Quando liderou a fundação do Gigante do Vale no ano de 1970,
Modesto de Carvalho teve como justificativa a criação de um clube forte para disputar a Primeira
Divisão do Campeonato Goiano, já que os times locais do Nacional e do Goiasinho
há vários anos disputavam a segunda divisão e não conseguiam bons resultados. Embora,
o Galo da Fronteira, como era conhecido o Nacional tivesse conquistado duas
vezes a segunda divisão na segunda metade da década de 1960 e em seguida sempre
retornava de onde viera. Apesar de não serem grandes nos campos de futebol,
tinham patrimônios, já que o Goiasinho possuía o Estádio Onofre Ferreira de
Cubas e o Nacional o Estádio Paranaíba. O Tricolor do Vale que nasceu desta
paixão de Modesto de Carvalho pelo futebol na cidade, sobreviveu e cresceu, sendo premiado com o monumental Estádio
Municipal JK, para as suas exibições, que lotou já na inauguração contra o Vasco da Gama, em 10 de outubro de 1976, já pelas mãos do agora prefeito Modesto
de Carvalho, que viria a falecer em junho de 1977. O time de futebol seguiria vivo com uma certa
proximidade dos prefeitos que sucederam Modesto de Carvalho, principalmente com
Radivair Miranda Machado e Waterloo Araújo, que gostavam do futebol.
Radivair já se aproximara do clube, desde quando foi diretor municipal de esportes
no governo Modesto de Carvalho. Quando Waterloo Araújo se tornou prefeito é
que abriu espaço para que Zé Gomes da Rocha, então vereador e presidente da
Câmara Municipal, se tornasse presidente do clube em 1985. E o Gigante
continuava forte na década de 80, disputando bem o campeonato goiano e até Brasileiro, revelando
grandes jogadores para o futebol nacional, como Bill, Zezinho Figueroa,
Dionísio, Péricles, entre tantos outros. A primeira queda para segunda divisão
veio em 1990 (em 1971 o clube não conseguiu disputar a primeira Divisão em uma seletiva que perdeu para o Goiatuva e o Campinas), mas o clube logo se reergueu em 1991 e pelas mãos de Zé Gomes
encheria o Estádio JK em 1992, com grandes contratações que vieram do
Fluminense, devido a influência do então deputado federal Zé Gomes da Rocha. Aquele ano marcou a conquista do titulo de campeão goiano pelo Goiatuba,
justamente o time que Modesto de Carvalho queria superar no início da década de 70 e que conseguiu logo em 1973, mas o Azulão do Sul chegou primeiro ao caneco sonhado
pelo Gigante do Vale e que já estava nas galerias do Anápolis e do Crac de
Catalão. Na década de 90, Zé Gomes da
Rocha assumiria a paixão desenfreada pelo time de futebol e ele seria um grande
empecilho na sua carreira política, pelo processo judicial que gerou em 1997,
mas como Modesto seguiria apaixonado pelo seu time de coração até a morte em
2016. O clube passaria por terríveis momentos em 1999 e 2000, quando caiu duas
vezes seguidas para a segunda Divisão, sendo que em 1999, conseguiu o acesso no
mesmo ano que caiu. O início deste século marcaria com a dor amarga de disputar
a segunda divisão entre 2001 e 2003 e ver o nascimento de um novo clube de
futebol, que foi o Real Clube, que criado em 1998, sobreviveu até 2004, ano que marcou o
ressurgimento do Gigante. Antes disso, em 1982, o Nacional tentaria a volta a
Primeira Divisão e até conseguiria chegar até 1984, inclusive disputando o
Campeonato Brasileiro, mas se retiraria dos campos de futebol a partir daquele
ano, mantendo seu patrimônio. O Gigante continuava vivo como uma grande marca e uma torcida apaixonada,
mas sem patrimônio e sem titulo de campeão. Em 2004, viria o Crac de Catalão,
pelas mãos do também apaixonado político Adib Elias chegar ao título de
bicampeão goiano e assim já não era o Goiatuba a ser superado, pois já deixara
também os campos de futebol, agora o Crac era o principal adversário. Entre 2004
e 2006, empresários da cidade tocariam o time, que voltaria a ser grande a
partir de 2007, novamente com a aproximação de Zé Gomes da Rocha, que preparou
o caminho para ser campeão em 2008, Alcançando assim o objetivo de Modesto de
Carvalho e o grande sonho da torcida. Em 2009, inauguraria já como prefeito reeleito, a Vila Olímpica
Adalberto da Silva e Souza que contaria com alojamento para os atletas e disputaria o jogo histórico da volta de Ronaldo aos campos de futebol no Brasil pelo Corinthians, novamente com o JK lotado. Antes,
em 2007, adquiriria um ônibus para o município que serviria também de
transporte para o time. Enfim, o Gigante que Modesto sonho, se tornara grande e
respeitado em Goiás. Zé Gomes ainda tentaria igualar ao feito do Crac em 2009,
mas só conseguiu o terceiro lugar e o feito de disputar a Copa do Brasil. Como
prefeito, teria a tristeza de ver o clube cair para a segunda Divisão em 2010,
mas novamente faria tudo para sua volta
em 2011 e como em 1991, ocorreu. A
partir de 2012, o clube entraria novamente em declínio e cairia em 2013. Mesmo
não tendo cargo político, Zé Gomes estava junto para formar o grande time de
2014 com Bruno Henrique, Rodrigo Calaça, Cléo Silva, Geovane, Nonato e Moisés, para
novamente retornar a elite. Só com
pretensões de se manter na primeira divisão, voltaria a disputar a série D do
Brasileiro entre 2016 e 2017, mas a partir de 2018, seguia rumo a segunda
divisão novamente, até alcançar o feito em 2019. No último dia 23 de março,
depois de celebrar 49 anos, o Gigante do Vale com as marcas de Modesto de
Carvalho e Zé Gomes da Rocha não vive mais. Mudou o Estatuto, a gestão e a
diretoria, que passa a comandar o clube a partir do Rio de Janeiro. Em 2020, ao
celebrar 50 anos de existência, o Tricolor da Fronteira estará na segunda divisão como Goiásinho e Nacional da década de 1960, ainda sem patrimônio, mas com um título de campeão goiano
de 2008. Não será mais o clube nascido e criado pela paixão, e sim como um novo modelo. Faz parte do ciclo da vida, nascer, viver, conquistar, cair e se
possível levantar. É o que esperamos. Que não morra como o Azulão do Sul, que
um dia foi nossa inspiração e ser algum dia for como o Boa que foi Ituituaba, que não deixe Itumbiara de uma torcida apaixonada pelo tricolor, como foram Modesto e Zé Gomes da Rocha.
NOVA DIRETORIA
Com o novo Estatuto aprovado no dia 23 de março e com a eleição realizada em seguida, foi eleita pelo Conselho Deliberativo, a empresária do Rio de Janeiro Lúcia Carla Bastos de Souza Mendonça, que trabalha no ramo imobiliário. Como vice-presidente, comandará o Gigante, o também empresário na área de futebol, que comanda a Soccers Stars e no ramo de consultoria na área de recuperação de empresas (Global American), Reinaldo Morais Mendonça Júnior, presidente da Matonense desde 2017, equipe da séria A 4 do futebol paulista. Em Itumbiara, a supervisão de futebol está a cargo de José Carlos Caffer Neto, que foi supervisor de futebol no Internacional de Bebedouro.
Os membros do Conselho Fiscal são também do Rio de Janeiro.
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