presidência do Conselho e também representa o município como deputado estadual.

     Sobre o modelo atual, a Wikipédia assim descreve:

 

[...] prefeitura é a sede do Poder executivo do município. Esta é comandada por um prefeito e dividida em secretarias de governo, como educação, saúde ou meio ambiente. O termo prefeitura também pode designar o prédio onde está instalada a sede do governo municipal, também chamado de paço municipal onde geralmente fica o gabinete do prefeito.Tal sistema permanece até 1930, quando, com a Revolução de 1930 e o início da  Era Vargas, cria-se a a figura do prefeito e institui-se a "prefeitura", à qual, como acontecia anteriormente com a intendência municipal, continuam a ser atribuídas as funções executivas do município. O prefeito, a partir da Constituição de 1934, passa a ser escolhido pelo povo, mas, durante os vários períodos ditatoriais da história do Brasil, por vezes o cargo voltou a ser preenchido por apontamento dos governos federal ou estadual.

 

Em 1887 o coronel Jacintho Luiz da Silva Brandão é nomeado como escrivão encarregado da Recebedoria de Santa Rita do Paranahyba e sub delegado de Polícia;

Em 12 de outubro de 1909, o Coronel Jacintho Brandão preside a reunião do Conselho Municipal Provisório para instalação da Vila de Santa Rita do Paranahyba.  Coronel Sidney Pereira de Almeida, leva a Lei ao Presidente do Estado. Major Militão é nomeado Delegado Chefe. O Cônego Theófilo está presente no ato de instalação.

Pelo nome dos logradouros públicos, é possível ir reconstruindo a História de Itumbiara. O marco zero é o Porto de Santa Rita, local onde termina hoje a Procissão de Nossa Senhora das Graças. A rua principal que corta a cidade é a Paranaíba, que quer dizer Rio Encachoeirado em língua tupi. Após a Avenida Beira Rio, que ganha vida a partir da década de 70, tem-se a Padre Felix, Santa Rita, que foram as primeiras ruas.

A segunda fase, Republicana, pode ser contada a partir da rua Marechal Deodoro, Floriano Peixoto, Benjamin Constant e Afonso Pena.

A terceira fase Republicana, com homenagem aos políticos estaduais, pode ser vista através das homenagens nas Ruas Leopoldo de Bulhões e Guimarães Natal.

A fase de homenagens aos nascidos em Santa Rita, começa com a rua Rui de Almeida, Modesto de Carvalho.

A Constituição de 1891 delega aos Estados o Poder para organizar administrativamente e juridicamente os municípios. José Xavier de Almeida casou-se com a Filha de Hermenegildo Lopes de Moraes. Foi deputado Federal, quando fez o projeto para a construção da Ponte Afonso Pena. Foi Presidente do Estado de Goiás.

Um período de ligação grande do Poder local com os governantes do Estado no qual quem não tivesse aliado, perdia o Poder, acontecia a intervenção. Os municípios eram marcados pela desorganização administrativa e falta de serviços públicos básicos.

Vitor Leal Nunes[29] em sua obra, “enxada e voto” assim descreve estes tempos dos coronéis:

     

"O coronel proprietário de terras: Apesar de ser o arquétipo brasileiro, devem ser feitas distinções geográficas. As principais diferenças entre um coronel proprietário de terras no litoral e no sertão eram o uso da violência e o seu grau de dependência quanto ao governo estadual. Municípios litorâneos...eram firmemente ligados à economia  acional e internacional. consequentemente os coronéis dessas regiões eram mais sujeitos ao controle do Estado. O inverso é verdadeiro quanto ao coronel do interior, para quem a violência -e não o arbítrio do Estado- tornou-se instrumento chave para a solução de conflitos".

"O coronel comerciante: O costume luso-brasileiro de coroar o sucesso econômico tornando-se proprietário de terras ainda prevalecia na Primeira República, promanas capitais e nas cidades costeiras e do interior o Poder político dos comerciantes começou a superar o da classe de proprietário de terras".

"O coronel industrial: Esse tipo era raro no Nordeste, onde a industrialização era sempre subordinada à agricultura de exportação, mas em alguns redutos  industriais...os capitães de indústria dominavam política local. Os operários das fábricas e não o proletariado agrário, e a população dependente serviram de curral eleitoral".

"O coronel padre: O fator mais importante no sucesso de um padre na política era a inclinação dos sertanejos em aceitar a igreja e o homem de batina como fontes de orientação moral e de favores materiais. Tanto os padres da igreja oficial quanto os do catolicismo popular surgiram como elite política. Ambos os tipos manejavam a confiança popular e a boa vontade do povo em segui-los. O desejo pessoal de responder ao chamado político do povo como extensão dos deveres pastorais ajudava os homens de Deus a ascender a um status de elite na política secular. Apesar das justificativas morais e religiosas o coronel-padre freqüentemente cometia violências, assim como fraudes eleitorais, para se manter no Poder".

 "O coronel guerreiro: Como ele constituía a mais alta forma de um dominador não-feudal, a posse territorial de um guerreiro era legalmente reconhecida pelo Estado e pela Federação. Encontrado com maior freqüência no sertão...o coronel-guerreiro provinha das fileiras dos proprietários de terra, dos comerciantes e dos padres. A essência de sua legitimidade como senhor guerreiro não se baseava no seu prestígio sócio-econômico por uma determinada ocupação, mas sim em sua habilidade em agir como um líder tribal para congregar as oligarquias regionais. A violência e o carisma pessoal eram fatores nos quais se equilibravam a vida e a morte de um senhor-guerreiro em política".

"O coronel-burocrata: (...) na qualidade de político profissional, o coronel desse tipo girava em torno de uma região chave (...) Sendo um burocrata do partido, por excelência, esse coronel servia de cabo eleitoral, obtinha favores oficiais e era até funcionário público. Esse tipo rapidamente identificável era, freqüentemente, parente de um chefe político...Os quadros do partido permaneciam no Poder ao bel-prazer da facção dominante, e eram ingloriamente derrotados por uma mudança de comando dentro dos partidos".

 "O coronel-chefe do curral-distrito: Aparecendo mais freqüentemente nas cidades, onde um coronel ou um bacharel não podiam exercer controle sozinhos, os chefes do curral-distrito provinham de uma categoria profissional, um advogado ou um médico, de quem os eleitores de um distrito recebiam favores. Diferente do burocrata do partido, sua sobrevivência política não dependia do destino de uma ala do partido, mas sim de sua habilidade em transformar favores em votos, e conseguir votos com a promessa de favores futuros...O uso da prefeitura e do governo do Estado -e não a violência- eram seu modus operandi. Suas oportunas intervenções conseguiam licenças para os comerciantes, facilitavam as relações com a política e 31 garantiam empréstimos bancários para donos de lojas, serviços esses prestados pelos procuradores administrativos."

 

 

 

 

2.5 – A Construção da Ponte Afonso Pena

 

A construção da Ponte Afonso Pena em 1909, foi o maior fato político ocorrido em Santa Rita do Paranahyba. Certamente Jose Xavier de Almeida, ex-presidente e deputado Federal teve grande participação no convencimento de Afonso Pena para que fizesse a obra.

A crônica do Jornal Correio de Uberlândia[30] intitulada A inauguração da ponte Afonso Pena, assim descreve o grande acontecimento do século em Santa Rita do Paranahyba:

 

As gerações mais novas e os desinteressados não conhecem a importância da velha ponte Afonso Pena sobre o rio Paranaíba para o desenvolvimento de Uberlândia. A estrada de ferro chegou a Uberabinha em 1895. Constituiu-se no meio mais rápido de encontrar-se o Brasil Central com o eixo manufatureiro do país, mais o porto internacional de Santos.

Antes da estrada de ferro, viajantes e mercadores que demandavam a Província  de Goyas, de Uberaba desviavam para Indianópolis ou para Santa Maria e não passavam por aqui. A chegada da Mogiana forçou essa passagem. No dia 15 de novembro de 1909, inaugurou-se a Ponte Afonso Pena sobre o rio Paranaíba por onde passou a escoar dois terços da produção do estado de Goiás.

Conheço duas versões que justificam sua construção. O historiador Hildebrando Pontes afirma que a ponte foi construída para arrefecer o ânimo dos triangulinos que estavam em intensa campanha para a emancipação da região, ou sua reanexação ao estado de São Paulo. Outra é a versão tradicional, oral, que diz que a sua instalação foi resultado de sugestão e empenho do Tenente Coronel da Guarda Nacional, José Theóphilo Carneiro junto ao seu compadre, o Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca.

Em 1912, Fernando Vilela fez a ligação desses dois pontos estratégicos por meio de uma pioneira estrada de rodagem. A primeira no Brasil Central e a primeira no país rumo ao oeste. Sobre esses três pontos assentaram-se os fundamentos da economia uberlandense.

A Ponte Afonso Pena, no entanto, esteve em vias de ser instalada em outro local, jogando diretamente no estado de São Paulo toda a produção goiana. Os empenhos dos deputados Afrânio de Mello Franco (de Minas Gerais) e José Xavier de Almeida (de Goiás), apoiados por uma campanha insistente do vereador João Severiano Rodrigues da Cunha (Joanico), por correspondência e artigos em jornais, conseguiriam definir que ela fosse montada em Santa Rita do Paranahyba (Itumbiara), num lugar conhecido como “Caídor”, a 1600 metros da Vila. NEsselocal, antes, havia uma balsa. Para a travessia de uma boiada, esperava-se de sete a oito dias. Muitas reses se perdiam por afogamento. Por ocasião das enchentes, o trânsito se atrasava mais. As balsas desse tempo eram perigosas, constavam de algumas canoas sobre as quais se amarravam algumas pranchas de madeira.

Segundo um cronista da época, Santa Rita era um entreposto de considerável importância para o Sul de Goiás; com a construção da ponte, passava a ser um ponto de passagem obrigatória para pelo menos 70% dos produtos mercantilizados em e por Goiás. É de se pensar, hoje em dia, o que seria de Uberlândia se não houvessem instalado essa ponte em Itumbiara.

Compreendendo o valor da obra, Uberabinha ficou empolgada quando se anunciou a sua inauguração. Faltando alguns dias para a festa, o vereador João Severiano Rodrigues da Cunha, representando a Câmara, mais os empresários capitão Custódio Pereira, Carmo Giffoni e Antônio Custódio Pereira seguiram, a cavalo, para a Vila de Santa Rita acompanhando Nicodemos Macedo que era o representante do governador mineiro, Wenceslau Braz. Antes da inauguração, o Joanico visitou a obra e telegrafou orgulhoso para o jornal “O Progresso” dizendo apenas que atravessara a ponte, a pé, em companhia do dr. Diniz.

A festa começou cedo. Às cinco horas da manhã, os galos cantores de Itumbiara se espantaram com a salva de vinte e um tiros. Às quinze horas, imensa massa popular, mais duas bandas de música, foram até o escritório da comissão que construiu a ponte e de lá voltou com o dr. João Luiz Mendes Diniz à frente (homenageado com a avenida Engenheiro Diniz, no Bairro Martins). Foram para a Ponte. No meio dela, onde se separam os Estados, o cônego Theóphilo de Paiva (de Santa Rita), auxiliado pelo padre Francisco (de Monte Alegre), procedeu à bênção. Foram padrinhos do ato: João Severiano Rodrigues da Cunha, Custódio Pereira, Arlindo Soares Parreira, Antônio José Carlos Peixoto, Antônio Xavier Guimarães, Nicodemos de Macedo, Militão de Almeida, Jacinto Brandão e Francisco Olímpio de Paiva. Terminada a bênção, o engenheiro Diniz acabou de atravessar a Ponte seguido por autoridades e o povo numa soma aproximada de duas mil pessoas. Do lado mineiro, o dr. Diniz fez longo discurso.

Em seguida um escriturário da comissão de construção da ponte, Colombo Vasques, leu a ata da inauguração. Dada a palavra livre, o primeiro a usá-la foi o representante da Câmara uberabinhense, o Joanico (João Severiano). Em seguida, em nome do governo mineiro, falou o dr. Francisco Vieira de Oliveira e Silva. E mais o capitão e poeta Felizardo Fontoura e o major Olympio de Vasconcel.os (representando a Câmara e o povo de Monte Alegre). O governo goiano foi representado pelo coronel Antônio Xavier Guimarães e a Vila de Santa Rita pelo capitão Sidney de Almeida.

Diniz recebeu vários telegramas de Morrinhos, de Goiás, de São Francisco, de Monte Alegre e de Uberabinha. Os de Uberabinha vieram assinados um por empresários, líderes políticos e autoridades, e outro pelos empregados do comércio. No rancho onde se abrigaram as bandas de musica, logo após a inauguração oficial, foi servido um “profuso copo de cerveja”, como se dizia na época, com vários brindes erguidos.

Curiosidades sobre a ponte: foi construída no sistema pênsil rígido com um vão livre central de 124m. Tinha o apoio de dois pilares com 2000m3 de alvenaria que sustentavam 8 torres medindo 17,8m de altura, cada. Estes, sustentavam 14 cabos de aço com 221m cada e cada cabo sustentava 125 toneladas. Para testar a sua capacidade de sustentação, foi mantida uma carga de duzentas toneladas durante 24 horas sobre o estrado do vão livre. A ponte custou quinhentos contos de réis, cem só de carreto.

Após a inauguração, para comprovar sua resistência, transitaram ininterruptamente pela ponte 1850 bois e 6 carros de bois carregados.”

 

 

2.6 – A ASCENSÃO DOS INTELECTUAIS EM 1927

 

Com a fundação do partido local “Reação Democrática”, travou-se uma luta pelo Poder em Santa Rita do Paranahyba, conforme-se observa no artigo do Promotor e  Doutorando em História do Dr. Jales Mendonça[31], relatando as alegações finais em uma defesa em apelação criminal em 06 de março de 1926 que o destacamento policial chefiado pelo promotor de Justiça Urbano Berquo, atacou a mão armada a casa do Intendente Municipal  Adelino Lopes de Moura. O Dr. Menezes Júnior estava ao lado dos atacantes, que também atacaram a casa do líder político local cel. Sidney Pereira de Almeida.

Para Sidney Pereira de Almeida em 06 de março de 1926, houve um grande tiroteio no centro da cidade no qual estavam de um lado os partidários do Partido Democrático liderados pelo cel. Sidney Pereira de Almeida e do outro, os partidários do Reação Democrática, liderados por Luiz Menezes.

 

Eleições Federais em 1926  

Jornais do Triângulo Mineiro falam das eleições realizadas em Santa Rita do Paranahyba para Presidente do Brasil, quando disputaram  Washington Luiz Pereira de Souza e Fernando de Mello Viana. O cel. Sidney Pereira de Almeida levou às urnas 536 eleitores contra 111 votos do Dr. Luiz Menezes. À noite houve festas, com a banda de música percorrendo a cidade e louvando o presidente do Estado, Dr. Brasil Caiado e os senadores Ramos Caiado e Eugênio Jardim.

Já em 30 de Junho de 1927, o presidente de Goiás, Brasil Caiado, fica do lado da  Reação Democrática, chefiada por Luiz Menezes. O Senador Totó Caiado, continua a prestigiar as duas facções.

Dessa forma, em 20 de setembro de 1927, a Reação Democrática chega ao Poder em Santa Rita do Paranahyba. O Partido de Sidney Pereira de Almeida não lança nenhum nome, e a vitória do Reação Democrática é completa. Para o Jornal A Tribuna de Uberlândia, na época, o município goiano estava elegendo a elite intelectual, considerando que dois eram engenheiros e três médicos. Os demais eram comerciantes abastados, proprietários e ricos fazendeiros.

O comparecimento foi de 451 eleitores que votaram assim: para intendente: Dr. Duarte Thomaz de Miranda; vice-intendente: Antônio Marques da Silva, Manoel José de Barcelos, Francisco Pinto de Miranda.

Para Conselheiros e suplentes: Emmanuel Nery (farmacêutico comerciante), José Eduardo do Couto (fazendeiro), Luiz Ignácio Souza Lima (engenheiro e comerciante),  Lupicínio Antônio de Araújo (advogado e proprietário), Domingos Albino Alves (médico e proprietário), Azarias de Andrade (Fazendeiro), Luiz Barreto Correa de Menezes Júnior, (engenheiro e proprietário),  Landislau Gonçalves do Couto (comerciante e fazendeiro), Orestes Borges Guimarães (fazendeiro e boiadeiro) e Cândido de Paula Gonçalves (fazendeiro).

Esse é o marco do fim do Poder na Velha República do cel. Sidney Pereira de Almeida e ascensão do grupo de Menezes Júnior que se tornará presidente do Conselho Municipal e de Dr. Duarte Thomaz de Miranda como intendente.

 

 

2.7 – A REVOLUÇAO DE 30 E O FIM DA POLÍTICA DOS CORONÉIS

 

O Jornal Correio de Uberlândia[32], em artigo assim descreve a Revolução de 30[33] em Santa Rita do Paranahyba:  “Um tiro no fim da Revolução de 30: um projétil disparado e 2 tiros ouvidos”

 

Única peça exposta no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro que foi produzida em Uberlândia, o canhão “Emílio” foi decisivo em uma das últimas batalhas da Revolução de 1930, na divisa entre Minas Gerais e Goiás, na antiga ponte Afonso Pena. 

Na primeira reportagem da série “Uberlândia na Revolução de 1930”, que o Correio  publicará nas edições de domingo, o personagem principal é um canhão fabricado em Uberlândia e que já rodou várias cidades antes de ser adicionado ao acervo do Pátio dos Canhões do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.

Fabricado na fundição da família Crosara, do patriarca e imigrante italiano radicado em Uberlândia, Cesário Crosara, na antiga rua da Estação, hoje avenida João Pessoa, o único canhão da tropa mineira na frente de batalha goiana foi um dos principais responsáveis pela rendição dos goianos em novembro de 1930. 

Às margens do rio Paranaíba, mineiros e goianos se confrontaram na Revolução de 1930. Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul apoiavam Getúlio Vargas na tentativa bem-sucedida de depor o presidente Washington Luís. O Triângulo Mineiro ficava entre dois estados inimigos, São Paulo e Goiás. As tropas voluntárias mineiras, em menor número, enfrentavam com espingardas winchester os soldados goianos, famosos pela excelente pontaria, e armados com fuzis

 

FIGURA 7 - Mariana Crosara visita o canhão do avô

 

Mas dois tiros do canhão “Emílio” ajudaram a alterar essa desigualdade numérica e de arsenal no fronte de batalha no rio Paranaíba. “O primeiro tiro para acertar a mira atingiu a igreja de Itumbiara. Itumbiara chamava Santa Rita do Paranahyba e a igreja era de Santa Rita dos Impossíveis ou dos Milagres. O tiro derrubou uma das duas torres da igreja. E o segundo tiro acertou o cabo de aço da ponte pênsil. A ponte arriou e o pessoal de Goiás levantou bandeira branca”, disse o engenheiro Rugles Crosara, 77 anos, um dos sete filhos ainda vivos.

O canhão “Emílio”, na verdade, era uma espécie de morteiro, fabricado com materiais improvisados e com a engenhosidade do italiano Cesário Crosara. Os Crosaras possuíam uma fundição e fábrica de máquinas e equipamentos para lavouras, montada em 1927, onde hoje é a avenida João Pessoa, em frente ao Terminal Central.  “Meu pai morou comigo até morrer, eu tinha a curiosidade de sempre ficar perguntando sobre a fabricação do canhão. Nas avenidas de Uberlândia havia postes de aço. Eram mais grossos e depois afinavam. O poste para fabricar o morteiro foi retirado de um local em frente ao Colégio Estadual Ginásio Mineiro, onde hoje é o Museu,”, disse Rugles Crosara, que nasceria cerca de dois anos após o encerramento do conflito na divisa com Goiás. 

 O poste seria só o primeiro elemento improvisado para a construção do armamento. “O papai pegou um tubo de oxigênio, ele era agente da White Martins, serrou e colocou o tubo de aço dentro do outro e encheu de chumbo para fazer um lastro, porque senão, quando a bala saísse, o canhão Poderia ser jogado para trás”, disse o filho do inventor. Como não havia chumbo ou estanho suficiente para ser inserido na culatra do canhão, o capitão José Percival, que comandava militarmente as tropas revolucionárias no Triângulo Mineiro, requisitou os metais das tipografias uberlandenses. 

 

.

FIGURA 8 – Bases da Ponte Afonso Pena  ( Autor: Nilson Freire – 26/12/2010)


Projéteis precisavam atravessar o rio

Antes de seguir de caminhão até a frente de batalha na ponte Afonso Pena, divisa de Minas Gerais com Goiás, na localidade ainda denominada de Alvorada, atualmente Araporã, o canhão “Emílio” foi testado em Uberlândia, na região onde hoje fica o bairro Roosevelt. 

Os testes serviam para verificar a pontaria e a capacidade de lançar as balas. O rio tinha cerca de 400 metros de largura e a distância entre os acampamentos goiano e mineiro era de aproximadamente 600 metros

Antes de Cesário Crosara construir o canhão, os militares pensaram em utilizar uma espécie de catapulta para atingir as tropas inimigas De outro lado do rio. “Eles queriam fazer uma atiradeira com pneu de trator, mas não alcançava esta distância (600 metros)”, disse Rugles Crosara. 

Uma das curiosidades do canhão “Emílio”  é que o canhão disparava um projétil, mas se escutavam dois tiros. “Os goianos ficavam impressionados. Porque todo canhão dá só um tiro, mas esse dava dois tiros, porque o primeiro era da pólvora que estava dentro para empurrar a dinamite”, disse Crosara. ”As balas foram feitas usando lata de soda, igual lata de leite em pó. Furava a tampa e colocava dinamite, em volta da latinha colocava grampo de cerca, prego, parafuso ou pedaço de chapa cortado para estilhaçar.” 

Rugles Crosara não sabe ao certo a razão de o canhão ter sido batizado como “Emílio”, mas tem um palpite. “O segundo filho do papai chamava-se Emílio Valentim.”

 

Kellen Cristina Costa Alves Bernardelli – Universitária da UFU, assim descreve um dos episódios da Revolução de 30:

 

“A mocidade de Uberlândia foi recrutada para defender nossa cidade das tropas federais, pois Minas Gerais era chamada revoltosa. Goiás era federalista, conservadora, então os moços foram para a Ponte Afonso Pena. Até o Nelson Porto se fardou e foi. O Roosevelt foi. Eu assisti entrando na cidade de Santa Rita do Paranahyba, não era Itumbiara não, isto quando da vitória da Revolução Mineira. O Tenente Virmondes foi a única vítima dos combatentes em Santa Rita do Paranahyba, na Revolução de 30. Ele pôs a cabeça fora da trincheira e recebeu um tiro no meio da testa. O Governador de Minas, Antônio Carlos, deixou uma frase célebre: “Façamos a Revolução antes que o povo a faça” e a revolução iniciou em outubro de 1930. A revolução durou em 24 dias, porque as tropas receberam adesões e depuseram Washington Luís, dando posse a Getúlio [34]

 

 

 

2.8 – LÍDERES DE SANTA RITA NA VELHA REPÚBLICA

 

Padre Florentino Bermejo

 Nasceu  em 14 de março de 1881 em Peralta, Província  de Navarra-Espanha, ordenando-se em 15 de agosto de 1905.  Veio para o Brasil, inicialmente na cidade de Ribeirão Preto, onde ficou até 1910. Em 14 de março de 1914, assumiu a Paróquia de Alemão em Goiás, hoje cidade de Palmeiras. Em 20 de junho de1917, tomou posse na Paróquia de Santa Rita do Paranahyba. Faleceu em Itumbiara a 20 de dezembro de 1965

 

Caixa de Texto:  Caixa de Texto:

 

                         

 

.

 

 

 

 

 

Ronan Rodrigues Borges

Nasceu em Uberaba em 25 de outubro de 1890. Filho do cel. João Borges de Araújo e dona Ambrosina Cândida Rodrigues. Fez seus primeiros estudos em São Pedro do Uberabinha, hoje Uberlândia.

Viajou para Goiás entre 1908 e 1909, fixando residência em Jataí em 1910. Veio para Santa Rita do Paranahyba em abril de 1914, fundando com seus irmãos uma empresa do ramo de atacados. Na área política, militou ao lado do cel. Sidney Pereira de Almeida, tornando-se presidente do Partido Democrata Santa Ritense, Conselheiro e Presidente do Conselho de Intendência e Intendente.

Foi um dos grandes empreendedores da época e pioneiro no ramo de automobilismo em Goiás, realizando transporte de Santa Rita a São Pedro do Uberabinha, assim como ganhando a concessão para construção de uma grande estrada, ao lado do companheiro, cel. Sidney Pereira de Almeida. 

Em 1922, muda-se para São Paulo onde abre uma casa bancária em Barretos e posteriormente, muda-se para Belo Horizonte. Em 1942 fundou o Banco Nacional do Comércio. Faleceu no Rio de Janeiro em 09 de maio de 1973 aos 83 anos de idade.

 

Coronel Sidney Pereira de Almeida

Nasceu em Araguari em 03 de agosto de 1884, filho do Major Militão Pereira de Almeida e Ermelinda Borges de Almeida.  Casou-se com Maria  Clarinda Cotrim tendo 6 filhos. Veio para Santa Rita do Paranahyba em 1903. Foi intendente do Município por nove vezes, presidente do Conselho Municipal de Intendência por doze anos e Conselheiro por 16 anos. Fundou o Partido Democrata Local.

Foi o homem dos Bulhões e dos Caiados de 1909 a 1927 na Velha República. Vai romper com a turma e voltar ao Poder após 1930 com Pedro Ludovico Teixeira, deixando a vida pública quando perde a eleição para Carlos Santos. Seu ciclo de Poder durou quase 30 anos. Faleceu em 6 de janeiro de 1977.

 

Luiz Barreto  Correia de Menezes Júnior

Nasceu em Mococa-SP em 1894 e faleceu com 39 anos de idade em 22 de outubro de 1933. Filho de Luiz Barreto Correia de Menezes e Maria da Glória Menezes. Formado em Engenharia pela Universidade de Columbia-EUA. Mudou-se para Santa Rita do Paranahyba em 1920, casando-se com Maria de Deus Tavares Correia de Menezes, tendo dois filhos: Luiz e Thais. Fundou o Partido Reação Democrata, aliado dos lideres Caiadistas Eugênio Jardim e Antônio Ramos Caiado.  Foi aliado do cel. Sidney Pereira de Almeida até 1925 quando rompeu politicamente. Foi presidente do Conselho Municipal de Intendência, elegendo o médico Dr. Tomaz Duarte como intendente em 1927.

 

Possidônio Xavier Rebelo

Funcionário público, nasceu em Pitangui –MG tendo residência em Pouso Alto (Piracanjuba) e Santa Rita do Paranahyba ( Itumbiara). Foi casado com Adelaide dos Reis Rebelo e teve um filho Emannuel Xavier Rebelo.

Foi o Primeiro deputado estadual (1909-1912) eleito pelo segundo círculo eleitoral sendo deputado estadual novamente de 1923-1916, senador estadual por duas vezes de 1917 a 1920 e  (1921-1923),  compondo mesa diretora (terceira secretaria) e  (segunda secretaria). Faleceu em 04 de janeiro de 1923.

 

Olegário Delfino Rodrigues

Nasceu em 1863 , filho de Urbano Delfino Rodrigues e Caetana Nunes da Silva. Casou-se com Teresa de Barros. Fazendeiro e Exator trabalhou como Administrador da Recebedoria da Ponte Afonso Pena em Santa Rita do Paranahyba. Foi Deputado Estadual  duas vezes (1901-1904) e (1905-1908); eleito pelo 1º círculo eleitoral, compôs a Mesa como Vice-Presidente da Câmara 1905 e 1906; Presidente da Câmara em 1908. Foi Secretário de Estado das Finanças em  1913/17 e 1917/21; Senador Estadual  (1921-1924); eleito em 1922 na vaga de Miguel da Rocha Lima que renunciou. Faleceu em 20 de abril de 1925, em Santa Rita do Paranahyba.

 

Emanuel Xavier Rebello

Nasceu em 25 de dezembro de 1889 em Piracanjuba, Go. Filho do cel. Possidônio Xavier Rebello (Senador Estadual) e Adelaide dos Reis Rebello teve como cônjuge Maria Capanema de Coelho Rebello.(Parente de Gustavo Capanema, político mineiro, Deputado Federal e Ministro da Educação). Teve quatro filhos: Maria da Conceição, Sandra, Terezinha e Emanoel Filho. Estudou na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, onde formou-se médico.  Foi  Prefeito Municipal,  Deputado Estadual (1929-1930); Deputado Federal, eleito suplente do PSD (1954). Era filiado ao Partido Democrata, 1930; Coligação Libertadora, 1934 e  Partido Social Democrata, 1954. Faleceu em 17 de setembro de 1970.

 

2.9 - MARCOS HISTÓRICOS DO PERÍODO

 

 

 

             FIGURA 11 – A Ponte Afonso Pena

 

 

 

 

FIGURA 12 – A Estrada Sul Goiana

 

 

 

 

 

FIGURA 13 – Soldados na Revolução de 30 em Santa Rita do Paranahyba

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE III – SANTA RITA DAS INTERVENÇÕES: O PODER DOS INTERVENTORES,  1930 - 1946

 

“[...] o Poder privado dos ‘coronéis’ – que a instituição dos prefeitos de nomeação, doutrinariamente, visava destruir – não desapareceu: acomodou-se para sobreviver. A morte aparente dos ‘coronéis’ no Estado Novo, não se deve pois, aos prefeitos nomeados, mas à abolição do regime representativo em nossa terra. Convocai o povo para as urnas, como sucedeu em 1945, e o ‘coronelismo’ ressurgirá das próprias cinzas, porque a seiva que o alimenta é a estrutura agrária do país”

 Otávio Ianni

 

Jogo  do Poder nos Tempos de Vargas e Ludovico

 

Com a Revolução, o cel. Sidney Pereira de Almeida que tinha perdido o Poder para os Intelectuais liderados por Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior, passa a apoiar a Aliança Liberal de Vargas e Ludovico. Quando vai preso, por estar ao lado de Vargas e Ludovico na Revolução de 30, é libertado por aliados de Getúlio que vieram de Uberlândia. Logo o Coronel vai estar no Poder de novo, pois  Pedro Ludovico é o Interventor Federal em Goiás que vai nomear o interventor em Santa Rita do Paranahyba.  Em 1934 uma nova Constituição é promulgada, mas Getúlio Vargas, implanta a Ditadura (1937) com o Estado Novo, outorgando outra constituição.  Está nascendo a turma do Ludovico, que agora tem novo líder, Sebastião Xavier, vindo de Morrinhos, torna-se rico comerciante da cidade e assume o Partido Social Democrático - PSD no Município travando um embate com os opositores de Getúlio Vargas e Pedro Ludovico. De outro lado, ricos agricultores ocupam o Poder, passando pelo período Populista, até que o Poder da República seja entregue aos militares em 1964.  Nesse jogo, a turma do PSD contra a turma da UDN – União Democrática Nacional, os dois vão revezar no Poder.  O Coronel Sidnei Pereira de Almeida, já não se torna prefeito facilmente, Luiz Menezes Júnior é assassinado em 1933, e Sebastião Xavier e Orestes Borges Guimarães tornam se os líderes no jogo político que domina o período de Vargas a Jânio Quadros.

 

 

3.1 – CONTEXTO POLÍTICO DO PERÍODO VARGAS NO BRASIL

 

No Brasil, segundo relata Mary Del Priore e Renato Venâncio[35], a política  passa a ser marcada por uma série de alianças, rupturas, aproximações e perseguições, entre o novo presidente Getúlio Vargas e os segmentos da sociedade.

A Revolução começa em 03 de outubro de 1930, com maior sucesso nos estados onde a Aliança Liberal se implantara, como Rio Grande do Sul e Paraíba.  Em seguida são dominados Ceará, Pernambuco, Minas Gerais e Paraná. O sucesso se faz possível com a união de um bando de jagunços dos oposicionistas com militares descontentes.  A Revolução avança sobre São Paulo e Rio de Janeiro e em 24 de outubro o Presidente Washington Luiz é deposto.

O Presidente Getúlio Vargas assume o Poder com forte resistência dos Partidos PRP – Partido Repúblicano Paulista e PD – Partido Democrático.

A chamada Revolta Constitucionalista ocorreu em 1932 quando os Paulistas pegam as armas contra o governo, e por pouco Vargas não perde o Poder. Uma Assembléia Nacional Constituinte é convocada resultando na Constituição de 1934. Depois, em 1937, com a desculpa de uma ameaça comunista, Getúlio Vargas  revoga a Constituição e com o apoio das Forças Armadas abre caminho para o nascimento do Estado Novo. Estavam  previstas eleições presidenciais em 1938 , mas a ditadura Vargas fecha o Congresso Nacional, extingue os partidos políticos e cria um sistema centralizado de Poder. Desta forma, Vargas governa de 1937 a 1945,  retornando ao Poder em  1950.

Foi uma época de extraordinário sucesso econômico, numa conjuntura internacional adversa, mas o governo Vargas alcança resultados expressivos, que ajudam no sucesso de seu governo e permanência por tanto tempo. Assim, a indústria fabril ultrapassa a agricultura que até então predominava e surge a indústria de base: siderurgia, metalúrgica e química. A época também é caracterizada por intensa urbanização, com quatro em cada dez brasileiros morando na cidade.

A partir de 1940, com o fim do Estado Novo, surge um novo eleitorado, devido à incorporação do voto feminino e reformas educacionais. Essa situação vai mudar o perfil dos eleitores e dos candidatos, não mais sujeitos aos coronéis e as oligarquias agrárias.

Getúlio Vargas, através do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro impõe seu projeto político, consolidando a partir de 1950 o Populismo.

Organizações partidárias fortes são esboçadas a partir de 1944 e legalizadas em 1945. Dominam o cenário político a partir de 1945 os partidos PSD – Partido Social Democrático[36], A UDN – União Democrática Nacional [37]e o PTB – Partido Trabalhista Brasileiro.

Nas eleições de 1946, tanto o UDN, quanto o PSD, escolhem candidatos à presidência da República ligados ao militarismo. De um lado o Brigadeiro Eduardo Gomes e do outro, o General Eurico Gaspar Dutra, que sai vencedor. O PTB, sem candidato à presidência, apoiou o candidato do PSD, Dutra, que venceu a eleição. Getúlio Vargas foi para o Senado.

Posteriormente, Getúlio Vargas volta ao Poder em 1951 cometendo suicídio em 24 de agosto de 1954, sensibilizando as massas e esvaziando um golpe militar que se aproximava.

Novas eleições são preparadas. De um lado a UDN busca um candidato da carreira militar, o general Juarez Távora, o PTB aproxima-se do PSD e tem como candidato Juscelino Kubistcheck, que vence as eleições.

É um momento de grande desenvolvimento econômico no Brasil, baseado em um novo modelo, no qual predomina a associação de empresas privadas brasileiras a multinacionais e estatais responsáveis pela produção de energia e insumos industriais. Num clima de redemocratização surgem vários partidos políticos, que não ameaçam o controle dos três partidos dominantes.

Nas eleições presidenciais de 1960, Jânio Quadros do Partido Democrata Cristão - PDC aproxima-se da UDN vencendo as eleições contra o candidato da aliança PSD/PTB, general Lott, da Ala Nacionalista do Exército.  Pelo Partido Social Progressista – PSP  disputou a eleição, o paulista Ademar de Barros. A UDN chega ao Poder, finalmente.

A inflação, herdada do governo anterior faz com que Jânio promova uma política econômica austera. No plano internacional opta por não alinhamento aos Estados Unidos. João Goulart, havia sido eleito vice-presidente novamente, mas renuncia seis meses depois. Nesse momento, tem-se um grave desfecho político que vai levar os militares ao Poder a partir de 31 de março de 1964.

 

 

3.2 – A POLÍTICA GOIANA NO GOVERNO LUDOVICO

 

Goiás começa a ser governado após a Revolução de 1930 por uma Junta Provisória composta pelo desembargador Emílio Francisco Póvoa, pelo médico Dr. Pedro Ludovico e também pelo Dr. Mário Caiado.

A turma do lenço vermelho[38] assume o Poder e vão sendo nomeados os antigos dirigentes ligados à oposição do governo anterior, tanto na capital, como nas cidades do interior. Assim,  são destituídos os Conselhos Municipais e nomeados novos representantes.

Pedro Ludovico Teixeira é nomeado interventor em Goiás em 23/11/1930 ficando nesta função até 15 de março de 1932. Quando precisou ausentar-se por cerca de 43 dias, indo ao Rio de Janeiro para encontrar-se com o presidente Getúlio Vargas, deixou como interventor o secretário Mário de Alencastro Caiado, com a competência de substituí-lo.

Em 1932, o interventor anuncia o desejo de mudança da capital de Goiás de Vila Boa e em 20 de dezembro de 1932, um decreto é assinado pelo interventor constituindo uma comissão para os primeiros estudos para adaptação de um local ou a escolha de um novo local para a nova capital de Goiás. A escolha em 1933 revelou que às margens do córrego Botafogo, no município de Campinas, nas fazendas Criméia, Vaca Brava e Botafogo foi determinado para edificar a futura capital. A pedra fundamental para a construção de Goiânia, a nova capital de Goiás, foi lançada em 24 de outubro de 1933 

Nesse período os antigos aliados do Partido Democrata, com exceção da família Caiado, procuram aproximação com o interventor Pedro Ludovico, ocupando espaços no governo.

Assim, o interventor Pedro Ludovico Teixeira era substituído pelos secretários do interventor, enquanto ia ter-se com o presidente Getúlio Vargas até 1935.

Em 1935,  elege-se os deputados constituintes, com dois terços sendo constituídas pela situação e um terço pela oposição.  Da mesma forma, por eleição indireta, foram escolhidos os chefe do Poder executivo estadual e senadores federais. Dr. Pedro Ludovico Teixeira teve 16 votos, Emílio Francisco Povoa, 7 e nulo um voto. Foram escolhidos como senadores Mário Caiado e Nero Macedo.

O nome Goiânia, foi escolhido através de um Decreto de 2 de agosto de 1935 tirado de um poema de Carvalho Ramos sendo também  nome de um pedra que se encontrava no alto da Serra Dourada.

Dessa maneira, em 4 de dezembro de 1935, Pedro Ludovico transferiu a sede do governo para Goiânia. O Município é instalado em 20 de novembro de 1935, sendo escolhido como prefeito o professor Venerando de Freitas Borges.

Por dois meses, o governo do Estado esteve a cargo do primo do Governador, Hermógenes Ferreira Coelho presidente da Assembléia Legislativa na época. Em 1936, ele rompeu politicamente com seu primo, indo para a oposição, que ficou em maioria. Necessitando mais uma vez de ir à sede do governo Federal ficou João Teixeira Álvares Júnior no governo por um mês. Ele era irmão e secretário geral do governo.

Já com ampla maioria no Poder Legislativo, o governador Pedro Ludovico do PSR em 1937 faz votar monção de desconfiança contra Hermógenes Coelho, forçando sua renúncia.

O Movimento Militar que derrubou o presidente Getúlio Vargas, entrega o Poder ao Judiciário para organizar novas eleições e para escolher livremente seus candidatos. Há uma diferença, são escolhidas nesse período pessoas sem ligação partidária.

Com a chegada do Estado Novo em 1937, Pedro Ludovico Teixeira torna-se Interventor Federal em Goiás.

O Governo no estado a partir de 04/11/1945 até 18/02/1946 foi exercido pelo Desembargador Eládio do Amorim, que foi substituído pelo General goiano Felipe Xavier de Barros, ligado ao presidente Dutra, até setembro de 1946,.

Com auxiliares escolhidos entre o PSD e a UDN, o General pediu exoneração em 12 de setembro de 1946 assumindo seu lugar o presidente do Conselho Administrativo, Belarmino Cruvinel.

Em janeiro de 1947 foi eleito Jerônimo Coimbra Bueno, natural de Rio Verde, então proprietário de uma empresa de construção em Goiânia. Foi candidato da coligação UDN/PSP, mais a dissidência do PSD, vencendo Pedro Ludovico do PSD com 40.792 votos contra 38.953 de Juca Ludovico.

Já em 1950, Pedro Ludovico do PSD, vence Altamiro de Moura Pacheco da coligação UDN-PSP por 84.515 votos contra 55.480 do Udenista, tomando posse em 31 de janeiro de 1951. Em 1954, José Ludovico, da coligação liderada pelo PSD, vence Galeno Paranhos por 106.540 votos contra 105.412 do Udenista. José Feliciano Ferreira do PSD vence em 1958, ganhando de César Bastos da coligação UDN-PSP-PTB, por 151.565 a 114.994 votos, tomando posse em 31 de janeiro de 1959. Por fim, em 1960, Mauro Borges Teixeira da coligação PSD-PTB-PTN vence Juca Ludovico por 160.365 votos contra 130.968 votos da coligação UDN-PSP,

 

 

3.3 – A POLÍTICA EM SANTA RITA DO PARANAHYBA NOS TEMPOS DE INTERVENÇÕES

 

Caixa de Texto:  Assim que Pedro Ludovico se torna Interventor Federal em Goiás, é nomeado como interventor em Santa Rita do Paranahyba, o cel. Sidney Pereira de Almeida, que havia rompido com a turma dos Caiados, dominantes da política até a Revolução de 1930. É nesse contexto, que o cel. Sidney Pereira de Almeida e seu para comemorar um ano da Revolução exército de seguidores vai ser preso pela turma dos Caiados que apoiavam o presidente Washington Luiz e liderados por Luiz  Barreto Correia de Menezes Júnior .

A passagem de Sidney Pereira de Almeida nesse primeiro período é curta, pois logo em seguida o Interventor Federal Pedro Ludovico Teixeira, nomeia Amélio Jose do Carmo como interventor, cujo mandato do prefeito vai durar até 1932.

Segundo relato do neto Eduardo Afiúne que hoje mora em Goiânia, Amélio  foi comerciante em Itumbiara e esteve presente na Revolução de 1930 lutando ao lado de Vargas e Ludovico, casado duas vezes teve vários filhos do primeiro e segundo casamento (Figura 14 / 15).

Em 1931 a turma ligada a Pedro Ludovico, liderada pelo interventor Amélio José do Carmo faz uma festa em comemoração à vitória dos aliados de Vargas e Ludovico em Santa Rita do Paranahyba, fato que resultou em confusão, já que a casa de um médico ligado aos Caiados na cidade recebeu uma saraivada de Balas.

 

 
 

 

 

 

 


                                                                                                                

 

 

 

 

 

 

 

 

Coronel Sidney volta como interventor em 1932. Em 1934, numa eleição tumultuada que mais tarde será anulada pelo sumiço de mais de 200 títulos eleitorais em um hotel da cidade em que o dono era um aliado do Cel. Sidney, o mesmo acaba vencendo a primeira eleição, uns dizendo que foi por cinco votos de diferença e o coronel afirmando que foi por 48 votos. 

Em nova eleição em 1935, o Cel. Sidney desiste de disputar e seu grupo perde para Carlos Santos, que se torna prefeito eleito através do voto.

Dois anos depois nova intervenção por parte de Pedro Ludovico traz o advogado Aníbal Jajah para ser interventor em Santa Rita do Paranahyba. Todavia, após dois anos é transferido para Catalão, assumindo José Gomes de Lima, que vai governar até 1945.

Em 1933, é assassinado o líder dos Caiados em Santa Rita do Paranahyba. Uns dizem que o crime foi político, outros que foi crime comum, mas a única versão obtida é o relato de dona Célia uma senhora com cerca de 70 anos de idade, moradora da rua Dr. Valdivino Vaz, que assim falou contando o que ouviu de sua mãe:

 

“[...] morava junto a um rego de água na rua Mário Guedes, e que seu pai João Batista Soares Filho foi preso em 1933, suspeito de ter matado o  político Luiz  Barreto Correia de Menezes Júnior, só porque no dia da morte, ele havia viajado para Uberaba – MG, onde a polícia o prendeu, quando pegava um trem para seguir viagem. Conta ainda que o assassino foi uma pessoa de nome Felipe, que deu um tiro de espingarda, a qual jogou no Rio Paranaíba após o crime. “Menezão” morava na Rua Benjamin Constant, e quando descia rumo à rua Marechal Deodoro, recebeu um tiro dado por cima de um muro.

 

 

Segundo Dona Célia alguns suspeitos da morte de Menezes morreram envenenados na Delegacia Local na época e que seu pai, só não morreu, porque não comeu a comida que era enviada por uma pessoa ligada a Menezes. Foram presas pelo menos 6 pessoas suspeitas do crime. Ninguém foi condenado pelo crime. Felipe foi absolvido.

            Pedro Ludovico foi Interventor Federal em Goiás de 1937 a 06/11/1945.

 

 

3.4 – PREFEITOS NOMEADOS NO TEMPO DOS INTERVENTORES

 

Carlos Santos – 1936 a 1938: venceu a segunda eleição contra o cel. Sidney Pereira de Almeida feita após a anulação de uma primeira quando houve o episódio do sumiço de 200 títulos eleitorais. Mas não demorou muito e novo golpe, Pedro Ludovico nomeou um interventor para o município: Anibal Jajah.

Aníbal Jajah – 1938 a 1941: advogado, veio como interventor nomeado por  Pedro Ludovico. Depois de ficar algum tempo em Santa Rita do Paranahyba, foi para Catalão, sendo substituído por outro interventor, José Gomes de Lima.

José Gomes de Lima – 1941 a 1945:  foi interventor. Pelo Decreto-Lei estadual 8305 de 31 de dezembro de 1943, mudou o nome da cidade para Itumbiara.

Segundo o Advogado Amadeu Garcia, neto de José Gomes de Lima, seu avô era natural de Triunfo –PE e na verdade chamava-se Domício Gomes de Lima. Teria  participado do atentado a João Pessoa na Paraíba, saindo do estado nordestino através de um navio e chegando a Jataí em Goiás com o nome de seu irmão. Sua vinda para Itumbiara deve-se ao fato do então Interventor Federal  Pedro Ludovico ter visto a necessidade de enviar alguém capaz de pacificar os ânimos entre os antigos seguidores dos Caiados e os apoiadores de Ludovico, que irão formar a partir de 1945 a UDN e o PSD local.

Sobre o nome de Itumbiara, José Gomes de Lima ou Domício Gomes de Lima era muito estudioso e gostava de levar seus amigos para conhecer Cachoeira Dourada e que ao mudar o topônimo da cidade, teria lido em alguma obra tupi-guarani que Itumbiara significava caminho da cachoeira, daí ter adotado Esse nome, que hoje, segundo estudiosos da língua indígena, não tem esse significado.

Era um estudioso da área do Direito e exercia o jornalismo, sendo convidado por Jaime Câmara, do Jornal “O popular”, para ajudar no periódico.

Ainda, durante seu Governo, José Gomes de Lima teria iniciado a construção do Colégio Diocesano, que seria concluído por Floriano Carvalho, e fez uma grande frente de calçamento na cidade.

Com idade avançada, José Gomes de Lima mudou com uma das filhas para Uberlândia-MG, onde faleceu com quase 80 anos de idade, deixando em Itumbiara como descendente a mãe do advogado Dr. Amadeu Garcia.

 

 

3.5 –    A TRANSIÇÃO DE SANTA RITA DO PARANAHYBA PARA ITUMBIARA

                                                                                          

O nome de Itumbiara surgiu dentro de um contexto em que o Presidente Getúlio Vargas[39] implementa a política de interiorização do Brasil, mais especificamente a Marcha para o Oeste.

É possível que junto com Pedro Ludovico pretenda mudar tudo que se relacione com as velhas oligarquias e por isso vários nomes de cidades são mudadas, dando em parte nome de origem indígenas como Crixás, Itauçu entre outros.

 Itumbiara - itu (cachoeira) mbiara (sem tradução), ou Cachoeira da Caça, ou ainda como vem sendo afirmado em vários documentos oficiais Caminho da Cachoeira, mas  não se tem provas com especialista na área de linguagem indígena sobre o significado do nome.

Apesar de ter sido feito um concurso para a escolha do novo nome da cidade em 1934, preteriu o escolhido, e enviou para aprovação da Assembléia de Goiás o nome de ITUMBIARA, que segundo alguns teria o significado de caminho da cachoeira e para outros de cachoeira da caça. Outros já dizem que só existe significado para ITU, que seria Cachoeira, enquanto não haveria significação para MBIARA.

Nesse tempo de interventores, onde os velhos coronéis perdem força política, uma vez que pelo lado dos intelectuais, Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior é assassinado, o cel. Sidney Pereira de Almeida sai derrotado pelo Dr. Carlos Santos e começa a deixar o cenário político, que passará a ser comandado pelo comerciante Sebastião Xavier, aliado de Pedro Ludovico e futuro Líder do PSD, de um lado e do outro Orestes Borges Guimarães, enquanto nasce outro líder na família Luiz Barreto Correia de Menezes Neto, que vai se tornar um dos homens mais influentes do município até o início de 1970.

Esse período marca o fim das principais lideranças na primeira República.  Com a morte de Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior, aliado dos Caiados e opositor a Pedro Ludovico,  Orestes Borges Guimarães, fazendeiro e comerciante de gado, vai ser o líder desta corrente, que representará os agricultores, a classe da maioria da população. Sidney Pereira de Almeida, com a derrota de seu grupo nas urnas para Carlos Santos em 1936, vai cedendo lugar para o rico comerciante, Sebastião Xavier, dará as cartas pelo lado do PSD a partir de 1946. É o fim das eleições dos coronéis.

Até então, a maioria dos governantes de Santa Rita do Paranahyba foi constituída nesse período por interventores nomeados por Pedro Ludovico Teixeira, agora as eleições começam a ficar democráticas, o voto feminino liberado em 1934 que esteve obscuro devido à Ditadura Vargas se efetiva  a partir de 1946.

 

 

3.6 –  O FIM DOS GRANDES LÍDERES

 

O Engenheiro Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior que fez oposição ao grupo do governador Pedro Ludovico Teixeira em Santa Rita do Paranahyba é assassinado em 1933,  tendo o fazendeiro Orestes Borges Guimarães assumido parte do Poder desse grupo de fazendeiros e intelectuais.

O cel. Sidney Pereira de Almeida que inicialmente apóia o grupo de Pedro Ludovico é derrotado nas urnas pelo médico Dr. Carlos e aos poucos vai se afastando do Poder, para ceder lugar ao comerciante Sebastião Xavier.

Os principais mandatários são interventores nomeados pelo interventor do Estado de Goiás Pedro Ludovico Teixeira, razão pela qual não há como relacionar grandes líderes desse período.

 

Orlando Rodrigues Borges

Nasceu em 26 de setembro de 1887 em Uberaba/Sacramento, MG. Filho de João Borges de Araújo e Ambrozina Rodrigues  Borges. Casou-se com Guilhermina de Godoi Borges tendo os filhos: João; Maria de Lourdes; Geraldo; Maria Abadia; Ronan Borges Sobrinho; e, Mário. Comerciante, foi Deputado Estadual (PSR), 1935-1937; Membro do diretório do Partido Republicano, oposição, 1927, filiado ao Partido Social Republicano, 1934/37.  Faleceu em 29 de julho de 1935, no início da Legislatura

 

3.7 – MARCOS HISTÓRICOS DO PERÍODO

 

 

 

FIGURA 16 – Chegada da Energia Elétrica

Fonte: Autor e Data desconhecidos[40]

FIGURA 17  - Clube Municipal

 

 

 

FIGURA 18 -  Praça Getúlio Vargas

 Fonte: Autor e Data desconhecidos

 

 

    

FIGURA 19 -  Praça da República

 Fonte: Autor e Data desconhecidos

               

 

FIGURA 20 – Centro da Cidade

Fonte: Autor e Data desconhecidos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE IV – ITUMBIARA URBANIZADA: O PODER  DO CAMPO E DA CIDADE,  1947 - 1964

 

 

“Novamente a partir do sul do Estado, inicia-se na década de 50 uma nova frente. Esta não será uma ocupação de território, mas econômica, que Poderia ser denominada Frente agropecuária. A melhoria da malha viária, as hidrelétricas localizadas na divisa de Goiás com Minas Gerais, a construção de Brasília e da rodovia transbrasiliana são fatores que contribuirão para expansão dessa frente.”

Francisco Itami Campos

 

 

Entre 1945 a 1946, os governantes do município de Itumbiara ainda eram escolhidos pelos interventores. Nesse período surge um novo eleitorado que altera o perfil dos candidatos. Os comerciantes começam a ser organizarem através do PSD e vão disputar o jogo do Poder contra os fazendeiros, geralmente agrupados em torno da UDN. Os cartórios começam a influenciar na eleição: do lado dos fazendeiros Arédio Borges Guimarães (cartorário) atuando ao lado do irmão fazendeiro Orestes Borges Guimarães; do lado dos comerciantes a liderança de Sebastião Xavier também apoiada por um proprietário de cartório João Rocha Itumbiara ainda é uma cidade com porteira fechada e população majoritariamente morando na zona rural.  Ora UDN, ora PSD e com Floriano de Carvalho, os dois juntos, irão se revezar no Poder até a ruptura com o Golpe Militar e o fim de PSD e UDN.

 

 

4.1 – ELEIÇÕES EM ITUMBIARA DE 1945 A 1964

 

A tabela a seguir relaciona as eleições ocorridas no Brasil a partir de 1945, ano da reinstalação da Justiça Eleitoral (Decreto-Lei n.º 7.586/45). Discriminam-se também os cargos eletivos para cada ano em que houve eleições - presidente e vice-presidente da República; senador e deputado federal; governador e vice-governador de Estado; deputados estaduais, distritais e de territórios; prefeito, vice-prefeito e vereadores -, bem como a data de realização e a forma do pleito eleitoral.

Atente-se para o registro de um plebiscito e dois referendos: a manutenção do Regime Parlamentarista foi alvo do referendo de 1963; trinta anos mais tarde, dá-se o Plebiscito relativo à forma (República ou Monarquia Constitucional) e sistema de governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo); e em 23 de outubro de 2005 realizou-se o Referendo acerca da proibição de comercialização de armas de fogo e munição em todo o território nacional.

Consta ainda no quadro a relação dos cargos eletivos para as eleições de 2006. As notas de fim esclarecem os instrumentos legais que regularam as eleições.

CARGOS ELETIVOS


Ano do Pleito

Executivo Federal

Senado E Câmara Federal

Executivo Estadual

Assembléias Legislativas

Executivo E Câmara Municipal

Presidente E Vice-Presidente Da República

Deputado Federal/ Senador

Governador

Deputado Estadual/ Distrital/ De Território

Prefeito, Vice-Prefeito E Vereadores

1945

Eleição Direta
2 de Dezembro

Eleição Direta
2 de Dezembro

_

_

_

1947

-

Eleição Direta
19 de Janeiro

Eleição Direta
19 de Janeiro

Eleição Direta
19 de Janeiro

Eleição Direta
19 de Janeiro

1950

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

1954

_

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

1955

Eleição Direta
3 de Outubro

_

Eleição Direta
3 de Outubro

_

Eleição Direta
3 de Outubro

11958

_

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta]
3 de Outubro

11960

Eleição Direta
3 de Outubro

_

Eleição Direta
3 de Outubro

_

Eleição Direta
3 de Outubro

11962

_

Eleição Direta
7 de Outubro

Eleição Direta
7 de Outubro

Eleição Direta
7 de Outubro

Eleição Direta
7 de Outubro

11963

REFERENDO - 06 de Janeiro - Instituído pela Emenda Constitucional n.º 4, de 2/09/1961,  para a manutenção ou não do regime parlamentarista, previsto como Plebiscito a realizar-se em 1965 -antecipado e chamado de Referendo pela Lei Complementar n.º 2, de 16.09.1962.

 

 

 

QUADRO 3 – Eleições em Itumbiara a partir de 1945

Fonte TSE

 

                   

4.1 –CONJUNTURA POLÍTICA NO PERÍODO

 

Em agosto de 1945 termina a Segunda Guerra Mundial. Em 18 de setembro de 1946 é promulgada nova Constituição. A experiência totalitária de Vargas e o Estado Novo chega ao final. O General Eurico Gaspar Dutra  vence as eleições presidenciais. A moeda era o cruzeiro, que substituiu o réis em 1943.

Pedro Ludovico deixou o cargo em 06 de novembro de 1945, sendo que nesse período até janeiro de 1947, o Estado fora governado interinamente por interventores federais até que se realizassem novas eleições por Eládio de Amorim, Felipe Xavier, Paulo Fleury, Belarmino Cruvinel, Joaquim Machado de Araújo, Hegesipo Meireles.

O Engenheiro Jerônimo Coimbra Bueno de Rio Verde é o vencedor das eleições em Janeiro de 1947, numa coligação que reunia a UDN, o PSP e uma dissidência do PSD.  Parte do PSD lançou o candidato Juca Ludovico (primo de Pedro Ludovico) que perdeu a eleição.  Esta foi uma eleição com voto universal e direto, resultando em 40.792 votos para Coimbra Bueno e 38.953 para Juca Ludovico.

Após o governo do General Eurico Gaspar Dutra, Getúlio Vargas com 3.849.040 votos, volta ao Poder, desta vez pelas urnas numa aliança PTB/PSP derrotando Eduardo Gomes (UDN) com 2.342.384 votos. Na mesma eleição, Cristiano Machado (PSD) obteve 1.697.193 votos.

Na sucessão de Coimbra Bueno, Pedro Ludovico (PSD) vence a eleição DE 03 de outubro de 1950 com 84.515 votos contra 55.480 de Altamiro de Moura Pacheco (UDN-PSP). É nessa gestão entre 1951 e 1954 que começa a construção da Usina de Cachoeira Dourada.

O Secretário de Fazenda e primo de Pedro Ludovico, Juca Ludovico (coligação PSD-PTB-PTN) vence as eleições de 03 de outubro de 1954 com 106540 votos contra 105.412 de Galeno Paranhos (coligação UDN-PSP). Ele vai governar Goiás entre 12 de março de 1955 a 31 de janeiro de 1959.

Em 24 de agosto de 1954 ocorre o suicídio de Vargas e Café Filho assume a presidência do Brasil. Nas eleições de outubro de 1955, vence Juscelino Kubistchek assumindo o governo em 31 de janeiro de 1956.

Em 1958 ocorrem eleições para um mandato tampão de dois anos, sendo eleito José Feliciano Ferreira (coligação PSD-PTN) com 161.565 votos contra César da Cunha Bastos (coligação UDN-PSP) que teve 114.944 votos. José Feliciano governou Goiás entre 31 de janeiro de 1959 a 31 de janeiro de 1961.

Jânio Quadros vence as eleições no Brasil em 1960 e renuncia em agosto de 1961.

Em Goiás, Mauro Borges Teixeira (coligação PSD-PTB-PTN), obtém 160.365 votos contra 130.968 de Pedro Ludovico (coligação UDN-PSP) nas eleições de 03 de outubro de 1960, governando o Estado entre 31 de janeiro de 1961 a 26 de novembro de 1964, quando deixa o governo por força de intervenção federal.

 

 

4.3 – A POLÍTICA EM ITUMBIARA

 

Como o Estado de Goiás vive mais uma vez um período de intervenções federais, da mesma forma, Itumbiara inicia 1945 também sob a intervenção, já que o Poder Judiciário nomeia um interventor, o Juiz Romeu Estelita Cavalcante Passos para governar o município nesse ano. No ano seguinte, em 1946 o município continua a ser governado por um interventor, já que novamente é nomeado José Gomes de Lima.

No estado de Goiás, Coimbra Bueno (UDN) governa de 1947 a 1950 e em Itumbiara assume o governo municipal João Rocha nomeado pelo general Xavier de Barros. João Rocha foi secretário e contador da Prefeitura no governo de Sidney Pereira de Almeida em 1930 na intervenção e de 1932 a 1936.  

Em 1947, Osmar Tavares, nomeado interventor municipal pelo governo do Estado, governa por um curto período de tempo, antecedendo a chegada de Orestes Borges Guimarães.

Com a chegada no Poder do Estado de Coimbra Bueno (UDN) o fazendeiro Orestes Borges Guimarães é nomeado interventor e assume o Poder político em Itumbiara pelo lado da UDN entre 1947 a 1948.

  Entre 1949 e 1950, Osmar Sampaio,  Contador de Sebastião Xavier é escolhido Prefeito do Município elegendo-se  deputado pela UDN após deixar a Prefeitura.

Depois é o PSD que governa Goiás com Pedro Ludovico de 1951 a 1954 e em Itumbiara numa aliança UDN/PSD, Floriano de Carvalho assume o governo municipal.

Novamente com Juca Ludovico, o PSD governa Goiás de 1955 a 1958 e em Itumbiara a UDN chega ao Poder novamente com Arédio Borges Guimarães, cartorário e irmão de Orestes Borges Guimarães.

O PSD faz dobradinha no Governo, primeiro é Jose Feliciano do PSD que governa Goiás 1959 a 1960 em Itumbiara é João Rocha, eleito pelo voto popular que exerce o  mandato por dois anos; em seguida  Mauro Borges governa Goiás  de 1961 a 1964, em Itumbiara  Ataíde Rodrigues Borges[41] vence as eleições.

A primeira gestão de Ataíde Rodrigues Borges ficou também ficou marcada pelo apoio a Pedro Ludovico para o Senado Goiano, que para ganhar o sistema de água e esgoto no município, apesar de ser da UDN, apoiou o candidato do PSD em detrimento do candidato do Partido, Coimbra Bueno.

Observa-se na década de 50, que Itumbiara está sempre na oposição, pois quando o governo de Goiás estava sob o comando do PSD, em Itumbiara governava a UDN, fato revelado pelo pe. Nelson Rafael Fleury em seu livro no qual critica que Itumbiara praticamente não recebia nada do governo goiano, justamente por estar na oposição.

 

 

4.4 – OS PARTIDOS POLÍTICOS NACIONAIS

 

Sobre a fundação dos Partidos Políticos Nacionais, documentos da Fundação Getúlio Vargas[42] assim narra o surgimento deles:

 

“Foi na conjuntura final do Estado Novo que foram criados os principais partidos políticos brasileiros atuantes das décadas de 1940 à de 1960: a União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). A lei eleitoral de maio de 1945, elaborada sob a supervisão do ministro da Justiça Agamenon Magalhães, determinou a constituição de partidos de caráter nacional, o que rompia com a tradição regionalista da política partidária brasileira.

A UDN foi fundada no dia 7 de abril de 1945, reunindo diversas correntes que nos anos anteriores haviam-se colocado em oposição à ditadura do Estado Novo. Setores liberais que desde 1943, com o lançamento do Manifesto dos Mineiros, vinham se manifestando pelo fim do regime ditatorial, se articularam para lançar a candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da República. Para dar sustentação a essa candidatura foi criada a UDN, que num primeiro momento constituiu uma ampla frente anti-Vargas.

Participaram da fundação da UDN setores oligárquicos desalojados do Poder pela Revolução de 1930, representados por Figuras como o baiano Otávio Mangabeira e o paulista Júlio Prestes ou o ex-presidente Artur Bernardes, e por clãs políticos estaduais como os Konder, de Santa Catarina, ou os Caiado, de Goiás. Ingressaram também na UDN outros setores oligárquicos que só romperam com Vargas no decorrer da década de 1930, como José Américo de Almeida, Juarez Távora, Antônio Carlos, Juraci Magalhães, Carlos de Lima Cavalcanti e Flores da Cunha. Havia ainda liberais históricos, como os irmãos Virgílio e Afonso Arinos de Melo Franco, Raul Pilla, Pedro Aleixo, Odilon Braga, Milton Campos, entre outros. Finalmente, estiveram entre os fundadores do partido até mesmo alguns grupos e personalidades de esquerda, como Silo Meireles, rompido com o PCB em virtude da aproximação desse partido com Vargas, e socialistas como Hermes Lima, Domingos Velasco e João Mangabeira, aglutinados na chamada Esquerda Democrática. Essa frente ampla começou a dissolver-se, contudo, ainda durante o ano de 1945. Em Minas Gerais, o grupo ligado ao antigo PRM, liderado por Artur Bernardes, optou por organizar o Partido Repúblicano (PR), enquanto no Rio Grande do Sul foi criado o Partido Libertador, dirigido por Raul Pilla. PR e PL, entretanto, mantiveram seu apoio à candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes. No ano seguinte, a Esquerda Democrática abandonaria a UDN para organizar o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Até a sua extinção em 1965, o partido esteve no centro dos principais acontecimentos da vida política do país. Caracterizou-se pela defesa da democracia liberal e pelo combate aguerrido às correntes getulistas.

O Partido Social Democrático (PSD) foi fundado no dia 17 de julho de 1945 sob o comando dos interventores estaduais nomeados por Vargas durante o Estado Novo, entre os quais se destacaram Benedito Valadares, de Minas Gerais; Fernando Costa, de São Paulo; Ernani do Amaral Peixoto, do Rio de Janeiro; Nereu Ramos, de Santa Catarina, e Agamenon Magalhães, de Pernambuco. Sua criação esteve relacionada às articulações das lideranças ligadas a Vargas para se contrapor ao lançamento da candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes pela UDN. Dessas iniciativas surgiria a candidatura presidencial do general Eurico Dutra, ex-ministro da Guerra de Vargas. Em seu programa o PSD defendia a legislação trabalhista e a intervenção do Estado na economia. A primeira comissão diretora do partido era composta por Getúlio Vargas (presidente), Benedito Valadares (1º vice-presidente) e Fernando Costa (2º vice-presidente). Na prática, porém, Vargas jamais assumiu suas funções, que a princípio ficaram a cargo de Benedito Valadares em caráter interino. Em seguida, a presidência do PSD foi exercida por Nereu Ramos (1947-49), Cirilo Júnior (1949-51) e Ernani do Amaral Peixoto (1951-65).

As eleições presidenciais realizadas em dezembro de 1945 tiveram como vencedor o general Dutra, candidato do PSD. O partido não conquistou, contudo, uma supremacia clara no governo Dutra, que preferia declarar-se "presidente de todos os brasileiros". Ainda assim, o PSD exerceu ampla hegemonia sobre a política brasileira entre 1945 e 1965: além de eleger dois presidentes da República e um grande número de governadores, manteve sempre a maioria na Câmara dos Deputados e no Senado e foi o partido que mais indicou ministros no período. Durante sua existência, o aliado preferencial do PSD foi o PTB, enquanto seu grande rival foi a UDN.”

 

 

4.5 – A VOZ DA UDN E DOS FAZENDEIROS

 

Para entender melhor o período, foi ouvido o filho do líder político e fazendeiro, Orestes Borges Guimarães, que em 1927 participava como Conselheiro da Intendência ao lado de Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior.

Orestes foi um grande fazendeiro, também chamado de boiadeiro, porque cedia espaço em suas fazendas para receber gado que era transportado pela região, além de ser um grande comerciante de gado.

“Orestinho”, como era conhecido, nasceu por volta de 1936, conta sobre a eleição de Floriano de Carvalho, oriundo da cidade de Panamá, que sendo Fiscal do Estado apoiou Coimbra Bueno da UDN e conseguiu em Itumbiara se eleger através da união da UDN e PSD na cidade.

Relembra que Floriano de Carvalho chegou a ser mandado embora do Estado como fiscal, mas seu pai Orestes Borges Guimarães intercedeu por ele sendo atendido pelo governador Coimbra Bueno que o retornou ao cargo.

Ressalta  ainda a eleição de Osmar Sampaio-UDN, contador de Sebastião Xavier, que tornou-se prefeito e deputado estadual pelo município de Itumbiara. 

Foi também seu pai que lançou politicamente Ataíde Rodrigues Borges, comerciante de secos e molhados, que elegeu-se prefeito vencendo  uma eleição contra o genro de Sebastião Xavier, o médico José Seronni, que tinha a eleição praticamente ganha e perdeu no episódio dos Botinas Amarelas[43].

Orestes Borges Guimarães tornou-se um grande líder pela resistência a Pedro Ludovico na Região. Luiz Barreto Correia Menezes Neto casou-se com sua filha Maria Emilia Guimarães. Menezes Neto foi um dos líderes políticos do município com maior representatividade no governo, ocupando os cargos de Secretário da Agricultura e também Secretário do Interior e Justiça, Deputado Estadual, tendo sido, inclusive, indicado por Otávio Lage para sucedê-lo como governador, o que não ocorreu devido a veto de Brasília. Para Orestes, o fato da morte do presidente Costa e Silva, influenciou na escolha, pois Médici assumiu e preferiu Leonino de Ramos Caiado para suceder Otávio Lage no Governo de Goiás.

Orestes Borges Guimarães aponta como contribuições das lideranças para Itumbiara:

Arédio Borges Guimarães, quando prefeito, trouxe o sistema de Telefonia para Itumbiara.

João Rocha construiu a Cadeia Publica e o Fórum.

A Menezes Neto atribui a influência que trouxe o asfalto da BR 452 até Rio Verde, a ponte sobre o Rio dos Bois e ainda a chegada de faculdades em Itumbiara.

Ataíde Rodrigues Borges construiu a Vila Vitória, que recebeu esse nome porque Itumbiara ganhou a disputa das casas com outros municípios. A Vila se chamaria Vila São Sebastião. Assim, a primeira Vila foi construída no governo Leonino de Ramos Caiado e no governo de Ari Valadão foi construída a Vila Vitória II.

A vinda da OSEGO e da primeira indústria de Itumbiara CAGIGO é atribuída também ao grupo da UDN que tinha Orestes Borges Guimarães, Luiz Barreto Correia de Menezes Neto e Ataíde Rodrigues Borges como líderes.

O Serviço de Água é uma curiosidade à parte narrado por Orestinho referindo-se à eleição para Senador durante o governo de Ataíde Borges em 1962, ocasião em que o prefeito da UDN para ganhar o serviço de água para o município através do governador Mauro Borges do PSD, apoiou seu pai Pedro Ludovico do PSD, que fazia chapa com José Feliciano em detrimento do candidato da UDN, Coimbra Bueno. Conta ele, que a vitória de Ludovico para Senador em Itumbiara foi de 2 por 1 contra Coimbra Bueno.

Ressalta ainda que sua Família participou ativamente da construção de uma Usina de Asfalto nas imediações da BR 153, uma subestação de energia, a Cibrazem e a Casego e destaca ainda como principais contribuições:

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

Colégio Polivalente Dr. Luiz Menezes Júnior

Grupo Estadual Hermelindo Felix de Miranda

Escola Estadual Adoniro Andrade

Escola Estadual Rui Barbosa

Escola Estadual Emilia Maria Guimarães

Obras em Meia Ponte e Sarandi

Casa Rural e Anfiteatro da Escola Estadual Dom Veloso

Aquisição da Usina de energia do grupo de Otávio Lage

Praça São Sebastião – que depois teve o nome mudado para Sebastião Xavier.

Praça da Bandeira, Vilas Vitórias 1 e 2

 

 

4.6 – AS PORTEIRAS E OS CARTÓRIOS

 

João Pereira de Almeida que nasceu em Itumbiara em 19/01/1936, filho de Vigilato Pereira de Almeida (presidente da Câmara Municipal de 31/01/1955 a 28/01/1958) e irmão de Samuel Pereira de Almeida (vereador entre 1963 e 1966). Formado em Orientação Social em 1967 pela UCG, narra alguns episódios desse período político e alguns lances dos jogos do Poder entre a década de 50 e 60.

       

 

Sobre a  Morte de Luiz Menezes Júnior

A narração do episódio da morte do Engenheiro, conselheiro de intendência, deputado Estadual e líder político entre 1927 e 1933, Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior é a mesma contada por outros nesse período. Ressalta João Pereira de Almeida, que Menezes Júnior morava na rua Benjamin Constant e saindo de casa, ao contornar a rua Marechal Deodoro, recebeu um tiro,  atribuído a um senhor chamado Felipe.

Conta ele ainda, que seu pai Vigilato Pereira de Almeida estudou até a quarta série e de religião espírita, foi gerente da fazenda de Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior e que na época da morte de seu chefe, teve a fazenda incendiada, fugiu para Alvorada, hoje Araporã - MG, onde foi detido por uma guarnição militar que ali veio para prender-lhe. Segundo João Pereira de Almeida, Vigilato foi reconhecido pelo chefe militar, a quem já teria prestado serviços espirituais e preparado remédios, razão pela qual não foi preso.

 

O Poder dos Cartórios

Para João Pereira de Almeida, os cartórios tinham naquele período um grande Poder nas eleições razão pela qual João Rocha (PSD) e Arédio Borges Guimarães (UDN)  foram eleitos prefeitos.

 

A Disputa com Sebastião Xavier Júnior

No governo José Feliciano, Sebastião Xavier Júnior era Fiscal do Estado e havia feito um compromisso com  ele (João Pereira de Almeida) o qual não cumpriu. Segundo ele, Joaquim Modesto, um líder política da época era muito amigo do governador José Feliciano que lhe mandou uma autorização em branco para que ele tivesse um cartório na cidade. Sebastião Xavier Júnior ficou interessado no cartório, mas o trato é que ele abriria mão da vaga de fiscal para João Pereira de Almeida, fato que acabou acontecendo ficando Sebastião Xavier Júnior com o cartório. Nesse fato, João Pereira de Almeida contrariou seu pai que era da UDN e apoiou o PSD.

 

A Presidência da Câmara

João Pereira fala com orgulho dos tempos em que seu pai Vigilato Pereira de Almeida se tornou vereador e presidente da Câmara, não remunerado. Conta ele que seu pai vinha da fazenda a cavalo para as reuniões.

 

 

O Episódio dos Botinas Amarelas

José Seronni do PSD perde as eleições para Ataíde Borges devido ao episódio dos Botinas Amarelas. Segundo ele, Zé Gosé, um terceiro candidato da esquerda, lançou o boato que o médico José Seronni, favorito para ganhar as eleições no começo da década de 60 não gostava dos trabalhadores rurais, que eram maioria naquele período. Aí a turma da UDN, que majoritariamente era do campo, dominada por fazendeiros, colocaram em seus veículos uma grande botina amarela e a campanha pegou, sendo virada nos últimos dias, levando a primeira vitória de Ataíde Rodrigues Borges.

 

As Porteiras do Patrimônio

João Pereira de Almeida marca esse tempo, como o das porteiras fechadas explicando que Cidade tinha três porteiras: uma na entrada pela avenida Anhanguera, outra nas imediações da igreja Nossa Senhora das Graças e outra perto do Cemitério da Saudade. Desse modo. Cada líder político, da UDN e do PSD, iam buscar seus eleitores nestas porteiras antes do dia da eleição trazendo-os para o centro da cidade em grandes barracões, onde se alimentavam e festejavam até o dia da votação. Cada líder cuidava de seus eleitores.

 

 

4.7 – O PSD E OS COMERCIANTES

 

Elerrui Borges de Oliveira, hoje com 77 anos,  fala de seu ex-chefe, o comerciante e líder político nas décadas de 50 e 60 pelo PSD, Sebastião Xavier, que representava o Poder pelo lado  urbano. Pai de sete filhos, Sebastião Xavier nunca se elegeu para cargo público, mas fez seu filho prefeito entre 1965 a 1970 e perdeu uma eleição para Ataíde Rodrigues Borges, com seu genro, o médico Dr. José Seronni, no episódio dos Botinas Amarelas que é narrado mais uma vez.

Elerrui, disse que chegou à Itumbiara em 1951 e pediu emprego a Sebastião Xavier, quando ainda era criança. Segundo ele Sebastião Xavier veio de Morrinhos e foi vendedor de pé-de-moleque, antes de se tornar líder político e comerciante passando de empregado a gerente em um posto de gasolina[44] alugado do Pai de Jovino. Foi também um grande revendedor de automóveis da marca Chevrolet, principalmente camionetes.

Mesmo com pouca formação escolar, nomeava e pedia para tirar pessoas do governo em Itumbiara. No governo José Feliciano teria participado na inauguração do hoje Hospital São Marcos, com ajuda de Dr. Reginaldo, Dr. Marcolino, Dr. José Seronni e Dr. Mario Guedes.

Ligado ao PSD, tinha grande ligação com Pedro Ludovico, colocando todos seus veículos a serviço do partido quando das disputas contra a UDN. Em 1954, hospedou o governador Juca Ludovico por três dias em sua casa.

Nas disputas entre UDN e PSD, enquanto o primeiro tinha o quartel general na atual agência do Banco Itaú, o PSD tinha seu local onde reuniam e comiam, dançavam e festejavam, no local onde hoje funciona o Banco do Brasil na Praça da República.

Com o slogan “o povo quer, o povo quer, para prefeito tãozinho Xavier, venceu  as eleições contra Ataíde Rodrigues Borges.  Sebastião Xavier foi candidato a deputado estadual e  confirma que seu filho Sebastião Xavier Júnior era fiscal do Estado deixando o cargo no governo  para ser dono de um cartório, que tinha muita influência em eleições. Descreve Sebastião Xavier, como um senhor que usava óculos, camisas de linho importadas e botina de película.

Apoiou Mauro Borges Teixeira chegando a mandar quatro seguranças para o Palácio do Governo Mauro Borges, quando os militares exigiram sua saída do governador em 1964 no Golpe Militar.

 

 

4.8 –  ITUMBIARA DA EDUCAÇÃO E DA AGRICULTURA

 

Em sua obraHistórias não contadas”[45]  pe.  Nelson Fleury fala de quando esteve em Itumbiara para fundar o Colégio Arquidiocesano. Conta que, inicialmente em 1953, Floriano de Carvalho procurou o bispo Dom Emanuel pedindo a instalação de um colégio no município após seu pedido não ser atendido pelo governador do PSD na época.

Naquele período, alem do prefeito Floriano de Carvalho (UDN), foi eleito também pelo mesmo partido o deputado estadual Osmar Sampaio (PSD) e Sebastião Xavier que haviam procurado o governador do PSD e receberam um “não” sobre a construção do Colégio em Itumbiara.

Ressalta Pe. Fleury a grandeza da agricultura do município, um dos grandes produtores de arroz do Brasil e detentor de uma das maiores frotas de máquinas agrícolas do País, superior a de estados do Nordeste Brasileiro. Entretanto, a apesar da riqueza, a cidade sofria com a disputa política do Governo goiano entre a UDN e o PSD, e pelo fato de estar sempre em oposição ao governador não recebia nada, enquanto Morrinhos recebia quase tudo, inclusive já tinha seus colégios.

Diz ele, que Itumbiara recebeu grande deferência do governo José Feliciano, que teria sido eleito para um mandato tampão de dois anos e escolheu um professor de Itumbiara para ser Secretário de Educação, José Pereira Pinto, que deixou o governo três meses antes do término.

Assim, em 1960, no Colégio Diocesano funcionava o Primário, o Ginasial com a Escola Normal e a Escola do Comércio, criada por Pe. Nelson Fleury citando a organização do colégio ao lado do Professor Lara e de Dona Carminha, filha de Floriano de Carvalho, ambos falecido há pouco tempo em Itumbiara

O Secretário de Estado da Educação, Professor José Pereira Pinto, tinha o sonho de criar o Colégio Estadual em Itumbiara, e apesar de ser ex-professor do Colégio Arquidiocesano, segundo pe. Fleury,  ajudou com professores e na criação do novo Colégio.

 Em 1960, o governador José Feliciano veio à Itumbiara para entregar energia elétrica vinda de Cachoeira Dourada e inaugurar parte do hoje Hospital São Marcos.

Como membro da Junta Apuradora, acompanhou em 1960 as eleições em que Ataíde Borges da UDN derrotou o médico Dr. José Seronni do PSD, genro de Sebastião Xavier. Na mesma eleição, Mauro Borges Teixeira do PSD, derrotou Juca Ludovico.

 

 

4.9 – A PRIMEIRA  ÂMARA MUNICIPAL

 

Presidentes

1947 a 1951 - Homero Orlando Ribeiro

1951 -  Eurico Pinheiro Paes Leme, Waldemar Pereira de Andrade.

1952 -  Joaquim Custódio Macedo e Bento Agostinho do Nascimento.

1953 a 1955 -   José Ferreira de Souza.

1955 a 1958 - Vigilato Pereira de Almeida  de

1958 a 1959.- Vicente Felix de Miranda

1959 a 1961  - Ângelo Ferreira da Rocha

1961 a 1963 - Luiz  Barreto  Correia de Menezes Neto

1963 a 1965 - Vicente Felix de Miranda

 

 

4.10 -  A RODOVIA BR 153

 

.Já no governo Getúlio Vargas, a partir da década de 40, o Plano Nacional de Rodovias  previa a construção da Rodovia Transbrasiliana, cortando o País de norte a Sul, fato que foi iniciado a partir de 1958 e concluído a partir de 1974.

A obra que liga Itumbiara aos grandes centros do Brasil, como São Paulo, Brasília, Goiânia, Triangulo Mineiro e ao Norte do País teve a ajuda do exército em sua construção, e  praticamente foi construída de maneira artesanal, pois na época não se contava com os tipos de maquinários que se tem hoje.

A BR 153, que a partir de Anápolis se transforma na Rodovia Belém-Brasília teve seu projeto atribuído ao Engenheiro Bernardo Sayão[46] no Governo de Juscel.ino Kubistchek.

 A Rodovia tem 3.569 km e vai desde Marabá no Pará até Aceguá no Rio Grande do Sul, hoje já se encontra com um trecho significativo duplicado, principalmente os 400 km que vai de Itumbiara a Brasília e 55 km de Itumbiara até o Trevo de Monte Alegre em Minas Gerais.

FIGURA 21 - BR 153 no trecho em Itumbiara

Fonte:  Autor: Nilson Freire – 26/12/2010)

FIGURA 22 – Traçado da BR 153 cortando o Brasil de Norte a Sul

Fonte : DNIT : Rodovias brasileiras

                                                          

 

4.11 – LIDERES DO PERÍODO

 

Sebastião Xavier

Nasceu em Morrinhos em 18 de maio de 1898, filho de Franklin José da Costa Xavier e Dona Beralda Maria Carrilha. Morreu em 13 de fevereiro de 1980. Teve sete filhos: Sebastião Xavier Júnior, Aparecida Xavier Seronni, Franklin Xavier, Teresinha de Lourdes Xavier, Maria Clara Xavier - Clarinha, Sônia Maria Xavier e  José Xavier.

Veio para Itumbiara em 1918, casando-se com dona Aracy Cotrim, filha do Major Rogério Prates Cotrim. Tinha pouca formação escolar e no inicio vendia pé-de-moleque. Em 1922 inaugurou uma casa comercial no ramo de secos e molhados, depois tecidos e após de derivados de petróleo. Também como comerciante, inaugurou na década de 40  a primeira revenda de veículos no município, da marca Chevrolet.

Assumiu a presidência do Partido Social Democrático no município na década de 50 foi candidato a deputado estadual, constituindo-se um dos grandes líderes até a eleição de seu filho Sebastião Xavier Júnior para Prefeito no Período Militar.

Era um soldado de Pedro Ludovico em Itumbiara e muita influente nomeava as autoridades por aqui.

Guardava o dinheiro em casa. Foi dono de 4 alqueires do outro lado do Rio Paranaíba.  Usava óculos, camisas de linho importadas e botina de película.

 

Orestes Borges Guimarães

Nasceu em 26 de julho de 1896 e faleceu com 89 anos de idade em 08 de junho de 1986. Esposa: Emília Maria Guimarães faleceu em 1971 com 66 anos de idade. Filhos: Zenon Borges Guimarães, Orestes Borges Guimarães e Zenaide Borges, Zeni – avó do Dante[47] e Maria Emilia Guimarães, que casou-se com Luiz Barreto Correia de Menezes Neto.

Como grande fazendeiro da região de Itumbiara, realizava comercialização de gado. Seus primeiros passos na política foi sua eleição em 1927 para o Conselho Municipal de Intendência ao lado de Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior. Foi Prefeito do Município em 1947 e também teve o irmão Arédio Borges Guimarães, um dono de cartório, eleito prefeito entre 1955 e 1959. Foi casado com Emília Maria Guimarães, destacada mulher na área social do Município. Sua filha Maria Emília Guimarães casou-se com o grande líder da UDN, Luiz Barreto Correia de Menezes Neto. Em 1965 incentivou seu filho Orestes Borges Guimarães Filho a disputar a Prefeitura de Itumbiara, ocasião em saiu vencedor Sebastião Xavier Júnior. Era amigo de Floriano de Carvalho, tendo intercedido junto ao Governo do Estado pela sua recondução ao cargo de coletor Estadual, ocasião em que ele havia sido demitido.

 

João Rocha

Nasceu em Uberlândia a 09 de junho de 1908  e faleceu em 27 de março de 2007 com 98 anos de idade. Chegou à Santa Rita do Paranahyba em 17 de abril de 1927 e casou-se em Monte Alegre de Minas em 09 de junho de 1932. Além de ser contador de empresas comerciais em Santa Rita do Paranahyba, foi convidado pela Junta Governativa do município comandada por Sebastião Xavier, Idílio Barra, Cel. Sidney Pereira de Almeida e Amélio José do Carmo para ser Secretário de Intendência e contador do município.

Entre 22 de outubro de 1940 e 07 de junho de 1941 exerceu o cargo de Escrivão do Segundo Cartório de Ofício, tornando-se a partir de 07 de junho de 1941 Tabelião Público e Notas do Cartório de Segundo Ofício, cargo que exerceu até 14 de junho de 1983. Foi interventor do município em 1947 e prefeito eleito entre 1959 e 1960. Em 1966 foi eleito vereador. 

Entre as obras atribuídas a ele, destacam-se a antiga Cadeia Pública e o antigo Fórum, ambos já destruídos, além de uma ponte sobre o Ribeirão Trindade e asfalto da Avenida Afonso Pena. Na sua gestão foi inaugurado parte do Hospital São Marcos, hoje em liquidação. Notabilizou-se por ser bastante econômico e segundo testemunhos, devolvia recursos que sobravam ao governo estadual.

 

Osmar Sampaio

     Nasceu em 27 de janeiro de 1910, Ribeirão Bonito, SP e faleceu em 12 de maio de 1988. Filho de Feliciano Gonçalves de Oliveira e Antonina Sampaio de Oliveira, casou-se com Maria do Carmo Sampaio. Filhos: Divina Bitencourt Partata (residente em Ribeirão Preto, SP).  Formou-se como Técnico em Contabilidade (2.º Grau) atuando como Contador e Comerciante. Foi Prefeito Municipal de Itumbiara, UDN, 1948-1951 e Deputado Estadual, UDN, 2.ª Legislatura, 1951-1955.

 

 

4.11 - MARCOS  HISTÓRICOS DO PERÍODO

                                        

FIGURA 23 -  Ponte Ciro de Almeida

 Fonte: Autor e Data desconhecidos

 

                                                                                                                     

                

        FIGURA 24 - A Visita de JK -1959

Fonte: Autor e Data desconhecidos

 

                                                                                     FIGURA 25 -  Cadeia Pública 

Fonte: Autor e Data desconhecidos[48]

 


FIGURA 26 –  Sede do Poder Executivo – década de 50

Fonte: Autor e Data desconhecidos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE V – ITUMBIARA DA ARENA E DO MDB: O PODER MILITAR,  1964 - 1988

 

O Jogo da UDN e do PSD Continua

 

 

 

O Regime Militar instaurado em 1964 estendeu -se por 21 anos, embora os líderes do golpe insistissem em afirmar o caráter temporário do novo regime até a “normalização” política do país porém, em julho de 1964, por uma Emenda Constitucional, o mandato do marechal Humberto de Alencar Castelo Branco foi prorrogado até março de 1967 e, em outubro de 1965 foi decretado o Ato Institucional nº 02, fortalecendo ainda mais o Executivo, dando ao Presidente o Poder de decretar o recesso do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas Estaduais e da Câmara dos Vereadores, o que deixou claro para a sociedade brasileira que os militares pretendiam se eternizar no Poder. O mesmo Ato Institucional nº 02 além de estabelecer de forma definitiva eleições indiretas para Presidente, extinguia todos os partidos políticos, instituindo o bipartidarismo, podendo existir somente a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). 

Maurício Barbosa Paranaguá

 

 

De um lado Luiz Barreto Correia de Menezes Neto é o nome de Itumbiara no Governo de Goiás e quase chega a governador, juntamente com Ataíde Rodrigues Borges e ainda contando com Orestes Borges Guimarães enfrentam o PSD de Sebastião Xavier que vai ser sucedido por Modesto de Carvalho e Radivair Miranda Machado no futuro MDB.

O Quadro abaixo demonstra os tipos de eleição de 1964 a 1994. É um período em que a ARENA, partido dos militares e do governo de Goiás, sai derrotada em Itumbiara na segunda metade da década de 1960 e ganha somente uma eleição com Ataíde Rodrigues Borges para um mandato tampão de três anos no início da década de 70. Esse período vai marcar Itumbiara como cidade da oposição, que se inicia com a vitória de Modesto de Carvalho em 1972,  Radivair Miranda Machado em 1976 e Waterloo Araújo em 1982.

Após a constituição de 1988 tem-se uma sucessão de traições entre criadores e criaturas, começando com Waterloo Araújo que trai Radivair Miranda Machado, seu criador por Luiz Moura, sua criatura, que em seqüência trai Waterloo Araújo e cria Celso Santos, abandonando seu criador no PDC  e mudando para o PMDB.

 

 

 

 

CARGOS ELETIVOS


Ano

 do

 Pleito

Executivo Federal

Senado E Câmara Federal

Executivo Estadual

Assembléias Legislativas

Executivo E Câmara Municipal

 

 

Presidente E Vice-Presidente Da República

Deputado Federal/ Senador

Governador

Deputado Estadual/ Distrital/ De Território

Prefeito, Vice-Prefeito E Vereadores

 

 

1964

Eleição Indireta
11 de Abril

_

_

_

_

 

 

1965

_

_

Eleição Direta
3 de Outubro

_

Eleição Direta
3 de Outubro

 

 

1966

Eleição Indireta
3 de Outubro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Indireta
3 de Setembro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Direta
15 de Novembro

 

 

1968

_

_

_

_

Eleição Direta
15 de Novembro

 

 

1969

Eleição Indireta
25 de Outubro

_

_

_

Eleição Direta
30 de Novembro

 

 

1970

_

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Indireta
 3 de Outubro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Direta
15 de Novembro

 

 

1972

_

_

_

_

Eleição Direta
15 de Novembro

 

 

1974

Eleição Indireta
15 de Janeiro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Indireta
3 de Outubro

Eleição Direta
15 de Novembro

_

 

 

1976

_

_

_

_

Eleição Direta
15 de Novembro e 20 de Dezembro

 

 

1978

Eleição Indireta
15 de Outubro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Indireta
1º de Setembro

Eleição Direta
15 de Novembro

_

 

 

1982

_

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Direta
15 de Novembro

 

 

1985

Eleição Indireta
15 de Janeiro

_

_

_

Eleição Direta
15 de Novembro

 

 

1986

_

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Direta
15 de Novembro

Eleição Direta
15 de Novembro

 

 

1988

_

_

_

_

Eleição Direta
15 de Novembro

 

 

1989

Eleição Direta
15 de Novembro

(1º Turno)17 de Dezembro(2º Turno)

_

_

_

Eleição Direta16 de Abril e 15 de Novembro(1º Turno) e17 de Dezembro(2º Turno)

 

 

1990

-

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

(1º Turno)25 de Novembro(2º Turno)

Eleição Direta
3 de Outubro

-

 

 

11992

-

-

-

-

Eleição Direta
3 de Outubro

(1º Turno)15 de Novembro(2º Turno)

 

 

11993

PLEBISCITO - 21 de Abril - Instituído pela Constituição Federal de 1988, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, art. 2º, com data prevista para 7 de setembro. A mesma foi, posteriormente, alterada para 21 de abril pela Emenda Constitucional n.º 2, artigo único, caput, de 25/08/1992, para a  escolha entre a forma (República ou Monarquia Constitucional) e sistema de governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo). A Lei n.º 8.624, de 4/02/1993, dispõe sobre o Plebiscito.

 

 

 

QUADRO  4 –   Eleições 1964 - 1994

Fonte: TSE

 

 

5.1 –  OS HOMENS DA DITADURA EM ITUMBIARA: O FIM DO PODER

 

Nas eleições diretas para prefeito realizadas em 03 de outubro de 1965, Sebastião Xavier Júnior (MDB) vence Orestes Borges Guimarães Filho (ARENA) e vai governar Itumbiara de 1966 a 1970.

Em seguida, em 15 de novembro de 1970, Ataíde Rodrigues Borges (ARENA) é eleito para um mandato tampão de janeiro de 1971 a janeiro de 1973.

Modesto de Carvalho (MDB) vence as Eleições em novembro de 1972 para governar Itumbiara de janeiro de  1973 a 1976. O vice-prefeito José Domingos da Costa assumiu um mês de mandato em 1975.

 

Sebastião Xavier Júnior

Nasceu em 10/03/1925 e faleceu em 25/07/1986 com 61 anos de idade. Foi prefeito aos 40 anos de idade e depois de entregar o governo em janeiro de 1970, não foi mais vitorioso em eleições. Antes de ser prefeito, foi fiscal do Estado no Posto de Arrecadação de Itumbiara, trocando esse posto pela concessão de um cartório, segundo depoimento de João Pereira de Almeida.

 

Ataíde Rodrigues Borges

Nasceu em 02/06/1929. Quando seus negócios comerciais iam mal entrou na política para ser prefeito pela primeira vez pela UDN em 1960 com 31 anos governando até 1965. Após deixar a Prefeitura, elege-se deputado Estadual pela ARENA por volta de 1967 e volta a ser prefeito em um mandato tampão de 3 anos entre janeiro de 1970 e  janeiro de 1973, então com 41 anos de idade. Novamente após deixar a prefeitura volta a ser deputado estadual. Falece pobre em 1999.

Comentam alguns contemporâneos sobre Ataíde Borges, que sua morte política começou quando teria tido um relacionamento amoroso com uma irmã religiosa, fato negado por seus correligionários, atraindo a antipatia da Igreja Católica local que se uniu para derrotá-lo nas urnas.

 

Modesto de Carvalho

Nasceu em 01/04/1933 e faleceu em 04/06/1978 com 45 anos de idade. Foi vice-prefeito na chapa de Sebastião Xavier Júnior em 1965, quando tinha 32 anos.

Entre o final da década de 50 e início da década de 60, Modesto de Carvalho esteve fora de Itumbiara, ora trabalhando no serviço de terraplanagem da construção de Brasília e também na obra da construção da Rodovia Belém-Brasília. Ao voltar para Itumbiara, dedica-se a ao comércio de combustíveis, às margens da BR 153.

Vence as eleições em 1972, tornando-se prefeito em 1973 com 40 anos de idade. Apesar de muito querido na cidade e de ser um prefeito realizador de obras, teve seu fim político quando não mais pode influenciar dando opiniões ao seu sucessor Radivair Miranda Machado, ex secretário municipal, também do MDB, que vai governar Itumbiara de 1977 a 1982. Seu vice Gerson Cabral de Freitas assumiu parte do governo em 1982. Radivair Miranda Machado atualmente é agricultor e proprietário da Radio Paranaíba.

Radivair Miranda foi prefeito, Deputado Estadual, Secretário de Transportes e Diretor Geral do DETRAN e  ainda é o Presidente do Diretório Municipal do PMDB.

 

Waterloo Araújo 

Nas eleições de 1982, Waterloo Araujo do MDB vence as eleições e seu mandato vai até 1988 governando por seis anos, já que teve o mandato prorrogado.  Nestas eleições, cada partido podia escolher três candidatos e vencia o mais votado, cujas sub-legendas fizesse o maior numero de votos.

Waterloo Araújo, hoje atua como advogado. Perdeu eleições seguidas para vereador e prefeito.

O Professor José Márcio Margonari Borges, Secretário Municipal do Meio Ambiente do Município de Itumbiara, assim narra os principais fatos políticos no governo Waterloo Araújo relatando que Radivair (eleito Deputado Estadual) assumindo o cargo de Secretário Estadual de Transportes ficou numa posição privilegiada junto ao Governador Íris Rezende, porém não apoiou Waterloo tendo inclusive no episódio do processo de tentativa de cassação do Prefeito Waterloo, em 1985, atuado às vezes de forma ambígua, não dando o respaldo esperado pelo prefeito.

Descontente com a atuação do Deputado Radivair Miranda e seu grupo, que na avaliação do Prefeito Waterloo, antecipavam, mesmo antes das Eleições Estaduais, o processo sucessório na cidade, dando como certa a eleição de Radivair como prefeito, no Pleito de 1988, então, o prefeito Waterloo, resolveu em 1986, romper com o PMDB de Íris e Radivair, e fundar o PDC – Partido Democrata Cristão, formando e ampliando seu grupo político. Nas Eleições Estaduais Waterloo, decidiu apoiar o candidato a Governador Mauro Borges (PDC), a Deputado Federal, o Vereador José Gomes da Rocha (PDC, origem PMDB) e a Deputado Estadual Álvaro Soares Guimarães (PDC, origem PDS).

O grupo de Radivair (PMDB) apoiou para Governador, o médico Henrique Santillo; para Senador Iris Rezende, os quais venceram a eleição; a Deputado Federal, o Vereador Luiz Moura(bem votado, mas saiu magoado do processo por considerar-se preterido durante a campanha) e a Deputado Estadual José Alberto Borges (genro de Radivair), também eleito.

Vale lembrar que também foram eleitos para Deputado Federal (suplente): José Gomes da Rocha que assumiria o mandato em 1989; para Deputado Estadual: Álvaro Guimarães (PDC) e Ataíde Borges (PDS).

Esta foi a primeira eleição que participei como eleitor, votando contra da Ditadura.  O Partido MDB, que passou a ser PMDB termina seu ciclo de Poder depois de ter Modesto de Carvalho, Radivair e Waterloo.

Conforme divulgação do Jornal de Itumbiara em 30/11/1982, foi assim o resultado da eleição:

Partido

Candidatos

Votos

Vereadores 

eleitos

PDS

 

15 – Álvaro Soares Guimarães

5.460 votos

05

16 – Moisés Evangelista de Oliveira

820 votos

17 – Adelicio Maximiano da Silva

3.440 votos

PT

33 – Francisco Rodrigues Aládio

 163 votos

 

PMDB

55 – Waterloo Araujo

15284 votos

10*

 

56 – Sebastião Xavier Júnior

1.528 votos

 

57 – Paulo Fernando de Sousa

 2.513 votos

 

·         destacando-se José Alberto com 1164 votos, José Gomes da Rocha com 1252 votos,  Luiz Moura com 1881 votos e Paulo Serrano com 1185 votos

QUADRO 5: Eleições em Itumbiara - 1982               

 

 

5.2 – AS ELEIÇÕES INDIRETAS EM GOIÁS

 

Em 03 de outubro de 1965, Otávio Lage de Siqueira, natural de Buriti Alegre, vence as eleições (coligação UDN-PSP-PTB) com 180.962 votos, contra 176.809 votos de José Peixoto da Silveira (PSD). Em seu governo, o itumbiarense Luiz Barreto Correia de Menezes Neto teve participação ativa, sendo um dos três nomes sugeridos para suceder o governador, fato que não ocorreu pelo veto vindo de Brasília. Antes o Governador desejava nomear Luiz Menezes para prefeito de Goiânia, mas Brasília novamente escolheu Leonino de Ramos Caiado. Em 13 de setembro de 1967, criou a empresa SANEAGO – Saneamento de Goiás S.A.

Enquanto isso no Brasil, tivemos o governo de Costa e Silva em 1965 e depois Médici.

Leonino de Ramos Caiado (ARENA) foi eleito através de eleição indireta em 03 de outubro de 1970. Luiz Menezes (ARENA) e Clepino Araújo (MDB) estavam entre os deputados que conduziram o governador na Assembléia para prestar juramento.

Em 03 de outubro de 1974, novamente por eleição indireta, a ARENA elege para governador Irapuan Costa Júnior, ex-esposo da atual senadora por Goiás, Lúcia Vânia. O mandato vai de 15 de março de 1975 a 15 de março de 1979.

Ari Ribeiro Valadão (ARENA) que governou Goiás entre 15 de março de 1979 a 15 de março de 1983, eleito pela Assembléia Legislativa em 1 de setembro de 1978.

A partir de 1982 ocorreram eleições diretas para governador do Estado, sendo eleito Iris Rezende Machado (PMDB) com 964.179 votos para governar Goiás  de 15 de março de 1983 a 14 de fevereiro de 1986. O ex-governador Otávio Lage (PDS) teve 470.184 votos, enquanto Athos Magno do PT teve 9.818 votos e Paulo Tim (PDT) 845 votos.

Henrique Antônio Santillo (PMDB) com 993.949 é eleito governador em 1986, com mandato de 15 de março de 1987 a 15 de março de 1991. Mauro Borges Teixeira (Coligação MDG) obteve 592.776 votos. Darci Acorsi (PT) obtém 135.485 votos, Paulo Villar (PCB) 9.601 votos e Eval Soares (PH) 4.894 votos.

 

 

5.3 – A CRIAÇÃO DA DIOCESE DE ITUMBIARA

 

A Igreja Católica Apostólica Romana sempre esteve presente nos jogos do Poder em Itumbiara. Inicialmente com a chegada do pe. Félix Fleury e a construçao da Capela de Santa Rita de Cássia em 1840, fato que promoveu o povoamento da região e depois com pe. Florentino Bermejo, que por muitos anos participou a política em Itumbiara, até a chegada do primeiro Bispo, Dom Veloso, muito reverenciado na cidade.

     Ate hoje a Igreja tem muita influência nas eleições, pois basta algum padre, por exemplo, falar em seus sermões que tal candidato não é bem visto pela comunidade cristã, que isto pode facilmente multiplicar junto aos fiéis.

     Segundo a Wikipédia, a Diocese tem a seguinte organizaçao:

 

“A Diocese de Itumbiara, uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica Apostólica Romana  foi criada no dia 11/101966 através da Bula De animorum utilitate, do Papa Paulo VI..

A Diocese de Itumbiara tem como sede a Catedral de Santa Rita de Cássia, e administra 22 paróquias. Sua população é de 221.038 habitantes batizados, numa área total de 21.871 Km2.

Cidades que pertencem a Diocese de Itumbiara: Itumbiara (sede), Morrinhos, Bom Jesus, Pontalina, Piracanjuba, Água Limpa, Goiatiba, Edéia, Panamá, Cachoeira Dourada, Joviânia, Vicentinópolis, Cromínia, Inaciolândia, Buriti Alegre, Professor Jamil e Porteirão.

 

 

Desde a sua criação, sucederam-se seis bispos:

 

Nome

Período

Notas

Dom Antônio Lino da Silva Dinis

1999

Atual

Dom Cel.so Pereira de Almeida  O. P.

1995-1998

Nomeado Bispo Emérito da Diocese de Itumbiara

Dom José Carlos Castanho de Almeida

 

1987-1994

Nomeado  Bispo de Araçatuba

Dom  José Belvino do Nascimento

1981-1987

Nomeado  Bispo Coadjutor de Patos de Minas

 

Dom José de Lima

1973-1981

Nomeado  Bispo de Sete Lagoas

 

Dom José Francisco Versiani Veloso

1966-1972

 

QUADRO 6 – Bispos Diocesanos de Itumbiara

Fonte: Wikipedia

 

 

5.4 – A MORTE DE MODESTO DE CARVALHO

 

O “Jornal da Cidade”, periódico do município ligado ao MDB, anunciou em sua edição do dia 07/06/1978 a morte de Modesto de Carvalho:

 

“vítima de derrame cerebral, faleceu na manha do último domingo, dia 4 de junho de 1978, o empresário Modesto de Carvalho, ex-prefeito de Itumbiara.

Quem é:  Modesto de Carvalho é mineiro de São Gotardo, tendo nascido em 1 de abril de 1933. Novo ainda, Modesto veio para Itumbiara, em companhia de seus pais. Aqui seu pai, Floriano de Carvalho iniciou sua vida militando no comércio e chegou a Prefeito, tendo realizado uma administração condigna.”

           

 

FIGURA 27 – Modesto de Carvalho em 1976 no Estádio JK

Fonte: Autor  desconhecido - Data: 1976

 

 

5.5 – OS LÍDERES DO PERÍODO MILITAR EM ITUMBIARA

 

Luiz Barreto Correia de Menezes Neto

Engenheiro Químico formado pela Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, foi também agropecuarista. Nasceu em 17 de abril de 1930 em Itumbiara-GO.

Exerceu os cargos de Secretário de Estado da Agricultura no governo Ribas Júnior – 1965/1966. Em 1966 foi Secretário de Estado da Agricultura do governo Otávio Lage. Foi Secretário de Estado do Interior e Justiça no Governo Otávio Lage, 1966-1970. Deputado Estadual da ARENA entre 1971 a 1975 e novamente Secretaria de Estado da Agricultura no governo Irapuã Costa Júnior 1975 a 1979.

Na sucessão de Otávio Lage, compôs a lista de candidatos a Governador. Embora preferido por Otávio Lage, não foi indicado pelo Planalto para eleição indireta pela Assembléia Legislativa. Foi diretor da FAEG e presidente da estatal Goiás Carne por 15 anos atuando ainda como Presidente da Câmara Municipal entre 30/09/1961 a 31/01/1963.

                                                                                                                

 Radivair Miranda Machado

Nasceu em 27 de agosto de 1940 em Itumbiara, filho de José Machado Sobrinho e Maria Miranda Machado. Casou-se com Anair Goulart Machado e teve quatro filhos: Alessandra, Gisele Gracia, Radivair Filho e Luciana. Formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Anápolis, FADA. Exerceu as profissões de Empresário, Radialista e Advogado. Fundador e Diretor da “Rádio Paranaíba” de Itumbiara

Iniciou na vida pública no antigo PSD, atuando nas campanhas políticas como locutor e cabo eleitoral. Filiou-se ao MDB e, depois, ao PMDB. Foi dirigente partidário municipal e estadual do Partido. Foi Vereador (MDB) 1970, Prefeito Municipal de Itumbiara (MDB) 1977-1982, Deputado Estadual (PMDB) de 1983-1987 quando licencia-se em março de 1983 para assumir Secretaria de Estado dos Transportes durante o  Governo Íris Rezende (1983- 1986). Atuou também como Diretor do Banco do Estado de Goiás em 1994.

 

Ataíde Rodrigues Borges

Nasceu em Itumbiara-GO, em 02 de junho de 1929, comerciante, com formação Técnica em contabilidade.  Foi casado e teve quatro filhos. Faleceu em Itumbiara no dia 17 de janeiro de 1999.

Na política foi  Prefeito (UDN) de 31/01/1961 a 30/01/1966, Deputado Estadual (ARENA)  1967 a 1971,  Prefeito (ARENA) – 31/01/1970 a 30/01/1973, Deputado Estadual (ARENA )  assumindo como suplente em  17/03/1975, Deputado Estadual (ARENA/PDS,  líder do PDS  - 1979 a 1983 e Deputado Estadual (PDS) como suplente em 1989.

Foi ainda presidente do Clube Recreativo, do Goiasinho e do extinto clube de futebol itumbiarense Nacional.

 

Genésio Borges de Andrade

Nasceu em 14 de fevereiro de 1918 em Itumbiara e foi casado com Maria Abadia Ribeiro Andrade. Teve quatro filhos, todos médicos: Priscila, Moabe, Murilo e Meimei.

Médico formado pela Universidade do Brasil no Rio de Janeiro em 1952 e  também agropecuarista.. Foi vereador por dois mandatos (UDN) e deputado estadual entre 1963 e 1967.  também foi presidente da Câmara Municipal no período de 31/01/1971 a 31/01/1973.

 

Maria Abadia Ribeiro Andrade

Nasceu em 23/07/1924 em Itumbiara. Filha de fazendeiro numa família de 13 irmãos.  Trabalhou como enfermeira no Hospital Santa Maria por oito anos. Fundou a ACAMPI em 08 de maio de 1961 que administra o Colégio Instituto Francisco de Assis, o CPT – Cidadão, Progresso e Talento, entre outras.

. Foi presidente da Câmara Municipal entre 31/10/1973 a 01/02/1974. Destacou-se pela criação de instituições sociais no município.

 

5.6 – MARCOS HISTÓRICOS DO PERÍODO

 

 

FIGURA 28 – Avenida Beira Rio - 1972

 

 

FIGURA 29 –  Primeira Indústria de Itumbiara - CAGIGO

Fonte: Autor e Data desconhecidos

                                                          

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FIGURA 30 –  Estádio JK – Modesto de Carvalho

FONTE: Autor: Decom – 2008

FIGURA 31 - Usina de Furnas – Governo Militar [49]

Fonte: Autor e Data desconhecidos

 

FIGURA 32 -  Sistema de Água – Ataíde Rodrigues Borges

                                                           Fonte: Autor e data: Desconhecidos

                                                                                                                

FIGURA 33 - Hospital Municipal – Radivair Miranda Machado

                                                           Fonte: Data e Autor: DECOM

 

 

 

 

PARTE VI – ITUMBIARA DE PORTEIRA ABERTA: O PODER DO VOTO, 1989 - 2011

As mudanças nas instituições políticas e no âmbito de Poder dos diversos setores culminaram na Constituição de 1988, que ampliou o Poder de ação do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público nos processos de decisão governamentais. Parte da base material para exercer o Poder – impostos e autonomia financeira – foi transferida da União para os estados e municípios, a ponto de transformar os últimos em verdadeiras unidades federadas (não subordinados aos estados). Em relação aos direitos de cidadania, a nova Constituição estabeleceu uma regra política democrática e ampliou a proteção social para todos, trabalhadores ou não. Definiu como dever do Estado garantir vários direitos sociais – inclusive alguns direitos difusos, como os relacionados à proteção do meio ambiente – e tornou possível que cidadãos e coletividade exigissem o cumprimento dessas garantias pelo Poder público. Além disso, os constituintes ampliaram drasticamente o âmbito das atividades dos promotores públicos fazendo do Ministério Público um ramo especial do Estado, independente dos três Poderes clássicos. Em sua nova forma, o Ministério Público recebeu a missão de assegurar o cumprimento dos direitos da cidadania, garantidos em lei, inclusive contra a ação ou a omissão do Estado.

Brasílio Sallum Jr.

 

 

 

O Jogo Continua

 

No jogo continua Radivair Miranda Machado que tem o Poder sobre o PMDB. Consolida-se um novo líder, José Gomes da Rocha, que vai passar pelo PP que tem na sua origem relação com a UDN/ARENA. O Comércio elege Dione Araújo como seu representante, que é filiado ao DEM, que  foi do antigo PFL e tem também raízes na UDN. Luiz Moura nasce de uma dissidência do MDB, e chega à prefeitura através do PDC, para em seguida filiar-se ao PSDB, tornar-se deputado e prefeito novamente, até ser cassado e morrer em 2010. O Jogo continua, de um lado o PMDB nas mãos de Radivair, do outro José Gomes da Rocha, com o apoio da turma antiga da UDN e de dissidentes do PMDB. Dione do DEM ainda não ganhou nenhuma eleição. Perdeu para prefeito, senador e deputado estadual. Luiz Moura, Zé Gomes e Radivair são os protagonistas desse último jogo. Zé Gomes (PP) está vencendo, Radivair (PMDB), vai resistindo com sua velha guarda e Luiz Moura (PSDB) morreu. Dione (DEM) ainda ganhou eleição e está fora do jogo político.

As eleições a partir desse período seguem as regras da nova Constituição aprovada em 1988.  É com fundamento nesse novo ordenamento jurídico que Waterloo Araújo elege seu sucessor Luiz Moura em 1988, que também faz prefeito seu amigo Celso Santos em 1992 , que também pelo PMDB terá como sucessor Cairo Batista em 1996. Este vai permitir a volta de Luiz Moura pelo PSDB em 2000, cujo ciclo será encerrado com sua cassação em outubro de 2004.

 

CARGOS ELETIVOS

 

Ano Do Pleito

Executivo Federal

Senado E Câmara Federal

Executivo Estadual

Assembléias Legislativas

Executivo E Câmara Municipal

 

Presidente E Vice-Presidente Da República

Deputado Federal/ Senador

Governador

Deputado Estadual/ Distrital/ De Território

Prefeito, Vice-Prefeito E Vereadores

 

1989

Eleição Direta
15 De Novembro(1º Turno)17 De Dezembro(2º Turno)

_

_

_

Eleição Direta16 De Abril E 15 De Novembro(1º Turno) E17 De Dezembro(2º Turno)

 

1990

-

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro(1º Turno)25 de Novembro(2º Turno)

Eleição Direta
3 de Outubro

-

 

1992

-

-

-

-

Eleição Direta
3 de Outubro(1º Turno)15 de Novembro(2º Turno)

 

11993

PLEBISCITO - 21 de Abril - Instituído pela Constituição Federal de 1988, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, art. 2º, com data prevista para 7 de setembro. A mesma foi, posteriormente, alterada para 21 de abril pela Emenda Constitucional n.º 2, artigo único, caput, de 25/08/1992, para a  escolha entre a forma (República ou Monarquia Constitucional) e sistema de governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo). A Lei n.º 8.624, de 4/02/1993, dispõe sobre o Plebiscito.

 

CARGOS ELETIVOS

Ano Do Pleito

Executivo Federal

Senado E Câmara Federal

Executivo Estadual

Assembléias Legislativas

Executivo E Câmara Municipal

Presidente E Vice-Presidente Da República

Deputado Federal/ Senador

Governador

Deputado Estadual/ Distrital/ De Território

Prefeito, Vice-Prefeito E Vereadores

1994

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro

Eleição Direta
3 de Outubro (1º Turno) 15 de Novembro(2º Turno)

Eleição Direta
3 de Outubro

-

1996

-

-

-

-

Eleição Direta
3 de Outubro(1º Turno) 15 de Novembro(2º Turno)

1998

Eleição Direta
4 de Outubro

Eleição Direta
4 de Outubro

Eleição Direta
4 de Outubro(1º Turno) 25 de Novembro(2º Turno)

Eleição Direta
4 de Outubro

-

2000

-

-

-

-

Eleição Direta
1º de Outubro(1º Turno)29 de Outubro(2º Turno)

2002

Eleição Direta
6 de Outubro(1º Turno)27 de Outubro(2º Turno)

Eleição Direta
6 de Outubro

Eleição Direta
6 de Outubro(1º Turno) 27 de Outubro(2º Turno)

Eleição Direta
6 de Outubro

-

2004

-

-

-

-

Eleição Direta
3 de Outubro(1º Turno) 31 de Outubro (2º Turno)

2005

REFERENDO - 23 de Outubro - Instituído pela Lei nº 10. 826, de 22/12/2003, art.  35, § 1º e autorizado pelo Decreto Legislativo n.º 780, de 07/07/2005,   para a manifestação do eleitorado sobre a manutenção ou rejeição da proibição da comercialização de armas de fogo e munição em todo o território nacional.

QUADRO 7:  Eleições a partir de 1989

Fonte : TSE

 

 

6.1  - CONTEXTO DO PERÍODO DA REDEMOCRATIZAÇAO

 

Após a Ditadura Militar, com a promulgação da constituição em 1988, eleva-se o numero de eleitores. O voto passa a ser obrigatório a todos os brasileiros com mais de 18 anos sendo facultativo para analfabetos, pessoas com mais de 70 anos e jovens com idade entre 16 e 17 anos.  A partir de 1996, começam a ser utilizada urnas eletrônicas em alguns estados, sendo estendidos a todos os municípios a partir de 2000.

Com a redemocratização do País, tem-se as primeiras eleições livres e a oposição através do PMDB vence a primeira eleição nesse período.  Em 1986, o então prefeito do PMDB rompe com a ala comandada pelo ex-prefeito Radivair Miranda Machado e apóia para governador Mauro Borges que era do PDC.  As eleições para governador são vencidas pelo PMDB, sendo eleito Henrique Santillo, que vai prestigiar em seus governos os irmãos Paulo Serrano e José Alberto.

O Professor José Márcio Margonari, assim descreve o período:

 

“[...] diante da impossibilidade legal de disputar a reeleição, o Prefeito Waterloo passou a coordenar pessoalmente o processo sucessório, aproximando dos movimentos comunitários e religiosos, dos servidores do município, criando também, um programa diário, na rádio Difusora, onde eram divulgadas as ações da administração municipal e também para fazer críticas ao grupo político liderado por Radivair Miranda, o que serviu para desgastar os opositores e polarizar a disputa futura.

Percebendo o descontentamento do Vereador Luiz Moura com o grupo do PMDB, o grupo liderado por Waterloo, num ato que poucos acreditavam possível, convidou Luiz Moura para filiar-se ao PDC e ser o candidato a Prefeito. Depois de muitas conversações e especulações, Luiz Moura aceitou o convite, passando a trabalhar sua pré-candidatura, uma vez que era muito mais conhecido como médico do que como político. Cumprida a primeira etapa do projeto, faltava buscar o grupo do PDS, que não acompanhara Álvaro em sua filiação no PDC, em 1986.

Diante da polarização da disputa entre Radivair e Luiz Moura, o grupo do PDS, liderado por Everton Quadros, Orestes Borges Guimarães, Joubert Borges Andrade, Ailton Cotrim, Geraldinho do Ariston (pai do Chico Balla), aceitou o convite e indicou como candidato a vice-prefeito o agropecuarista Joubert Borges de Andrade. Radivair por sua vez, buscou para vice um membro do próprio PMDB, o Vereador Joel Carlos da Silva. Iniciando a sua participação com candidatura majoritária em Itumbiara, o PT definiu como candidato o Advogado Aparício Vasconcelos Montes.

Estavam definidos os confrontos para a disputa majoritária em 1988.

A campanha transcorreu como se previa, polarizada e com pesadas críticas, onde o grupo do candidato Radivair afirmava que o Governo Municipal era desorganizado, assistencialista, festeiro e que não realizava obras de infra-estrutura necessárias à comunidade, e que o candidato Luiz Moura, além de ser inexperiente, pois nunca assumira cargo executivo, faria um governo de oposição radical à gestão do Governador Henrique Santillo, e ainda era o candidato Luiz Moura, dependente de bebida alcoólica.

Coordenados pelo prefeito Waterloo, o grupo do candidato Luiz Moura respondia que o candidato Radivair praticara sempre o nepotismo, preterindo seus companheiros, que suas idéias de gestão para a cidade estavam ultrapassadas, que seu genro Deputado Estadual José Alberto não gostava de pobre, evidenciado pelo fato do deputado ter adquirido um carro de luxo, da marca Mercedes Benz.

Aproveitando de uma época em que a Lei Eleitoral era bem menos restritiva, os grupos de Radivair contava com o apoio da “máquina” estadual e o de Luiz Moura com a força da “máquina” da prefeitura, passando, então, a trabalhar de forma direta para eleger suas candidaturas “oficiais”. Em uma época de comícios épicos com shows artísticos e milhares de pessoas, o prefeito Waterloo, hábil orador, fazia pesadas críticas ao candidato Radivair, e esse de pronto em seus comícios e nos programas eleitorais no rádio, ocupava-se em responder os ataques feitos pelo então prefeito Waterloo Araújo. Enquanto Radivair e Waterloo se digladiavam nos comícios e programas eleitorais, os candidatos Luiz Moura e Joubert visitavam os eleitores e apresentavam propostas para uma gestão inovadora para Itumbiara.

 

 

Realizado o Pleito, a disputa apresentou o seguinte resultado, em dados aproximados:

Luiz Moura (PDC), eleito prefeito com aproximadamente 15.600 votos, Radivair Miranda (PMDB), obteve aproximadamente 12.000 votos, Aparício Vasconcelos(PT), recebeu aproximadamente 1.200 votos

Para o Legislativo Municipal foram eleitos vereadores constituintes: Evair Rodrigues(o mais votado), Virgilio Justino, Francisco Fernando de Morais, Luis Mauro de Carvalho, Geraldo Nunes, Marilene Custódio, José Moreira, Inácio Nunes e Luizinho do Alfeu (Distrito de Inaciolândia), Fernando Andrade (primeiro vereador do PT), José Mendes Pereira, Paulo Sérgio, Nivaldo Ponciano, Cairo Batista e João Carlos de Morais. Assumiu a presidência da Câmara o vereador Nivaldo Ponciano e, posteriormente, o vereador Geraldo Nunes.

O prefeito eleito Luiz Moura, ouvindo seu grupo político, convidou para compor sua Equipe de trabalho: Efraim Soares de Moura – Secretaria de Governo,  Luís Carlos Alves Ferreira – Secretaria de Finanças, Cleuber Cardoso – Procurador do Município, Francisco Domingues de Faria – Secretaria de Planejamento, José Márcio Margonari Borges, que não aceitou o convite por razões particulares, tendo assumido Maria do Carmo Carvalho Soares – Secretaria da Educação,  Joubert Borges de Andrade – Secretaria de Transportes,  Vicente Tavares – Secretaria de Ação Urbana,  Augustinho Dias Barcelos – Secretaria de Pavimentação, Ciro Garcia – Secretaria de Saúde, Maria Divina Serradourada de Moura – FIPAS - Fundação de Promoção Social, Everton Quadros – Secretaria de Cultura, Clobertino Rodrigues – Secretaria de Administração, Tertuliano “Nando” – Secretaria de Obras,  Placedino David Gouveia – Secretaria de Iluminação Pública,  Ernandes Alves dos Santos – Secretaria Extraordinária, e  Avenor Marciano Rodrigues – Secretaria Extraordinária.

 

[...] passados seis meses de administração, começaram as movimentações para as eleições de 1990, onde Waterloo Araújo contava com o incondicional apoio do prefeito Luiz Moura, para sua candidatura a Deputado Federal e, ainda Álvaro Guimarães, para sua reeleição para Deputado Estadual. Descontente com a movimentação dos pré-candidatos que a seu ver antecipavam uma campanha que prejudicaria sua administração, o prefeito Luiz Moura promoveu uma reforma administrativa no final de 1989, exonerando diversos aliados de Waterloo e de Álvaro Guimarães (grupo do PDS), nomeando em seguida aliados que, segundo o prefeito, fariam o trabalho com maior eficiência, dedicação e fidelidade às orientações recebidas.

Chegado o período eleitoral, Waterloo teve sua candidatura a Deputado Federal inviabilizada por falta de apoio, e acabou apoiando a candidatura do Deputado Federal Lázaro Barbosa, numa negociação até hoje pouco compreendida pelos eleitores. O prefeito Luiz Moura, pensando enfraquecer os grupos que Poderiam concorrer no futuro, decidiu não apoiar o candidato à reeleição para a Câmara Federal, José Gomes da Rocha, e apoiou o então presidente da Caixa Econômica Federal, Paulo Mandarino, cujo domicílio eleitoral era a cidade de Formosa, no entorno de Brasília. Vale ressaltar que alguns assessores do prefeito Luiz Moura apoiaram outras candidaturas para Deputado Federal, dentre eles: Dona Carminha (Educação): Roberto Balestra, Cleuber Cardoso (Procuradoria): Aldo Arantes, Tertuliano “Nando” e José Márcio Margonari (Cultura): José Gomes da Rocha, e Francisco Domingues (Planejamento): Ronaldo Caiado. Para Deputado Estadual não houve definição de apoio, por parte da administração, o que contribuiu para que o Deputado Estadual Álvaro Guimarães não conseguisse sua reeleição.

Para Governador o apoio da administração foi para o ex-prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha, que tinha também como candidato a Senador o ex-deputado por Anápolis, Pedro Canedo, e seu 1º Suplente de Senador, o industrial de Itumbiara, Alberto Borges de Souza (Grupo Caramuru). Depois de mais de duas décadas de ditadura militar, onde o povo não escolhia pelo voto direto o Presidente da República, em 90, os grupos políticos de Itumbiara, em sua maioria, no 1º Turno, apoiaram os candidatos Fernando Collor de Melo (Caçador de marajás – Rede Globo), Ronaldo Caiado (União Democrática Ruralista – UDR), Leonel Brizola (Trabalhismo), Luís Inácio Lula da Silva (Trabalhadores), Guilherme Afif Domingos (Comerciantes). No 2º Turno a maioria dos grupos políticos resolveram apoiar o candidato Fernando Collor e que fora eleito, depois de um confronto desigual e tendencioso da mídia nacional que plantara virtudes para Collor e defeitos em Lula, seu opositor em 2º Turno. Para Governador venceu Íris Rezende, para o Senado Onofre Quinan e Mauro Miranda. Foi reeleito o Deputado Federal José Gomes da Rocha e eleito o candidato apoiado pelo prefeito Luiz Moura, Paulo Mandarino. Itumbiara ficou sem representação na Assembléia Legislativa.

Os dois últimos anos da Administração Luiz Moura foram marcados pela manutenção da relação de oposição ao Governo Santillo; a liberação, com o apoio do Dep. Fed. Paulo Mandarino (ex-pres. CEF), de um grande financiamento a ser aplicado na canalização do córrego Trindade, e pago, parcelado até 2014.

 Relato um fato que marcara o início da obra, que deixou a todos preocupados, que foi a detonação da antiga ponte existente no córrego Trindade, próximo ao Ginásio do CRI: A Empreiteira responsável pela obra, com muita pompa, quase intocável, demonstrou, num dia de festa e presenças marcantes, todo seu despreparo e amadorismo, para a execução da Grande Obra, ao colocar os explosivos sem técnica e medidas de segurança, uma vez que, mesmo já colocados os explosivos na ponte a ser implodida, veículos e pessoas continuavam a transitar pelo local. E chegou o grande momento! Depois de três tentativas, eis que ocorre a “grande detonação”!!! Foi uma “chuva” de pedras numa grande área, onde danificou todo o telhado do Ginásio do CRI, das moradias próximas, num raio de 200 metros, inclusive instrumentos da Banda Municipal que estava executando dobrados comemorativos, posicionada na Avenida Brasília. E pior, após a grande explosão, somente um lado da ponte caiu, causando certa frustração aos presentes, e mais uma vez, risco para os curiosos. Ficou claro que a empreiteira não tinha estrutura para realizar o trabalho, evidenciado também, nos dias seguintes pela chegada de máquinas antigas, totalmente obsoletas, incapazes de realizar a obra. O prefeito Luiz Moura rescindiu o contrato com a empresa e em seguida, realizou nova concorrência, vindo a Empreiteira OAS que realizou a obra conforme o projeto (1990-1991).

O Deputado Federal José Gomes da Rocha, vendo a possibilidade de contribuir com a cidade, buscou uma aproximação administrativa com o prefeito Luiz Moura, o que viabilizou uma série de benefícios, junto ao Governo Federal, para Itumbiara, dentre eles: a construção do Conjunto Habitacional “Norma Gibaldi”; Creche “Eunábio Coutinho”; o asfaltamento de parte do Norma Gibaldi e Dona Marolina, além dos Bairros Planalto e Jardim América; as Escolas Municipais “Alaor Dias Machado” e “Peixoto da Silveira”; a implantação de fossas sépticas no Bairro “Dona Marolina”.

Chega 92 e o prefeito Luiz Moura não preparou um candidato natural para sucedê-lo, o que gerou muitas especulações quanto às possíveis candidaturas: Cel.so Cardoso (agropecuarista), Dr. Cel.so Santos (Secretário de Saúde); Dr. Ciro Garcia (Médico); Alberto Borges (Grupo Caramuru); José Márcio Margonari (Secretário de Governo); Dona Carminha (Secretária da Educação), dentre outros.

 

 

6.2  - CONJUNTURA POLÍTICA DA NOVA REPÚBLICA

 

José Sarney – PFL -  15/03/1985 a 15/03/1990

Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves (PMDB) vence as eleições indiretas contra Paulo Maluf do PDS, tendo como vice José Sarney (PFL), partido originário da dissidência do PDS, após a vitória de Paulo Maluf para disputar a presidência. Tancredo Neves com saúde debilitada e com mais de 70 anos, morre antes de assumir o Poder, que caberá a Jose Sarney, o vice-presidente. O mandato foi ampliado para cinco anos e foi marcado pelo fracasso no combate à inflação. O fato marcante do período é a aprovação da nova Constituição que amplia o direito de voto atingindo 51% da população, o maior de todo o período Repúblicano.

 

Fernando Collor – PRN – 15/03/1990 A 02/10/1992

Itamar Franco – 02/10/1992 a 01/01/1995

Em 1989 surge a candidatura de Fernando Collor de Melo, originário do PDS, que através de uma coligação envolvendo pequenos partidos como PRN, PSC, PRT  e PST,  vence candidatos de partidos maiores como Ulisses Guimarães (PMDB),  Aureliano Chaves (PFL),  Mario Covas (PSDB), Lula (PT), Paulo Maluf (PDS) e Leonel Brizola (PDT). O uso maciço dos meios de comunicação foi um dos fatores que levou à vitória de Collor, que sofreria um processo de Impeachment[50], devido a problemas com o Congresso Nacional e acusação de corrupção. 

Desta vez é Itamar Franco, novamente um vice-presidente assume e escolhe Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para o Ministério da Fazenda que lança o Plano Real conseguindo derrubar a inflação possibilitando seu lançamento como candidato à presidência da República.

 

Fernando Henrique Cardoso – PSDB – 01/01/1995 A 01/01/1999

Fernando Henrique Cardoso – PSDB – 01/01/1999 A 01/01/2003

Com a proposta de prosseguir com o Plano Real e reformar o Estado, FHC vence as eleições, conseguindo aprovar no Congresso Nacional a reeleição, que obtém nas eleições de 1998.

 

Lula – PT – 01/01/2003 a 01/01/2007

Lula – PT - 01/01/2007 a 01/01/2011

Lula do PT chega ao Poder nas eleições de outubro de 2002, levando consigo a geração que fez oposição ao Regime Militar. O vice-presidente eleito veio do PL, tratando-se do empresário José de Alencar. Lula repete a dupla, que se reelege em 2006.

Em Itumbiara Lula  (PT) vence em 2002  o candidato José Serra do PSDB, mas perde na eleição de 2006 para Geraldo Alckmin-PSDB.

 

 

TABELA 1

Eleições em Itumbiara para Presidente da República  -  – Outubro 2002

Candidato

Votos

Partido

Situação

Lula

18.887

PT

2º Turno

José Serra

15.821

PSDB

2º Turno

Ciro

6.516

PPS

Não eleito

Garotinho

4.949

PSB

Não eleito

Zé Maria

162

PSTU

Não eleito

Rui Costa Pimenta

8

PCO

Não eleito

 

1.183

Branco

 

 

2.827

Nulo

 

Lula

24.234

PT

Eleito

José Serra

21.498

PSDB

Não eleito

 

707

Branco

 

 

1.225

Nulo

 

 

Fonte: TSE

 

                                                                                         

 

 

 

 

 

 

 

TABELA 2

Eleições em Itumbiara para Presidente da República  -    2006

 Primeiro turno

Candidato

Votos

Partido

Situação

Geraldo Alckmin

28.059

PSDB

Seg. turno

Lula

18.493

PT

Seg. turno

Heloisa Helena

2.492

PSOL

Não eleito

Cristóvão Buarque

601

PDT

Não eleito

Ana Maria Rangel

44

PRP

Não eleito

Luciano Bivar

13

PSL

Não eleito

Eymael

8

PSDC

Não eleito

Rui Pimenta

0

PCO

Não eleito

 

 Segundo turno

Candidato

Votos

Partido

Situação

Geraldo Alckmin

24.700

PSDB

Seg. turno

Lula

23.336

PT

Seg. turno

Fonte: TSE

 

 

 

Dilma – PT – 01/01/2011 ...

Nas eleições de 2009, a candidata escolhida por Lula para sua sucessão vence o pleito se tornando a primeira mulher a governar o Brasil.  Em Itumbiara, Dilma Roussef PT) perdeu para José Serra (PSDB) nos dois turnos.

 

TABELA 3

Eleições em Itumbiara para Presidente da República  -    2010

Candidato

Votos

Partido

Situação

José Serra

26.136

PSDB

Seg. turno

Dilma

20.343

PT

Seg. turno

Marina

5.101

PV

Não eleito

Plínio

432

PSOL

Não eleito

Ivan Pinheiro

23

PCB

Não eleito

Eymael

21

PSDC

Não eleito

Zé Maria

21

PSTU

Não eleito

Levy Fidelix

20

PRTB

Não eleito

Rui Pimenta

1

PCO

Não eleito

 

Segundo Turno

Candidato

Votos

Partido

Situação

José Serra

30.198

PSDB

58,96

Dilma

21.024

PT

41,04

nulos

1.880

PV

 

brancos

974

PSOL

 

Fonte: TSE

 

 

6.3 – GOIÁS DEPOIS DA ABERTURA POLÍTICA

 

1983 – 1986 – Íris Rezende Machado

1986 – Onofre Quinan

Durante o governo do Presidente João Figueiredo, último presidente militar, ocorreram eleições diretas para governador de Goiás em 1982, ocasião em que Íris Rezende é eleito pelo PMDB, governando entre 15 de março de 1983 a 14 de fevereiro de 1986. Em 14 de fevereiro de 1986, Íris Rezende assume o Ministério da Agricultura, assumindo o governo estadual, o vice-governador Onofre Quinan. A eleição foi realizada em 15 de novembro de 1982, Íris (PMDB) obtém 964.179 votos, contra 470.184 votos de Otávio Lage do PDS. O PT com Athos Magno obtém 9.818 votos e o PDT com Paulo Timm consegue 845 votos.

Nesse período em Itumbiara governava Waterloo Araújo, também do PMDB.

Íris Rezende Machado nasceu no dia 22 de dezembro de 1933 em Cristianópolis.

 

1987 – 1991 – Henrique Antônio Santillo

Governou Goiás entre 15 de março de 1987 a 15 de março de 1991. A eleição foi realizada em 15 de novembro de 1986, com o candidato Henrique Santillo obtendo 993.949 votos contra 592.776 votos da Coligação MDG- Movimento Democrático Goiano, que tinha como candidato Mauro Borges Teixeira (PDC). Darci Acorsi (PT) obteve 135.485 votos, Paulo Arruda Vilar (PCB) 9.601 votos e Eval Soares dos Santos – 4894 votos.

Nesta eleição, o então prefeito Waterloo Araújo eleito pelo PMDB, apóia o candidato Mauro Borges do PDC. Os deputados José Alberto e Paulo Serrano conseguem posição de destaque nesse governo, tendo o primeiro sido líder do governo na Assembléia e Paulo Serrano tornado Secretario Estadual de Esportes e Lazer. Álvaro Guimarães era líder do PDC, oposição ao governo Estadual.

Henrique Santillo nasceu em 23 de agosto de 1937 na cidade de Ribeirão Preto-SP e faleceu em junho de 2003, vítima de derrame cerebral

Em 1989, o então prefeito Waterloo Araújo (PDC) elege seu sucessor Dr. Luiz Moura.

 

1991 – 1994 – Íris Rezende Machado

1994 – Agenor Rezende

No dia 03 de outubro de 1990, Íris Rezende PMDB em coligação com o PCB e PTR obtém 889.297 votos derrotando Paulo Roberto Cunha – PDC, da coligação que uniu PFL, PRN, PSD E PTB, que obteve 537.111 votos. Participaram ainda da eleição Valdi Camácio pelo PT-PSB obtendo 88.836 votos, Iram Saraiva da coligação PDT, PSDB, PC do B, PMN e PSE, com 62.327 votos. Íris Rezende e Maguito Vilela, seu vice desincompatibilizam seis meses antes da eleição (Íris para disputar uma cadeira no Senado Federal, e Maguito Vilela a sucessão de Íris Rezende) assumindo em 02 de abril de 1994 o governo o Presidente da Assembléia Legislativa, Agenor Rezende. Nesta eleição Íris Rezende sofre um acidente entre Guapó e Goiânia na BR 060, recuperando-se ainda no período da eleição.

A cidade de Itumbiara estava mais uma vez na oposição, já que o governo municipal tinha como titular Dr. Luiz Moura eleito pelo PDC e quatro anos depois elegeria também seu sucessor pelo PDC, Dr. Cel.so Santos, o qual no meio do governo migraria para o PMDB.

 

1995 – 1998 – Maguito Vilela

1998 – Naphtali Alves

Luiz Alberto Vilela ou Maguito Vilela como é conhecido exerceu o mandato de governador de janeiro de 1995 a abril de 1998. O primeiro turno da eleição foi realizado em outubro de 1994, com Maguito obtendo 669.196 votos contra 401.463 de Lucia Vânia (PP), Ronaldo Caiado (PFL) obteve 364.726 votos e Luiz Antônio (PT) com 137.722 votos. No segundo turno, Maguito Vilela chegou a 1.013.025 votos contra 782.568 votos de Lúcia Vânia. Em 02 de abril de 1998 deixa o governo para candidatar-se a uma vaga para o Senado Federal, assumindo seu vice Naphtali Alves.

Maguito Vilela nasceu em Jataí em 24 de janeiro de 1949.

Em Itumbiara está no governo, Dr. Celso Santos (PDC) passa para o PMDB elegendo seu sucessor também pelo PMDB, Cairo Batista. Aliado ao governo, o município indica Álvaro Guimarães para presidente do Detran e Secretário da Agricultura, assim como Marquinho Durão para ficar também um período na Secretaria de Estado da Agricultura.

 

2000 – 2003 - Marconi Perillo   

2003 – 2006 - Marconi Perillo

Em 2002, Marconi Perillo (PSDB), em disputa com o candidato Maguito Vilela (PMDB), é reeleito para governador, tendo como vice Alcides Rodrigues (PP).   Em abril de 2006, Marconi Perillo renuncia ao governo para disputar o Senado Federal.

 

TABELA 4

Eleições em Itumbiara para Governador –  2002

Candidato

Votos

Partido

Situação

Marconi Perillo

25.973

PSDB

Eleito

Maguito

16.678

PMDB

Não eleito

Marina

4.053

PT

Não eleito

Alba Cel.ia

55

PGT

Não eleito

Geraldo Lemos

53

PTB

Não eleito

Javan Rodrigues

14

PSTU

Não eleito

 

1.151

Branco

 

 

2.376

Nulo

 

Fonte: TSE

 

Maio a dezembro de 2006 - Alcides Rodrigues

2007 a 2010 - Alcides Rodrigues

O candidato ao governo de Goiás pelo PP, Alcides Rodrigues vence as eleições em Goiás. Em Itumbiara, com o apoio do Prefeito Zé Gomes da Rocha - na época no PMDB, vence as eleições em Itumbiara.

 

TABELA 5

Eleições em Itumbiara para Presidente da República     2006

Primeiro turno

Candidato

Votos

Partido

Situação

Alcides Rodrigues

26.835

PP

 

Maguito

14.106

PMDB

 

Barbosa Neto

4.314

PSB

 

Demóstenes Torres

1.883

PFL

 

Elias Vaz

147

PSOL

 

Edward Júnior

4

PSDC

 

                                                                                                                                       

Segundo  turno

Candidato

Votos

Partido

Situação

Alcides Rodrigues

32.573

PP

 

Maguito

14.270

PMDB

 

Fonte: TSE

 

01/01/2011...  - Marconi Perillo 

O Governador Marconi Perillo (PSDB), torna-se o primeiro governador por voto direto a ser eleito pela terceira vez em Goiás. Em Itumbiara, com o apoio do Prefeito Zé Gomes, agora no PP, vence as eleições com um dos maiores percentuais de vantagem em relação ao candidato do PMDB, Íris Rezende Machado, que encerra seu ciclo político depois de mais de cinqüenta anos, já que ficou sem o mandato de prefeito de Goiânia ao renunciar em 2010 para a disputa do governo de Goiás.

                                                  TABELA 6

Eleições em Itumbiara para Governador    2010

 Primeiro  turno

Candidato

Votos

Partido

Situação

Marconi Perillo

39.441

PSDB

Seg. turno

Íris Rezende

7.833

PMDB

Seg. turno

Vanderlan

3.032

PR

Não eleito

Marta Jane

248

PCB

Não eleito

Washington

106

PSOL

Não eleito

 

Segundo  turno

Candidato

Votos

Partido

Situação

Marconi Perillo

40.399

PSDB

79,55%

Íris Rezende

10.386

PMDB

20,45%

Nulos

2511

 

 

Brancos

780

 

 

Fonte: TSE

 

 

6.4 – ITUMBIARA EM TEMPOS DE PLURIPARTIDARISMO

 

Em Itumbiara, esse novo período democrático, marcado pela Constituição de 1988 é marcado pela chegada ao Poder do médico Luiz Moura, lançado pelo ex-prefeito Waterloo Araújo, dissidente do PMDB de Itumbiara, que após eleito, trocou o partido pelo PDC para apoiar Mauro Borges ao Governo do Estado de Goiás.

 

1989-1992 – Luiz Moura

O primeiro mandato de Luiz Moura é marcado pelas obras de canalização do Ribeirão Trindade, acabando de vez com as enchentes que ocorriam às suas margens desde o século XIX.

Depois de ser eleito vereador pelo PMDB, Luiz Moura vai para o PDC ganhando a eleição para prefeito vencendo Radivair Miranda Machado, que disputou pelo PMDB.

A chegada de Luiz Moura a Prefeitura de Itumbiara é resultado da dissidência no PMDB, nascida em 1986, quando o então prefeito Waterloo Araújo reúne com o futuro candidato a governador Mauro Borges do PDC manifestando seu apoio. Na mesma reunião ficaria definido que o então vereador Zé Gomes da Rocha seria candidato a deputado estadual e Álvaro Guimarães a Deputado Estadual, posição que seria invertida quando da eleição, ocasionando então a eleição de Álvaro Guimarães pelo PDC e José Alberto pelo PMDB. Zé Gomes da Rocha fica na segunda suplência e devido às eleições de Paulo Roberto Cunha em Rio Verde e de Siqueira Campos para governador do Tocantins se tornando o primeiro deputado federal de Itumbiara.

Luiz Moura representando o grupo do PDC vence Radivair Miranda Machado do PMDB, iniciando-se como líder político, ao mesmo tempo em que começa o declínio político do então Secretário Estadual dos transportes e do próprio Waterloo Araújo que liderou o grupo após o apoio a Mauro Borges do PDC.

Depois de ser eleito vereador pelo PMDB, Luiz Moura vai para o PDC e ganha a eleição para prefeito vencendo Radivair Miranda Machado que disputou pelo PMDB.

 

1993 – 1996 – Celso Santos

Luiz Moura consegue fazer seu sucessor, o também médico Celso Santos, que após parte do mandato, muda para o PMDB, apoiando o governador Maguito Vilela do PMDB e rompendo com aquele que havia lançado sua candidatura a prefeito.

Celso Santos, indicado por Luiz Moura para sucedê-lo, teve como adversários Radivair Miranda Machado (PMDB), Waterloo Araújo (PRN) e Marquinho Durão (PDT). Inicialmente o então prefeito Luiz Moura queria como candidato Celso Cardoso, mas Celso Santos tinha a simpatia da maioria dos companheiros de Luiz Moura e acabou sendo candidato. Com a divisão do PRN e PMDB, Celso Santos obtém a vitória.

A vitória de Celso Santos é marco do fim de um ciclo de dissidências, no qual termina a carreira política de Radivair Miranda Machado, que havia, no passado, lançado Waterloo Araújo como seu sucessor. Este tornou-se um dissidente do PMDB, foi para o PDC e lançou  Luiz Moura  como candidato vitorioso a prefeito,  que lançou como sucessor Cel.so Santos o qual vai abandona-lo e tornar-se prefeito de um único mandato pelo PMDB para fazer seu sucessor Cairo Batista que termina um ciclo do PMDB.

José Marcio Margonari narra uma passagem durante a escolha do sucessor de  Luiz Moura:

 

Bem ao seu estilo, em março de 92, numa manhã de sábado, chega à minha residência, no Bairro Nova Aurora, o prefeito Luiz Moura, que após um rápido café, ele diz: vamos comigo convidar o nosso candidato a prefeito. Ao sair perguntei quem seria o convidado e ele responde, toca para a casa do Alberto da Caramuru, pois ele será o nosso candidato. Já na avenida Beira Rio, perguntei se eles haviam discutido esse assunto alguma vez. O prefeito respondeu que não e que seria para o Alberto uma grata surpresa!!! Estacionado na frente do Edifício Beira Rio, eu disse: prepare-se para outra surpresa, pois acho que o Alberto não aceitará seu convite, sabemos que o Grupo Caramuru está em franca expansão, realizando grandes investimentos... prepare-se para um não. Luiz Moura convicto da aceitação ainda disse: quem não quer ser prefeito de Itumbiara? Muitos lutam para ser e poucos conseguem, e o Alberto sabe que com o meu apoio e seu prestígio, Poderá ser até candidato único...

Subimos até o apartamento do Alberto, e ele educadamente nos recebeu e após as conversas de praxe, o prefeito Luiz Moura, falou do processo sucessório e após evidenciar algumas virtudes do Alberto, fez o convite para que ele fosse candidato a prefeito. De forma serena, polida e com um sorriso acolhedor, mas com muita segurança e firmeza, respondeu ao prefeito que não Poderia aceitar o honroso convite, uma vez que estava muito comprometido com a expansão do Grupo Caramuru, não só em Itumbiara, mas em outros municípios, que ainda não Poderia afastar do cotidiano da empresa, e que esse trabalho seria também muito importante para nosso município e para Goiás.

Luiz Moura tentou novos argumentos, porém Alberto manteve a mesma calma e decisão de não aceitar o convite. Cumprida a tarefa, depois de alguns lamentos do prefeito Luiz Moura, nos despedimos de Alberto que nos acompanhara até o hall de saída do edifício, e ao chegar ao carro, o prefeito pediu que eu dirigisse para o estacionamento, próximo à antiga Skalla Pizzaria.

Depois de um breve silêncio, Luiz Moura iniciou algumas considerações, quando afirmara que o Augustinho Barcelos e o João Cardoso, estavam trabalhando para que o Celso Cardoso fosse o candidato e que de maneira precipitada, ele Luiz Moura, havia manifestado simpatia e que Poderia apoiá-lo para prefeito. Luiz Moura entendia que se o Alberto aceitasse a candidatura, tudo estaria resolvido, uma vez que ninguém iria questionar e não haveria disputa interna.

Com a negativa do Alberto, ele ficou muito preocupado, passando a analisar cada uma das possíveis candidaturas: vejo a candidatura do Celso Cardoso muito complicada, uma vez que ele não é popular e falam muito dos “Cardoso”; já o Dr. Celso Santos é como um irmão, porém não é político, pouco conhecido e é muito teimoso; a Dona Carminha adotaria uma gestão parcial, direcionada exclusivamente para a educação, esquecendo de outras áreas importantes para a comunidade, como: saúde e obras de infra-estrutura, dentre outras; o Dr. Ciro tem larga experiência, mas acho que sua esposa não vai concordar de maneira nenhuma. Fez mais uma breve pausa e disse, estou pensando que vamos definir como candidato a prefeito, uma pessoa que atualmente, coordena a gestão, que tem uma família numerosa e de credibilidade, que nunca foi candidato, mas, terá boa aceitação, tem um apoio importante da educação e com o apoio da administração não terá dificuldade em vencer as eleições. E numa afirmação onde jamais pensava ser contestado, disse: essa pessoa é você, José Márcio... Em poucos segundos, tomei uma das mais complexas decisões de minha vida, quando disse ao prefeito que estava muito honrado com a lembrança de meu nome para a perspectiva de exercer duas tarefas tão desafiadoras, primeiro ser candidato e, em vencendo as eleições, administrar uma cidade com grandes expectativas e carências.

Porém, desprovido de vaidade e ambição, disse ao prefeito que não me considerava preparado para o desafio, e que, Itumbiara precisava de um gestor que conhecesse melhor o setor público, com maior experiência e grande articulação política local, estadual e nacional. Foi o segundo Não recebido pelo prefeito Luiz Moura naquela manhã de sábado! Em sua argumentação, me disse apenas: temos que escolher logo o candidato, voltamos a falar durante a semana.

Retornamos às atividades da semana com a tradicional caminhada, às 05h00 da manhã, de Itumbiara até a venda do Sr. Wilson de Paula, no Bom Jardim, e no caminho ele me perguntou se eu havia pensado melhor sobre o convite por ele formulado, tendo a ele respondido que havia confidenciado a minha esposa e que juntos tínhamos a convicção de que eu não deveria aceitar o convite. Ao passarmos pela ponte do ribeirão Santa Maria, filosofou: está vendo aquela água? Passa debaixo da ponte e não voltará mais, você pode estar perdendo a única chance de ser prefeito de sua cidade... Foi um duradouro silêncio, quebrado bem próximo à Venda, quando em tom grave determinou: marque um café amanhã, com o Dr. Ciro, precisamos definir logo essa candidatura. Ao retornar para o Gabinete, liguei para o Dr. Ciro marcando o café para a tarde do dia seguinte, no que fora de pronto aceito. Ao chegarmos a sua residência no Village Beira Rio, Dr. Ciro nos recebeu e Dona Aninha preparou um café muito especial com variadas e apetitosas quitandas. Tomamos o café e o prefeito Luiz Moura falou do processo sucessório, e que, a cidade precisaria de um candidato com o perfil do Dr. Ciro e que ele estava ali para convidá-lo para ser o candidato a prefeito..., Dr. Ciro respondeu que ficava honrado com o convite, mas, que o prefeito deveria saber a opinião da sua esposa..., ato contínuo Dona Aninha disse, “fico feliz em recebê-los para um amigável café, porém assunto de candidatura não teria jamais minha concordância, sugerindo que procurássemos outra pessoa porque não existia argumento que a fizesse concordar”.

A partir dessa realidade o prefeito Luiz Moura procurou o Dr. Celso Santos e o convidou para ser o candidato, e esse sem muito entusiasmo aceitou o desafio. Sem maior convicção, Luiz Moura passou a divulgar a possível candidatura de seu Secretário da Saúde. Sabedores da insegurança demonstrada pelo prefeito, o grupo que pensava lançar Celso Cardoso voltou a pressionar e articulou o pré-lançamento da sua candidatura, sugerindo que Celso Santos fosse o candidato a vice-prefeito na chapa de Celso Cardoso. O prefeito Luiz Moura concordou, conversou com seu grupo político que em parte foi resistente, porém diante da “aceitação” do candidato Celso Santos em ser vice de Celso Cardoso, o grupo concordou em fazer o lançamento das pré-candidaturas. Essa chapa durou uma semana, isso porque a medida que os candidatos passaram a visitar os órgãos públicos, a sociedade civil organizada... ficou nítida a resistência à candidatura de Celso Cardoso. Diante dessa realidade, foi organizada sob a liderança de aliados como, Dona Carminha, Sidney Pereira, Duílio Amaral, Japão, dentre outros uma manifestação na frente da residência do prefeito Luiz Moura, exigindo que o candidato a prefeito fosse o Dr. Celso Santos, que segundo o grupo era muito mais preparado para o exercício do mandato de prefeito.

No dia seguinte Luiz Moura discutiu o assunto com alguns aliados políticos e anunciou que o candidato a prefeito por ele apoiado seria de forma definitiva, seu Secretário de Saúde, Dr. Celso Santos. Magoados com a mudança, o grupo que defendia a candidatura de Celso Cardoso afastou das articulações e decidiram que ele não aceitaria compor a chapa majoritária. Depois de algumas consultas, foi apresentado o nome do funcionário do Banco do Brasil, Mozart Fialho para ocupar o cargo de candidato a vice-prefeito na chapa com Celso Santos.

Em 92, a disputa para prefeito contou com as candidaturas de Celso Santos, Radivair Miranda, Waterloo Araújo e Marquinho Durão. Numa época de campanha com grandes comícios, shows artísticos (presença diária do Grupo Nordestino “Manoel do Coco e sua Gente”), programa eleitoral no rádio e voto em cédula de papel, com o apoio da máquina municipal e com a enorme aprovação do Governo Luiz Moura, o povo elegeu, com uma diferença de aproximadamente 5.000 votos, para o mandato de 93 a 96, os candidatos da Coligação “A cidade em boas mãos”, Dr. Celso Santos e Mozart Fialho.

Identificado como Governo de continuidade, Dr. Celso manteve quase toda equipe de assessorava o ex-prefeito Luiz Moura, procurando, também manter a rotina de trabalho do governo anterior.

Passados alguns meses, o prefeito Celso Santos implementou algumas mudanças na equipe e que objetivava estabelecer algumas marcas na sua maneira de administrar, passou também a estabelecer um diálogo com o Governador Íris Rezende, principalmente através do seu irmão, Secretário de Governo Otoniel Machado. Tais atitudes levaram a um descontentamento do ex-prefeito Luiz Moura, provocando inicialmente um distanciamento e posteriormente, com a filiação do prefeito ao PMDB do Governador Íris Rezende, ao rompimento político entre o prefeito e o ex-prefeito.

Nas eleições de 1994, Luiz Moura saiu candidato a Deputado Federal, sendo agora seus aliados e como candidatos a Deputado Estadual, Waterloo Araújo e Paulo Serrano. Todos apoiavam Fernando Henrique para presidente e Lúcia Vânia a Governadora. O prefeito Cel.so Santos apoiou Fernando Henrique, Maguito Vilela para Governador, Íris Rezende para Senador e José Gomes para Deputado Federal.

Nessa disputa os eleitos foram: Fernando Henrique, Presidente, Maguito Vilela, Governador, Íris Rezende, Senador, José Gomes da Rocha, Deputado Federal e Paulo Serrano, Deputado Estadual.

                                                                                                       

 

1997-2000 – Cairo Batista

Celso Santos também faz seu sucessor Cairo Batista, Cairo Batista que foi vereador e deputado Estadual, porém, não conseguiu deixar um sucessor. O Prefeito Cairo Batista é eleito.com o apoio do Governador do Estado Maguito Vilela. Vence uma eleição apertada contra o ex-prefeito Luiz Moura. Encerrou a carreira política ao ser condenado por improbidade, deixando o mandato de vereador em setembro de 2010.

Fez parte da urbanização da Beira Rio.  Sobre esse período o professor e historiador José Marcio Margonari relata:

 

Luiz Moura e Celso Santos, antes aliados, agora adversários ferrenhos, voltariam a se encontrar nas eleições municipais de 1996, quando numa tentativa de voltar à Prefeitura, Luiz Moura não buscou partidos para uma aliança que pudesse garantir sua eleição, e tendo como seu vice Divino Olímpio (Bengala), perdeu a disputa para o candidato apoiado pelo prefeito Celso Santos, o então vereador Cairo Batista. O grupo coordenado por Celso Santos, buscou uma ampla aliança, todos partidos e lideranças possíveis, ofereceu a vaga de vice-prefeito ao PT, que lançou o médico e vereador Dr. Queirós. Cairo Batista cresceu com o apoio das máquinas administrativa municipal (Celso Santos) e estadual (Maguito Vilela), além da grande maioria dos vereadores, segmentos da sociedade, e em particular o bairro de seu domicílio, o Novo Horizonte. A disputa tornou-se polarizada, o que levou o candidato Paulo Serrano a desmobilizar sua equipe de campanha, levantando suspeitas de favorecimento com o episódio. As pesquisas na véspera das eleições apontavam empate técnico entre Luiz Moura e Cairo Batista. O que foi comprovado durante as apurações, onde voto a voto, se alternavam na liderança, sendo definido o Pleito na última urna a favor do candidato Cairo Batista, com a diferença de apenas 265 votos.

Na época, por ser a última eleição realizada em cédula de papel e, portanto, a apuração feita de forma manual, levantou-se muitas suspeitas de fraudes durante a apuração dos votos. Luiz Moura recorreu solicitando a recontagem dos votos, porém não obteve êxito.

Naquelas eleições o que ficou patente, é que a derrota ocorreu pela conjugação de vários fatores, dentre eles: a incapacidade de buscar aliados, na equivocada forma de abordagem ao eleitor, nas críticas pessoais feitas durante os comícios, na falta de recursos financeiros, necessários às demandas básicas de uma campanha majoritária.

           

 

TABELA 7

Eleições em Itumbiara para Prefeito    1996

Candidato

Votos

Partido

Situação

Cairo Ferreira Batista

17.887

PMDB

Eleito

Luiz Gonzaga Carneiro De Moura

17.622

PPB

Não eleito

Paulo Serrano Borges

8.734

PSDB

Não eleito

 

539

Branco

 

 

1.657

Nulo

 

 

 

A Suspensão dos Direitos  Políticos de Cairo Batista

 Cairo Batista desempenhava o cargo de Vereador, quando teve seus direitos políticos suspensos, conforme notícias do site do Ministério Público de Goiás em setembro de 2010:

 

“O promotor de Justiça Reuder Cavalcante Motta comunicou sexta-feira (10/9) ao presidente da Câmara Municipal de Itumbiara, Fernando José de Andrade, o trânsito em julgado da decisão judicial que condenou o ex-deputado estadual, ex-prefeito e atual vereador, Cairo Ferreira Batista, a perder o cargo e ter os direitos políticos suspensos em razão de desvio de dinheiro público. Com o trânsito em julgado, não há mais recurso e a sentença se tornou definitiva

Na sessão legislativa que ocorrerá hoje (13/9) à noite, o MP orienta que Fernando de Andrade informe aos demais vereadores a situação de Cairo Batista e declare a extinção do mandato do ex-prefeito, convocando seu suplente. Também na última sexta-feira o promotor pediu ao juiz eleitoral Dante Bartoccini que cancele o título de eleitor do réu.

A sentença

Além de Cairo Batista, também foram condenados por improbidade administrativa por desvio de verba pública durante o mandato do ex-prefeito em 2000, o proprietário da Elzo Esportes Materiais Esportivos, Elzo Comácio, e o então secretário de Finanças do município, José Omero Rodovalho. O valor atual do ressarcimento aos cofres do município é de R$ 110.955,57, sendo que R$ 57.624,37 devem ser divididos entre os três envolvidos e R$ 53.331,20 são de responsabilidade apenas de Cairo Batista.

Eles foram acusados de desvio de dinheiro da cidade de Itumbiara para benefício próprio, através de fraude em notas fiscais falsificadas de papelarias e autopeças e por falsificação ideológica de documentos.

O ex-prefeito teve os direitos políticos (de votar e ser votado) suspensos por 10 anos. Já a impossibilidade de ser eleito foi estendida para 18 anos devido à Lei da Ficha Limpa. A perda dos direitos políticos do empresário será de oito anos e do ex-secretário, de cinco. Todos estão proibidos de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco anos. (Paula Resende / Estagiária da Assessoria de Comunicação Social)

Fonte MP-GO”

 

 

2001-2004 – Luiz Moura

O médico mineiro Luiz Gonzaga Carneiro de Moura termina seu ciclo de Poder em 2004 quando renuncia ao mandato de prefeito para não ser cassado pela Câmara de Vereadores, determinando o fim de um período que começou bem em 1989 e terminou muito mal em outubro de 2004.

O ex-deputado Luiz Gonzaga Carneiro de Moura, da classe médica, de onde despontou na política como líder político local. Depois de ser vereador vence a eleição para prefeito, conseguindo a partir daí obter novo mandato e ser deputado estadual.

Luiz Moura volta a governar Itumbiara, desta vez com o PSDB, com a ajuda do governador do Estado Marconi Perillo. Faz um governo desastroso, com atrasos de pagamentos, dominado pela Câmara de Vereadores sendo condenado pela Justiça por improbidade administrativa.

Fez uma obra grandiosa: a canalização do Ribeirão Trindade que apresentava enchentes desde 1881.

Do seu grupo político ainda milita o Professor José Marcio Margonari, que hoje esta filiado ao PT e ocupa cargo de Secretário Municipal do Meio Ambiente que fala sobre esse assunto:.

 

Persistente, Luiz Moura voltaria à cena política em 1998, sendo eleito Deputado Estadual, ao lado do também vitorioso Governador Marconi Perillo, que poucos acreditavam que pudesse derrotar Íris Rezende. Foi ainda reeleito o Deputado Federal, José Gomes da Rocha e o Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Na condição de Deputado Estadual e com o apoio do Governador Marconi Perillo, em 2000, Luiz Moura viria ainda, ser eleito prefeito, numa disputa com o então Deputado Federal José Gomes da Rocha.

Seu mandato foi marcado por grandes problemas, com graves denúncias de favorecimentos pessoais, tendo inclusive respondido por uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, instalada na Câmara Municipal por suspeitas de corrupção em órgãos da administração municipal, especialmente na Fundação de Promoção Social. Mesmo diante de graves evidências de corrupção, entendeu a Comissão, que o prefeito não participara diretamente dos atos lesivos, propondo o afastamento de membros da assessoria do prefeito.

Em conseqüência do grande fracasso de sua administração, evidenciado pela falta de investimentos em infra-estrutura, em educação e saúde, limpeza e iluminação pública, moradias, estradas vicinais, além de dívidas com os fornecedores e pagamentos dos servidores..., Luiz Moura acabou isolado politicamente, “amparado” por alguns assessores convenientes e pouco confiáveis, viu seu mandato de prefeito cassado pelo Legislativo Municipal, em outubro de 2004.

 

Com o título “Justiça inova e nega candidatura a ex-prefeito que teve contas rejeitadas” Lílian Bento relata:

 

Em decisão inovadora, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negou ontem, por quatro votos a dois, registro de candidatura do ex-prefeito de Itumbiara Luiz Moura (PSDB), que teve contas de sua gestão rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). O candidato, que pleiteia a vaga de deputado estadual, havia sido impugnado por ter renunciado em 2004 duas horas antes de ser cassado por irregularidades nas contas públicas. A renúncia foi vista como manobra para garantir os direitos políticos. Mas o presidente do TRE, desembargador Felipe Batista Cordeiro, alegou que o princípio da renúncia é unilateral e negou a impugnação. Até agora, o TRE julgou cerca de 680 candidaturas dos 776 pedidos de registro.

De acordo com o procurador eleitoral, Hélio Telho, em casos como o do ex-prefeito julgado, o TRE seguia os preceitos da súmula número um, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que prevê que caso o candidato entre com ação contra a decisão que rejeitou as contas antes da impugnação, fica suspensa a inelegibilidade, independente do conteúdo. Foi o que fez Luiz Moura, mas desta vez os seis juízes que compõem o tribunal pleno do TRE consideraram que o simples fato de acionar a Justiça não foi suficiente para provar a legitimidade das contas. “Temos que comemorar; foi uma novidade histórica para a Justiça Eleitoral em Goiás”, disse Telho (BENTO, 2006).

 

TABELA 8

Resultado das Eleições para Prefeito  - 2000

Candidato

Votos

Partido

Situação

Luiz Gonzaga Carneiro De Moura

25.650

PSDB

Eleito

José Gomes Da Rocha

22.271

PMDB

Não eleito

 

549

Branco

 

 

2.211

Nulo

 

 

 

O jornal local Folha de Notícias noticiou a morte de Luiz Moura:

 

O corpo do ex-prefeito de Itumbiara, Luiz Gonzaga Carneiro de Moura, foi sepultado ontem no início da noite no Cemitério Av. da Saudade. Ele faleceu na madrugada de terça-feira, em decorrência de complicações com diabetes, após ser submetido a uma cirurgia no braço, no Hospital de Acidentados, em Goiânia. Aos 71 anos, natural de Santa Bárbara-MG, Luiz Moura chegou a Itumbiara em 1970, para exercer a medicina. Aqui, foi presidente da Associação Médica, diretor Regional da OSEGO (hoje NABS), vereador, deputado estadual e prefeito da cidade por dois mandatos (1989/1992 e 2001/2004). O corpo chegou à cidade por volta do meio dia e foi velado na Funerária Fênix. Luiz Moura deixou viúva a esposa Maria Divina Serradourada de Moura, cinco filhos: Pedro Paulo, Cristiane, Andréa, Luciano e Raquel e três netos. O prefeito Zé Gomes decretou luto oficial por três dias e ponto facultativo na Prefeitura.

 

 

Outubro a Dezembro 2004 – Ivan Luis - PR

Como presidente da Câmara, assume o mandato de Prefeito, já que o vice-prefeito Paulo Serrano foi convencido a não assumir o mandato no lugar de Luiz Moura.

 

2005 – 2008 – Jose Gomes PMDB

O atual prefeito José Gomes da Rocha começou sua carreira política como vereador do MDB em 1976 aos 18 anos sendo eleito com 505 votos, ocasião em que o prefeito do município era Radivair Miranda Machado – MDB (1977 a 1982).

Foi reeleito vereador em 1982 pelo PMDB com 1252 votos e mandato até 31/12/1988 estando no cargo de Presidente da Câmara Municipal entre 01/02/1983 a 01/02/1985.

Em 1986 disputou uma vaga para a Câmara Federal, ficando na segunda suplência com 11.069 votos e assumiu a cadeira em 1989, quando o prefeito eleito de Rio Verde pelo PDC, Paulo Roberto Cunha renunciou como deputado para assumir o comando da Prefeitura daquele Município e o segundo suplente, Siqueira Campos, foi eleito o primeiro governador do Estado do Tocantins, assumindo o cargo em 01/01/1989.

Depois, foi eleito Deputado Federal em 1990 pelo PRN com 28.118 votos. Em 1992 disputou a eleição como vice prefeito de Itumbiara na chapa de Waterloo Araujo – PRN, perdendo para Celso Santos. Na mesma eleição disputaram ainda Radivair Miranda Machado pelo PMDB e Marquinho Durão pelo PDT.

Em 1998 perdeu eleição para prefeito disputando pelo PMDB com Luiz Moura do PSDB.

Foi reeleito Deputado Federal em1996 com 34.886 votos pelo PSD e pelo PMDB em 1999, com 55.133 votos. Em 2003 torna-se Deputado Estadual pelo PMDB com 30.936 votos.

Zé Gomes da Rocha, então Deputado Estadual, lançado pelo PMDB chega ao Poder executivo, no cargo de Prefeito, derrotando Dione Araújo do PSB com vantagem no ano de 2004, veja a tabela:

TABELA 9

Resultado das Eleições  - 2004

PREFEITO

 

NÚMERO - NOME

NOME COMPLETO

COLIGAÇÃO

PARTIDO(S)

Nº VOTOS

15 - Zé Gomes

Jose Gomes Da Rocha

Quem Ama Faz

PP / PDT / PTB / PMDB / PSL / PTN / PSC / PL / PFL / PAN / PSDC / PHS / PMN / PTC / PRP / PRONA / PC do B / PT do B

33652

40 - Dione da Famoveis

Dione Jose de Araújo

Itumbiara Consciente E Para Todos

PT / PV / PSB

16946

45 - Clayton Korb

Clayton Korb Jarczewski

Partido Da Social Democracia Brasileira

PSDB

672

23 - Paulo Serrano

Paulo Serrano Borges

Partido Popular Socialista

PPS

353

BRANCOS

599

NULOS

2061

 

 

2009 – 2011... – José Gomes da Rocha – PP

Após passar para o PP, partido do então governador Alcides Rodrigues, Zé Gomes da Rocha com amplo apoio da população é reeleito praticamente sem adversário com 43.022 votos (tabela 10), alcançando  35 anos de mandatos sem interrupção.

 

Fatos marcantes:

1 – Obras: Pier, Lagos, Saneamento Básico, Drenagem Pluvial, Farol, Pavimentação;

2 – Inauguração UEG

3 – Itumbiara na Segunda Divisão

4 – A chegada de Indústrias  - Suzuki

5 – Programa de Habitação

 

Sonhos não realizados

1 – Ferrovia

2 – Inclusas e Hidrovias

3 – Alcoolduto

4 – Aterro Sanitário

 

TABELA 10

Candidatos A Prefeito 2008

 

CANDIDATOS

PARTIDO

VOTOS

%

 

Jose Gomes Da Rocha

11

PP

43.022

84,49%

 

Joao Maria De Oliveira

50

PSOL

7.895

15,51%

 

 

6.5 – LIDERANÇAS DO SÉCULO XXI EM ITUMBIARA

 

Álvaro Soares Guimarães

Empresário e Agropecuarista, nasceu em 26 de junho de 1948, Itumbiara, GO, filho de Ranulfo Carneiro Guimarães e Olinda Soares Guimarães. Casou-se com Cleuza Bernardes Guimarães e tem dois filhos: Simone e Sinomar. Cursou Direito na Faculdade de Direito de São Carlos, SP, 1985.

Em 1972 foi eleito Vereador com 509 votos à Câmara Municipal de Itumbiara na legislatura de 1973 a 1976, ocasião em que é reeleito com 1063 votos para a Legislatura -1977 - 1982, sendo eleito Presidente da Câmara de Vereadores de Itumbiara de 1981-1982. Candidatou-se pela ARENA a prefeito de Itumbiara em 1982, não obtendo sucesso. Também exerceu o cargo de Secretário da Fazenda do Município de Itumbiara por 7 meses. Foi eleito Deputado Estadual pelo PDC em 1986 para a Legislatura de 1987-1991.

Foi Secretário de Estado da Agricultura no governo de. Maguito Vilela em 1996 por 10 meses e Diretor Geral do Departamento de Trânsito do Estado de Goiás - DETRAN-GO em 1996, também no governo Maguito Vilella por 9 meses.

Na eleição de 1998 ficou na suplência e atuou  como Deputado Estadual em 2000. Novamente candidata-se em 2002 ficando mais uma vez na suplência de deputado estadual, tomando posse em 2004. Em 2006 em nova eleição, obtém sucesso e exerce mandato de deputado estadual de 2007 a 2010 pelo PR, cargo o qual exerce atualmente por ter sido reeleito para a Legislatura 2011-2014.

Ainda, foi Vice Presidente do Distrito Industrial de Itumbiara e Presidente da Cooperativa de Eletrificação Rural do Vale do Paranaíba Ltda  – CEVAL por 7 anos.

Luiz Gonzaga Carneiro de Moura

Nasceu em 21 de fevereiro de 1939 em  Santa Bárbara, MG e faleceu em 16/03/2010  em Itumbiara – GO. Filho de Sebastião Barros de Moura e Maria Carneiro de Moura. Casou-se com Maria Divina Serradourada de Moura tendo cinco filhos: Cristiane, Andréia, Luciano, Rachel e Pedro Paulo.

Caixa de Texto:  
Figura 34 – Dr. Luiz Moura
 Formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, ele foi presidente da Associação Médica de Itumbiara, diretor da extinta OSEGO e se tornou membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

Luiz Moura ingressou na política em 1982, quando disputou vaga na Câmara Municipal de Itumbiara, tendo sido o vereador mais votado, com 1.862 votos. Elegeu-se prefeito da cidade em 1989-1992 com mais de 16 mil votos, fez uma administração considerada modelo no Sul do Estado e ganhou projeção estadual. Era amigo e correligionário do senador Marconi Perillo (PSDB). Em 1998, Luiz Moura conquistou vaga na Assembléia Legislativa, para o mandato de 1999- 2002., mas em 2000, renunciou ao mandato para assumir cargo de Prefeito pela segunda vez pelo PSDB na gestão 2001-2004.

Exerceu ainda os cargos de Presidente da Comissão Provisória do PSDB de Itumbiara.

 

 

José Gomes da Rocha

 Agropecuarista e Fazendeiro, nasceu em 12/4/1958 em Itumbiara – GO, filho de Saul Gomes Pereira e Dionaria Rocha da Silva. Cursou Direito no CEUB – DF.

Foi eleito Vereador em Itumbiara/GO pelo MDB (1977 a 1983 e 1983 a 1988); atuou como Chefe de Gabinete na Prefeitura Municipal de Itumbiara e Presidente e Conselheiro do Clube Recreativo de Itumbiara (1983-1987); Itumbiara Esporte Clube (1985-1986) e Presidente de Honra do Uruaçu Esporte Clube.

 Assumiu, como Suplente, o mandato de Deputado Federal na legislatura 1987-1991, em 1989, na vaga do Deputado Siqueira Campos para depois se eleger como Deputado Federal de 1989-1991,1991-1995 e 1995-1999 (PRN) e de 1999 a 2003 (PSD). Em 2002 vence eleição para deputado estadual pelo PMDB. Nas eleiçoes de 2004, renuncia ao mandato de deputado estadual e torna-se prefeito de Itumbiara pelo PMDB, cargo para o qual é reeleito em 2008, já pelo PP.

Caixa de Texto:  
Figura 35 – José Gomes da Rocha

 Passou por diversas filiações partidárias sendo MDB (1976-1979); PMDB (1980-1986); PDC (1986-1989); PRN (1989-1995); PSD (1995-1999); PMDB (1999-. 2006 E PP a partir de 2006) onde participou das atividades partidárias como Líder do MDB (1979); Líder do PDC (1986-1987); Presidente do PDC Jovem, GO (1986-1988); Presidente, Diretório Regional do PRN, GO (1989-1994); Coordenador, Campanha do candidato Fernando Collor à Presidência da República, GO, PRN (1989); Presidente do PSD, GO, (1998-1999); Presidente do PRN, GO; Presidente do PSD, GO.

 Como atividades parlamentares na Câmara Municipal de Itumbiara foi Primeiro-Secretário (1977-1979) e Presidente (1983-1985). No Congresso Nacional foi Suplente da Comissão Mista Altera Legislação Salário-Educação (1997); Titular e Suplente da  Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (1997) e Suplente da Comissão Representativa do Congresso Nacional (1983 e 2001).

Na Câmara dos Deputados atuou nas Comissões Permanentes foi Terceiro Suplente de Secretário (1997-2001) Suplente Agricultura e Política Rural (1990 e 1997-1999) e  Titular (1994 e 1995-1996); Suplente da Constituição e Justiça e de Redação (1994); Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias (1991-1992); Economia, Indústria e Comércio (1989-1990); e Titular (1993, 1997-1998 e 2000-2001) e Suplente ( 1996-1997) da Educação, Cultura e Desporto;  Direitos Humanos; Titular ( 1995-1996); Fiscalização Financeira e Controle,  Titular (1996-1997);  Minas e Energia: Titular ( 1989-1990, 1997 e 1998-2000) e Suplente (1993 e 1995-1996); Relações Exteriores e de Defesa Nacional: Suplente (1999-2000); Trabalho, Administração e Serviço Público: Titular (1991-1992 e 2001-2002); Viação e Transportes: Titular (2002).

Em Comissões Especiais atuou: Débitos nas Operações de Crédito Rural: Suplente, (1995); PEC nº 39/89, Altera Arts. 14 e 82: Titular (1992); PEC nº 370/96, Autonomia das Universidades: Titular (1996-1997); PL nº 2.186/96, Asbesto/Amianto: Titular, (2000); Política Agrícola: Suplente (1990); Política Nacional de Habitação: Suplente (1993); CPI: Exploração e Prostituição Infanto-Juvenil: Suplente (1993); Fuga de Capital e Evasão de Divisas do Brasil: Titular (1994); e Pistolagem Regiões Centro-OEssee Norte: Suplente (1993).

Em eleições municipais em 1998 perdeu eleiçao para prefeito disputando com Luiz Moura (PSDB) para vencer em 2004 (PMDB) Em 2008 é reeleito para prefeito de Itumbiara (PP).

Realizou viagens em missões oficiais para participação da Conferência Internacional do Trabalho, OIT, Genebra, Suíça (2001) e da 107ª Conferência Interparlamentar, Marrakech, Marrocos (2002).

Recebeu as Condecorações como Sócio Honorário do Rotary Clube; Comenda Águas do Paranaíba; Comenda Pedro Ludovico, ALGO; Comenda Tiradentes, Ouro Preto, MG; e Comenda Benemérita, TRT, GO.

Vale destacar que foi o Vereador mais novo do Brasil, com 18 anos de idade, e o primeiro Deputado Federal de Itumbiara, GO.

 

TABELA 11

José Gomes da Rocha : participaçao em eleiçoes

 

Cargo

período

Partido

Votos

Vereador

1977-1983

MDB

505

Vereador

1984-1988

PMDB

1.252

Deputado Federal

1989-1991

PRN

11.069

Deputado Federal

1992-1995

PRN

28.118

Deputado Federal

1996-1999

PRN

34.886

Deputado Federal

2000-2003

PSD/PMDB

55.133

Deputado Estadual

2003-2004

PMDB

30.936

Prefeito

2005-2008

PMDB

33.652

Prefeito

2009-2012

PP

43.022

Fonte: Darcil Vidica

 

 

 

Alberto Borges de Souza    

 

Alberto Borges de Souza, nascido em 13/12/1949 na cidade de Arapongas-PR, acionista do grupo empresarial Caramuru e presidente do Conselho de Administração, com empreendimentos industriais e serviços em Goiás, Paraná, Mato Grosso e São Paulo. Dirige, desde 1970, o grupo fundado pelo seu pai, Múcio de Souza Rezende, posicionando-se, em nível de Brasil, entre as melhores empresas na área de “alimentos”.

A Caramuru, principal empresa de capital nacional no processamento de soja, milho, girassol e canola, dedica-se à industrialização de grãos, extração e refino de óleos, exportação de soja em grãos, farelo, óleo e lecitina e na produção de biodiesel.

A empresa atua no mercado brasileiro por meio da marca “sinhá” com toda a linha de farináceos de milho, óleos vegetais, azeites e com sua linha de produtos naturais à base de soja, atendendo consumidores de vários estados, além de produzir matérias-primas para outros segmentos, como cervejarias, mineração, e também a indústria de ração.

Destaca-se pela logística de movimentação de produtos do “complexo soja”, com fortes investimentos no Porto de Santos, em ferrovias e na hidrovia tietê-paraná, propiciando a utilização de transportes intermodais, resultando em custos operacionais diferenciados.

Caixa de Texto:  
Figura 36 – Alberto Borges de Souza

Com duas indústrias no Paraná e três em Goiás e sessenta e cinco unidades armazenadoras, distribuídas em Goiás, Mato Grosso e Paraná, com capacidade total de 2.174.000 toneladas de grãos, emprega, hoje, mais de 2.468 pessoas, com faturamento de r$ 2,1 bilhões em 2009, dos quais exportou us$ 480 milhões e, com faturamento previsto para 2010 de r$ 2,3 bilhões e exportação de us$ 400 milhões.

Esses  empreendimentos contribuíram para que a Caramuru se consolidasse como principal empresa de capital nacional no processamento de soja, milho, girassol e canola, com crescimento médio de 20% ao ano. o grupo possui capacidade anual para processar 1 milhão e 500 mil toneladas de soja por ano, 677 mil toneladas de milho e refinar 230 mil toneladas de óleos de soja, milho, girassol e canola e produzir 450 milhões de litros por ano de biodiesel. 

Liderou a implantação do projeto de logística da Caramuru para escoamento da produção do centro-oeste, investindo na construção de terminais intermodais em Pederneiras e Anhembi, além de terminais portuários em Santos.

Além de suas atribuições funcionais na Indústria, preside a ADIAL – Associação Pró-desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás, atua como vice-presidente da UBRABIO – União Brasileira do Biodiesel e participa como membro ativo junto à entidades comunitárias.

Por  dez vezes, em 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2003, 2004, 2005, 2008 e 2009, foi escolhido pelos leitores da Gazeta Mercantil como “líder empresarial do setor de alimentos e líder empresarial estadual” e a empresa que dirige, eleita, por seis anos, para o “Prêmio Imagem Empresarial de Goiás”.

Brasileiro, 61 anos, casado, residente em Itumbiara-GO desde 1975, formado em Ciências Econômicas pela Faculdade de Ciências Econômicas de Apucarana, Estado do Paraná.

 

 

6.6 - MARCOS HISTÓRICOS  DO PERÍODO

 

FIGURA 37 – Indústrias Caramuru – Alberto Borges de Sousa

 

FIGURA 38 – Indústrias Maeda e Cargill

 

                  FIGURA 39 – Palácio do Governo – 12 de Outubro  -  Ze Gomes

 

 

 

FIGURA  40 – Palácio das Águas – Zé Gomes PP

 

 

 

 

 

FIGURA 41 – Itumbiara Esporte Clube– Campeão Goiano 2008

 

 

 

FIGURA 42  – O Arraiá de Itumbiara

Fonte: Decom

 

                                                           

 

 

 

                              

 

 

 

PARTE VII – ITUMBIARA  HOJE: O PODER DE TODOS,    2011...

 

 

 

 

“[...] em janeiro de 2005, quando iniciamos nossa administração junto a Prefeitura Municipal, tínhamos vários desafios: a frota de veículos toda sucateada, o funcionalismo com o pagamento atrasado, o transporte escolar não funcionava, os professores da rede municipal desmotivados, escolas sem as mínimas condições de funcionamento, as ruas todas esburacadas, falta de moradias para as famílias carentes, ou seja, a cidade estava à beira do caos. Aos poucos fomos colocando a casa em ordem, adquirimos novos veículos e maquinários, durante esses 67 meses pagamos o funcionalismo dentro do mês trabalhado, todos recebem o 13º Salário no mês do seu aniversário, substituímos todos os veículos do transporte escolar com a aquisição de novas kombs e micro-ônibus, valorizamos o profissional do magistério, reformamos todas as escolas municipais, construímos escolas modernas tanto na cidade como no povoado de Santa Rosa do Meia Ponte, construímos creches para nossas crianças, a Usina de Asfalto foi totalmente reconstruída, possibilitando termos hoje a maior frente de asfalto na cidade, vários bairros já receberam esse benefício, outros estão recebendo, já entregamos cerca de 2 mil casas à famílias carentes, com conjuntos habitacionais com toda infra-estrutura. Ainda há muito o que ser feito: concluir os 100% de esgoto, trazer a base do alcooduto para Itumbiara, chegar as 5 mil casas para as famílias de baixa renda e por último, trazer a montadora da SUZUKI para que possa gerar empregos para a população.Com a ajuda de DEUS e de toda população, não só conseguirei realizar meus sonhos, mas o sonho de cada cidadão itumbiarense”

José Gomes da Rocha

 

 

A cidade de Itumbiara volta a ocupar espaço de destaque em Goiás, ocupando cargo no primeiro escalão do governo estadual com a chegada de uma grande empresa, com qualidade de vida e com auto-estima de todos os moradores.

Com qualidade de vida e a auto-estima de seus moradores  em alta (devido às melhorias político, administrativa, social, econômico e cultural que ocorreram no município nos últimos anos ) é nesse cenário que a cidade de Itumbiara volta a ocupar espaço de destaque em Goiás, figurando-se  no primeiro escalão do governo estadual, destacando a  chegada de uma grande empresa do setor do automobilismo.

No jogo político, Zé Gomes da Rocha – PP com aliados em partidos como PTB, PSDB, PT, parte do PMDB, PR, lidera num palco onde o PMDB ainda continua no comando de Radivair Miranda Machado, Dione Araújo passa do PSB ao DEM e representa parte dos comerciantes, João Maria representa a esquerda radical do PSOL. Até quando vai comandar o jogo político e quem vai ser seu sucessor, só o tempo vai dizer. Vivemos em tempos do último grande líder no jogo político de Itumbiara, num ciclo que supera 30 anos de jogo do Poder.

 

7.1 –  ITUMBIARA, A SÉTIMA ECONOMIA DE GOIÁS

 

A cidade de Itumbiara é a maior cidade do sul goiano, voltando a ocupar o lugar de sétima economia de Goiás, graças a existência de um Parque Industrial diversificado que vai do processamento da soja, do algodão e do milho, ao beneficiamento de sementes e do couro até a industrialização do leite e produção de fertilizantes, e mais recentemente com a chegada de grandes indústrias ligadas à produção da bionergia, produzindo etanol e açúcar.

O Município destaca-se pela competitividade na atração de empreendimentos empresariais, graças a qualidade de vida proporcionada aos seus cidadãos, inovação tecnológica e capacitação de mão de obra, ocasionada pela existência de um grande número de faculdades como o IFET, ULBRA, UEG, UNOPAR e UNIFASC, além de contar com unidades como SESC e SENAI.

A Administração Pública também é fator de destaque por proporcionar um amplo programa de modernização de todo o Parque de Iluminação Pública, universalizar o saneamento básico e pavimentar praticamente todas as ruas do município, além de implantar o maior programa de habitação popular com quase 3 mil unidades nos últimos cinco anos.

 

Números

92.942 Habitantes -  (89000 zona urbana – 3942 zona rural)  - 68743 eleitores

Sétimo PIB do Estado: PIB: 2.047.096,69 (2008 R$ mil)

Área:  2.461.280 km2

Renda per capita: :R$ 22.289,09 (R$ mil – 2008)

Arrecadação de ICMS: R$ 113.164 (R$ mil) - 2009

Fonte: SEPLAN – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás

 

Potencial de Desenvolvimento

O Município se destaca pela excel.ente posição na rota de desenvolvimento por possuir rodovias federais bem conservadas, como a BR 153 totalmente duplicada até Brasília e em processo adiantado até o triangulo mineiro, além da BR 452, totalmente recuperada até Rio Verde, por onde escoa grande parte da produção agrícola da região.

O Município está preparado para receber bases de distribuição de álcool e um dos pontos do Alcooduto, que ligará Senador Canedo-GO a São Sebastião em São Paulo, com extensão de 1.171 km. Também vai estar ligado a malha ferroviária através da Rodovia Norte Sul até Santa Helena de Goiás.

Nesse sentido, o transporte através de Hidrovias também está em discussão, com projetos que possibilitem a navegação até a cidade de São Simão, ligando à Hidrovia Paranaíba- Tietê.

 

Grandes Empresas – Agroindústria

No parque industrial do município, destaca-se o grupo CARAMURU ALIMENTOS, que emprega mais de 2.350 colaboradores de forma direta e tem faturamento anual superior a R$ 2,2 bilhões. É a principal empresa de capital nacional no processamento de soja, milho, girassol e canola. Suas atividades concentram-se na industrialização de grãos, extração e refino de óleos, exportação de grãos, óleo, farelo, lecitina e produção do biodiesel. Destacam-se ainda na área, as empresas DU PONT na área de produção de sementes, a AVIPAL NORDESTE do grupo Perdigão na área de laticínios, MAEDA e CARGIL AGRICOLA que estão na área de processamento do caroço de algodão. JBS no beneficiamento do Couro e CNAA na produção da bioenergia, produzindo etanol, açúcar e gerando energia.

 

Qualidade de Vida

Segundo a SEPLAN – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás, Itumbiara é a quinta cidade do Estado mais competitiva, destacando-se principalmente no item qualidade de vida, devido a quase universalização dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto, que deverá alcançar 100% do município no próximo ano, com investimentos previstos de mais de R$ 70 milhões. O município possui baixo índice de violência, um dos menores índices de mortalidade infantil e bem servida com leitos hospitalares.

Com a recente inauguração da nova Avenida Beira Rio, o município tornou-se também uma das referências em turismo em sua área urbana, e que já atrai grande número de visitantes pela beleza do lago da represa do Rio Paranaíba – formado pela Usina de Furnas, atividades de pesca e prática de esportes e lazer.

Para incremento do Turismo está sendo construído um grande Píer, um Lago e na Avenida Beira Rio está sendo concluído um Farol.

 

Infra-Estrutura Tecnológica

O Município é um dos mais competitivos do Estado contando boas Escolas de Ensino Superior, contando com a UEG – Universidade Estadual de Goiás, que oferece os cursos de Economia e História e que após a inauguração de sua nova sede que está sendo construída, com investimento superior a R$ 6 milhões, deverão ser oferecidos mais quatro cursos: Educação Física, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia. O Instituto Luterano oferece também um grande numero de cursos, com destaque para Agronomia, Administração, Direito, Psicologia, Contabilidade e Educação Física. O IFG, Instituto Federal de Educação de Goiás, teve seu campus recentemente inaugurado oferecendo cursos superiores e técnicos. O município conta ainda com a UNOPAR e UNIFASC, oferecendo cursos superiores.  Graças a outras escolas como a do SENAC e SENAI, coloca o município como destaque na formação técnica, superior e capacitação de mão de obra.

 

Produção Agropecuária

Segundo dados da SEPLAN – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás, em 2009, o município de Itumbiara possuía cerca de 158.417 cabeças em seu rebanho bovino e 18.000 suínos.

Na produção agrícola, o município produziu em 2009 cerca de 151.316 toneladas, tendo a soja a produção de 93.080 toneladas numa área de colheita de 35.800 ha, seguida pelo milho com 41.050 toneladas numa área de 6.600 ha. Foram produzidos ainda em 2009 4.030 toneladas de algodão herbáceo e 1.470 toneladas de arroz de sequeiro. Nos últimos cinco anos, a plantação de cana-de-açúcar  teve um grande incremento na área plantada e produção, atingindo em 2009,  22.300 ha e produção de 1.835.000 toneladas.

 

7.2 AS FORÇAS POLÍTICAS EM 2011

 

As eleições 2010 retratam a liderança pessoal do prefeito do Município José Gomes da Rocha, que embora filiado ao PP, Partido do governador do Estado, apoiou na disputa do governo  um candidato do PR e o candidato do PSDB, Marconi Perillo teve vitória folgada no primeiro turno.

O PMDB novamente aparece no município como força política, que embora não eleito deputado estadual, o vereador Gugu Nader, obteve uma votação superior ao candidato a deputado estadual apoiado pelo governo local, Álvaro Guimarães, superando em mais de 7 mil votos.

A campanha de deputado federal reforça a liderança do prefeito, que proporcionou a maior votação que um candidato a deputado federal já teve em Itumbiara, com Jovair Arantes – PTB, que supera 25 mil votos. Na disputa para o Senado, a novidade é a vaga de suplente da senadora Lúcia Vânia – PSDB, que foi preenchida pela médica Ione Borges Ribeiro Guimarães – PTB, que havia sido derrotada na chapa do candidato a prefeito em 2000, José Gomes da Rocha.  O mais votado para o Senado no município, foi o candidato do DEM, Demóstenes Torres.

Em resumo, a principal força política está com o prefeito José Gomes da Rocha, que embora filiado ao PP, pediu voto para o governador do PSDB, para os senadores do PSDB e DEM, para o deputado federal do PTB e para o deputado estadual do PR.

Entre as forças de oposição, destaque para o PMDB, que através do vereador Gugu Nader, obteve mais de 19 mil votos no município na disputa de um cargo de deputado estadual. Outra força política atual, o DEM, através do candidato Dione Araújo, não chegou a 4 mil votos para deputado estadual. O PSOL, que também é oposição, não chegou a 1.300 votos, através do candidato a deputado estadual João Maria. O PC do B, que hoje também é oposição ao governo local, conseguiu mais de 2 mil votos através do jovem Artur Henrique, que não contou com a ajuda do Partido, tendo inclusive fazendo dobradinha com candidato do DEM a deputado federal, tivemos ainda a professora Tatiana com quase 600 votos.

Outros partidos, que normalmente acompanham o governo, como o PT, por exemplo, obtiveram quase 1800 votos para o deputado federal Rubens Otoni, enquanto o PSC do vereador Marcelo do Sacolão, chegou a  quase 2 mil votos. Finalmente, é preciso ressaltar o fim da carreira política do ex-deputado e ex-vice prefeito Paulo Serrano (PT do B) que obteve pouco mais de 400 votos.

Não houve, na eleição presidencial, um envolvimento mais direto das forças políticas preponderantes, que concentraram a campanha nos cargos de senador, deputado federal, estadual e governador.

Do resultado da Eleição, conclui-se que  sobrepõem-se no momento:

·       Lideranças Políticas

1 – José Gomes da Rocha – PP

2 – Álvaro Guimarães – PR

3  - Dione Araújo – DEM

4 – João Maria – PSOL

5 – Radivair Miranda – PMDB

6 – Gugu Nader – PMDB

7 – Ione Guimarães – PTB

 

7.3 –    FLUXOGRAMA DO PODER EM ITUMBIARA

 

Através do fluxograma abaixo, procura-se explicar a força das instituições e das pessoas que chegaram ao Poder em Santa Rita do Paranahyba, que mais tarde tornar-se-ia Itumbiara.

Poder em sua concepção clássica foi criada no século XVIII como absoluto e direito do rei que elaborava leis de acordo com seus interesses e estabelecia a obediência sem questionamento, não pode ser aqui utilizado para compreender o Poder político e suas nuances aqui discutidas.

Nesse sentido, para a análise do Poder aqui em questão buscou-se a proposta de Michel Foucault[51] o qual entende o Poder como uma rede que envolve as relações sociais, não sendo absoluto e nem aparece em uma única direção, assim, considerando-o como um feixe de relações mais ou menos organizado, piramitizado e coordenado, dentro das sociedades modernas, não sendo localizado exclusivamente na figura do Estado

 

O Poder deve ser analisado como uma coisa que circula, ou melhor, como uma coisa que só funciona em cadeia; jamais ele está localizado aqui ou ali. Jamais está entre as mãos de alguns, jamais é apossado como riqueza ou um bem. O Poder funciona. O Poder se exerce em redor e, nessa rede, não só os indivíduos circulam, mas estão sempre em posição de ser submetidas a esse Poder e também de exercê-lo. Jamais eles são alvo inerte ou consentidor do Poder, são sempre intermediários. Em outras palavras, o Poder transita pelos indivíduos, não se aplica a ele[52].

 

A partir desta diretriz, observa-se que a política é um efeito do Poder e, na mesma medida, a eleição é sua intermediária, pois é também através dela que o Poder se estabelece.  E a questão da política relacionada ao domínio possibilita uma análise do exercício do Poder.

Dentro desse contexto, no início do povoamento observa-se a figura da Igreja Católica ligada ao Império exercendo em seu nome a administração do povoado, surgindo assim a figura de pe. Félix organizando a Igreja, figuras do Império fiscalizando o trânsito de bens pela estrada nova e fazendeiros interagindo nesta primeira relação de Poder.

1840

 

 

 

 

A partir da Independência, a Igreja separa-se do Estado podendo ser percebida aqui a importância do Poder do Estado que arrecada com o cel. Jacintho  Brandão, que ao mesmo tempo faz acumulação de riquezas e vai figurar como uma das expressões do Poder em Santa Rita do Paranahyba nos primórdios de sua emancipação.

 

 1890

Elipse: Cel. Jacintho  Brandão Retângulo Arredondado: Poder Econômico
 

 

 

 

 


  

A partir da emancipação vamos ver várias formas de Poder se relacionando. A Igreja Católica está de volta com o Cônego Theófilo até 1919, quando chega pe. Florentino Bermejo. É o tempo dos Coronéis e Sidney Pereira de Almeida com a força econômica toma o Poder  dirigindo Santa Rita do Paranahyba até 1927.

 


1909

 

 

 

 

                

 

 

A partir de 1927, nova força entra no jogo do Poder. Agora grandes fazendeiros e intelectuais estão na Sociedade Santa Ritense. Engenheiros como Luiz Barreto Correia Menezes Júnior, Advogados como Lupicínio Araújo e médicos, fazem oposição aos coronéis e pegam o Poder em Santa Rita do Paranahyba.

 

7.3.1  O Primeiro Confronto: Coronéis  X Doutores e Fazendeiros

 

1927

 


                                             ×     

 

 

O Poder dos Intelectuais sobre Santa Rita do Paranahyba dura pouco, mais precisamente até a Revolução de 1930, quando parte dos Coronéis volta ao Poder nos tempos em que o governo goiano vive as intervenções de Pedro Ludovico Teixeira. Coronéis, Médicos, Cartorários e Fazendeiros se revezam no Poder nesse período, revelando as diferentes relações de Poder, sempre tendo presente a figura do pe. Florentino Bermejo até 1959.

 

1930

 

 

1930 - 1933

 

                                            

                                             ×     

 

Dentro de uma sociedade em que a população é predominantemente rural começa a surgir um comércio diversificado e com ele a figura dos comerciantes que vão proporcionar novos jogos pelo Poder, agora com duas faces: a dos homens da cidade contra os fazendeiros e seus trabalhadores do campo.

 

7.3.2  O Segundo Confronto: Homens do Campo  X Homens da Cidade

 

1933 – 1947

 

 

 

                                            

                                             ×     

 

 

Mesmo que ainda timidamente, uma nova força surge com a chegada do voto direto para eleição de prefeitos. Ainda há um jogo em que os comerciantes filiam-se a uma agremiação partidária com o qual se identificam (PSD), tendo De outro lado, os filiados a UDN.

 

7.3.3  O Terceiro Confronto: Homens da UDN  X Homens do PSD

1947 – 1964

                            

                                            

                                                ×     

 

 

Com a Ditadura Militar, um novo elemento está no jogo político. Agora, os Militares fazem a regra do jogo. Os grupos de Poder continuam unidos em uma agremiação com o qual se identificam. A Igreja Católica está mais forte ainda nesse jogo pois agora torna-se Diocese ampliando seu Poder de influência.

 

 

 

7.3.4 O Quarto Confronto: ARENA  X MDB

 

1964 – 1985 

 

 

 

 


                                            

                                                 ×     

 

Acontece uma nova abertura democrática, com a chegada das Instituições partidárias, agora mais amplamente diversificada, embora os jogadores continuem a aglutinar em duas agremiações: uma originária da direita e outra da esquerda.

 

7.3.5 O Quinto Jogo: PDC – PMDB – PSDB - PP

1988 – 2011 

 


1989

 

 

 

 

 

 

A partir da Constituição de 1988, as principais peças do jogo de até então vão deixando o cenário, e novas figuras vão ocupando o espaço, como o representante de uma classe dos profissionais liberais e outro essencialmente político, levando ao fim da polarização iniciada na década de 30.

 


2004

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2008 – 2012

 

 

 

 

 

 

 

 

 

7.4 –  OS PARTIDOS POLÍTICOS EM ITUMBIARA

 

A história partidária em Itumbiara tem início ainda nos tempos dos coronéis com a formação de partidos locais, como o Democrático Santa Ritense do cel. Sidney Pereira de Almeida e a Reação Democrática, criada pelo Engenheiro Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior, sempre ligados a um tronco comum “os Caiados” em Goiás.

A partir de 1930, os partidos ainda são regionais, os atores políticos de Santa Rita do Paranahyba unem-se a Pedro Ludovico, aderindo a partidos como o Partido Social Republicano.

Contudo, é a partir de 1945 que se tem a formação de Partidos Nacionais, formando-se dois troncos, onde de um lado estão os fazendeiros na UDN e, de outro, os comerciantes pelo PSD.

A cidade de Itumbiara sofre grandes atrasos no seu desenvolvimento por conseqüência da escolha partidária de seus lideres, pois enquanto o governo de Goiás era exercido por membro do PSD, aqui mandava a UDN, assim, como os municípios eram totalmente dependentes, nada recebia o município como benefícios, ficando as conquistas são mais pelos esforços das forças privadas, do que propriamente através das autoridades governamentais.

A partir da Ditadura Militar em 1964, mesmo com a extinção da UDN e do PSD, os grupos vão migrar automaticamente para dois partidos aceitos no período, ARENA e MDB. Os líderes da UDN passam para a ARENA e os do PSD para o MDB. Do mesmo modo, em grande parte do período, a cidade fica na oposição ao sistema militar e ao governo goiano, quando predominou a ARENA e por aqui os governantes eram do MDB.

Com a abertura política, o município finalmente se alia ao governo do Estado, através do PMDB, mas por pouco tempo, já que o prefeito antes do término do mandato apóia outro candidato e assim a cidade volta à oposição.  A UDN, que foi ARENA, passou a ser PDS e chegou a PDC, chega ao Poder novamente em Itumbiara, em oposição novamente ao governo do Estado que continua a ser do PMDB.  Por uns tempos, no início da década de 90 governador e prefeito estão aliados ao PMDB, mas novo prefeito é eleito pelo PSDB, que surgiu do PMDB e vão estar juntos novamente no Poder do estado e do município. 

Nesta última década mandou o PSDB, que nasceu do PMDB no Estado e por aqui mandou também o PSDB e o PMDB, sempre aliados nos dois governos. O último governador foi do PP, sucessor da ARENA e o atual prefeito é do PP também, só que agora o governador é do PSDB.

Hoje já não há tanta rivalidade entre os antigos Udenistas e o pessoal do PSD. Todos se juntam num mesmo governo, só não se sabe até quando, pois quando o líder é mais forte do que os partidos, se consegue a união, mas quando os partidos são mais fortes, UDN e PSD não se misturam.

 

 

 

 

 

7.4.1 Evolução dos Partidos Políticos em Itumbiara

 

1945                   1965                1980              2011

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

7.5 – OS MAIORES LÍDERES DE ITUMBIARA

 

Como critérios para enumerar os maiores lideres de Itumbiara nestes jogos do Poder, vamos utilizar a permanência no Poder e a capacidade de influência no jogo político.

O primeiro líder foi o religioso pe. Félix que organizou o povoado e administrava segundo as regras da Igreja e do Império nos anos iniciais de Santa Rita do Paranahyba.

Em seguida, cel. Jacintho Brandão chegou para ser coletor de impostos na Recebedoria de Santa Rita do Paranahyba, adquirindo riquezas e Poder, suficientes para  lhe dar influência e ser o primeiro presidente do Conselho de Intendência.

Também, o cel. Hermenegildo Lopes fez riquezas em Santa Rita do Paranahyba com a Guerra do Paraguai e até 1870 teve grande influência no Distrito, mudando-se para Morrinhos, onde influenciou na política de todo Estado até sua morte em 1905.

O cel. Sidney Pereira de Almeida usou a forças oriundas dos tempos de coronéis e suas riquezas de comerciante para influenciar e comandar os destinos de Santa Rita do Paranahyba por mais de 18 anos, até ser derrotado por médicos e advogados.

Um dos maiores empreendedores de Santa Rita do Paranahyba foi Ronan Rodrigues Borges que ganhou a concessão da estrada sul goiana até Jataí. Foi intendente, rico comerciante até se mudar em 1922, tornando um grande banqueiro nos País.

O pe. Florentino Bermejo chegou à Santa Rita do Paranahyba em 1917. Participou ativamente da vida da comunidade até 1959 estando presente nos principais momentos da vida política e social. Faleceu em Itumbiara em 1965.

Engenheiro formado nos Estados Unidos, Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior chegou em Santa Rita do Paranahyba em 1922 para medir terras como agrimensor. Ficou por aqui, casou-se e gerou dois filhos. Derrubou os coronéis do Poder sendo assassinado em 1933.

Também engenheiro e filho de Luiz Barreto Correia de Menezes Júnior, Menezes Neto, nasceu em Santa Rita do Paranahyba em 1930, foi professor do Colégio Arquidiocesano, Vereador, Secretário de Estado e quase chegou a governador do Estado. Vive em Goiânia.

O empresário Alberto Borges de Souza trouxe a Indústria Caramuru para Itumbiara formando aqui um dos maiores complexos industriais do país no ramo de processamento de soja e milho. A empresa fatura mais de R$ 2 bilhões por ano e emprega mais de 1500 pessoas.  É líder empresarial de destaque no Estado de Goiás e no Brasil.

Líder da classe médica em Itumbiara, Luiz Gonzaga Carneiro de Moura, apesar de renunciar ao mandato em 2004 para não ser cassado, venceu duas eleições no município. Faleceu em 2010.

O comerciante Ataíde Rodrigues Borges fracassou nos negócios e tornou-se prefeito por duas ocasiões através do voto direto. Foi ainda deputado estadual por varias vezes.

José Gomes da Rocha tornou-se o maior líder político do Município na atualidade conseguindo a reeleição como prefeito e um dos maiores índices de aprovação de governos municipais no país.

 

1º Presidente – Homero Orlando Ribeiro..............1947/1951

2º Presidente – Eurico Pinheiro Paes Lemes.........1951/1951

3º Presidente – Waldemar Pereira Andrade..........1951/1951

4º Presidente – Joaquim Custódio Macedo...........1952/1952

5º Presidente – Bento Agostinho Nascimento.......1952/1953

6º Presidente – José Ferreira de Souza...............1953/1955

7º Presidente – Vigilato Pereira de Almeida..........1955/1958

8º Presidente – Vicente Félix de Miranda.............1958/1959

9º Presidente – Ângelo Ferreira da Rocha............1959/1961

10º Presidente – Luiz Menezes..........................1961/1963

11º Presidente – Vicente Félix de Miranda...........1963/1965

12º Presidente – José Andrade Ribeiro................1965/1966

13º Presidente – Osmar Vieira de Faria...............1966/1967

14º Presidente – Segismário M. Miranda..............1969/1969

15º Presidente – Horácio Camargo de Lacerda......1969/1971

16º Presidente – Genésio Borges Andrade............1971/1973

17º Presidente – Maria Abadia R. Andrade...........1973/1974

18º Presidente – Vanis Dantas Soares................1974/1976

19º Presidente – Avenor Marciano Rodrigues........1976/1977

20º Presidente – Antônio Cestari.......................1977/1979

21º Presidente – Antônio Carlos Teixeira.............1979/1981

22º Presidente – Álvaro Soares Guimarães...........1981/1983

23º Presidente – José Gomes da Rocha...............1983/1985

24º Presidente – Paulo Serrano Borges...............1985/1987

25º Presidente – Joel Carlos da Silva..................1987/1988

26º Presidente – Nivaldo Ponciano da Silva..........1989/1990

27º Presidente – Geraldo Nunes dos Santos.........1991/1992

28º Presidente – Virgílio Justino Neto..................1993/1994

29º Presidente – Fábio Lúcio Araújo....................1995/1996

30º Presidente – Jeová Lacerda Santanta............1997/1998

31º Presidente – Raussendil Ferreira Borges..........1999/2000

32º Presidente – Fábio Lúcio de Araújo................2001/2002

33º Presidente – Ivan Luiz Silva.........................2003/2004

34º Presidente – Joanaldo Teixeira de Oliveira.......2004/2004

35º Presidente – João Batista Martins Borges........2005/2006

36° Presidente - Fernando Andrade.....................2007/2010

37° Presidente - Divino Olimpio dos Santos...........2011/2012

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

QUADRO 8   -  Presidentes da Câmara Municipal de Itumbiara

 

 

 

Ordem

Nome

período

Instituição

1

Pe. Felix Fleury

1840-1880

Religioso

2

Cel. Jacintho Brandão

1880-1910

Político

3

Cel. Sidney Pereira de Almeida

1910-1927

Empresarial

4

Cel. Hermenegildo Lopes

1860-1880

Político

5

Ronan Rodrigues Borges

1918-1922

Empresarial

6

Eng. Luiz Barreto Correia Menezes Júnior

1927-1933

Classe

7

Pe. Florentino Bermejo

1917-1959

Religioso

8

Luiz Barreto Correia Menezes Neto

1962-1973

Político

9

Ataíde Rodrigues Borges

1961-1973

Político

10

Dr. Luiz Moura

1989-2004

Classe

11

Alberto Borges de Sousa

1984 a 2011

Empresarial

12

José Gomes da Rocha

2004 a 2011

Político

QUADRO 9 -   Os maiores lideres de Itumbiara

 

 

7.6 - MARCOS CONTEMPORÂNEOS

                          

FIGURA 43 - A Nova Avenida Beira Rio

Fonte:Decom

 

 

 

                              

 

FIGURA 44 - A Nova Recebedoria

Fonte:  Decom

 

 

FIGURA 45 -  A Construção de Lagos

Fonte: Maquete Prefeitura Municipal de Itumbiara

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

    

 

 

 

 

 

 

 

FIGURA 46 -  UPA 24 horas

Fonte: Maquete Prefeitura Municipal de Itumbiara

 

 

 

FIGURA 47 -  Show Arraiá

Fonte:  Decom

 

 

FIGURA 48 – Conjunto Norma Gibaldi

Fonte: Decom

 

 

FIGURA 49 – Avenida Modesto de Carvalho

Foto DECOM

 

 

 

                                                              FIGURA 50 – Vila Olímpica

Fonte: Maquete Prefeitura Municipal de Itumbiara

 

 

FIGURA 51 – Nova Iluminação Av. João Paulo II

Fonte:  DECOM

 

FIGURA 52 – Escola Municipal em Meia Ponte

Foto DECOM

 

 

FIGURA 53 – IFET – Instituto Federal de Educação

Fonte: autor:  Nilson Freire

 

FIGURA 54– ULBRA – Instituto Luterano de Ensino Superior

Fonte: Autor: Foto Nilson Freire

 

 

 

FIGURA 55 – UEG – Unidade de Itumbiara

Fonte: Autor Foto Nilson Freire

 

 

 

 

7.7  ATUALIDADE

 

Suzuki a caminho de Itumbiara

 

 

 

http://www.folhadenoticias.com.br/imagens/4251/a1.jpg

Jipe Jimny, da Suzuki, que será fabricado em Itumbiara daqui a dois anos

 

 

 

Com investimentos iniciais de R$ 105 milhões da Suzuki e incentivos fiscais no valor de R$ 2,1 bilhões do governo estadual, a Suzuki Veículos do Brasil (SVB) deve mesmo instalar sua fábrica em Itumbiara. Será a primeira unidade montadora fora do Japão. A previsão é que a fábrica comece a operar entre 18 a 24 meses, devendo gerar cerca de 800 empregos diretos e quase 3.000 indiretos. O anúncio oficial deve ser feito na semana que vem, mas fontes ligadas ao governo estadual confirmam que a montadora já teria feito a opção por Itumbiara.
O local já foi escolhido. Uma área de 25 alqueires, as margens da BR-153, bem próximo do perímetro urbano de Itumbiara. O terreno foi adquirido pelo município, que assumiu também o compromisso de fazer o serviço de terraplenagem para instalação da fábrica. A unidade de Itumbiara deve produzir o jipe Jimny, um off-road compacto 4X4. A estimativa é produzir 3 mil unidades por ano e em seguida instalar linha de outros modelos da Suzuki, como o SX4.
O impacto na economia de Itumbiara ainda não foi medido, mas estimativas iniciais apontam que a cidade Poderá dobrar de tamanho, em termos econômicos, num prazo de cinco anos. Atualmente, a cidade tem um PIB de quase R$ 2 bilhões. Além da Suzuki, outras empresas agregadas e fornecedores também iriam se instalar no parque industrial da cidade. Outro fator positivo é a arrecadação de impostos da Prefeitura, principalmente de ICMS, que deve crescer de forma significativa. Municípios vizinhos também devem sentir reflexos positivos da presença da Suzuki em Itumbiara, com oferta de mão de obra e possibilidade de novos investimentos. O anúncio da Suzuki ocorre um mês após a BP comprar a CNAA e anunciar investimentos para dobrar a produção de álcool e geração de energia, com criação de novos empregos.
O prefeito Zé Gomes ainda não comentou a instalação da Suzuki, mas não escondeu que vem trabalhando forte para convencer os empresários que a cidade é a melhor escolha. Nos últimos dois anos, ele participou de mais de 50 reuniões com a empresa e ofereceu garantias sobre os incentivos da Prefeitura. A ansiedade tem sido muito grande e ele revelou que não dorme direito há três semanas e que trabalha dia e noite para concretizar o sonho de trazer a Suzuki para Itumbiara.

 

 

Fonte: Jornal Folha de Notícias, 20-04-2011

 

 

 

 

 

 

PROTOCOLO DE INTENÇÕES

 

Protocolo de Intenções que entre si celebram as pessoas jurídicas de direito público e de direito privado, adiante qualificadas, para a implantação de uma unidade industrial montadora de veículos automotores.

O Estado de Goiás, pessoa jurídica de direito público interno, neste ato designado apenas ESTADO, representado pelo seu Governador, Sr. Marconi Perillo Júnior, legalmente assistido pelo Senhor Procurador Geral do Estado, Dr. Ronald Christian Alves Bicca, com a interveniência da Secretaria da Indústria e Comércio, representada por seu titular, Sr. Alexandre Baldy Sant’anna Braga, da Secretaria da Fazenda, representada por seu titular, Sr. Simão Cirineu Dias, da Secretaria de Infraestrutura, representada pelo seu titular Sr Wilder Pedro de Morais, da Agência Goiana de Transportes e Obras - AGETOP, representada por seu titular, Sr. Jaime Rincon, da CEL.G Distribuição S/A – CEL.G, representada pelo seu presidente, Sr. José Eliton Júnior., da SANEAGO – Saneamento de Goiás S/A, representada pelo Sr. Nilson de Souza Freire, do Município de Itumbiara, Estado de Goiás, representada pelo Sr. Prefeito José Gomes da Rocha, neste ato designado apenas ÓRGÃOS PÚBLICOS, de um lado, e , de outro, a empresa SVB AUTOMOTORES DO BRASIL LTDA,.pessoa jurídica de direito privado, com sede na quadra 01, módulo 33, s/ nº- Distrito Industrial de Catalão (DIMIC), Catalão- GO, CEP- 75.701-970, inscrita no CNPJ (MF) sob o número 04.463.193/0001-78, neste ato representadas conforme Estatuto Social, pelos senhores:(i) Luiz Alberto Mange Rosenfeld, Diretor Presidente, portador de cédula de identidade RG 4.954.361-1 SSP/SP e CPF (MF) 754.352.688-34; e, (ii) Aílton Bonfim, Diretor Vice – Presidente, portador da cédula de identidade RG 4.954.361-1 SSP/SP e CPF(MF) 688.771.616-04, neste ato apenas designada SUZUKI VEÍCULOS.

VI – DO MUNICÍPIO DE ITUMBIARA-GO:

1 Autorizar INTEGRALMENTE A IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO INDUSTRIAL, SEM CUSTO PARA A SUZUKI VEÍCULOS, em relação às ações que estão em sua área de competência, tais como Infraestrutura, transporte urbano, educação e outras que contribuam para implantação do empreendimento industrial;

2 Conceder a título de doação, nos termos da legislação em vigor, área de 1.000.000 m² (um milhão de metros quadrados), em terreno plano, em até 60 (sessenta) dias, a contar da assinatura do presente Protocolo; livre e desimpedido de quaisquer ônus, gravames e regularizado no Cartório de Registro de Imóveis, INCRA e órgãos Federais, Estaduais e Municipais, não estando incluída a área de reserva legal, se for o caso, e que o local de instalação seja considerado como Distrito Industrial Municipal;

3 Reservar áreas industriais, de aproximadamente 400.000m² (quatrocentos mil metros quadrados), para expansão da industria e instalação de outras indústrias que comporão a cadeia produtiva do empreendimento da montadora. A transferência da área será efetuada na medida em que forem apresentados os projetos de instalação industrial. A transferência da área será a título de doação;

4 Urbanizar, a área concedida nos termos do item VI-2, executando o projeto paisagístico de toda a área externa e interna, compreendendo a vegetação de pequeno, médio e grande porte, gramado, sem ônus para a SUZUKI VEÍCULOS;

5 Executar sem custo para SUZUKI VEÍCULOS, os serviços de terraplanagem e drenagem de águas pluviais em toda a área, instalar, sem ônus para SUZUKI VEÍCULOS, iluminação, nas vias de acesso à unidade montadora e suas áreas circundantes;

6 Coletar, diariamente, o lixo produzido no parque industrial da unidade da montadora, sem ônus para a SUZUKI VEÍCULOS, dando-lhe a destinação adequada, nos termos da legislação em vigor, inclusive a transferência os detritos coletados para o aterro sanitário;

7 Promover a reestrutura e ampliação do sistema de transporte municipal, incluindo abrigos nos pontos de para de ônibus, visando atender o aumento da demanda;

8 Disponibilizar vagas, em creches públicas ou conveniadas, aos filhos dos empregados da SUZUKI VEÍCULOS; (SUZUKI)

9 Instalar e manter posto de Saúde para atendimento de primeiros socorros aos empregados da SUZUKI VEÍCULOS;(SUZUKI)

10 Conceder título de doação, nos termos da legislação, terreno com área de 5 ha (cinco hectares), destinado à instalação da associação dos funcionários da SUZUKI VEÍCULOS

11 Conceder,antes do início das atividades da SUZUKI VEÍCULOS, redução das alíquotas dos ISSQN, nos seguintes termos: 0,1% nos primeiros 05 anos; 0,2% do sexto ao décimo ano; 0,3% do décimo primeiro aos décimo quinto ano; 0,4% do décimo sexto ao vigésimo ano, e 0,5 a partir do vigésimo

12 Conceder, apartir da transferência da titularidade do terreno, mencionado no itm 2, isenção dos tributos municipais, durante o período de 20 (vinte) anos, de acordo com a aprovação da legislação pertinente; (IPTU?)

13 Construir cerca do tipo alambrado, delimitando área do terreno, bem como passeios, de conformidade com as exigências da legislação municipal e demais órgãos, sem ônus para a SUZUKI VEÍCULOS, de acordo com o projeto a ser apresentado;

14 Editar os atos administrativos necessários ao atendimento dos compromissos assumidos neste PROTOCOLO, para atender a legislação pertinente;

15 Disponibilizar linha de ônibus até a empresa. (Item 07)

16 Converter a área de instalação do empreendimento em Distrito Industrial Municipal.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 15 de Março de 2011.

 

Marconi Perillo Júnior

Governador do Estado de Goiás

 

Luiz Alberto Mange Rosenfeld/ Aílton Bonfim

Automotores do Brasil S.A.

                                                                                                                 

Dr. Ronald Christian Alves Bicca                   Alexandre Baldy Sant’anna Braga

Procurador Geral do Estado de Goiás       Secretário de Indústria e Comércio

 

Giuseppe Vecci                                                 Jaime Rincon

Secretaria de Gestão e Planejamento        Agência Goiana de Transportes e Obras

 

 

José Eliton Jr.                                                                    Simão Cirineu Dias

CEL.G Distribuição S.A.                                              Secretaria da Fazenda

 

José Gomes da Rocha                                                       Nilson de Souza Freire

Município de Itumbiara – GO                     SANEAGO – Saneamento de Goiás S.A.

 

 

Wilder Pedro de Morais

Secretaria de Infraestrutura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

SUGESTÃO DE UMA NOVA HISTORIA PARA ITUMBIARA

 

 

Por volta de 1830 foi aberta uma nova estrada por iniciativa do governo Imperial, ligando a Estrada Geral do Anhanguera na cidade de Uberaba-MG ( no Sertão da Farinha Podre, que mais tarde tornar-se-ia o Triângulo Mineiro) passando entre os rios Corumbá e Meia Ponte, até encontrar a Estrada Geral na altura da cidade de Bomfin, em Goiás, que mais tarde passaria a ser chamada de Silvânia. Em um ponto da divisa do Estado de Goiás com Minas Gerais, onde foi instalado um posto de arrecadação do governo imperial, cedido para terceiros por volta de 1852 passou para a Província de Goiás efetuar a cobrança de impostos pela passagem de animais e mercadorias.  Nesse local foi construído um pequeno porto, que passou a ser chamado de Porto de Santa Rita e nas imediações foram chegando posseiros, principalmente do Estado de Minas Gerais, começando um povoamento ligado à agricultura e à criação de gado, tornando-se um Arraial, sem organização político-administrativa.

 Foi também em meados de 1840, que um cidadão chamado João Rodrigues faz um voto pedindo a cura de seu irmão Antônio Rodrigues, que estava gravemente doente e sendo atendido em seu pedido, faz uma doação de terras para edificação da capela de Santa Rita de Cássia, data que configuraria sua fundação, já que a maioria das cidades começavam com a construção de uma capela, passando a localidade a ser uma Freguesia, administrada por Padre Félix, que além das funções religiosas, cumpria outras funções administrativas em nome do Império. Inicialmente, o povoado pertencia ao município de Santa Cruz, passando a pertencer mais tarde ao município de Morrinhos.

 A partir de 1906 começa a ser construída uma ponte-pênsil no local que se desenvolveu Santa Rita do Paranaíba, sendo inaugurada no governo de Augusto Moreira Pena, ainda  existente – e que levou o nome de Ponte Afonso Pena, em homenagem prestada ao Presidente da República na época. Em 1919, por iniciativa de Ronan Rodrigues e Coronel Sidney Pereira de Almeida, é iniciada a Estrada que ligaria Santa Rita do Paranaíba ao sudoeste Goiano, Rio Verde , Jatai e Mineiros. Em 1934, fez-se um concurso para escolha de um novo nome para a cidade, que deveria chamar-se Ritlandia, mas que não foi adotado pelo prefeito da época, sendo mais tarde em 1943, alterado para Itumbiara, cuja autoria da idéia é imputada ao engenheiro Inácio Pais Leme, construtor de uma estrada que ligava Santa Rita do Paranaíba à Cachoeira Dourada, a 40 quilômetros da cidade, - parte do nome ITU, que em tupi-guarani, significa "cachoeira" foi completado com MBIARA, cuja tradução não se consegue na língua indígena, mas que foi levado pelo então interventor Municipal José Gomes de Lima ao governo de Goiás e também interventor Pedro Ludovico, que naquele ano mudou o nome de vários municípios através do Decreto-Lei 8305 de 31 de dezembro de 1943, tomando assim a denominação de Itumbiara, que significa Cachoeira de MBIARA. Toda mudança do nome teve origem com o Decreto-Lei Federal de 1938, que orientou a mudança de nomes que existiam iguais em outras localidades, sendo sugerido o nome indígena, certamente porque havia outros municípios com o nome de Santa Rita.

 

Formação Administrativa

Primeiro vieram as picadas, depois uma Estrada, um Porto, e o local vira um Arraial, povoado sem organização política administrativa, que só virá com a condição de Freguesia em 1842. A criação do distrito de Santa Rita do Paranaíba tem como fundamento  à Lei ou Resolução provincial n.° 18, de 21 de agosto de 1852.

Em 16 de julho de 1909, por força da Lei estadual n.° 349, foi elevado à categoria de Município, constituído com território desanexado do de Morrinhos. A instalação verificou-se a 12 de outubro do mesmo ano.

A Lei estadual n.° 518, de 27 de julho de 1915 concedeu à sede municipal foros de cidade.

Na divisão administrativa do Brasil, referente ao ano de 1911, o Município de Santa Rita do Paranaíba aparece com os distritos da sede e o de Bananeiras. A partir dessa data sofreu várias reformulações administrativas, ora perdendo, ora ganhando distritos.

De 1911 a 1919 o distrito de São Sebastião das Bananeiras, hoje Goiatuba, pertencia ao Município de Santa Rita do Paranaíba. Buriti Alegre pertenceu a Santa Rita do Paranaíba de 1914 a 1920.

De 1931 a 1952 o distrito de Divinópolis, que passou a se chamar Panamá fazia parte do município de Santa Rita do Paranaíba. Em 1992, foi emancipado o Distrito de Inaciolândia, que também fazia parte do Município de Itumbiara. Cachoeira Dourada foi um distrito criado em 1962 e emancipado em 1982.

De 1952 a 1962 Itumbiara ficou reduzido apenas ao distrito da sede quando, por força da Lei municipal n.° 386, de 27 de setembro de 1962, ganhou o distrito de Cachoeira Dourada, que seria emancipado em 1992.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

 

 

ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcante e VILAÇA, Marcos Vinícius. Coronel, Coronéis. São Paulo: Editora Tempo Brasileiro, 1965

ALMEIDA NETO, Sidney Pereira de. Itumbiara, Um século e meio de Historia. Itumbiara: Ed. do autor. 1997.

BENJAMIN, Walter. Sobre o Conceito de História. In: ______. Magia e Técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura.  7. ed. São Paulo: Brasilienses, 1996.

BENTO, Lílian..Justiça inova e nega candidatura a ex-prefeito que teve contas rejeitadas. .  Jornal da Cidade, 23/08/2006.

 

BERNADELLI, Kellen Cristina Costa Alves. Relações Políticas e Educacionais nos Anos 20 e 30 no Liceu de Uberlândia. disponivel em << www.histedbr.fae.unicamp.br \  acesso em 25 fev 2011.

CAMPOS, Francisco Itami; DUARTE, Arédio Teixeira. O Legislativo de Goiás. v 1 Goiânia. Assembléia Legislativa de Goiás, 1996.

CARDOSO, Ciro Flamarion S. Uma Introdução à História. 7.ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.

 

CASTRO, José Luiz de. A organização da Igreja Católica na Capitania de Goiás (1726-1824). Goiânia: Ed. da UCG; 2006.

 

DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2010.

FERREIRA, Joaquim Carvalho (1902-1970) Presidentes e governadores de Goiás. Goiânia, Ed. Da Universidade Federal de Goiás. 1980 (Coleção documentos goianos 5).

FERREIRA, Josmar Divino e PINHEIRO, Antônio César Caldas. Santa Rita do Paranahyba: origem e desenvolvimento. Historia de Itumbiara. .v. 1 – Itumbiara, Edição Independente, 2009.

FLEURY, Nelson Rafael. Histórias não contadas. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2010. (Série Memória Religiosa, 8)

FOUCAULT, Michel. Microfisica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

 

______. Em defesa da sociedade. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

 

Jornal da Cidade,  07/06/1978, p. 2.

 

Jornal de Itumbiara, ano X n. 269, 30/11/1982.

 

Jornal Folha de Notícias. Suzuki a caminho de Itumbiara, on line  20-04-2011.

 

Jornal Folha de Notícias. Itumbiara se despede do ex-prefeito Luiz Moura, on line  16/03/2010.

LAKATOS, E. M. ;  MARCONI, M. A . Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2000.

LEAL, Victor Nunes. Coronelismo Enxada e Voto. São Paulo: Alfa-Omega, 2ª ed,, 1975.

MENDONÇA, Jales Guedes Coelho. O Crime de Santa Rita do Paranaíba: Coronelismo do Extremo Sul de Goiás. Artigo elaborado em junho de 2010 – VIII semana de pesquisa e III Colóquio de Pesquisa da Historia/UFG.

OLIVEIRA, Hamilton Afonso. A Construção da Riqueza no Sul de Goiás-1835-1910. Franca – 2006 – Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de Historia, Direito e Serviço Social da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho.

ROCHA, Hélio. Os inquilinos da casa verde: governos de Goiás de Pedro Ludovico a Marconi Perillo. Helio Rocha – Ed. Revista ampliada – Goiânia: Asa, 2004.

RODRIGUES, Maura Afonso. Fagulhas de Historia do Triangulo Mineiro.<< Disponível na internet. www.novomilenio.inf.br/santos/bonden45.htm>>

RODRIGUES, Neuma Brilhante Rodrigues. Nos caminhos do Império: a trajetória de Raimundo José da Cunha Mattos. Tese de Doutorado. Brasília – julho 2008 – Universidade de Brasília - Instituto de Ciências Humanas – Departamento de Historia.

ROSA, Joaquim. Por Esse Goiás Afora. Goiânia: Livraria e Editora Cultura Goiana, 1974.

 

SITES:

Biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/goias/itumbiara.pdf (25/09/2010)Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958, p. 246 – IBGE.

blogs.abril.com.br/.../um-canhao-dois-tiros-muita-historia.html - Em cache

cpdoc.fgv.br/producao/dossies/...45/.../PartidosPoliticos

http://lazer.hsw.uol.com.br/como-desenhar-edificios2.htm

www.casadobruxo.com.br/.../v/viscondetbio.htm    

www.correiodeuberlandia.com.br/.../cronica_da_cidade.html - Em cache  Antônio Pereira da Silva, do IAT - apis.silva@terra.com.br

 

 

 

ENTREVISTAS

 

AMADEU GARCIA NETO,  Rua Dom Emanuel, 56 - Itumbiara – GO

CÉLIA SOARES DE CARVALHO, 69, Rua Valdivino Vaz, - Centro – Itumbiara – GO

EDUARDO AFIÚNE ,  41,  Rua 104-B,  1110 – Setor Sul – Goiânia - GO

ELERRUI BORGES DE OLIVEIRA, 77, Rua Floriano Peixoto, 65 Itumbiara GO

JOÃO PEREIRA DE ALMEIDA,75,  Rua Dr. Mario Guedes 161 – Centro -  Itumbiara – GO

JOSÉ  MÁRCIO MARGONARI, 53,  Rua Alfeu Neves Pires, 115 – Centro -  Itumbiara – GO

ORESTES BORGES GUIMARAES FILHO, 74, Avenida Adelino Alves Vilela - Jardim Primavera – Itumbiara -GO

                                                                                          

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANEXOS

ANEXO A – Mapa do Poder em Itumbiara

Ordem

Nome/Sigla/entidade

Cargo /Período

Tipo

1

Alberto Borges de Sousa

Caramuru Alimentos

PRN

1984 - 2011

Líder empresarial

2

Álvaro Soares  Guimarães

PDC – PL – PR

Rádio Difusora

Vereador 1973/1983

Presidente Camara 1981/1983

Secretario Municipal Finanças Itumbiara

Deputado Estadual PDC  1987/1991

Secretário Estado Agricultura Governo Maguito Vilela – 10 meses

Diretor Geral DETRAN – Governo Maguito Vilela – 9 meses

Deputado Estadual PL

Assumiu como suplente em 11/08/2000

Deputado Estadual PR

2007/2010

 

Líder político e empresario

 

3

Ataíde Rodrigues Borges

UDN – ARENA - PDS

Prefeito   1961/1966

Deputado estadual

1967/1970

Prefeito 1970/1973

Deputado Estadual 1975 – 1979/1983

1989 /1991

Comerciante

Politico

 

4

Cairo Ferreira  Batista

PMDB

1997 – 2010

Prefeito, Deputado Estadual, Vereador

 

Político

5

Clepino Araujo MDB

Deputado Estadual

Poltica

6

Coronel Jacintho Brandão

Até 1910

Política, comerciante, agropecuarista

7

Dom Veloso

 

Religiosa

9

Dona Milica

 

Política

10

Dona Venância

 

 

11

Ernando Lopes

 

Jornalista

12

Genésio Borges de Andrade

Deputado estadual 1963-1967

Medico, político

13

Hermengegildo Lopes de Moraes

 

Comerciante

14

João Rocha

 

 

15

João Rodrigues

 

 

16

José Alberto Borges

 

Política

17

Jose Gomes da Rocha

 

Política

18

Luiz Barreto Correia de Menezes Neto

Secretario Estado Agricultura 1965/1966

Secretário Estado Agricultura 1966

Secretário de Estado do Interior e Justiça 1966/1970

Deputado Estadual ARENA 1971/1975

Secretário de Estado da Agricultura 1975-1979

Política

UDN

ARENA

19

Luiz Moura

 

Política

20

Major Militao

 

 

21

Marechal Cunha Mattos

 

Militar

22

Modesto de Carvalho

 

Política

23

Moisés Santana

 

Jornalista

24

Nicomedes Domingos Borges

1974 – 2010

Presidente Transurb (ARENA)

Presidente Saneago (PP)

Advogado e agropecuarista

25

Padre Félix Fleury Alves do Amorim

 

Religioso

26

Padre Florentino

 

Religioso

27

Paulo Serrano

Vice Prefeito

Deputado Estadual

Secretário Estadual  de Esportes

Política

28

Possidonio Xavier

 

Política

29

Professora Carminha

 

 

30

Radivair Miranda Machado

Prefeito

Deputado Estadual

Diretor DetranD

Empresário de comunicação Agropecuarista e Político

31

Santa Rita de Cássia

 

Religiosa

32

Sargento Mor Antônio Eustaquio da Silva de Oliveira

1810

Militar

33

Sebastião Xavier

 

Empresário

34

Sebastião Xavier Junior

1969

Político

35

Sidney Pereira de Almeida

 

Político

 

 

 

 

36

Waterloo Araujo

1979-1982

Prefeito

Deputado Estadual

Advogado e Político

 

37

Jussara Marques

 

Miss Brasil

38

Maria de Lourdes

 

Líder Espírita

39

Cônego Teophilo José de Paiva

1905-1917

Religioso

40

Manoel Garcia Velho

 

Construtor igreja

41

Joaquim Jose

 

 

42

Ione Borges Guimaraes

 

Médica –suplente senadora

43

DANTE

 

Jogador voley bol

44

GUIGUI

 

Artista plástico

45

Jorge e Mateus

 

Cantores

46

Maria de Lourdes

 

 

47

Maria do Centro

 

 

48

Cônego Teophilo Jose de Paiva

 

Religioso

49

Capitão Manoel Martins Marquez

1886

 

50

Jose Felix

 

 

51

Carlos Marquez

 

 

52

José Moisés

 

Vice-prefeito

53

Luiz Barreto Correia de Menezes Junior

 

Deputado estadual 1929/30 – Presidente Conselho Municipal

 

 

QUADRO 10:  Mapa do Poder em Itumbiara: Lideranças e Cargos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ordem

Nome/Sigla/entidade

Cargo /Período

Tipo

1

POSSIDONIO XAVIER

 

Estadual

2

Álvaro Soares  Guimarães

PDC – PL – PR

Rádio Difusora

Vereador 1973/1983

Presidente Camara 1981/1983

Secretario Municipal Finanças Itumbiara

Deputado Estadual PDC  1987/1991

Secretário Estado Agricultura Governo Maguito Vilela – 10 meses

Diretor Geral DETRAN – Governo Maguito Vilela – 9 meses

Deputado Estadual PL

Assumiu como suplente em 11/08/2000

Deputado Estadual PR

2007/2010

 

Líder político e empresario

 

3

Luiz Barreto Correia de Menezes Junior

 

1929

4

Genésio Borges de Andrade

UDN

1963-1967

5

Ataide Rodrigues Borges

UDN

ARENA

PDS

1967-1971

1975-1979

1979-1983

1987-1991

6

Jose Alberto

PMDB

 

7

Paulo Serrano

PSDB

 

8

Cairo Batista

PSD

1995-1999

9

Waterloo Araujo

PMDB

1979-1982

10

Zé Gomes da Rocha

PMDB

2002/2004

11

Luiz Moura

PSDB

1998/1999

12

Orlando Rodrigues Borges

PSR

1935

13

Radivair Miranda Machado

PMDB

1983-1987

14

Osmar Sampaio

UDN

1951-1955

15

Luiz Barreto Correia de Menezes Neto

UDN

1971-1975

16

Clepino Antônio de Araujo

PSD

PTB/PSB

 

PSD

MDB

1959-1963

1964

1967

1971-1975

1975-1979

 

 

QUADRO 11:  Mapa do Poder em Itumbiara: Deputados Por Itumbiara

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ordem

Nome/Sigla/entidade

Cargo /Período

Tipo

1

LUIZ BARRETO CORREIA MENEZES JUNIOR

1964 - 1970

AGRICULTURA/Interior Justiça

2

Álvaro Soares  Guimarães

 

Secretário Estado Agricultura Governo Maguito Vilela – 10 meses

Diretor Geral DETRAN – Governo Maguito Vilela – 9 meses

 

Líder político e empresario

 

3

Nicomedes Domingos Borges

SANEAGO

TRANSURB

 

4

Marquinho Durão

Secretaria Agricultura

 

5

Radivair Miranda

Transportes

DETRAN

1983-1986

6

Paulo Serrano

Secretario Estado Desporto e Lazer

1987-1990

 

7

Nilson Freire

Presidente SANEAGO

2011

8

José Pereira Pinto

Secretário da Educaçao

1959/1960

9

Chico Balla

Diretor Agetop

 

 

QUADRO 12:  Mapa do Poder em Itumbiara: Cargos no Governo Estadual

 

 

 

 

 

Ordem

Nome/Sigla/entidade

Cargo /Período

Tipo

1

Zé Gomes da Rocha

 

Federal

QUADRO 13:  Mapa do Poder em Itumbiara: Câmara Federal

 

 

 

 

Ordem

Nome/Sigla/entidade

Cargo /Período

Tipo

1

IONE GUIMARAES

 

Suplente

 

QUADRO 14:  Mapa do Poder em Itumbiara: Senado Federal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANEXO B -  Resultado  das Eleições

 

 

 

Eleições 1986

 

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

José Gomes da Rocha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eleições 1990 – Deputado Federal

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

José Gomes da Rocha

19.614

PSD

Média

 

 

Ronaldo Ramos Caiado

5.823

PFL

Eleito

 

 

Lucia Vania Abrao Costa

1.428

PSDB

Eleito

 

 

Pedro Abrão Júnior

1.303

PTB

Suplente

 

 

Jovair Oliveira Arantes

1.122

PSDB

Eleito

 

 

Pedro Wilson Guimaraes

750

PT

Eleito

 

 

João Mendes Da Silva

710

PST

Suplente

 

 

Eleições -  1994 Deputado Estadual

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

Paulo Serrano Borges

10.195

PSDB

Eleito

 

 

Cairo Ferreira Batista

6.734

PSD

Suplente

 

 

Waterloo Araujo

4.682

PP

Suplente

 

 

Álvaro Soares Guimarães

3.682

PL

Suplente

 

 

Antônio Cestari

2.459

PMDB

Suplente

 

 

Nilvany Junqueira de Queiros

2.063

PT

Suplente

 

 

Amarildo Alves de Oliveira

369

PMDB

Suplente

 

 

Ataídes Rodrigues de Melo

344

PDT

Não eleito

 

 

Eleições 1994 - Deputado Federal

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

Luiz Gonzaga Carneiro de Moura

14.967

PP

Suplente

 

 

Jose Gomes da Rocha

13.800

PRN

Eleito

 

 

Wagner Rosa dos Santos

948

PT

Suplente

 

 

Joao Mendes da Silva

272

PPR

Suplente

 

 

Nair Xavier Lobo

189

PMDB

Suplente

 

 

Eleições 1996   -  Prefeito

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

Cairo Ferreira Batista

17.887

PMDB

Eleito

 

 

Luiz Gonzaga C. De Moura

17.622

PPB

Não eleito

 

 

Paulo Serrano Borges

8.734

PSDB

Não eleito

 

 

 

539

Branco

 

 

 

 

1.657

Nulo

 

 

 

Eleições 1998 – Deputado Estadual

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

Luiz Gonzaga Carneiro de Moura

16.065

PSDB

Eleito

 

Paulo Serrano Borges

7.445

PMDB

Suplente

 

Álvaro Soares Guimarães

5.378

PL

Suplente

 

Joanaldo Teixeira De Oliveira

3.305

PT

Suplente

 

Johnis Pastori Da Silva

496

PDT

Suplente

 

Eleições 2002 – Deputado Estadual

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

Ze Gomes da Rocha

18.215

PMDB

Eleito

 

Álvaro Guimarães

7.983

PL

Suplente

 

Binha

4.743

PSDB

Suplente

 

Chico Balla

4.696

PPB

Suplente

 

Isbéria

1.814

PFL

Suplente

 

Gilson César de Carvalho

837

PDT

Suplente

 

Pastor Rusembergue Barbosa

566

PL

Suplente

 

Eleições 2002 – Deputado Federal

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

Barbosa Neto

8.112

PMDB

Eleito

 

Nilson Freire

7.432

PT

Suplente

 

Professora Raquel Teixeira

5.158

PSDB

Eleito

 

Henrique Meirelles

5.010

PSDB

Eleito

 

Leandro Vilela

3.472

PMDB

Média

 

Carlos Alberto Lereia

1.851

PSDB

Eleito

 

Ronaldo Caiado

1.831

PFL

Eleito

 

Sergio Caiado

1.744

PPB

Suplente

 

Capitão Wayne

1.173

PSDB

Suplente

 

Eleições 2002 - Senadores

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

Demostenes Torres

22.716

PFL

Eleito

 

 

Lucia Vania

21.189

PSDB

Eleito

 

 

Iris Rezende

18.926

PMDB

Não eleito

 

 

Mauro Miranda

18.193

PMDB

Não eleito

 

 

Clélia Brandão

2.630

PT

Não eleito

 

 

Martiniano Cavalcante

1.401

PV

Não eleito

 

 

Eleições 2006 - Senadores

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

Aldo Arantes

980

PC do B

 

 

 

Dione Araujo

6.139

PFL

 

 

 

Marconi Perillo

36.439

PSDB

 

 

 

Ney Teles

3.683

PMDB

 

 

 

Robson

14

PCB

 

 

 

Eleições 2006 – Deputado Federal

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

Jovair Arantes

15289

PTB

Eleito

 

Leandro Vilela

4016

PMDB

Eleito

 

Ronaldo Caiado

3.935

PFL

Eleito

 

Iris de Araujo

3334

PMDB

Eleita

 

Marcelo Oliveira

2.669

PTC

-

 

João Maria

2.200

PSOL

-

 

Leréia

1.130

PSDB

Eleito

 

Sandro Mabel

1.116

PL

Eleito

 

Rui Rocha

1.102

PMDB

-

 

Rubens Otoni

876

PT

Eleito

 

Raquel Teixeira

757

PSDB

Eleita

 

Neyde Aparecida

588

PT

`-

 

Eleições 2006 – Deputado Estadual

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

Álvaro Guimarães

12.962

PL

Eleito

 

João Batista

9893

PMDB

 

 

Gilson Cesar

7424

PAN

 

 

José Marcio Margonari

2.354

PT

 

 

Coronel Queiroz

1.104

PTB

 

 

Jair Rezende

412

PDT

 

 

Eleições 2008 – Vereadores

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

Jose Antônio Da Silva Netto

2.934

PMDB

 

 

 

Rubens Augusto Nader

2.405

PMDB

 

 

 

Ricardo Takeo Hoshino

2.275

PR

 

 

 

Fernando Jose De Andrade

2.175

PR

 

 

 

Nilson Alves Araujo

2.003

PP

 

 

 

Cairo Ferreira Batista

1.970

PMDB

 

 

 

Adebrair Alves Da Silva

1.966

PR

 

 

 

Valdeir Jesus De Oliveira

1.918

PC do B

 

 

 

Divino Olimpio Dos Santos

1.798

PPS

 

 

 

Joao Batista Martins Borges

1.793

PMDB

 

 

 

Samir Dahas Nogueira

1.678

PMDB

 

 

 

Ednom Candido Vieira

1.624

PC do B

 

 

 

Marcelo De Oliveira

1.583

PSC

 

 

 

Claudeir Freitas Duarte

1.346

PPS

 

 

 

Wender Borges De Oliveira

1.290

PC do B

 

 

 

Wilson Raimundo De Freitas

1.252

PPS

 

 

 

Nilson Gomes Belchior

1.215

PTN

 

 

 

Joao Batista Araujo

1.139

DEM

 

 

 

Maria Das Graças Silva Medeiros

1.017

PT

 

 

 

Luiz Mauro De Carvalho

1.015

PTB

 

 

 

Eleições 2010 - Senadores

 

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

 

Demostenes Torres

41.839

DEM

Eleito

 

 

Lucia Vânia

36.755

PSDB

Eleito

 

 

Pedro Wilson

6.727

PT

Não eleito

 

 

Paulo Roberto

1.558

PP

Não eleito

 

 

Elias Vaz

596

PSOL

Não eleito

 

 

Renner

554

PP

Não eleito

 

 

Rubens

80

PSTU

Não eleito

 

 

Bernardo

58

PCB

Não eleito

 

 

Eleições 2010 – Deputado Federal

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

Jovair Arantes

25.553

PTB

Eleito

 

Dona Iris

3.846

PMDB

Eleita

 

Ronaldo Caiado

2.883

DEM

Eleito

 

Marco Aurélio

2.266

PTC

Não eleito

 

Heuler Cruvinel

2.255

PT

Eleito

 

Flavia Morais

1.798

PDT

Eleito

 

João Campos

811

PSDB

Eleito

 

Paulo CAD

611

PHS

Não eleito

 

Eleições – Deputado Estadual

 

Candidato

Votos

Partido

Situação

 

Gugu Nader

19.367

PMDB

Suplente

 

Álvaro Guimarães

12.365

PR

Eleito

 

Dione

3.929

DEM

Não eleito

 

Artur Henrique

2.094

PC do B

Não eleito

 

Marcelo do Sacolão

1.913

PSC

Não eleito

 

Cel Queiroz

888

PTB

Não eleito

 

Tonhão

856

PMN

Não eleito

 

João Maria

783

PSOL

Não eleito

 

Tatiana

511

PC do B

Não eleito

 

Marilda

447

PDT

Não eleita

 

Paulo Serrano

410

PT do B

Não eleito

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Anexo C: Significado dos Símbolos Municipais      

 

·         BRASÃO DE ITUMBIARA

brasao 
I
– LISTEL EM VERMELHO


a) Acima, com a inscrição: Itumbiara (em Tupi Guarani – Caminho da Cachoeira – Tape pia Aa);

b) Abaixo, com as datas: 1824 – 1909 ( período desde a Fundação à Emancipação Política), tendo nesse período os nomes: Porto de Santa Rita, Povoado de Santa Rita, Distrito de Santa Rita e Santa Rita do Paranaíba.

 
II – Estrela – Itumbiara, estrela do sul. Pólo goiano de crescimento, de convergência regional. Maio exportador de grãos. Dentro da qualidade de vida, com lazer e entretenimento, o título no início deste centenário de Campeão Goiano de Futebol Profissional – 2008. Destaque para a última estrofe do Hino de Itumbiara:

“Tua glória o teu valor.
                             Em teu sei viveremos.
                                         Estrela que não se encobre.
                                                         Seja eterno o teu fulgor”.
III – BANDEIRAS – Ressaltam a meta, a força, a organização e o de seu povo, unidas ao símbolo maior da origem do município – Santa Rita de Cássia, com as cores azul, branco e vermelho.

 

IV – CÍRCULO OVAL – No inteiro do círculo oval, os elementos que sintetizam dentre os já representados, referências do Município de Itumbiara:

a) SOL DOURADO – Força e metas para o cumprimento da natureza humana de seu povo com raios que contagiam e motivam a realização de seus projetos;

b) PONTE AFFONSO PENNA – Construída em 1909, pelo então Presidente Affonso Penna. Ponte pênsil mais antiga do país, com estrutura em aço vindo da Alemanha. Recebeu tal nome em homenagem ao “Presidente Affonso Penna” do povo de Santa Rita do Paranaíba. Símbolo do Progresso, conservando as raízes. Ponte Centenária. Portal de Goiás. Uma das maiores referências dos itumbiarenses;

 c) ÁGUA – RIO PARANAÍBA – Confirmando a qualidade de vida, com respeito ao meio ambiente. Com beleza, magnitude, rico em diamantes, o Rio Paranaíba, juntamente como o Rio Grande, forma a Bacia do Prata. Tem em seu leito hidroelétricas, além de práticas aquáticas que propiciam bem estar e condições de subsistência. Foi e é um grande meio de sobrevivência para os ribeirinhos com seus peixes nobres: dourado, piracanjuba, caranha, surubim, jaú, pintado, piau, tucunaré, dentre outros. Região de água doce, lençol freático que faz parte do Aqüífero Guarani. Rio Paranaíba, orgulho dos itumbiarenses.

 V – PEIXE – Peixe dourado (Salminus maxillosus) predominante nas águas do Rio Paranaíba, representando a vida abundante e confirmando a qualidade de nossas águas. Nessa região abençoada, em contextos gerais e absolutos: “Uma dádiva de Deus!”.

 VI – BOI – PECUÁRIA – Consiste em grande potencial econômico do município, não obstante a valorização das tradições do povo goiano, em seus valores culturais, de origem rural, abastecendo e fomentando a economia através de seus produtos.

 VII – INDÚSTRIA – Itumbiara conFIGURA-se como pólo da agroindústria, destacando-se produtos derivados do milho, da soja, do algodão, do leite, da cana-de-açúcar, além de outras indústrias crescentes, de diversas áreas, nesse pungente e sólido município.

 III – HASTE DE CANA-DE-AÇUCAR (à direita) e HASTE DE MILHO VERDE (à esquerda) – A região de Itumbiara conFIGURA-se, no vale do Paranaíba, tem na agricultura uma das principais fontes de recursos, principalmente por ser uma região de excelentes terras férteis. Destacando-se as culturas: de um lado ramo de Cana-de-açúcar e de outro, o ramo de milho verde, entendendo-se também a soja, arroz e o algodão.

IX – ROSA DE SANTA RITA DE CÁSSIA – Duas famílias, embuídas de fé inabalável no testemunho e na vida de Santa Rita de Cássia, constroem no limite de suas terras uma capela em honra à Santa das Causas Impossíveis e ao redor dessa devoção os primeiros habitantes perpetuam o marco de uma grande e próspera cidade: De Porto de Santa Rita à Itumbiara. Santa Rita de Cássia, Padroeira de Itumbiara. Símbolo estilizado da rosa que a referencia: “A Santa das Rosas”. Ao fundo, raios que simbolizam o centro de sua vida, o próprio Jesus Cristo, em seus mistérios, presença e realeza.

 

                    

·         BANDEIRA DE ITUMBIARA

bandeira 


Art3° - A Bandeira do Município de Itumbiara-GO, tem como medida 1,12 x1,60 de dois módulos e meio, nas cores azul, branca e vermelha, constituindo o azul e o vermelho triângulos retângulos e o branco um quadrilátero ascendente entre os dois triângulos, ficando o ângulo reto do triângulo azul ao alto e a esquerda da Bandeira, e o ângulo reto do triângulo vermelho em baixo a direita, ostentando o Brasão do município ao centro. Os detalhes e características da bandeira terão que ter os seguintes significado:


I – AZUL – O céu, as águas, o firmamento. Símbolo também de um povo leal, gentil, amigo, que tem ideal. Remetente à natureza, abundante em nossa região;

 
II – BRANCO – Povo ordeiro, pacifista, de boas intenções e verdadeiro, buscando constantemente a Paz que deve reinar;

 
III – VERMELHA – Simboliza o sentimento de amor, de força e de vida marcantes em seu povo. Terra vermelha, produtiva e fértil;

 
IV – FORMA DIAGONAL ASCENDENTE – Sentido de crescimento, amplitude, destino para a realização e prosperidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] BENJAMIN, Walter. Sobre o Conceito de História. In: ______. Magia e Técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura.  7. ed. São Paulo: Brasilienses, 1996. p  229.

[2] O método crítica histórica foi proposto por   Marc Bloch e Lucien Febvre baseava-se em operações analíticas do método histórico tradicional questionando a veracidade de documentos como local, data, autenticidade, autoria , conteúdo dos textos com a finalidade de verificar até que ponto são críveis as afirmações contidas no documento. CARDOSO, Ciro Flamarion S. Uma Introdução à História. 7.ed. São Paulo: Brasiliense, 1990. pp. 7-64.

 

 

[3] Pe. Félix Fleury Alves do Amorim  - Nasceu em Pirenópolis, em 06 de novembro de 1829. Filho de Félix Alves de Amorim e de Messias Bueno Fleury. Foi nomeado vigário em Morrinhos em 13 de maio de 1856 e mais tarde transferido para Santa Rita do Paranahyba.      

[4] FERREIRA, Josmar Divino e PINHEIRO, Antônio César Caldas. Santa Rita do Paranahyba: origem e desenvolvimento. História de Itumbiara..v 1 – Itumbiara, Edição Independente, 2009.

[5] Jacintho Luiz da Silva Brandão . Nasceu em Curralinho, Hoje Itaberai, em 08 de outubro de 1849, filho do Padre Francisco Luiz Brandão. Era irmão por parte materna, do capitão José Manoel da Silva Caldas.

[6] Hermenegildo Lopes de Moraes.  Nasceu  em Curralinho, hoje Itaberaí,  em 19 de abril de 1833, filho de André Cursino de Moraes e Maria das Virgens da Conceição.

[7] Lei de Terras, como ficou conhecida a lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, foi a primeira iniciativa no sentido de organizar a propriedade privada no Brasil. Como não houvesse nenhum documento que regulamentasse a posse de terras e com o fim da escravidão, grandes fazendeiros e políticos latifundiários temeram que os escravos também se tornassem donos das terras. Ficou estabelecido, a partir desta data, que só Poderiam adquirir terras por compra e venda ou por doação do Estado. Não seria mais permitido obter terras por meio de posse, a chamada usucapião. Aqueles que já ocupavam algum lote receberam o título de proprietário. A única exigência era residir e produzir nesta localidade. Adaptado de http://www.infoescola.com/historia/lei-de-terras/

[8]  OLIVEIRA, Hamilton Afonso. A Construção da Riqueza no Sul de Goiás-1835-1910. Franca – 2006 – Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de Historia, Direito e Serviço Social da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho.

[9]  Villa – Era designação adotada administrativamente das sedes dos Municípios

[10] Arraiais – Não possuíam autonomia administrativa e não dispunham de Pároco, embora tivesse Capela.

[11]  Freguesia – Menor célula instituída com o nome de um santo ou evento santificado. Esta designação caiu em desuso. Toda Freguesia tinha uma Igreja Matriz e o Pároco colocado (vinculado) ou encomendado.

 

[12] Biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/goias/itumbiara.pdf (25/09/2010)      Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958, p. 246.

 

[13] ALMEIDA NETO, Sidney Pereira de. Itumbiara, Um século e meio de Historia. Itumbiara: Ed. do autor. 1997.

                 

[14] Região do Triangulo Mineiro

[15]RODRIGUES, Maura Afonso. Fagulhas de Historia do Triangulo Mineiro. Disponível em << www.novomilenio.inf.br/santos/bonden45.htm>>

 

[16] pe. FLORENTINO BERMEJO. Nasceu em 14 de março de 1881 em Peralta, Província de Navarra-Espanha, ordenando-se em 15 de agosto de 1905.  Veio para o Brasil, inicialmente para a cidade de Ribeirão Preto, onde ficou até 1910. Em 14 de março de 1914 assumiu a Paróquia de Alemão em Goiás, hoje cidade de Palmeiras. Em 20 de junho de 1917, tomou posse na Paróquia de Santa Rita do Paranahyba. Faleceu em Itumbiara a 20 de dezembro de 1965.

[17] FERREIRA, Josmar Divino e PINHEIRO, Antônio César Caldas. Santa Rita do Paranahyba: origem e desenvolvimento. História de Itumbiara..v 1 – Itumbiara, Edição Independente, 2009.

                 

[18] FERREIRA, Josmar Divino e PINHEIRO, Antônio César Caldas. op.cit.

[19] RODRIGUES, Neuma Brilhante Rodrigues. Nos caminhos do Império: a trajetória de Raimundo José da Cunha Mattos. Tese de Doutorado. Brasília – julho 2008 – Universidade de Brasília - Instituto de Ciências Humanas – Departamento de História.

                                                                                    

 

[20] CASTRO, José Luiz de. A organização da Igreja Católica na Capitania de Goiás (1726-1824). Goiânia: Ed. da UCG; 2006,  p 131.

[21] Alfredo d’Escragnolle Taunay (1843-99) nasceu no Rio de Janeiro. engenheiro militar, professor, político, historiador, sociólogo, romancista e memorialista Bacharel em Ciências e Letras pelo Colégio Pedro II, cursou Ciências Físicas e Matemáticas na Escola Militar. Fez  carreira militar e ingressou no curso de Engenharia militar, mas teve de interromper para participar da Guerra do Paraguai e outras campanhas. Foi promovido a cargos intimamente ligados à realeza, mas foi definitivamente reconhecido quando recebeu a “missão” de escrever o Diário do Exército (relato oficial dos militares).

[22] FERREIRA, Josmar Divino e PINHEIRO, Antônio César Caldas. op.cit., p 206.

 

[23] Esta capela tinha a frente virada ao contrário, ou seja, para o lado do Rio Paranaíba. Foi destruída e construída

 

 

 

 

           

 

[24] "O termo coronelismo denota uma estrutura política caracterizada pela força dos coronéis -a palavra está tomada da patente de oficiais da Guarda Nacional, que ostentavam os homens mais Poderosos pela sua posição social e política. Esta estrutura abrange igualmente tanto as relações do Poder Central com o Poder dos Estados, no nível de nação, como as relações do governo dos estados com os Poderes e governos locais, no nível do próprio Estado. (ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcante e VILAÇA, Marcos Vinícius. Coronel, Coronéis. São Paulo: Editora Tempo Brasileiro, 1965, p. 17.

 

[25]José Xavier de Almeida: nasceu na cidade de Goiás em 1871, cursou direito na Faculdade do Lago de São Francisco em São Paulo. Com 30 anos foi eleito presidente do Estado de Goiás governando de 12/08/1901 a 14/07/1905.

[26] Sidney Pereira de Almeida: nasceu em Araguari em 03 de agosto de 1884, filho do Major Militão Pereira de Almeida e Ermelinda Borges de  Almeida.  Veio para Santa Rita do Paranahyba em 1903.

[27] MENDONÇA, Jales Guedes Coelho. O Crime de Santa Rita do Paranahyba: Coronelismo do Extremo Sul de Goiás. Artigo elaborado em junho de 2010 – VIII Semana de Pesquisa e III Colóquio de Pesquisa da História/UFG

 

[28] "O coronel do mundo paisano nasceu da Guarda Nacional criada pela Regência. Depois de prestar bons serviços, sobretudo na Guerra do Paraguai, decaiu da austeridade. A política bateu barraca nos seus meandros e postos e patentes passaram a ser vendidos ou doados pela República, na conformidade dos interesses partidários e outros interesses. Quem não era oficial de patente, mas dispunha de algum prestígio no meio social, passou a ser coronel "de envelope", porque na correspondência o nome vinha antecedido do posto. Mas, não havia só coronel e nem só de coronéis era composta a nata da sociedade. Havia major em penca.  E capitão, e tenentes e alferes"  In: ROSA, Joaquim. Por Esse Goiás Afora. Goiânia: Livraria e Editora Cultura Goiana, 1974.

 

 

[29] LEAL, Victor Nunes. Coronelismo Enxada e Voto, cidade Editora Alfa-Omega, 2ª Edição, 1975, p. 20.

 

[30]www.correiodeuberlandia.com.br/.../cronica_da_cidade.html - Antônio Pereira da Silva, do IAT - apis.silva@terra.com.br

 

 

[31] MENDONÇA, Jales Guedes Coelho. op.cit.

[32]  blogs.abril.com.br/.../um-canhao-dois-tiros-muita-historia.html

[33] A Revolução de 30 é um evento histórico que tem sido abordado ou como um conjunto de ocorrências um movimento armado de 03 a 24 de outubro de 1930, ou como início de uma fase em nossa evolução política. Em 1926, Washington Luís é eleito presidente da República e Antônio Carlos como presidente do Estado de Minas Gerais. Esse seria o sucessor daquele dentro do esquema político “café-com-leite”, mas Washington indica em 1930, para sua sucessão Júlio Prestes, Presidente do Estado de São Paulo e Vital Soares (Bahia), quebrando assim longos anos de aliança política entre os referidos estados. Por sua vez Antônio Carlos, com apoio de lideranças mineiras articula a formação da Aliança Liberal lançando Getúlio Vargas (Rio Grande do Sul) candidato à Presidência e João Pessoa à Vice (Paraíba). Mas em 1º de março do corrido ano a chapa indicada pelo Presidente da República sai vitoriosa, utilizando meios fraudulentos, segundo Andrada (1987). Os políticos eleitos por Minas Gerais e Paraíba não foram reconhecidos como tal. Congresso e aliado a isso João Pessoa é assassinado na Paraíba, o que alimentou ainda mais a idéia revolucionária. Apoiados pelas lideranças “aliancistas” nos demais Estados, é deflagrada no País em 3 de outubro a Revolução, que se torna vitoriosa no dia 24, com a junta militar que depõe o Presidente Júlio Prestes e entrega o Poder a Getúlio Vargas.

 

[34] BERNADELLI, Kellen Cristina Costa Alves. Relações Políticas e Educacionais nos Anos 20 e 30 no Liceu de Uberlândia. disponivel em << www.histedbr.fae.unicamp.br \  acesso em 25 fev 2011.

                                                                                                                                           

[35] DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2010, p 248.

[36] Partido Social Democrático: foi um partido de âmbito nacional fundado em 17 de julho de 1945, pelos interventores nomeados por Getúlio Vargas durante o Estado Novo. Começou a ser organizado pelos interventores estaduais, reunindo prefeitos (nomeados pelos interventores), membros da administração estadual e outras forças que apoiaram o governo, como proprietários rurais, industriais, comerciantes e funcionários públicos. Participou da maioria das eleições realizadas no Brasil entre 1945 à 1965. Na política nacional seu aliado mais forte foi o PTB.

[37] A União Democrática Nacional: levanta sua bandeira política em 07 de abril de 1945, fundada por uma associação de partidos estaduais e correntes de opinião contrárias ao regime estadonovista opondo-se ao governo de Getúlio Vargas. A UDN participou nacionalmente de todos os pleitos políticos, concorrendo à vagas com os demais partidos, principalmente contra o PSD, pois Esse politicamente, manteve-se em primeiro lugar eleições presidenciais (1940, 1950, 1955), apoiou a candidatura de Jânio Quadros (1960) e ao movimento militar de 1964.

 

[38] Símbolo dos revoltosos atestando que seu portador havia trabalhado em prol da Aliança Liberal             

[39] O Decreto-Lei nº 311, de 2 de março de 1938, disciplinou a divisão territorial do Brasil, vedando, pelo artigo 10, que dois ou mais locais em um Estado tivessem a mesma denominação, incumbindo ao  Conselho Nacional de Geografia, antecessor do IBGE, a definição de quais locais teriam que ter seus nomes modificados. Definiu também que deveriam ser depositados no Diretório Regional de Geografia, pelas cidades, mapas municipais de acordo com os “requerimentos mínimos fixados pelo Conselho Nacional”. Em 1943, o Decreto-Lei Federal nº 5.901, de 21 de outubro, disciplinou as “revisões quinquenais” (a cada cinco anos), que deveriam ser feitas em cada Estado, de acordo com as diretrizes do Decreto-Lei de 1938. Nesse sentido, foi estendido o critério de “igualdade de nomes” para resolução dos problemas de denominação de “dois locais em um Estado” para “eliminação, no País, da repetição de topônimos de Cidades e Vilas”. Anteriormente, o Decreto-Lei nº. 3.599, de 6 de setembro de 1941, disciplinou a denominação das estações de estradas de ferro, proibindo denominações iguais no território nacional, “facultando-se para isso a mudança dos nomes das estações situadas em povoados”. O artigo 7º do Decreto-Lei Federal nº. 5.901/43 dizia que quando duas localidades tivessem a mesma denominação, a de maior categoria administrativa ou judiciária teria seu nome mantido. Do mesmo modo, se duas localidades tivessem o mesmo nome e pertencessem à mesma categoria (distritos ou municípios), seria mantido naquela que o possuísse por mais tempo. Recomendava-se, inclusive, a adoção de nomes indígenas.

 

 

[40] Entre 1933 e 1959, a cidade de Santa Rita do Paranahyba adquiria energia elétrica de uma empresa localizada em Centralina de propriedade da Família Otávio Lage de Buriti Alegre.

 

[41] Nasceu em Itumbiara em 02 de junho de 1929. Casado com Elza Braga Borges. Foi deputado estadual por três legislaturas.

 

[42] cpdoc.fgv.br/producao/dossies/...45/.../PartidosPoliticos

[43] o termo Botinas Amarelas refere-se à uma estratégia usada por Ataides Rodrigues Borges para vencer as eleições atribuindo um boato ao seu opositor de que o mesmo não gostava de gente da roça usando as “botinas” como símbolo de sua campanha revertendo a seu favor o favoritismo do outro candidato.

                .

[44] O Posto de Gasolina Texaco ainda existe na cidade.

[45] FLEURY, Nelson Rafael. Histórias não contadas. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2010. p  111-126.

[46]  Bernardo Sayão Carvalho Araújo  nascido Rio de Janeiro em 18/06/1901 e faleceu em Açailandia em 15/01/59. Formado em 1923 na Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária de Belo Horizonte, teve como principal projeto o desenvolvimento da região central do Brasil. Em 1954, foi eleito vice-governador de Goiás, chegando a governar o estado interinamente por três meses, de  janeiro a março de 1955.

 

[47] Dante Guimarães Santos do Amaral, nascido em Itumbiara a 30 de setembro de 1980, atualmente é jogador de voleibol da Seleção Brasileira que atua como ponteiro

[48] Construída no governo João Rocha e destruída em 2009, com a inauguração de um novo presídio no distrito do Sarandi.

 

[49] Localizada no rio Paranaíba, entre os municípios de Itumbiara e Araporã-MG, a Usina Hidrelétrica de Itumbiara, maior do parque gerador do sistema Eletrobrás-Furnas e sexta maior do País, teve o início de sua construção em novembro de 1974, sendo concluída em abril de  1980. Em operação desde 1981 tem uma capacidade instalada de 2.082 MW.

 

[50] termo  inglês  que denomina o processo de cassação de mandato do chefe do Poder Executivo pelo Congresso Nacional, as Assembléias estaduais e Câmaras municipais para países presidencialista, aos seus respectivos chefes de executivo (Fonte: Wikipédia)

[51]  FOUCAULT, Michel. Microfisica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

[52] FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 35


Nenhum comentário:

Postar um comentário