Nesta semana, a falta de energia elétrica entre os dias 14 e 15, provocou falta de água em vários setores da cidade de Itumbiara e moradores de vários bairros ainda reclamam a volta do abastecimento de água tratada quatro dias depois. Além das quedas constantes de eletricidade que provocam paralisação no ponto de captação e na estação de tratamento, o consumo cresceu muito em setembro, o que tem provocado reclamações generalizadas sobre a prestação destes serviços, que tem concessão da estatal goiana Saneago até o mês de julho de 2022.
R$ 97,7 MILHÕES DE INVESTIMENTOS EM 15 ANOS
Pelo grande investimento realizado nos últimos 15 anos em Itumbiara, não há problema de captação de água, já que a capacidade de 400 litros por segundo garante abastecimento para uma população superior a 140 mil habitantes, assim como a Estação de Tratamento de Água João Rocha, que também recebeu investimentos e atende a demanda da cidade. a barragem de captação do Ribeirão Santa Maria foi reconstruída e foram substituídos os antigos conjuntos de motobombas.
Estação de Tratamento João Rocha
APAGÃO DE ENERGIA ELÉTRICA E FALTA DE ÁGUA
O que afeta as paralisações no fornecimento de água tem sido as constantes quedas de energia elétrica e quando o período é prolongado, como foi no dia 14, a normalização é mais demorada, principalmente nos pontos mais altos. O processo enche primeiro os reservatórios dos pontos mais baixos e os pontos mais altos normalizam em seguida.
RESERVATÓRIOS DE ÁGUA
Foram feitos investimento também em reservatórios que começa na ETA e tem capacidade superior a 7 milhões de litros e no ano de 2016 foi inaugurado um no alto da BR 452 com capacidade de 3 milhões de litros. Ao todo, os centros de reservação ganharam capacidade superior a 4,3 milhões de litros, que servem para garantir o abastecimento, quando não seja tão longos a parada de fornecimento de energia elétrica.
DESIQUILÍBRIO COM PROLONGAMENTO DE BAIRROS
Aumento de 10 mil ligações de água nos últimos oito anos
Nos últimos anos, vários setores tiveram prolongamentos, o que acarretou um crescimento em ligações e no consumo da água, que somada ao período da mais crise hidrica na história de Goiás, desiquilibrou o atendimento de outras áreas, principalmente nos pontos mais elevados do município.
Sistema de abastecimento de água - Redes - número de ligações e atendimento
Para acompanhar o aumento da população com criação de vários conjuntos residenciais, que só entre 2013 e 2020 teve o registro de mais 10 mil novas ligações, foram perfurados oito poços artesianos para atender áreas como Juca Arantes, Morada dos Sonhos, Dona Gui, Olinta Guimarães, Norma Gibaldi, Remy Martins, Ladário Cardoso, José Moisés, Santa Helena, Santa Rita, Dionária Rocha e Vila Mutirão. O Sistema de reservação também foi ampliado com a construção de sete novos reservatórios, que aumento a capacidade em 4,3 milhões de litros, segundo Mapa do Saneamento, publicado pelo governo de Goiás em 2015.
Centro de Reservação professora Castorina Borges - alto da BR 452
NOVAS AÇÕES E OBRAS PARA MELHORAR O ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Especialistas na área de saneamento apontam várias ações que podem ser realizadas para que o serviço de fornecimento de água tratada no município possa ser prestado com melhor qualidade, em que se destacam investimentos em modulação, redução de perdas, hoje próxima de 40% da água produzida (20% perda física), controle de pressões para reduzir rompimentos, que também têm sido constantes em várias áreas da cidade.
EQUILÍBRIO DA DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
Uma medida que exige investimentos e que foi discutida em janeiro entre representantes da concessionária e do município, trata da zona média de abastecimento, que trará solução definitiva para a falta de água na zona alta da cidade. O procedimento de contratação semi-integrada já foi aberto e no mês de julho foi publicado no Diário Oficial do Estado o aviso de Licitação. Após contratada a obra, a previsão que seja entregue em até oito meses.
No procedimento de contratação, consta trata-se obras e serviços de engenharia relativos a ampliação do sistema de abastecimento de água com a criação da zona média de abastecimento, que envolverá implantação de adutora de água tratada, reservatórios e booster na Vila Vitória.
Zona média de Abastecimento Vila Vitória
Segundo dados do processo de licitação, serão construídos uma adutora de 400 mm da Avenida JK a Rua João Ribeiro Filho, outra adutora que chegará ao Centro de Reservação da Vila Vitória., onde serão construídos dois reservatórios e estações de bombeamento. A partir da Vila Vitória, outra adutora será construída para chegar até ao Bairro Norma Gibalde, que atenderá ainda Bairros Mutirão, Marolina e Dionária Rocha.
Segundo relato da visita técnica do presidente Ricardo Soavinski na pagina da Saneago na internet, várias intervenções estão sendo feitas para garantir que não haja maiores problemas nestes tempos de seca e que a estatal goiana está trabalhando também para reduzir as perdas.
Outra ação importante destacada por parte da população é o consumo consciente neste período, em que se registra a maior seca em toda história de Itumbiara, que tem atendimento de 100% da população com água tratada, situando entre os municípios com sistema universalizado.
PLANEJAMENTO
A falta de atualização do Plano Diretor do município, que só agora após 15 anos da aprovação volta a ser discutido, como também a ausência de um plano de saneamento, cuja discussão se iniciou em 2011 e foi paralisado em 2018 com 80% de desenvolvimento, são fatores que também acarretaram o desiquilíbrio no abastecimento, que agora precisa de correções com a construção da zona média e precisa orientar o futuro, para que não se agrave o desabastecimento de água em Itumbiara.
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