Cidade
imaginária é uma coletânea de artigos escritos por Nilson Freire para jornais e
revistas da cidade de Itumbiara a partir do ano de 1997. É uma viagem no
período de quatro anos, mostrando a cidade de forma crítica. É a visão de quem está de fora da
administração publica, propondo um modelo de cidade ideal nos aspectos
político, econômico e social.
Homenagens
A meu
pai José Freire, que Itumbiara escolheu
para viver e morrer,
A
minha mãe Francisca, que vive e mora no bairro Santos Dumont,
Ao
Jornal “Folha de Notícias”, através do jornalista Erivaldo Maximiano e do
diretor Ernando Lopes,
A
revista “Acontece” através de seu diretor Brasilaves Borges,
Ao
jornal “Tribuna do Vale” e seu diretor João Batista,
A meus
amigos que tornaram esta obra possível,
A
minha família, Márcia, Nilson Junior, Yuri Ian e Ianny Raíssa,
E a
Deus razão de tudo.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.............................................................................................11
PARTE
I – A CIDADE E O POVO
1 – A
CIDADE IDEAL........................................................................................14
2– A
CIDADE QUE O POVO QUER.................................................................16
3 -A
CIDADE QUE ATRAI INVESTIMENTOS..................................................19
4 - NOSSA CIDADE MERECE O
MELHOR DE CADA CIDADÃO..................22
5 - ITUMBIARA, CIDADE DE UM
POVO LIVRE..............................................25
6 - MENINOS DA PRAÇA ................................................................................28
7
-BEIRA RIO, PATRIMÔNIO DO CIDADÃO .................................................31
8 -O TURISMO PEDE PASSAGEM ...........................................................34
9 -PELOS QUE GOSTAM DA BEIRA
RIO .................................................37
10 - SHOPPING CENTER EM
ITUMBIARA .................................................40
11 – UMA DECLARAÇÃO DE AMOR A
ITUMBIARA.....................................42
12 - MUDAR PARA
MELHOR...........................................................................45
13 – A VIDA
PARTE II – POLÍTICA E
GOVERNANTES
14– O
MITO MODESTO DE CARVALHO........................................................53
15– UM
HOMEM BOM FORA DA CÂMARA...................................................58
16– UM
ERRO NA SAÚDE PÚBLICA.............................................................61
17 - A
MULHER E A POLÍTICA.......................................................................65
18– A
FORMAÇÃO DE NOVAS LIDERANÇAS...............................................68
19– A
FALTA DE REPRESENTANTES...........................................................71
20– A
CONDUTA ÉTICA DAS AUTORIDADES...............................................74
21 -
HOSPITAL E VOTO .................................................................................76
22 - O
AMADURECIMENTO POLÍTICO EM ITUMBIARA ...........................79
23 -
DEPUTADO ESTADUAL EM ITUMBIARA, UMA QUESTÃO DE
QUALIDADE......................................................................................................82
24 -
PLANOS DE GOVERNO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS .................85
25 -O
CONCILIADOR........................................................................................88
26 -
CANDIDATURA DE JOSÉ GOMES .................................................91
27 -
RESPEITO À AUTORIDADE ...........................................................93
28 - PRESTÍGIO E COMPETÊNCIA ...........................................................95
29 - O
TÉCNICO E O POLÍTICO ......................................................................97
30 –
EU E MINHA CIDADE.............................................................................100
31
-TRISTE FIM DE NOSSOS POLÍTICOS....................................................103
32 –
UM NOVO MODELO NA POLÍTICA DE ITUMBIARA .........................106
PARTE III – A GESTÃO PÚBLICA
33 - A
PARCERIA GOVERNO E CIDADÃO...................................................109
34
- A VIA QUE LEVA AO
CRESCIMENTO..................................................112
35 – A
LUTA POR UMA FERROVIA..............................................................115
36 – A
HORA DA COMPETÊNCIA.................................................................118
37 – A
DEFESA DA VIDA...............................................................................121
38 – A
DEFESA DA IMAGEM........................................................................124
39-
MUTIRÕES PARA A LIMPEZA .........................................................126
40- O
CIDADÃO, A REFORMA DO ESTADO E O SERVIDOR
PÚBLICO.........................................................................................................128
41 - SALÁRIO DOS SERVIDORES E
SEUS COMPROMISSOS...........................................................................................132
42 - O GOVERNANTE E A DONA DE
CASA ...............................................136
43 - É
MELHOR PREVENIR ....................................................................139
44 - O TRÂNSITO E A PREFEITURA .........................................................142
PARTE IV - O ENSINO SUPERIOR
EM ITUMBIARA
45 - A
UNITUM EM ITUMBIARA.....................................................................144
46 –
UNIVERSIDADE PRIVADA DEVE PAGAR IMPOSTOS........................147
47 – A
VIDA DEPOIS DE UM DIPLOMA........................................................149
48 - O
FUTURO DA FESIT ....................................................................152
49 - O
MIGRANTE UNIVERSITÁRIO .........................................................156
PARTE
V – O PODER LEGISLATIVO EM ITUMBIARA
50 – A
CÂMARA E AS HOMENAGENS.........................................................159
51– A
IMAGEM DO LEGISLATIVO................................................................161
52 – O
PATRIMÔNIO PÚBLICO QUE VIRA PRIVADO.................................163
PARTE
VI - OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM ITUMBIARA
53 – A
LIBERDADE DE OPINIÃO..................................................................165
54 - MEIOS DE COMUNICAÇÃO E
CIDADANIA ....................................167
55 -
COMPROMISSO COM O LEITOR .........................................................170
56 -
AS RÁDIOS COMUNITÁRIAS .........................................................172
57 - O
QUE É NOTÍCIA EM ITUMBIARA ...............................................174
PARTE
VII - A JUSTIÇA
58– A
JUSTIÇA E O MENOR.........................................................................176
59 – A
DIFICIL MISSÃO DO
JURADO..........................................................178
60 - A
VIDA E O PATRIMÔNIO ....................................................................180
61 -
JÚRI POPULAR ...............................................................................183
62 - CAMPANHAS PARA
DESARMAMENTO ...............................................185
63 - O
COMBATE À CRIMINALIDADE EM ITUMBIARA .........................187
64 -
VIOLÊNCIA EM ITUMBIARA .........................................................190
65-
DISCURSO DE FORMATURA DE DIREITO DA UFG .........................192
PARTE
VIII - RELIGIÃO EM ITUMBIARA
66 -
A DÍVIDA DA DIOCESE DE
ITUMBIARA..............................................201
67 -
PARA ONDE FORAM OS FIÉIS.............................................................204
68 - O
COMPORTAMENTO DOS CATÓLICOS ....................................206
PARTE
IX - CULTURA EM ITUMBIARA
69 -
AS EMPRESAS E A CULTURA .........................................................209
70 - TALENTOS DE ITUMBIARA .........................................................211
71 – FOME DE CULTURA EM
ITUMBIARA..................................................213
PARTE
X - FILOSOFIA
72 - O
VALOR DA ÉTICA ...............................................................................215
73 - O
HOMEM, O TEMPO E O PODER ...............................................217
PARTE
XI – EDUCAÇÃO
74 -
UMA BIBLIOTECA PÚBLICA .........................................................220
75 -
UMA ESCOLA PARA FORMAR CIDADÃOS ....................................222
76 -
UM TRIBUTO AOS PROFESSORES ...............................................226
77 -
DROGAS NAS ESCOLAS ....................................................................229
78 – A
MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO EM ITUMBIARA...........................231
79 – GASTOS
COM EDUCAÇÃO...................................................................235
PARTE XII – SAÚDE
80 – A
SAÚDE EM ITUMBIARA ....................................................................237
81 – A
SAÚDE PÚBLICA EM ITUMBIARA....................................................240
82 -
ATENDIMENTO MÉDICO PRIVADO ...............................................243
XIII – OUTROS ARTIGOS
83 -UMA CRÍTICA INFELIZ NO
JORNAL DE MORRINHOS........................246
84 -
UM TIME
85 -
UM PROJETO PARA O JOVEM .........................................................252
86 -
UM ESPAÇO PARA AS CRIANÇAS ..............................................255
87-
CRISE DO RIO ........................................................................................257
88 -
CARAMURU, PREPARANDO VENCEDORES ....................................259
89 - O
ECOTURISMO COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO.....................................................................................262
90 -
ONDE ESTÁ O EMPREGO ....................................................................266
91-
PLANEJAMENTO FAMILIAR PARA JOVENS ....................................269
92- O
NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO.............................................272
93 - O PREÇO DA ALEGRIA ....................................................................274
94 - O SISTEMA
POLÍTICO............................................................................276
95 – CARTA AOS VENCEDORES.................................................................279
96 – O COMÉRCIO E A PROTEÇÃO
AO CRÉDITO.....................................282
PARTE
XIV – MÚSICAS E FESTIVAIS
97 –
COMÉDIA HUMANA - 1998...................................................................285
98 – MARIA
GASOLINA - 1985 ...................................................................287
99 –
APOCALIPSE - 1986 ..................................................................289
98 -
ULTIMATO ATÔMICO - 1988................................................................291
APRESENTAÇÃO
O
leitor vai observar que grande parte dos artigos que compõem este livro foram
escritos no ano de 1998. A razão está na postura mais democrática dos
próprios meios de comunicação e
políticos na época. A liberdade do autor em escrever é proporcional a postura
editorial de cada jornal no tempo dos artigos.
Não
é um fenômeno típico de Itumbiara, embora aqui seja bem notório, os jornais e
revistas dependem do dinheiro público, principalmente das prefeituras, que são
os maiores anunciantes, daí a opção editorial nos diferentes momentos.
Certa
vez. Lembro-me do editor com voz embargado, dizer: “ Sinto muito, mas o conselho
editorial vetou seu artigo.” Voltava com a tristeza na alma, mas com a força de se recompor e voltar a
escrever.”
Outro
jornalista, em “Off” dizia: “O prefeito disse ao diretor do Jornal que você é
muito perigoso e não quer ver nada publicado neste jornal.” Não sei se era
motivo de tristeza ou alegria. Ficava triste por não poder escrever, mas feliz,
por saber que o incomodava o que eu escrevia.
Apesar
de tudo isso é preciso ressaltar a importância da construção deste livro do
jornal “Folha de Notícias”, principal meio de comunicação, que permitiu que a
cidade de Itumbiara tomasse conhecimento das idéias deste autor, por muitos
anos.
A
revista “Acontece” também por mais de dois anos abriu suas páginas para que eu
manifestasse meu pensamento.
Quando
todas as portas se fechavam, o diretor da Tribuna do Vale abriu as páginas de
seu jornal para publicação de alguns artigos.
Mesmo
quando não havia jornal disposto, mesmo assim meus artigos eram escritos e para
ganhar a eternidade, estão neste livro.
Uma
das minhas paixões na vida é escrever. Outra é a cidade de Itumbiara. Desse
amor nasceu este livro.
Foram
tempos de alegria pelo reconhecimento do Leitor. Tempos de medo pela ameaça de
políticos e tempos de tristeza, pela censura também de políticos descontentes e
com medo da verdade.
Mas
nenhum obstáculo, foi capaz de superar a alegria, a vontade e a força interior
para escrever sobre a minha cidade.
É
assim que nasce Itumbiara, cidade imaginária.
Primeiro
penso na cidade ideal e sua relação com seu povo. Não há como falar em
Itumbiara sem mostrar as imagens do rio mais bonito de Goiás, que corta a
cidade em seu setor mais nobre. “O Paranaíba altivo, onde espelha a cidade” ,
tão bem descrito no hino de Itumbiara.
A
cidade dos sonhos também tem o governo dos sonhos. Na Segunda parte, vem à
mente a imagem de nossos políticos e suas relações com Itumbiara.
Assim,
vai se fazendo uma viagem em todos os
aspectos que autor acha necessário para construção de uma cidade. O cenário é
perfeito: um território banhado por um bonito rio, uma catedral no praça
central, a cultura, a segurança pública, os meios de comunicação e os Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário.
Na
penúltima parte da obra, o autor procura falar de assuntos diversos, ligados ao
trabalho, ao esporte e outras cidades.
A
última parte é dedicada aos trabalhos musicais do autor, apresentados em
festivais de música na cidade.
Finalmente,
o autor faz uma alerta ao leitor: tudo que foi escrito é anterior ao período
que o mesmo passa a fazer parte do governo municipal como secretário de
finanças, fato que ocorreu a partir de janeiro de 2005.
PARTE
I
A CIDADE E O POVO
1
– Vivendo numa cidade real cheia de problemas,
que vai da falta de governo a governos que erram constantemente, leva o cidadão
a sonhar com uma cidade ideal, imaginária. É assim que começa este livro, o
sonho de uma Itumbiara ideal.
Folha
de Notícias – 11 de outubro de 1997.
A cidade ideal
Feliz o povo que tem um
governo sábio e pode contar com políticos que pautam suas ações dentro da
ética, construindo uma cidade que
orgulha seu cidadão. A sabedoria proporciona a distinção do verdadeiro
sentido de povo, impedindo que o chefe do governo eleja um segmento particular
para governar composto por parentes e cupinchas.
A cidade ideal é
utópica, assim como foi a República de Platão[1],
devido à imperfeição do homem, mas a realidade pode ser cada vez melhor, quando
o povo acerta na escolha de seus representantes. O bom governo propicia um
serviço de saúde com acesso igualitário a todos e não somente àquele que paga
ou tem convênio. Acima de tudo o cidadão é recebido nos hospitais como seres
humanos.
A educação numa cidade
bem governada, não conta com analfabetos, toda criança em idade escolar tem
vaga garantida na escola e o governo propicia um nível de saber em todas as
classes sociais que atrai investimentos empresariais. A segurança na cidade
ideal é feita para todos. Bancos, avenidas principais e bairros periféricos,
contam com viaturas e homens treinados, que inibem o crime e são amigos da
população.
A cidade ideal é
humana, acolhedora. Conta com parques infantis, áreas verdes, eventos culturais
toda semana, dando ao cidadão em seus momentos de lazer uma opção de desfrutar
da cultura.
Que pena que a cidade
real, tenha homens sem ética, que colocam suas necessidades pessoais acima do
bem comum e coloca na vala comum todos os políticos. É triste ver pobres nas
filas dos hospitais mendigando atendimento, crianças nas ruas fora da escola e
analfabetos alijados do mercado de trabalho.
Itumbiara chega aos
seus oitenta e oito anos e ainda não é a cidade ideal e talvez nossos
governantes ainda não tenham todos os atributos da sabedoria e o seu povo o
serviço público que merece; pelo menos tem um governante com muita vontade de
acertar e vencer.[2]
Se não for possível
fazer a cidade ideal, pelo menos devemos sonhá-la. Talvez um dia esta utopia
aproxime do real.
2 – Ao fazer a leitura deste
artigo quatro anos depois, o leitor não
vai perceber a mudança no tempo. É como se aquele momento tivesse sido
congelado até o final de outubro de 2004, quando o então prefeito Luiz Moura
teve seu mandato cassado, já que os problemas eram os mesmos daquela época em
que foi escrito o artigo.
Revista
“Acontece” Ano 03 nº 39 – Itumbiara, edição de Dezembro de 2000.
A cidade que o povo quer
Para a população não
interessa se o atual prefeito[3]
assumiu a prefeitura com 4,5 ou 8 milhões de reais em dividas; o povo quer
mesmo e uma cidade melhor para se viver.
As demandas para
concretizar o anseio dos cidadãos não são poucas e mais três anos de governo
não serão suficientes para atender a principal meta de qualquer campanha, que
e, construir um futuro melhor para a cidade.
Se o governo municipal
conseguir o modelo ideal de governar, que não existe na teoria, mas que é
construído na pratica, talvez tenhamos no centenário[4] de
Itumbiara as grandes obras que o povo reclama. Algumas dependem exclusivamente
da capacidade do administrador, outras da força política, mas para a cidade
mudar para melhor há de surgir qualidades de um vencedor nos homens que
governam o destino desta cidade.
O paisagismo da Avenida
Beira Rio precisa ser reconstruído, o viaduto ligando a BR
O prefeito deverá ainda
dar as condições de se implantar um pólo universitário e fazer gestões junto ao
governo estadual para dar aos cidadãos condições razoáveis de segurança.
A manutenção da cidade
com uma iluminação decente e uma limpeza urbana funcionando é o básico de
qualquer administração e nem precisa ser mencionado.
É evidente que há
pontos altamente positivos na administração da cidade, relacionados com as
áreas de educação fundamental e saúde, frutos de um trabalho que vem sendo
realizado há muito tempo, e que deveriam servir de modelos para as outras
áreas.
Há ainda novidades que
estão sendo inventadas em outras cidades que também podem ser copiadas
relacionadas na área social como a bolsa – escola[5] no
Distrito Federal que incentiva as famílias para colocar os filhos de
Com toda crise
financeira noticiada por muitas prefeituras, há algumas que vêm obtendo
sucesso, justamente por criarem modelos eficientes de administração. O exemplo
mais notório e da prefeitura de Porto Alegre, dirigida pelo PT há 3 mandatos,
que tem na participação popular no governo, o destaque principal.
Dados do Instituto
Brasileiro de Administração Municipal do Ministério do Planejamento apontam
hoje uma melhor situação financeira dos 5.351[6]
Municípios do que em 1988 quando a receita destes era de 8 bilhões de dólares.
Hoje chega às cidades em um ano, mais de 30 bilhões de dólares.
Se a receita aumenta, a
qualidade de vida deve ser melhorada, e neste ponto, quando se consegue isso,
atraem-se mais empresas, gerando mais empregos, do que financiando estas.
Para quem tem dividas
de 2.5 milhões de reais com funcionários e mais 2.5 milhões com prestadores de
serviços[7]
não será nada fácil construir esta cidade que o povo quer, mas talvez, nas
palavras de Rui Barbosa, quando assumiu o ministério da fazenda na
transição da monarquia para a republica,
esteja uma receita para começar.
“Cortamos energicamente
nas despesas, eliminemos repartições inúteis e estreitamos o funcionalismo”.
3
– Embora a cidade possua o título de melhor qualidade de vida no Estado de
Goiás, segundo pesquisa da Secretaria de
Planejamento do Estado de Goiás,na atração de investimentos vem perdendo
terreno para Anápolis, Catalão e Rio Verde. A favor de Anápolis e Catalão pesam
favoravelmente melhores condições de logística, como por exemplo a oferta do
transporte ferroviário.
Folha
de Notícias – 08 de julho de 1998.
A cidade que atrai
investimentos
Depois de pesquisar 467
municípios com população entre 50 e 350 mil habitantes, a revista EXAME -
edição 650 relacionou as cidades de médio porte que mais atraem investimentos
de empresas. Figuram nas primeiras colocações as cidades paulistas de
Indaiatuba e Taubaté.
Com excelentes
indicadores de qualidade de vida, boa localização e infra-estrutura, estas
cidades servem de modelo para cidades goianas que buscam atrair empresários com
capital para investir em outros centros.
A atuação dos políticos
de uma região influi na hora de atrair um investimento, mas não é o principal
fator, prova disso é a cidade de Rio Verde, que apesar de ter no governo
municipal um governante da oposição, conseguiu atrair investimentos de grandes
grupos industriais como a Perdigão e a Gessy Lever.
O Programa Fomentar
coloca em condições de igualdade todas as cidades goianas, se constituindo do
principal fator de atração de investimentos de grupos empresariais no Estado de
Goiás.
Deixando de lado os
fatores político e fiscal, quais seriam então as razões para que uma cidade
atraia mais investimentos do que as outras, como vem ocorrendo em Goiás, com as
cidades de Catalão e Rio Verde.
Com base na pesquisa
realizada pela revista EXAME, três fatores são significativos na hora da
decisão de um empresário em onde investir seu capital: localização,
infra-estrutura e indicadores de qualidade de vida.
Como estaria Itumbiara
em relação a esses fatores?
A sua localização e
infra-estrutura são razoáveis, estando ligada aos grandes centros produtores e
consumidores do país por via rodoviária. Está apenas a
Mas quanto à qualidade
de vida[8], a
cidade ainda tem muitas deficiências, que a coloca em desvantagens com outros
municípios. Está bem servida em relação às redes de água, esgoto, energia
elétrica e telecomunicações, mas nos quesitos segurança, formação de
mão-de-obra, limpeza e trânsito está deficiente.
Há um índice elevado de
homicídios, furtos e roubos, se comparados com as dez primeiras cidades de
ranking da EXAME. Para se ter uma idéia, a cidade de Taubaté apresenta o índice
de 3,6 homicídios/ano para cada 100 mil habitantes. Em Itumbiara, esse índice é
bem maior, e os casos de furtos e roubos, tornaram praticamente diários.
A limpeza pública é o
maior desafio para aqueles que governam a cidade de Itumbiara, e o dia que
alguém conseguir mudar esse rótulo de “cidade suja”, fará a maior obra que a
população espera.
O trânsito é típico de
uma cidade que cresceu sem planejamento, e só deve mudar para melhor a longo
prazo.
Na formação de
mão-de-obra qualificada, apesar de contar com o SENAI, SENAC e duas faculdades[9]
que oferecem oito cursos superiores, ainda é muito pouco, quando verificamos
que as cidades paulistas tem Universidades como a PUC e UNICAMP e Centros de
Formações como o ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Além disso os
governantes municipais investem em centros de profissionalização, onde são
oferecidos cursos gratuitos, como acontece com a cidade de Taubaté.
Como podemos verificar,
a cidade de Itumbiara é ainda deficiente no indicador de qualidade de vida, o
que exige de nossos governantes maior preocupação com a área.
O dia em que tivermos
uma cidade mais limpa, segura e com melhores centros de formação profissional,
a chegada de novos investimentos de empresários será uma conseqüência natural.
4 – A
cidade de Itumbiara poderia ser bem melhor se as forças políticas fossem
capazes de se unirem[10].
Cada um dá o melhor de si para consigo mesmo, mas se dessem todos o melhor para
a cidade, certamente Itumbiara seria maior.
Folha
de Notícias – 26 de março de 2001.
Nossa cidade merece o melhor
de cada cidadão
A cidade de Itumbiara
já poderia ter alcançado em vários segmentos um desenvolvimento bem maior, se
cada cidadão fizesse o melhor por ela. Quase todas as ações são norteadas por
interesses político-partidarios[11],
conduzindo a resultados que nem sempre trazem benefícios para a comunidade.
No Radio, por exemplo,
imaginando que as pessoas, à medida que crescem culturalmente, tornam-se mais
exigentes em termos de qualidade, certamente seus diretores fariam de tudo para
atender esse novo publico, apresentando programas imparciais e de serviço ao
cidadão. Mas, se o leitor quiser saber o que realmente esta acontecendo, vai
ter que sintonizar pelos menos duas estações AM e tirar suas conclusões.
Em uma, temos um
verdadeiro paraíso. E como se não existisse problemas com segurança publica,
limpeza, falta de urbanização e de iluminação das ruas. Estamos no melhor dos
mundos; noutra, um verdadeiro caos. Esta tudo errado, como se os governos só
tivessem defeitos. E razoável supor, que ate na política há erros e acertos.
No campo político,
nota-se um verdadeiro campo de batalha, onde nem sempre o bem de Itumbiara e o
centro da disputa. Cada um dá o melhor de si, mas essas forcas, às vezes são
direcionadas para outras causas.
Um quer estrada; o
outro, mais um viaduto.
Há o defensor da escola
publica e gratuita: outro prefere incentivar as escolas privadas.
Alguém persegue o
servidor publico; outro quer contratar apaniguados.
Alguns estão lutando
para a construção de mais moradias populares; outros querem embargar a obra.
Tem gente querendo
asfalto para todas as ruas da cidade; outros torcem para que o serviço não
prossiga.
Problemas para serem
resolvidos não faltam, mas as forças se dispersam e as soluções ficam muito
distantes.
Nesta bela terra, há
também bons exemplos de pessoas que estão dedicando seu tempo e sua força para
que a vida dos outros cidadãos melhore.
Há o empresário que
tinha uma loja e construiu um centro de compras; o industrial que tinha uma
industria de esmagamento de soja e construiu uma refinaria, todos gerando mais
empregos. No campo social, o padre esta cuidando do futuro das crianças no
bairro mais populoso e problemático da cidade e o medico do hospital privado,
que reserva parte de seu tempo para cuidar da saúde daqueles com problemas
mentais ou com drogas. Há uma verdadeira legião de anônimos matando a fome,
vestindo e levando dignidade a tantos que faltam o mínimo para sobreviverem.
Se a força que move
nossos homens e mulheres, jovens, crianças, adultos, políticos, leigos e
religiosos fosse dirigida para o bem da cidade, Itumbiara teria um grau de
desenvolvimento muito maior do que apresenta hoje. As ruas estariam todas
asfaltadas, iluminadas e com policiais fazendo rondas diárias. No rádio, que
tocaria belas canções, o ouvinte ficaria sabendo realmente o que esta
acontecendo na cidade e os políticos estariam ocupando melhores cargos no
Estado e na União.
Enquanto pensamos
pequeno, agimos com baixeza e vivemos divididos, vamos contribuindo para o
nosso próprio fracasso. No dia em que cada um der o melhor de si para a cidade,
certamente ela será bem melhor para se viver.
5 – Itumbiara
que chegou a ter três deputados estaduais e um federal representando a cidade,
ficou sem nenhum estadual em uma legislatura e em 2002 elegeu apenas um. É o
povo dando seu recado para a classe política.
Folha
de Notícias – 11 de outubro de 1998.
Itumbiara, cidade de um povo livre
O cidadão itumbiarense
manifestou sua vontade soberana nas urnas e não foi compreendido pelos
políticos locais.
Houveram reclamações
generalizadas de que o eleitor de Itumbiara não prestigiou os candidatos da
cidade, dedicando aos candidatos de outras regiões um número significativo de
votos.
Alguns
meios de comunicação[12]
tentaram sensibilizar o eleitor para ele votar com bairrismo, e assim conseguir
eleger um numero elevado de Deputados Estaduais e assegurar uma eleição
tranqüila para Deputado Federal.
O
resultado da eleição contrariou as expectativas e trouxe um duro recado aos
dirigentes partidários.
E
importante ressaltar que embora haja reclamações em relação ao numero de
abstenções e as dificuldades de alguns eleitores em votar na urna eletrônica, o
aproveitamento de votos para deputados foi em torno de 60%, numero superior à eleição
de 1994.
Outro
ponto a destacar e que não há numero de votos suficientes para eleger só em
Itumbiara 1 Deputado Federal e três Deputados Estaduais. Para federal, por
exemplo, era necessário que todos os eleitores comparecessem às urnas e
votassem no deputado da cidade.
Para
Deputado Estadual[13]
não seria diferente e o resultado de eleger um de oposição e ter como suplente
outro, com chances de ser deputado; foi o mesmo da eleição de 94.
Então
diante do quadro de diminuição de candidatos e mesmo resultado da eleição
passada, e preciso entender a mensagem do eleitor.
A
primeira é de que o eleitor de Itumbiara é inteligente e possui grande senso crítico,
avaliando cada candidato.
Elegeu
um da oposição, que teve uma administração do município marcada por grandes
obras, que embora criticadas pelo alto custo e endividamento que provocou no
município, e admirado por 40% dos eleitores que votam
O
atual deputado que representa o município não conseguiu a reeleição[14],
ou seja, foi reprovado nas urnas. Eleito pela oposição na eleição anterior,
trocou de lado e não apresentou o retorno que o eleitor esperava ao dar o voto
em 94. Não é bem visto pelo eleitor a troca de partidos por parte de um político.
O
PT[15]
trouxe o novo, a terceira via; e apesar de dobrar sua votação em relação a 94
não conseguiu 50% do necessário para obter sucesso nas urnas. Fez política de
resultado, desprezando seus candidatos a Governador e Presidente, com medo da
rejeição. A posição não foi bem vista, nem mesmo por alguns membros do partido
e a militância foi trocada pelos tradicionais cabos eleitorais.
O
candidato do PL teve votação expressiva, principalmente fora de Itumbiara, mas
não conseguiu crescer dentro do eleitorado da cidade. Cobrou muito dos
prefeitos da região, mas é o candidato que tem que puxar votos. Os prefeitos
ajudam, mas não decidem. E preciso levar em conta ainda que o prefeito de
Itumbiara, sendo do PMDB, não poderia cometer o pecado bíblico de servir a dois
senhores.
O
principal recado do eleitor itumbiarense e o da liberdade para escolher, base
do regime democrático.
Ele
mostrou que não vota em A ou B, porque é de Itumbiara, mas que avalia os
valores éticos de cada um, a capacidade de ser útil à comunidade e a fidelidade
do candidato com seus partidos e eleitores.
Com
um eleitor tão exigente, livre e capaz, cabe aos dirigentes partidários
adquirirem a capacidade para entender as mensagens das urnas.
6
– Esta é uma cena da praça da República,
o local mais central da cidade. Na época não existia a área azul. Hoje um dos
meninos continua a fazer o trabalho nos finais de semana, enquanto no decorrer
da semana, trabalha nas imediações, onde não existe a área azul. Outro garoto
tornou se vendedor ambulante de peças para veículos.
Folha
de Notícias – 14 de abril de 1998.
Meninos da praça
Diariamente
na Praça da República, três garotos entre 8 e 16 anos vigiam os carros que
estacionam na praça e aos domingos vendem um periódico. Oriundos da zona rural
vieram para a cidade estudar e conseguir o primeiro emprego. Na escola já
estão, apesar do atraso na relação idade/série cursada, já que o mais velho com
16 anos, cursa apenas a quarta série primária em um colégio do Norma Gibaldi.
As opções de emprego não existem e o futuro não reserva coisa melhor a esses
meninos que desejam ser cidadãos.
Como
opção de trabalho, revela o garoto mais velho, há o serviço de carpir na
fazenda com ganho diário de R$ 6, valor
esse que é percebido pelo pai, que continuou o trabalho na lavoura, mas o
menino da praça chega a faturar R$ 15,00/ dia, vigiando os carros, apesar de
que em outros dias, custa a faturar R$ 1,00.
Até
aqui tudo bem, apesar da falta de perspectivas de um futuro melhor, esses
garotos têm conseguido sobreviver, estudam, têm uma atividade diária e não
partiram para a delinqüência, mas se pararmos para olhar em outras praças,
outros garotos, o futuro nos preocupa.
O
índice de criminalidade em Itumbiara tem assustado a população e no desemprego
pode estar uma das causas.
Só
neste feriado prolongado, nesta mesma Praça da República, enquanto os católicos
participavam de celebrações na Catedral da cidade, pelo menos seis
proprietários de veículos tiveram objetos furtados por delinqüentes. Os
boletins diários da Polícia Militar revelam o grau de gravidade da onda de
delinqüência na cidade. Esse fator tem relação direta com o desemprego?
Estudo
do ILANUD, órgão da ONU que trata da prevenção e violência demonstra que
principalmente o caso do furto está ligado ao desemprego. Outro grande mal
causado é o tráfico de drogas, que conforme o DENARC (Departamento de
investigações sobre narcóticos
O
que fazer então para dar cidadania a esses jovens, tirando aqueles que já estão
no mundo do crime e evitar que os outros possam um dia delinqüir?
Uma
das soluções passa pelo município, que deve reservar verbas em seu orçamento
para a realização do programa primeiro emprego[16],
que inclusive fez parte das promessas de campanha de Cairo Batista. Por
exemplo, no lugar de dar dinheiro para manutenção do time de futebol
profissional, porque não aplicá-lo na formação de cidadãos?
Outro
caminho passa pela formação de organizações não-governamentais, que poderiam
trabalhar na formação desses que querem sua cidadania. Se alguém não fizer nada
hoje, não vai adiantar ficar reclamando depois da onda de violência, afinal
todos nós somos responsáveis pela formação de uma sociedade melhor.
7
– Este artigo é uma defesa da conservação da Avenida Beira Rio. Os dois últimos
governos priorizaram a construção de calçadões em trechos de 300 m , mas não conseguiram
nem manter as quadras de esportes.
Folha
de Notícias – 16 de junho de 1998.
Beira Rio, patrimônio do cidadão
A
Avenida Beira Rio necessita do Poder Público Municipal um trabalho de
restauração e, após, uma manutenção constante, para que possa oferecer ao
cidadão itumbiarense condições mínimas de utilização.
O
governante simplesmente alegar que não tem verbas disponíveis para executar
esses trabalhos, não se justifica, já que, quem o elegeu, fez isso confiando
que o eleito seria capaz de viabilizar os recursos necessários para governar
bem a cidade.
No
caso específico da Avenida Beira Rio, há disponível cerca de R$ 120 mil para
recuperar parte das calçadas que vão do Ribeirão Trindade ao Água Suja[17],
mas a obra só tem a placa. O serviço é tão moroso, que talvez não saia até 12
de outubro.
Há
por parte de entidades privadas, como a CELSP – Comunidade Evangélica Luterana
São Paulo, que atualmente administra a FESIT – Fundação de Ensino Superior de
Itumbiara, a intenção de recuperar as quadras de esportes[18],
mas é preciso, antes, verificar o que eles vão querer em troca.
É
bom ressaltar, que apesar do Município, vangloriar-se de ter passado o ensino
superior para essa entidade, beneficiamos em termos de mensalidades menores que
possibilitasse o acesso de mais jovens ao ensino superior não aconteceu e muito
menos de criação de novos cursos[19].
Em tempo, é bom ressaltar, que instituições como a de Rio Verde e Ituiutaba,
por serem públicas, já ganharam novos cursos e estão ampliando suas instalações
físicas para receberem outros cursos, que, em Itumbiara, ficaram só nas
intenções.
É
preciso analisar a situação com muito bom senso, já que uma avenida como a
Beira Rio, é um valioso patrimônio de seu cidadão, e como tal deve ser entregue
em condições de uso e zelado pelo Poder Público Municipal.
Se
nossos órgãos municipais não são capazes de tal missão, não podem simplesmente
passar para a iniciativa privada esse tipo de obrigação, uma vez que esta não
tem como finalidade o bem comum, que é característica da pública. Pelo
contrário, primeiro seus interesses são buscados, depois o do cidadão, isso
quando há.
Conforme
as informações do presidente da Câmara Municipal, Jeová Lacerda, no programa
Vicente Pereira, da Rádio Difusora, o Legislativo está trabalhando para ajudar
o Executivo. Desde a retirada dos andarilhos, até a obtenção de doações de pedras
de Pirenópolis para mudar o visual dessa avenida. É sabido que a Prefeitura
possui órgãos que deveriam exercer essas funções. Onde estão esses órgãos? Está
sendo necessário o Legislativo que tem função de fiscalizar e legislar, também
executar.
Algumas
coisas que podem ser feitas não necessitam especificamente de verba pública,
mas antes, de ação. A Prefeitura tem caminhões, tem óleo diesel, tem
funcionários, e em partes da Avenida Beira Rio, Terra, grama e manutenção, já
mudariam para melhor a avenida.
A
gestão Cairo Batista precisa urgentemente mudar sua imagem perante a população,
mostrando que realmente é capaz de fazer.
A
Avenida Beira Rio pode ser o marco inicial para mostrar essa capacidade. Já
erramos demais, passando coisas públicas para entidades privadas.
Está
na hora de mostrar que também somos capazes de fazer alguma coisa.
8
– O turismo pode virar uma marca de Itumbiara, mas para isso acontecer precisa
de governantes ousados, que saiam do discurso para a prática. Gerar empregos é
um objetivo que deve ser buscado por todo governante, por se constituir no
maior problema brasileiro hoje, e no turismo em Itumbiara pode estar a solução para esse grave problema.
Revista
“Acontece” – Itumbiara, edição de Julho de 1997.
O turismo pede passagem
O
potencial turístico de Itumbiara é fantástico. Tem um belo rio com um lago
artificial ainda inexplorado, uma orla urbana com mais de cinco quilômetros
esperando o turista em suas margens, faltam apenas investimentos
infra-estruturais de pequena monta e o envolvimento da iniciativa privada. As
vias de acesso bem conservadas e ligadas aos grandes centros do Brasil,
locadoras de veículos, agências de viagens, um bom aeroporto e rede hoteleira
de primeira qualidade completam o quadro de uma cidade bem estruturada para
receber o turista.
A
própria Embratur, estatal que administra o turismo no Brasil, reconhecendo este
potencial colocou a cidade entre os 50 municípios com maior potencial turístico
em Goiás.
Entretanto,
Falta ao governo municipal tomar a iniciativa ousada de implantar este pólo
turístico na cidade, até porque pode contar também com a boa vontade do governo
do estado, seu aliado e parceiro. Daí virão os benefícios: mais empregos, mais
dinheiro no comércio local e acima de tudo uma opção de lazer para o
itumbiarense que tem este grande presente da natureza, mas não desfruta dele.
A
falta de recursos, não deve ser óbice para realização deste empreendimento,
pois quando se busca, seja na iniciativa privada, seja nos órgãos estatais de
financiamentos, desde que realmente seja um projeto bem feito, é possível
conseguir.
A
praia artificial de São Simão é um exemplo disso e milhares de turistas visitam
àquela cidade anualmente.
Buriti
Alegre está investindo em seu lago artificial e Itumbiara corre o risco de
ficar mais para trás ainda, se continuar com seus projetos apenas no papel.
O
momento é agora, pois vivemos numa economia estabilizada e o próprio governo
federal tem procurado iplementar medidas que incentivem a exploração do turismo
no Brasil. Para se ter uma idéia o turista gastou no exterior no ano passado,
cerca de 4 bilhões de dólares.
O
custo de um empreendimento deste é alto, estima-se que São Simão tenha gasto na
construção de sua praia artificial, cerca de 6 milhões de reais, o que corresponde
a aproximadamente 4 meses de arrecadação[20]
do município de Itumbiara, mas os benefícios deste investimento supera em muito
o seu custo. Ademais, há sempre um jeito de se gastar menos. A população com
certeza verá o retorno através da geração de novos empregos e mais opção de
lazer.
Um
governo ousado e um projeto viável, que não seja apenas uma utopia, mas
possível de sair do papel e ser construído ainda nesta gestão, são as receitas
para transformar Itumbiara na esperada cidade turística. A natureza já foi
pródiga em nos dotar recursos naturais, basta que nosso governante desperte sua
coragem e passe a história como alguém que colocou Itumbiara no cenário
turístico do Brasil.
9
– Mais uma vez enaltece-se as belezas da avenida Beira Rio e
mostra-se a falta de conservação da obra pela prefeitura.
Folha de Notícias – 24 de
abril de 2001.
Pelos que gostam da Beira Rio
A
Avenida Beira Rio é um dos mais belos e queridos patrimônios da cidade de
Itumbiara, merecendo do poder público atenção especial na sua limpeza e
conservação. Há o reconhecimento de todos os cidadãos de que aquele espaço
urbano deve ser mais bem cuidado, como se fosse a própria casa do governante.
A
receita sobre como cuidar desse principal ponto de encontro da família
itumbiarense pode ser facilmente encontrada nas empresas privadas. Se a
manutenção daquele espaço fosse da competência de uma empresa privada, tudo
seria feito mediante planejamento. Haveria orçamento para a compra de produtos
como material de limpeza, ferramentas e máquinas, adubos, inseticidas, tudo
pronto para ser usado a tempo e a hora.
Em
relação ao pessoal, haveria quem coordenasse o trabalho e vistoriasse
diariamente o estado do calçadão. Jardineiros fariam a adubagem freqüente, a
substituição de plantas mortas e as podas regulares, de modo a manter tudo em
bom estado de conservação, sempre. Uma lâmpada queimada seria substituída
imediatamente por outra da mesma especificação. Fiscais disciplinariam a
atuação de vendedores ambulantes e guardas uniformizados e treinados cuidariam
da segurança no local.
Geralmente,
o custo de construção de uma obra pública é muito alto e nem sempre se
disponibiliza recursos financeiros para a sua conservação, o que acarreta a sua
rápida deterioração. Alguns detalhes importantes são sempre relegados a segundo
plano no tratamento desse assunto. Quem cuida da manutenção, por exemplo, não observa que a simples troca
de uma lâmpada diferente do padrão, acarreta distorção no aspecto visual da
obra. A sujeira no piso, ocasionalmente pela falta de máquinas para executar a
limpeza, causa também ao visitante um grande mal estar.
As
pessoas se preocupam tanto com a beleza do local, e se manifestam de variadas
maneiras. Por exemplo: Um empresário protesta pedindo para ser observada a
lâmpada trocada perto daquele ponto de elevação da rede de esgoto. “Enquanto o
padrão das luminárias é amarelo, alguém trocou uma lâmpada queimada por outra
branca”, comenta, indignado pela falta de percepção por parte de quem faz a
manutenção[21].
A
diretora de um grande colégio da cidade quer que o jornal manifeste sempre que
o piso estiver sujo. Ressalta ela que “com o piso sujo dá vergonha levar
visitantes de outras cidades para conhecer o local”[22].
O
vereador polêmico[23],
diz que sua luta será pela proibição de passeio com cachorros no local. Para
ele, tem momentos em que as pessoas têm que sair da calçada para dar lugar a
enormes cães ferozes, arriscando-se a serem atropelados na rua.
Outros
comentam que é preciso deixar os vendedores ambulantes trabalhar, mas tem que
ser de forma organizada. Controlar o trânsito, retirando de circulação os
habituais motoristas exibicionistas (normalmente embriagados), também seria
medida elogiável. E assim, de um modo geral, toda a comunidade se preocupa com
o estado de conservação da Beira Rio, o santuário dos fins de tarde de todos os
dias e das tarde-noites dos finais de semana, onde todos apreciam passar
momentos de folguedo.
Não
resta a menor dúvida, que a Avenida Beira Rio é a nova cara da cidade. Jovem,
bela, cheia de vida e acolhedora. É o espaço democrático onde se discute
livremente as mais variadas idéias; local onde a música dos mais variados
gostos ecoa nas alturas; espaço amplo para o lazer das crianças e, acima de
tudo, o ambiente salutar que permite o diálogo entre famílias, que deixam a
televisão para contemplar o mais bonito cair da tarde do estado de Goiás.
Há
grandes projetos para esta avenida, incluindo a extensão do calçadão por todo o
seu trajeto, mas, o principal, hoje, deve ser a conservação do que já se tem.
Quem
ama a cidade, cuida bem do seu patrimônio. A Avenida Beira Rio, limpa,
conservada e segura, pode ser o grande referencial de que está se tendo um
grande governo.
10 – A
cidade sempre sonhou com um Shopping Center. Em 1999 ele foi construído e pelo
resultado a população aprovou.
Folha de Notícias – 04 de
junho de 1998.
Shopping Center em Itumbiara
A
cidade de Itumbiara encontra-se com alguns anos de atraso em relação ao
progresso que seu povo espera. As coisas por aqui demoram muito a acontecer por
uma razão simples: Há sempre duas forças em ação; uma buscando benefício;
outra, impedindo que esse fato ocorra.
A
construção de um moderno centro de compras na cidade demonstra claramente esta
situação.
Há
sete anos atrás, o empreendimento esteve para sair do papel, mas razões
políticas impediram a realização, é o que se pode concluir após leitura do
informativo da Associação Comercial e Industrial de Itumbiara do mês de agosto
de 1991, onde estão noticiados dois ofícios endereçados ao prefeito na época e
que relatam bem a situação.
Naquela
época, foram dadas uma série de facilidades para o grupo Auto Rio realizar a
construção, o que acabou não acontecendo.
Outro
aspecto interessante a observar é que desde aquele tempo, nossos políticos já
nutriam uma simpatia maior por empresários de fora. Situação essa que perdura
até hoje, pois as facilidades que são concedidas aos que vêm, não são as mesmas
dadas, principalmente, no sentido de incentivar nossos empresários.
Os
empresários da cidade, através da ACII em ofício a este jornal, mostram as
dificuldades políticas da realização deste projeto. Conforme o texto:
“Empecilhos existem, na classe política é claro/tipo: ‘Quando eu quis, não foi
possível, então outro não fará’”. Defendem os empresários, que a culpa pela não
construção do Shopping não é dos empresários.
Ainda
no ofício, é informado que na atual gestão, está sendo negociado com a
prefeitura a permuta do terreno do centro de atividades múltiplas com um
anteprojeto prevendo 140 lojas, área de
Embora
o progresso no pensamento da classe política local tenha sido lento, esses
homens públicos têm agido melhor. Se o principal entrave para o projeto está na
área política, é possível que um Shopping Center em Itumbiara [24]deixe
de ser utopia.
Mas
será que nossos empresários estão mesmos preparados para realizar tamanho
empreendimento?[25]
Quanto
às forças contrárias, está na hora de no mínimo, quando não puderem ajudar, que
pelo menos, não atrapalhem.
11 – Este artigo foi enviado
para publicação no Jornal Folha de Notícias, mas não foi publicado.
Uma
declaração de amor a Itumbiara
Uma
terra boa para se viver necessita de alguns elementos essenciais.
Primeiro
é preciso de água em abundância, trazendo vida e emergia para a cidade.
Mesmo
com o desenvolvimento industrial, é preciso preservar o ar puro.
O
fogo deve arder no coração de cada cidadão, que levanta cedo, labuta
transformando a cidade, que produz riquezas, que alimenta seu povo e cruza suas
rodovias, rios e mares, levando a outras terras, o fruto plantado, colhido ou
transformado.
Sem
esses elementos, a natureza não vive, mas só com eles, não se faz uma cidade.
Ela nasce quando o povo respeita, trabalha, transforma e acima de tudo,
preserva.
A
terra Itumbiara é a mais bela entre todas de Goiás. Fértil para produzir,
amável para receber e apaixonada por conquistar todos que nela pisam. Aqui se
produz arroz, feijão, soja, o alimento para o gado que dá o mais gostoso leite.
O
Rio Paranaíba em seu leito imenso, transbordando vida e preservação, é um
tesouro admirado, que todas as outras cidades gostariam de possuir.
Não
há chaminés poluindo o ar nas fábricas que aqui se instalaram e no mundo, que
cada vez fica mais difícil respirar, nas tardes da Avenida Beira Rio, se
encontra o ar mais puro do Planeta.
Todo
esse cenário é muito belo, mas tudo se completa com um povo que trabalha,
transforma e ensina as novas gerações a preservar esse grande presente de Deus.
Itumbiara
é a imagem de seu próprio povo, sejam nas manhãs em direção ao trabalho ou nas
horas de lazer na avenida Beira Rio: Altivos, determinados, olhos no horizonte,
cheios de esperanças, de que cada dia que passa é melhor do que o que já se
foi.
Nossas
meninas e meninos são os mais belos que a natureza produziu, os adultos se
destacam pela disposição para o trabalho e os idosos, pela sabedoria que
transmitem a cada geração.
É
preciso manter a terra fértil, sem as queimadas que matam a vida.
O
Rio Paranaíba sem esgoto, cheiroso, limpo e bonito a cada entardecer.
O
ar puro sem a fuligem de cana queimada e um povo preservando e amando a vida.
Amar
a vida é uma necessidade, pois é o maior Dom que Deus logrou ao seu povo, amar
Itumbiara, mais do que uma virtude, é uma necessidade, como reconhecimento
àquela que nos permite viver no melhor lugar do planeta.
Aqui,
os anos que passam, são medidas de grandeza, de uma cidade cada vez mais bela e
adorada. Um verdadeiro presente de Deus.
12 – A cidade de Itumbiara vai ser melhor no dia em que seus cidadãos forem
melhores. Não se pode simplesmente esperar que o poder público resolva todos os
problemas. A mudança começa com a participação de cada um, defende o autor.
Folha
de Notícias – 22 de agosto de 1998.
Mudar para melhor
Estamos sempre esperando
que o poder publico resolva todos os problemas da cidade, mas esquecemos que
podemos colaborar em muito para a qualidade de vida do lugar onde moramos.
É evidente que também
não podemos radicalizar colocando toda a culpa no cidadão pelo que de ruim
acontece em um lugar, como fez recentemente um secretario na capital paulista,
quando afirmou que São Paulo estava suja por que o povo era porco. A melhoria
nas condições de vida das pessoas na cidade começa com a participação da
comunidade.
No caso especifico da
limpeza pública, que é um grande desafio do poder publico municipal em melhorá-la,
isso só vai ocorrer quando houver uma participação ativa do cidadão.
O povo deve ser educado
para colaborar no processo, pois, do contrario, o Município, mesmo aumentando a
frota de caminhões coletores e contratando mais garis, não conseguirá tornar a
cidade mais limpa.
Observando os hábitos
do cidadão no dia-a-dia, verificamos certas atitudes que mostram que ainda não
estarmos preparados para construir uma cidade melhor. Crianças jogam lixo nas
ruas, adultos fazem dos terrenos baldios, deposito de lixo; comerciantes das
margens do Trindade poluem o leito desse Ribeirão, e assim por diante, vamos
tendo lições de como não se deve agir.
Na área de transito,
também observamos o quanto a vida do cidadão itumbiarense seria melhor, se
fossemos mais educados. Uma cidadã comentava surpresa: “um motorista parou o
veiculo para que eu atravessasse a rua”. O que poderia ser uma prática
constante, nos causa espanto, porque não estamos acostumados com lições de boas
maneiras.
A Avenida Beira Rio é o
local perfeito para mostrar o quanto nos falta para contribuir com a qualidade
de vida na cidade. Jovens com nível de cultura elevado, não aprenderam para
entender que carros nas calçadas e dirigir em alta velocidade, estão
atrapalhando e colocando em risco a vida de muita gente.
As escolas dos
municípios e Estado, além das entidades organizadas, bem que poderiam liderar
campanhas constantes buscando essas mudanças de atitudes, pois, afinal,
problemas como esses tendem a ser amenizados com um povo melhor educado.
É certo que mesmo
lentamente, caminhamos para construir uma cidade que nos proporcione uma vida
mais saudável e um transito mais humano, mas podemos acelerar esse processo
desde já, apenas mudando nosso jeito de agir.
13 – Este é um dos mais longos artigos escritos e que
não foi publicado. O mais interessante nele é analisar se as previsões sobre o
segundo governo de Luiz Moura – 2001-2004 se cumpriram.
A vida
em Itumbiara depois das eleições
Publicado
o resultado da eleição para prefeito[26]
da cidade de Itumbiara, comecei a pesquisar sobre os mecanismos que o cidadão
tem, para cobrar o cumprimento de promessas do político eleito.
Com
exceção da Suíça, onde se prevê a proposição de referenda nacional a partir de iniciativa de cidadãos e em
modalidades mais restritas na Itália e Argentina, não há constituição que
contemple a perda de mandato por não cumprimento de promessas feitas em
campanha eleitoral. Portanto, em nenhum outro estado democrático, o político
eleito é obrigado a cumprir o que prometeu e o cidadão, só conta com os votos
retrospectivos, que somente funcionará depois de quatro anos, ocasião em que
ele avalia o político pelos resultados que produziu durante o mandato,
punindo-o com a perda do cargo e não elegendo sucessor de seu grupo político ou
premiando-o com a reeleição.
Diante
desse contexto, resta imaginar a cidade prometida nos palanques eleitorais, que
assim deveria ser:
Nos
próximos quatro anos, todos os bairros da cidade estarão asfaltados[27].
Embora não foram informadas as metas e a origem dos recursos, o que
impossibilita saber o que será feito a cada ano, qual os bairros serão
asfaltados e quem vai pagar a conta, essa promessa nunca faltou em eleição e
sempre sobra no final de cada mandato, milhares de cidadãos insatisfeitos com a
poeira e o barro das ruas de suas casas. É bom acrescentar o surgimento de
novos bairros que são implantados, sem o mínimo de infra-estrutura. Para
conferir, bastam dar uma olhada as margens da avenida Modesto de Carvalho.
Mas
agora, certamente será diferente, e sujeira em Itumbiara, é coisa do passado.
Na
área de segurança pública, a eleição para prefeito também trouxe a solução. A
partir de janeiro, aqueles que pagam segurança privada, rescindirão seus
contratos, pois haverá segurança preventiva pela polícia militar, que terá mais
viaturas, que enfim atenderá a segurança das rodovias, evitando assaltos a
ônibus e mercadorias. E os moradores da zona rural voltarão a ter sossego, pois
haverá a patrulha rural com homens e viaturas zelando pela segurança nesta
área. Nos bairros periféricos, será possível reencontrar a segurança, pois os
“bandidos” mudarão[28]
de Itumbiara.
Há
alguns detalhes na área de segurança pública que não foram informados, mas
certamente serão resolvidos, como por exemplo: A contratação de policiais
militares e civis para utilizarem as viaturas que serão doados pela Prefeitura,
a construção de uma casa de prisão provisória com maior capacidade, fora do
perímetro urbano e condições de ressocialização do preso; a ação dos órgãos de
segurança pública a serviço do cidadão, cumprindo de forma independente sua
função constitucional e finalmente, a concordância dos bandidos em deixar a
cidade de Itumbiara.
O
problema de emprego, que assola o mundo, não existirá
Mas,
como as soluções políticas nem sempre são completas, a empresas prometidas não
geram empregos que atende toda a demanda da legião de desempregados da cidade,
principalmente àqueles que procuram o primeiro emprego ou têm maior
capacitação. Para estes, continuará existindo o caminho dos grandes centros
urbanos.
Quem
não tem casa própria, aluguel vai ser coisa do passado. Neste campo, sim, a
promessa foi bem explicada: 500 casas vão ser imediatamente construídas e 3.000
durante o governo; logo vamos ter um paraíso habitacional, pois até quem votou
na oposição vai ter mais 415 casas[30].
Como
o problema da fome vai estar resolvido com o programa “Renda Cidadã”[31],
que vai ser ampliado, com casa própria, rua asfaltada, emprego garantido e
segurança pública para todos, haverá mais alguma preocupação para o cidadão de
Itumbiara?
Talvez,
as tarifas de água e energia continuem a consumir mais de 50% da renda dos
cidadãos com renda familiar de até um salário mínimo, mas como foi promessa de
campanha da oposição em reduzi-las, logo, o próximo prefeito não tem
compromisso com a questão, afinal já vai resolver outras de grande importância
e a competência para resolver estes problemas é dos governos estaduais e
federal.
Quanto
aos servidores públicos municipais, acabou o atraso de salários e falta de
aumento[32].
Se a lei de responsabilidade fiscal não atrapalhar com o limite na folha de
pagamento, os professores principalmente, que arduamente empenharam-se nas
eleições, terão a recompensa prometida[33]. É
bom contar também com um fundo de aposentadoria, pois do jeito que a coisa
anda, consumindo quase 50% da folha de pagamento, o tesouro municipal não terá
em pouco tempo como sustentar futuras aposentadorias.
E
nossos universitários pobres e os que sonham com um curso de direito?
Seus
problemas acabaram, a prefeitura pagará as suas anuidades escolares e o curso
de direito já vai funcionar no ano que vem (2001)[34].
Convém lembrar, que os recursos municipais são finitos e constitucionalmente o
município tem a obrigação de dispor de recursos para o ensino fundamental, mas
não custa sonhar.
No
esporte, teremos novamente o milagre da ressurreição. Surgirá das trevas das
dívidas, o Itumbiara E. C. e o Real Clube têm sobrevivência garantida nos
próximos quatro anos[35].
Faltou colocar no orçamento verbas públicas para contemplar estas despesas.
Faltaria
ainda, alguma coisa para a felicidade do cidadão itumbiarense, após a última
eleição para prefeito na cidade?
Afinal,
casa própria em rua asfaltada, salário em dia, com emprego garantido para todos
da família, filho estudando de graça, inclusive no ensino superior, futebol de
primeira divisão aos domingos e final de semana sem nenhum furto registrado nas
ocorrências policiais, faria de Itumbiara, a cidade dos sonhos de qualquer
cidadão.
Depois
de dedicar algumas centenas de horas ao estudo da política e da administração
pública, é possível verificar, que ainda falta muita coisa para o cidadão
itumbiarense ser bem atendido pela administração pública municipal e que não se
consegue em uma eleição municipal ou quatro anos de governo. É um processo
lento e demorado, que vai ocorrendo com o tempo e cujos resultados beneficiarão
nossos filhos.
Esse
processo envolve principalmente investimento em educação com políticas de
erradicação de analfabetismo, colocar toda criança na escola, ensino médio e
fundamental de qualidade e acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade,
que são medidas necessárias para permitir: primeiro ter opção melhor para votar
em cada eleição, inclusive em cidadãos itumbiarenses, homens preparados,
despidos de interesses menores e particulares, norteando suas ações no bem
estar coletivo da população por terem realmente amor a cidade, e principalmente
dando condições ao cidadão de Itumbiara de avaliar o político de forma
prospectiva, votando num programa de governo que tem certeza que vai ser
implementado, além de participar fiscalizando as ações governamentais.
Nesta
nova cidade ainda que vai surgir após algumas eleições, os órgãos públicos
estarão a serviço do cidadão e não de governos.
Ninguém
será coagido a votar, pois a liberdade será uma realidade e o cidadão, tratado
com dignidade e respeito, não venderá seu voto por 10, 15 ou 20 reais ou por
outros interesses particulares, extinguindo assim, a figura do comprador de
votos. Neste dia ainda os veículos de comunicação imparciais e a oposição,
serão vistos como instituições necessárias para que o ente público seja
eficiente e transparente em suas ações. Os políticos não serão cooptados por
cargos, nem a mídia trocará de lado de acordo com os favores recebidos.
PARTE II
POLÍTICA E GOVERNANTES
14
- Na cidade imaginária de Itumbiara teria um prefeito eterno, cuja vida
mostraria como ser honesto e eficiente ao mesmo tempo. Ele seria o modelo para
todas as futuras gerações de políticos no município.
Este modelo de prefeito
existiu em Itumbiara e hoje é um mistério. Deveria até haver um livro contando
sua história para que fosse possível ler para nossos filhos e mostrar que também temos um modelo de governante.
Talvez seja melhor
assim, não há um livro, não há um artigo publicado e tudo é um mistério. Há porem
uma lembrança forte na memória de cada cidadão, até mesmo daqueles que não
conviveram com ele, vindo sempre a imagem de um homem bom, trabalhador, eficiente
e modelo na política para todos as gerações
de prefeitos que ocuparam o palácio Castelo Branco, assim como para
àqueles que também um dia sonham com
tamanha honra.
Como
a cidade é imaginária, Modesto de Carvalho seria o prefeito eterno. Sobre ele
foi escrito o seguinte artigo:
Publicado no
final de 2003 no Jornal TRIBUNA DO VALE
O Mito
Modesto de Carvalho,
Um modelo de Governo para
todas as gerações futuras
A
passagem de Modesto de Carvalho no comando do executivo em Itumbiara no período de
Nascido em 1933 na
mineira São Gotardo, iniciou a vida pública em 1951, como então secretário da
administração de seu pai Floriano de
Carvalho, que governou Itumbiara entre 1951 e 1954. Foi ainda vereador pelo PSD
e vice-prefeito de Sebastião Xavier
Júnior entre 1965 e 1969.
Modelo
na vida pública, também se destacou como líder empresarial, fazendo parte da
galeria de presidentes da Associação Comercial e Industrial de Itumbiara, entre
16/04/1969 a 20/03/1977.
Como
todo bom itumbiarense por acolhimento e
adoção, também teve uma passagem por Panamá,. Após adquirir um caminhão foi ajudar na construção de Brasília, de onde
conseguiu recursos na volta para adquirir um Posto de Combustíveis, conta o
grande amigo, ex-secretario municipal e
ex-presidente da Câmara Municipal, Joel Carlos da Silva, que ajudou
Modesto na Administração do antigo Posto Paranaíba, onde atualmente funciona
provisoriamente o Posto Fiscal JK.
Mesmo
sendo um grande vencedor na política, também conheceu o sabor de uma derrota na
disputa da cadeira do Palácio Castelo Branco em 1969, quando por uma diferença
de 411 votos viu Ataíde Rodrigues
Borges, o Canavieira, ser eleito prefeito pela segunda vez.
Em
1972 as lideranças políticas da cidade chegaram a ensaiar um acordo para o
lançamento de uma candidatura única, que levaria um político chamado Maricão a
assumir o governo municipal em 1973. O
acordo suprapartidário foi quebrado e assim surge a dupla Modesto de Carvalho e
Zé Moisés para disputar e vencer a eleição.
Prefeitura quebrada e
excesso de servidores, assim como hoje, era o quadro que Modesto encontrou ao
chegar na prefeitura. Teve coragem para demitir mais de 800 pessoas, paciência
para sanar as finanças em dois anos e competência para construir nos últimos
dois anos de governo obras como a do Estádio JK, Avenida Beira Rio e também
fazer a base para que seu sucessor, Radivair Miranda Machado assumisse uma
prefeitura saneada financeiramente e com grandes projetos já financiados, entre
os quais o projeto CURA, possibilitando a urbanização da cidade e construção de
obras como a Rodoviária, que na época era do povo de Itumbiara e do Hospital
Municipal Modesto de Carvalho.
As
maiores contribuições de Modesto de Carvalho para o futuro das gerações
políticas em Itumbiara não estão em suas obras físicas, mas sim na sua postura
política.
O seu primeiro
ensinamento está na formação de uma equipe de governo competente, honesta e que
realmente trabalhava para a comunidade. A história de vida pública de seus
companheiros mostra todas estas virtudes. Um vice sério de família tradicional
em Itumbiara chamado Zé Moisés, Gerson Cabral na Sepai, Nego Márquez na chefia
de gabinete e Joel Carlos na Administração, sucedendo Waterloo Araújo, que é
hoje a história viva de Modesto na
Política de Itumbiara. Wilson de Paula, Walter três palitos, Ronaldinho, que
não é o vereador, David penha, Paulo Fernando, Schtini, engenheiro José Arnaldo
do Vale e Radivair Miranda, que ganhou a eleição seguinte com o apoio de
Modesto de Carvalho. Se fosse competente o auxiliar, podia ser até da ARENA,
pois Itumbiara estava acima da disputa político-partidária, e foi assim que
João Gargaglione foi para no governo de Modesto de Carvalho. O time contava
ainda com pessoas como Brasilino Pricinote na Limpeza Pública, João Rosa no
Centro de Serviços, Gaspar e Valtercides. Já naquele tempo Marilene Custódio
cuidava da Merenda Escolar.
A segunda lição de
Modesto é dada com o seu bom relacionamento político com os governos federal e
Estadual. Mesmo sendo do PSD, era companheiro de pescaria do governador Leonino
Caiado, fato que rendia grandes
benefícios para Itumbiara, principalmente na área de Educação. Dessas pescarias
surgiu o colégio de Inaciolândia. Sua passagem por Brasília também rendeu
grandes amizades na área federal, e por isso mesmo sem nenhum deputado ao seu
lado, conseguiu tantos benefícios e financiamentos federais.
A
lição terceira de Modesto de Carvalho foi dada com a criação de Leis, que
realmente transformaram Itumbiara numa cidade organizada. Foi assim que surgiu
o Plano Diretor, com influência da cidade de Uberlândia, o Código de Postura e
o tributário.
Modesto de Carvalho deu
também a lição do líder que deixa a poltrona confortável do gabinete e vai
acompanhar pessoalmente as obras, como a do Estádio JK, que tanto nos orgulha
hoje. Na época, deixou as tarefas burocráticas na responsabilidade de
auxiliares fiéis e durante o ano de 1976 de janeiro a outubro acompanhou a
construção daquele monumento esportivo. Nosso maior colégio municipal, também
tem os dedos das mãos calejadas de Modesto, aquele que leva o nome de seu pai,
Floriano de Carvalho.
Modesto
também deixou lições no relacionamento com a Câmara de vereadores, que na
época não remunerava seus vereadores. A
relação era de respeito. Nada de troca de cargos, pressões e chantagens
políticas.
Como
todo grande político, Modesto tinha sensibilidade, que o tornava capaz de
recolher indigentes nas ruas e leva-los para se alimentar em sua casa.
Tempos
bons, em que as primeiras damas eram honestas e não recebiam também para ajudar
na administração do Município.
Apesar
de ser um mito, Modesto não era um santo, tinha como todos humanos têm,
problemas. Como o de uma saúde que
exigia cuidados e disciplina na alimentação, devido a hipertensão e diabetes.
Apesar de seus problemas, seu maior medo era ficar em uma cama doente,
esperando a morte chegar.
O
melhor prefeito que Itumbiara já teve, nascido em 1933 e falecido em 1977,
deixa a maior lição que é de uma vida dedicada a Itumbiara, com honestidade,
idealismo e trabalho.
É assim que nasce o
mito, que mesmo tendo partido há quase três décadas, continua vivo na memória
de nossos pais, avós e que merece ser lembrado como uma lenda a ser contada a
nossos filhos, netos, bisnetos, e acima de tudo a todos de nossa geração, que
não tiveram o privilégio de conhecê-lo, mas sonham com um homem com estas
qualidades para governar Itumbiara.
Que esse exemplo de
homem público seja a inspiração para todo e sempre de nossos futuros
governantes.
15 - A câmara municipal de
itumbiara perdeu um exemplo de vereador e presidente. Ele foi jornalista,
radialista, formado em psicologia e Direito, amava a política, a família, a
música e fez da presidência da Câmara Municipal o símbolo da transparência e
honestidade.
Acreditou, lutou por ideais, e enquanto
viveu por aqui, foi um vencedor.
Folha de Notícias – 25 de janeiro de 2001
Um
homem bom fora da Câmara
O
povo de Itumbiara perdeu na última eleição um grande representante na Câmara
Municipal.
Embora
bem votado com 599 votos, o último presidente do Poder Legislativo do
município, Raussendil Ferreira Borges –
PSC [36],
não conseguiu se reeleger.
Como explicar o fato de
um político que atuou de modo exemplar no exercício do mandato, fazendo uma das
melhores gestões entre os chefes do Poder Legislativo municipal, com as marcas
da transparência e honestidade, não receba o respaldo das urnas.
Alguns
vereadores são eleitos como representantes de segmentos da sociedade, como o de
um bairro, de uma categoria profissional, de uma grande família ou de uma
instituição religiosa. Raussendil se destacou a frente de vários eventos na
cidade e na defesa de várias causas, como a do meio ambiente, na promoção de
semanas ecológicas, na cultura com promoção de festivais de música, no
cooperativismo, na defesa dos cooperados da Copril, na educação com a promoção
de concursos de oratória e mais especificamente no exercício do mandato de
vereador, defendendo com dignidade os interesses da coletividade.
Talvez esse tenha sido
o grande erro do ex-vereador, considerar que um bom trabalho no exercício do
cargo fosse suficiente para sua recondução ao Poder Legislativo. Embora a
cada eleição, os eleitores vão ficando
mais exigentes e preocupados, procurando eleger pessoas confiáveis para cuidar
do patrimônio público, ainda há um grande mercado de votos, uso da máquina
pública, utilização de hospitais, currais de votos em igrejas, permitindo que
pessoas obtenham sucessos, elegendo-se com a troca ou compra de votos. Apesar
do esforço da Justiça Eleitoral em coibir essas práticas.
A derrota de um homem
de bem sempre preocupa, pois pode levar muitos a pensar que não compensa
exercer a cidadania disputando uma eleição, porque o fato de ser um cidadão
exemplar não seja decisivo para obter a vitória. Mas como afirma nossos sábios
anciãos: “mais vale o sucesso de ser um modelo para a sociedade do que o
efêmero exercício do poder para recuperar investimento na compra de votos ou pela
utopia da manutenção de um ‘status quo’ obtido por Ter driblado a lei
eleitoral”.
Raussendil com sua
sabedoria peculiar, caminha diariamente altivo nas belas tardes que só a
avenida Beira Rio pode proporcionar. Desfruta de uma consciência do dever cumprido
por Ter deixado para seus sucessores uma marca que servirá de paradigma a
partir de agora.
A Câmara Municipal de
Itumbiara certamente será outra depois da presidência de Raussendil Borges. Se
os seus exemplos forem seguidos, a perda da cidade será bem menor.
16
- Ele é médico pediatra e humanitário. Teve a façanha de passar por três
governos municipais sem qualquer mácula na gestão de recursos públicos, em
números vultosos que mensalmente eram transferidos do governo federal para o
governo municipal. Bem que tentaram manchar sua carreira vitoriosa, mas não
conseguiram. Certamente seria o secretário de um governo bom e imaginário para
Itumbiara.
Também é um homem que Acredita e luta pelo
coletivo. É uma homenagem para alguém que ainda vive entre nós.
Folha de Notícias – 19 de abril de 2000
Um erro na saúde pública
A cidade de Itumbiara
destacou-se nos últimos anos como um referencial na gestão da saúde pública no
Brasil.
Foram criados vários
programas eficientes na ação preventiva e os recursos que chegavam em grande
número, devido a credibilidade dos gestores municipais, eram gastos com
disciplina rígida.
Diretores de hospitais
e médicos sempre acharam que deviam ganhar mais pelos serviços prestados, e às
vezes mesmo merecendo, isto não era possível, pois afinal as verbas são
finitas, fato que deixava a classe insatisfeita com o administrador da área.
Neste mês a comunidade
local foi surpreendida com a notícia de que estes recursos, devido a
irregularidades na prestação de contas, serão distribuídos pelo Estado. Esta
decisão tem conseqüências graves para o usuário do sistema de saúde pública
local. Ainda não é possível vislumbrar quem ganha com a medida, mas os
perdedores logo receberão o prêmio através da piora no atendimento.
A área de educação vive
situação idêntica, já que forças ocultas impediram a municipalização plena do
ensino fundamental, ocasionando mais uma sangria nas receitas do município.
Como as demandas crescem nessas áreas fundamentais do município e por outro
lado os recursos caem, o pobre que usa a escola e o hospital público vai pagar
a conta.
Qual seria o erro que
cometeu o ex-secretário municipal da saúde, que ocasionou tamanho prejuízo a
cidade de Itumbiara. Esta reflexão é importante, porque não se pode simplesmente
justificar e jogar a culpa nos benfeitores que preocupam com a cidade e
fiscalizam a aplicação dos recursos com a rara competência, e despreocupados
com interesses próprios ou de grupos.
Ciro Garcia[37],
que deixou o cargo em março, notabilizou-se pela austeridade na administração
dos recursos que eram destinados a área da saúde pública
Garcia também não media
o tempo para administrar sua área e fazia
de feriados e finais de semana, dias úteis em sua secretaria, atendendo
um grande contingente de pessoas em seu
acanhado gabinete.
Além de trabalhador
incansável, o ex-secretário tem vocação para a solidariedade. As pessoas pobres
sempre receberam dele uma atenção especial. Pai
dedicado, trabalhador, austero na gestão de recursos públicos e sem
mácula na vida pública. Ciro Garcia incomoda na política, afinal, essas
características dele são raras em nossos políticos.
Mas o ex-secretário
cometeu um erro, que independente do tamanho, afeta em muito o cidadão pobre
itumbiarense. No mínimo houve um erro administrativo que tem um custo alto para
ele como político e para o usuário da saúde pública, maior ainda. Gerindo
recursos em números tão altos, superior a muitos orçamentos municipais no
Estado. Não se devia cometer um minúsculo erro, pois opositores sempre estarão
de plantão e não medirão conseqüências
para derrubá-lo, mesmo que isso afete a população. Como cidadão,
certamente sua reputação continua intocável, pois sua história de homem público
tem alicerce profundo, onde a base é a honestidade. Mas seu erro administrativo
tem conseqüências grandiosas.
Se essa medida na saúde
pública municipal, como também a da postergação da municipalização do ensino
fundamental é um sinal de que as entidades organizadas da cidade estão
preocupadas com aplicação dos recursos públicos, o cidadão itumbiarense perde
agora e ganha no futuro. Caso não passe de um ato politiqueiro, os responsáveis
tentaram atingir um homem e prejudicaram a maioria da população. A verdade
certamente vai chegar um dia, e tomara que não tenha mais uma vez lobos
vestidos de cordeiros ou raposas preocupadas com o galinheiro, interferindo na
área de saúde em Itumbiara.
Já é tempo da cidade
parar de perder para um grupo minoritário levar vantagem.
17 - É ainda pequena a
participação da mulher na política
Folha
de Notícias – 31 de julho de 1998.
A mulher e a política
A
Lei reserva às mulheres uma cota de 25%[41]
nas chapas de candidatos ao Legislativo, mas a sua participação no processo
eleitoral é ainda muito pequena.
Se
compararmos o avanço da participação da mulher em outros setores, como no
empresarial, Poder Judiciário e até polícia militar, com o aumento de
vereadoras eleitas no Brasil, entre 92 que era de 3,5% e aumentou para 7% em
96, esse número ainda não é ideal, pois afinal, as mulheres representam metade
do eleitorado. Em Itumbiara, os partidos políticos ainda não deram a devida
atenção ao assunto, preocupando com ele somente na véspera de eleições
municipais, assim mesmo para cumprirem o requisito legal no preenchimento da
cota.
O
PT local quase lançou uma candidata a deputada estadual, mas acabou ficando só
na cogitação. Os demais partidos nem mencionaram o assunto. Mas afinal de
contas, temos mulheres com capacidade política e possibilidade de sucesso em um
pleito eleitoral?
Algumas
mulheres têm ocupado cargos públicos que facilitam esta inserção no campo
político, como a pediatra Meimei Guimarães, que preside a FUMSAS – Fundação
Municipal de Saúde e Assistência Social, a advogada Iolanda Miranda Andrade,
Delegada Regional de Ensino há sete anos, a primeira dama Elaine Aparecida
Souto Batista na área social da Prefeitura e a presidente da FUNCELE – Fundação
de Cultura, Esporte, Lazer e Ecologia, Sheila Paiva de Andrade, uma mulher com
grande destaque na área cooperativista nacional.
Entre
todas essas mulheres com excelente capacidade gerencial, não vemos o interesse
no trabalho político-partidário e muito menos a vontade de participar de uma
eleição.
Com
essa inibição feminina em lançar-se como opção para o eleitor, num processo
eleitoral, a cidade perde muito, pois afinal, é a mulher, a esperança de
mudanças numa área que é ainda muito mal vista, pela falta de ética e
sensibilidade, virtudes que a mulher itumbiarense tem de sobra.
Está
na hora de nossos partidos políticos serem mais atuantes e já começarem um
trabalho para as próximas eleições no sentido de atrair mulheres para seus
quadros.
Não
se pode desprezar um contingente eleitoral tão grande como o feminino, e muito
menos privar o cidadão de sua participação na vida política, também sendo
votada.
18 – A cidade de Itumbiara
tem muitas dificuldades de formar novas lideranças políticas. Os principais líderes da cidade já atuam há
mais de 30 anos, que são o atual prefeito Luiz Moura –PSDB e o deputado
estadual Zé Gomes da Rocha. O Empresário Dione da Famóveis[42]
bem que está tentando entrar na política, assim como o presidente da Associação
Comercial José Humberto, mas não está sendo nada fácil. Por falta de lideranças, Itumbiara ficou nos
dois governos de Marconi Perillo,
Folha
de Notícias – 29 de julho de 1998.
A formação de novas lideranças
Por
um longo período de tempo, a cidade de Itumbiara ficou sem representante no
primeiro escalão do Governo Estadual, constituindo-se num fator negativo para
seu desenvolvimento.
Depois
de ser representada no Governo Maguito Vilela na área de agricultura e após na
diretoria geral do DETRAN, foi possível avaliar o quanto é positivo essa
participação, que até já surgem trabalhos políticos para que a cidade continue
a fazer parte do próximo governo.
Mais
há, um grande problema. Quem está capacitado para assumir um cargo de primeiro
escalão no Governo Estadual? Esse questionamento tem fundamento, quando
recordamos a indicação de um itumbiarense para fazer parte do Governo Naphtali
Alves -PMDB. Foi oferecida a Secretaria do Estado de Planejamento, mas quem
indicar? Os políticos locais então decidiram pedir a troca, sendo então
oferecida a Secretaria de Estado da Agricultura.
Assumiu
o cargo, um indicado do deputado federal Zé Gomes da Rocha – PSD, Marquinho
Durão, sem muita tradição na área, chegando até a contar com algumas restrições
de entidades ligadas a agricultura do Estado. Há mais de um mês no cargo, e a
mídia do Estado praticamente não noticiou nada sobre sua atuação nesse espaço
de tempo, nem de bom, nem de ruim. Quando se fala nessa área, o nome que vem
noticiado é sempre do Presidente do IGAP – Instituto Goiano de Agropecuária,
Antenor Nogueira.
Conversando
com alguns membros de partidos da esquerda local, eles citaram a importância de
formar novas lideranças em Itumbiara, prontos para assumir, com destaque,
qualquer cargo em nível de primeiro escalão no Estado. Diziam eles, que a
cidade tem que ter nomes, independentes de partidos, situados com destaques no
Estado, capazes de abrir mão de projetos pessoais, para beneficiarem a cidade.
Formar novos líderes com esse perfil, não é tarefa fácil. Primeiro, porque
aqueles que têm mais capacidade, são na maioria, bem sucedidos empresários que
não querem envolver-se com política. Estes não gostam nem mesmo de fazer parte,
participando ativamente de entidades organizadas da cidade como CDL, ACII, ou
conselhos municipais, como o de desenvolvimento.
O
Governo Cairo Batista – PMDB, tem tentado em seu governo formar esses novos
líderes, abrindo espaço para novas pessoas, e conseguindo até com relativo
sucesso essa missão. O seu secretário de Saúde é um bom exemplo de nome para
ocupar cargo no Governo Estadual.
Mas
na verdade, ainda não temos nomes como Paulo Roberto Cunha, Romilton Morais,
Halei Margon, entre outros do interior, prontos para assumirem qualquer cargo a
nível estadual e até nacional.
Formar
esses novos líderes, também é uma responsabilidade dos políticos locais,
afinal, a boa representatividade pode acelerar o desenvolvimento da cidade.
19
– No primeiro governo iniciado em 1998, Marconi Perillo não chamou ninguém de
Itumbiara para fazer parte de sua equipe. Reeleito em 2002 repetiu a façanha.
Ter representantes no governo estadual é muito importante. Mas continuamos sem
resolver o problema desde aquela época.
Folha
de Notícias – 04 de abril de 1998.
A falta de representantes
As
mudanças de auxiliares na transição da passagem de governo, devido a renúncia
de Maguito Vilela – PMDB e o anúncio da chapa de governador, vice e senador do
PMDB que concorrerá nas próximas eleições, revela mais uma vez a
insignificância da representação política de Itumbiara a nível estadual.
Representada
até então no Detran e por um outro sem muita relevância na Transurb, com a
saída de Álvaro Soares Guimarães – PL do Detran, para concorrer a uma cadeira
na Assembléia Legislativa, a cidade volta a ficar órfã de representação no
governo.
Fora
da Capital, Morrinhos e Jataí ocupam hoje o centro do poder. A razão certamente
não é o potencial de votos, já que colégios eleitorais maiores como Anápolis,
Luziânia, Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Itumbiara estão no plano secundário
em termos de representação.
A
resposta da supremacia política de Jataí e Morrinhos converge para a qualidade
na vida pública e particular de conduta, além das capacidades administrativas e
de aglutinação dos políticos da região em torno de nome que represente estas
cidades.
Outro
aspecto a ser considerado refere-se ao posicionamento político em relação ao
governo nos últimos anos. Só recentemente no governo Celso Santos é que o
município de Itumbiara aliou-se ao governo estadual. Apesar da oposição ser
necessária, governo nenhum trata bem o adversário político.
Quanto
a este fator citado, que recebe o nome de parceria, a aliança com o governo
estadual deve continuar, mas quanto aos valorativos da conduta de nossos
políticos e sua capacidade administrativa, a questão merece consideração.
Primeiro
que ideologicamente, nossos políticos são ainda muito instáveis, trocam de
partido constantemente. Quanto à conduta na vida pública, alguns que se
desviam, acabam maculando toda a classe política da cidade, que evidentemente
tem pessoas altamente credenciadas.
Sobre
a capacidade administrativa, ainda temos muito o que aprender, apesar de que no
caso específico de Álvaro Guimarães que já ocupou a Secretaria da Agricultura e
a Diretoria Geral do Detran, saiu-se muito bem, mas alguns deslizes, na esfera
municipal, como atraso de pagamento de funcionários, fornecedores, falta de
capacidade de investimento, suspeita de irregularidades, trazem desgastes a
imagem de políticos locais.
Hoje
mais do que nunca, o ditado popular de que sabendo com quem andamos, as pessoas
saberão o que somos, é aplicado na política em termos de governo estadual.
Não
é a -toa que o governo Maguito Vilela deixa o governo com aprovação absoluta da
população. Afinal, escolher bem seus auxiliares, foi sempre um de seus pontos
positivos.
Itumbiara,
certamente vai um dia ocupar um maior espaço no governo estadual, talvez, não
nessa geração, mais sim quando nossos homens públicos forem melhores.
20
– O
governo federal criou um código de conduta ética para dirigentes da alta administração. Embora não tenha
caráter punitivo, é uma boa regra a ser seguida
pelos agentes públicos e que devia ser estendida a idéia para Estados e
Municípios. É o que diz este artigo.
Folha
de Notícias – 11 de novembro de 1998.
A conduta ética das
autoridades
O Governo Federal
através de um conselho de doze pessoas, composto de ex-ministros, empresários,
advogados e cientistas políticos, está elaborando um código de conduta para os
funcionários públicos.
Apesar de não prever
punições para quem desrespeitar as regras, estas tem um caráter preventivo e certamente inibirá a promiscuidade das
relações entre o público e o privado em algumas áreas do Governo Federal.
Seria muito
interessante que os Governos Municipais também adotassem um código nesse
modelo, principalmente para os agentes políticos que muitas vezes não conseguem
separar esta barreira de interesses e cometem coisas abomináveis, em se
tratando de pessoas cujo objetivo maior é o bem estar coletivo.
Entre as principais
vedações do código, está a de funcionários do primeiro escalão aceitarem cortesias
de empresas privadas ou de “amigos”, como passagens aéreas e caronas.
Geralmente os interesses desses grupos privados nem sempre visam o bem geral da
população, mas o agente político que ganha uma carona ou recebe um presente,
tende a ficar vulnerável e ceder facilmente em prejuízo do setor público.
Anos atrás, um grupo de
agentes políticos recebeu como presente uma viagem para conhecerem as
instalações de uma empresa no Sul do País, voltaram maravilhados e votaram leis
que abriram mão de um grande patrimônio público. Recentemente, uma autoridade,
não sei se por falta de veículos do seu órgão, ou pelo excesso de bondade de um
empresário do ramo de educação, viajou para a capital no luxuoso veículo deste.
Será que nos dois casos citados, os anseios do empresário que oferece essas
cortesias são o mesmo da maioria da população?
Certamente que não, mas
nem por isso haverá qualquer reprimenda as autoridades, já que não existe
nenhuma norma proibindo essas atividades; mas com certeza se nossos agentes
políticos não fossem tão sensibilizados por esses favores, teriam mais
liberdade na hora de decidirem entre o que é benéfico e maléfico para a
população.
A vida pública tem que
se pautar principalmente na ética, pois para quem representa uma comunidade,
seja governando ou legislando, a conduta imparcial e transparente não é apenas
uma obrigação, é uma virtude inerente ao próprio cargo. Às vezes, as intenções de quem oferece as cortesias
podem ser as melhores do mundo, mas não custa nada lembrar as palavras da mulher
de César. “Não basta ser honesto, é preciso parecer honesto”. Fica a sugestão
para nossos Governantes: por que não criar também um código de ética
21
– Este artigo procura
mostrar a influência dos hospitais na captação de votos.
Folha
de Notícias – 08 de novembro de 1999.
Hospital e voto
Os
hospitais da região passaram nas últimas eleições a desempenhar papéis
estratégicos na eleição de prefeitos e vereadores. Sejam eles, público, privado
ou filantrópico[43], são
utilizados por grupos partidários, da esquerda a ultra - direita.
Estas
entidades exercem uma influência extraordinária na vontade do eleitor na hora
de definição do seu voto e que aparentemente não há meio de evitar esta prática
ilegal. Como por exemplo, evitar que um
médico conceda gratuitamente uma cirurgia a um eleitor com o pedido de voto
para determinado candidato, ou que se distribua material de propaganda política
nos corredores dos hospitais?
A
influência na vontade do eleitor ocorre justamente, pela sua grande carência
nestes momentos de dificuldades, em que ele procura a ajuda médica.
Nossa
legislação eleitoral tem avançado, e a aprovação recente da lei de iniciativa
popular que prevê punição a conduta do candidato que compra voto, é um exemplo
disso. O voto eletrônico é outra medida que fortalece o processo democrático,
mas ainda temos muitas deficiências no processo eleitoral, que influem no
resultado de uma eleição.
Mais
do que legal, o problema dos hospitais em relação ao voto é mais de cunho moral
do que propriamente legal[44].
Sua solução passa mais pelo senso crítico de médicos, diretores e demais
funcionários destas entidades que deveriam evitar fazer política nestes locais
do que na aplicação de medidas punitivas pela justiça eleitoral.
A
legislação prevê para alguns tipos de atividades, o afastamento de funcionários
de sua respectiva função, no período que vai da aprovação da candidatura na
convenção do partido até a eleição, como no caso de servidores públicos e
radialistas. Seria interessante que este afastamento se estendesse a
profissionais de saúde com ligações partidárias, mesmo em hospitais privados e
filantrópicos.
Não
há qualquer diferença na conduta de um candidato que doa ao eleitor um par de
botinas no período das eleições visando obter o voto e a do médico que faz uma
cirurgia gratuita ou doa remédios com o mesmo fim. Ambos influem na vontade do
eleitor, que não exerce livremente, como deveria, o voto.
O
exercício do voto de maneira livre e consciente é uma das maneiras de
fortalecermos cada vez mais a democracia, que tão bem faz aos cidadãos. Zelar
por este direito, é função de todos nós e mais daqueles que tão bem conhecem o
ser humano, respeitando sua vontade nesse momento difícil da vida em que busca
a ajuda em um hospital.
Mais
do que punição, precisamos de conscientização e valorização do cidadão e da
democracia. Se é que isso seja possível, quando se fala em política partidária.
22 – A
cidade de Itumbiara não tem sido feliz nas eleições para deputado. Atualmente
conta apenas com um deputado estadual, que disputa a prefeitura de Itumbiara.[45]
Folha
de Notícias – 15 de julho de 1998.
O amadurecimento político em
Itumbiara
As
eleições deste ano que levarão 63.200 eleitores às urnas eletrônicas em
Itumbiara, estão sendo marcadas pelo bom senso entre os partidos e caminha para
coroar de êxito a representatividade da cidade na Assembléia Legislativa e
Câmara Federal, com a possibilidade de se eleger pelo menos quatro deputados:
três estaduais e um federal[46].
Após
o insucesso dos últimos pleitos, quando Itumbiara chegou a ficar sem
representante na Assembléia Legislativa do Estado em uma eleição, o
amadurecimento político chegou aos dirigentes partidários que este ano lançam
apenas oito candidaturas, sendo cinco à Assembléia e três a Câmara Federal.
Apesar
de não haver oportunidade de renovação, já que os candidatos que pleiteiam as
vagas e com chances de vitória são aqueles que já exerceram mandatos políticos
e estão no ramo há muito tempo, o eleitor tem que fazer a sua parte, votando
com consciência, sendo bairrista e dando o voto em quatro de outubro em uma das
opções que os grupos partidários da cidade lançaram.
Todas
as ideologias e posições políticas estão representadas. A nível estadual, quem
estiver satisfeito com a situação, tem duas alternativas: uma do PL com o
ex-deputado Álvaro Guimarães e outra com o PMDB do ainda deputado Paulo
Serrano, que busca a reeleição.
Na
oposição ao governo local e do Estado, figura o ex-prefeito Luiz Moura do PSDB.
O PT, lança Joanaldo Teixeira, (figura no limbo, entre situação de apoio ao
governo local e oposição no Estado) que poderia ter chances de sucesso, se
houvesse um maior engajamento de seu partido na disputa, o que parece não estar
havendo. O candidato do PDT, Ataídes Melo, entra no pleito apenas para participar.
A
nível federal, o deputado Zé Gomes da Rocha – PSD, deve ter a sua eleição
garantida, pois além de não ter um concorrente de peso na cidade, conta ainda
com votos de outros colégios eleitorais. O PL lançou João Bié, mas dificilmente
sua candidatura chega até 4 de outubro, pois o próprio diretório local, tenta
mudar o candidato de idéia, sugerindo sua desistência. Para o eleitor é
interessante a sua candidatura, pois representa uma alternativa, para quem não
deseja votar
O
PST participa da eleição com candidatura de Mendes Júnior, outro que vai apenas
competir.
Definido
o quadro partidário da eleição, resta ao eleitor já indo formando sua decisão
em relação ao escolhido para representá-lo em Goiás e Brasília, sempre levando
em conta que o seu voto tem muito valor em relação a benefícios para a cidade.
Um
município bem representado politicamente tem muito mais condições de
desenvolver-se do que aquele que não tem representantes. Os exemplos de Jataí e
Morrinhos devem ser seguidos.
Quanto
à questão de o político corresponder ou não aos anseios do cidadão é outra
questão que depende também do eleitor, que pode fazer do seu candidato um
político produtivo, desde que haja a devida cobrança e acompanhamento do seu
trabalho parlamentar.
Os
partidos já fizeram à sua parte colocando a disposição do eleitor um número
ideal de candidaturas, resta a ele fazer a sua, escolhendo àqueles que poderão
representar Itumbiara, com a grandeza que ela merece.
23 – Em
toda eleição para deputado, a cidade se mobiliza para eleger o maior número
possível de deputados, mas a luta tem sido
Folha
de Notícias
Deputado Estadual em Itumbiara,
uma questão de qualidade
O
PST [47]–
Partido Social Trabalhista vem liderando há alguns meses, uma campanha visando
reduzir o número de candidatos a deputado estadual por Itumbiara nas eleições
de outubro.[48]
Reunindo
algumas lideranças de segmentos organizados da cidade, o grupo centra as
discussões no número três, que deve ser o meio para se alcançar o fim de eleger
o maior número possível de deputados. Belo discurso, um fim louvável, mais é um meio que atenta contra a inteligência do
cidadão de Itumbiara.
Toda
essa energia poderia estar voltada para discutir o candidato ideal para
representar o município, podendo até levar em conta o número três, mas não de
quantidade, e sim de virtudes: honestidade, ética e trabalho comunitário.
O
movimento ganhou adeptos importantes, como o do vereador pelo PTB, Ronaldo
Vieira, um dos ícones pela moralidade na política itumbiarense. Num programa de
rádio local, disse: “Em Itumbiara, é possível aproveitar 53 mil votos para deputado
e precisamos eleger três deputados, não importando quem seja”. Pela primeira
vez, o vereador que é meu espelho como político, pela coragem em denunciar
erros na administração pública cometeu um grande deslize.
A
sociedade brasileira já despertou para a importância de se valorizar o homem
público honesto, ético e voltado para a transformação social do meio em que
vive e Itumbiara também não pode ficar alheia a esse processo. A eleição de
deputado estadual para representar Itumbiara, não é uma questão matemática, é
acima de tudo, uma questão de respeito ao cidadão itumbiarense.
Primeiro,
respeito a sua liberdade de escolher o melhor para a cidade. Limitar o número
de candidaturas é rasgar o texto constitucional que tem entre outros
fundamentos, o pluralismo político, assegurando aos partidos organizados
autonomia para resolver questão relacionada ao seu funcionamento, como o
lançamento de candidaturas.
A
limitação de candidaturas, enquanto pensada para o bem da cidade, é louvável,
mas altamente condenável, quando se verifica que não é o meio mais apropriado
para alcançar esse fim, tornando simplesmente um mecanismo da manutenção do
“status quo” daqueles que há muito tempo mamam nas tetas dos entes públicos.
Pode
até haver 03 candidatos, como propõe o movimento, mas se não atenderem os
requisitos do exigente eleitor itumbiarense, com certeza vão continuar a
lamentar mais um insucesso.
Afinal,
como o eleitor itumbiarense não é bobo,
sabe muito bem matemática e coloca a questão da eleição, não como de
quantidade, mas sim de qualidade, que por sinal tem faltado muito a nossos
homens públicos.
24 – A cada eleição o processo se repete. Muitas promessas apenas no rádio e
na televisão. Não há verdadeiramente planos de governo. Quem ganha a eleição,
improvisa.
Folha
de Notícias – 14 de agosto de 2000.
Planos de Governo nas eleições
municipais
O
candidato a prefeito de uma cidade, deveria conquistar o voto do eleitor
através de um plano de governo capaz de melhorar a qualidade de vida de cada
cidadão do município. Temas não faltarão para serem abordados pelos candidatos,
mas encontrar planos com possibilidade de concretização no caso de vitória, não
é tarefa fácil.
Os
problemas são os mais variados possíveis. Há alguns que o governante municipal
apesar de prometer que vai resolvê-los, não está no âmbito de sua competência.
O mais grave, por exemplo, é a questão da geração de empregos. Este tema não
faltará em cada comício, com promessas genéricas e vazias.
Outro
grave problema, vivido principalmente pelo cidadão itumbiarense, refere-se a
área de segurança pública. Mais uma vez o prefeito que promete resolvê-lo,
estará mentindo para a população. A questão do emprego depende mais de ações na
área econômica do governo federal, enquanto a melhoria na segurança pública
passa necessariamente pelo governo estadual.
As
áreas de educação e saúde, certamente serão citadas, mas não com tanta ênfase
como a do emprego e segurança, uma vez que a cidade de Itumbiara, em que pesa
as brigas político-partidárias que impedem alcançar um grau de excelência na
prestação desses serviços públicos, eles são prestados hoje com bom grau de
eficiência.
A
ação de um governo municipal será bem sucedida se realmente for planejada.
Primeiro é necessário dedicar-se ao trabalho de manutenção dos serviços básicos
que uma prefeitura presta ao cidadão. Reservar recursos para propiciar
iluminação pública, serviços de limpeza urbana e controle do trânsito, com
excelência na prestação desses serviços, de maneira que o cidadão sinta-se
satisfeito com o atendimento é obrigação básica de qualquer governante
municipal.
Os
mais criativos investem na cultura, dedicam-se a preservação do meio ambiente,
procura melhorar o transporte coletivo, implantam serviços de assistência
social eficientes, propiciam condições de lazer para o cidadão pobre e podem
até investir no embelezamento da cidade. Para o cidadão descobrir se o cidadão
está fazendo apenas promessas demagógicas e não tem nenhum projeto para a
cidade, algumas dicas são importantes:
Primeiro
é necessário verificar se o plano de governo se transformou em projeto, que se
apresenta na forma escrita. Como por exemplo, podemos citar um plano de
qualidade de vida para o cidadão itumbiarense no próximo quadriênio. O objetivo
específico poderia ser o asfaltamento de todos os bairros da cidade, com meta
de que a cada ano um número mínimo de bairros seriam asfaltados.
O
processo para realização do plano de qualidade de vida envolveria as
participações do governo estadual e federal. É importante ressaltar, que o
governante municipal para cumprir o seu projeto, vai precisar de ser eficiente
no controle financeiro, pois a cada ano que passa, as fontes de recursos vão se
tornando escassas. Isso significa maior capacidade de recolher tributos como o
IPTU e ISS. Governo municipal que for ineficiente na busca desses recursos, não
terá grandes chances de sucesso em seu governo..
Algumas
virtudes para bem governar também são indispensáveis, como a honestidade, o
trabalho e a liderança, para obter a colaboração do poder legislativo e o
respeito da população.
O
programa eleitoral no rádio e televisão começa neste dia 15, e será uma boa
oportunidade para ver quem realmente tem projeto para melhorar a qualidade de vida do cidadão em Itumbiara.
25
– Depois de quatro anos fora do poder, Cairo
Batista volta a ocupar cargo público como vereador a partir de 2005. Como
prefeito, caracterizou como um grande conciliador. Para alguns faltou ser mais
enérgico, quando exerceu o poder
executivo.
Folha
de Notícias – 21 de janeiro de 1998.
O conciliador
Nas
conversas informais com cidadãos comuns sobre a política local, a atuação do
prefeito Cairo Batista – PMDB, ganha um aspecto negativo ao ser conceituada
como pacífica, conciliadora, contrastando com a imagem agressiva, dura, que se
espera de alguém que ocupa um cargo no Poder Executivo.
Mesmo
sabendo que toda sua trajetória política foi sempre marcada por uma pessoa que
ouve muito antes de agir, tanto de vereador, como de deputado estadual, os
analistas de plantão esperavam uma mudança radical do prefeito ao assumir o
governo local. Apostavam que passaria por cima do diretório local do PMDB, que
detém muito poder. Despacharia o PT do governo na primeira crise da coligação
após a eleição, teria o domínio sobre a Câmara Municipal, que a princípio
apontava uma maioria folgada do prefeito, constituída principalmente pelo PL e
seu partido. Passado o primeiro ano de governo com todas estas tempestades já
esperadas pela heterogeneidade de sua aliança, politicamente Cairo Batista,
pode ser considerado um vencedor com a tática utilizada.
Tempos
atrás em uma solenidade pública, em que o prefeito compareceu juntamente com o
presidente da Câmara Municipal, ele confidenciava, que era muito difícil
colocar todo um plano de governo em execução, porque a atividade política tem
todas estas características que a diferencia da atividade privada. Enquanto
nesta, o empresário pensa em uma coisa que é bom para a sua empresa e pode
imediatamente executá-la, na área pública, há uma série de obstáculos a serem
vencidos para que o governo execute suas idéias.
Embora
haja este clamor pela total independência do Executivo e da mudança de sua
imagem em Itumbiara, a postura do prefeito parece ser a mais correta, levando
em consideração sua sobrevivência política dentro da realidade local. Sobre
resultados a que esta postura leva é que merece outra análise. Um executivo
mais forte, com um secretariado mais homogêneo no sentido em que caminhe junto
com as diretrizes do governante, e uma Câmara Municipal onde os aliados ajam
como tal e um diretório de partido do governante que coloca o interesse da
comunidade acima de interesses pessoais, poderia acelerar em muito a melhoria
da qualidade de vida do cidadão itumbiarense, que se concretizaria em obras de
embelezamento das avenidas asfaltadas, limpeza pública e principalmente a
superação do maior problema do município hoje, que é econômico.
Mas
não adianta iludirmos com uma mudança radical em curto prazo, e a maior lição
para entender esta postura do governo municipal, vem do governo federal. Todos
reconhecem que não é fácil para o sociólogo FHC, conviver com caciques do PFL,
PMDB e outros mais, mas não há como governar sem eles. Ruim a imagem pelas
alianças, muito pior seria sem elas. Assim também pode ser comparada a política
local. Tem muitas coisas que a população repugna, mas seria muito difícil para
um governante terminar o governo, se tentasse mudar esta realidade política de
um dia para outro.
26
– O então deputado federal José Gomes da Rocha tentou ser prefeito em 2000 e
perdeu a eleição para o então Deputado Estadual Luiz Moura. Quatro anos depois
José Gomes ganhou a eleição. O prefeito Luiz Moura não disputou a reeleição
devido ao grande desgaste com a população.
O POPULAR – 29 de setembro de
2000.
Candidatura de José Gomes
Ao
abrir a edição do dia 26 de O POPULAR, deparo com a reportagem José Gomes fora da disputa. Dedicando
alguns minutos à leitura, concluo que a reportagem ocupa um grande espaço e
pouco informa, gerando dúvida se realmente o objetivo era informar o leitor.
Como
assinante do jornal há vários anos e também como itumbiarense, quero manifestar
minha insatisfação com matérias desta natureza, que deixam no ar a impressão de
que são inseridas nos noticiários com outros fins, contrários a prática do bom
jornalismo, que prioriza a informação ao leitor.
Uma
matéria dessa natureza em plena semana que antecede o pleito eleitoral para
prefeito pode influir no resultado da eleição, afetando os princípios
democráticos, por conter informações incompletas, assim como já ocorreu este
ano em relação ao mesmo deputado federal, quando foi noticiado que o seu
mandato tinha sido cassado, fato que não ocorreu e depois o erro foi
reconhecido pelo jornal.
Um
pouco mais de profissionalismo recomendaria ouvir especialista no assunto e
conhecedor da legislação eleitoral, que informaria que da decisão do Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) cabe recurso, que seria utilizado pela assessoria do
deputado Zé Gomes da Rocha (PMDB) e que podia ter efeito suspensivo, permitindo
que o candidato concorra nesta eleição.
O
texto encerra com a tradicional frase que o jornal tentou ouvir o deputado e
não conseguiu, dando a entender que cumpriu sua obrigação de informar bem o
eleitor, fato que também não conseguiu.
Nota da Redação – O POPULAR agiu estritamente dentro das
regras do bom jornalismo, ao divulgar a decisão do T.R.E, na noite de segunda
–feira, de cassar o registro da candidatura do deputado federal José Gomes da
Rocha. Agiu corretamente também, no dia seguinte, ao revelar com o mesmo
destaque a decisão do TSE, que anulou a sentença anterior. A um jornal não
compete deixar de publicar um fato jornalístico em função de conveniências
político-eleitorais.
27 –
Neste texto procura-se defender o respeito à autoridade de um Prefeito
democraticamente eleito, mas não deixa de ser legítima a manifestação de uma
parte da população que não está satisfeita com seu governante.
Folha
de Notícias – 09 de setembro de 1998.
Respeito à autoridade
Quanto mais os costumes são bons, mais o
Governo também o é.
Aristóteles
Ao
ter sua presença anunciada no último dia de realização do Fest Sinhá, o
prefeito Cairo Batista (PMDB) foi recebido com vaias pelo público presente.
Composto
em sua maioria por estudantes dos colégios da cidade, tal atitude emanada de
jovens com razoável grau de cultura conduz a reflexão sobre a origem e razão
desse comportamento.
Há
de se ressaltar primeiramente, que se fazia ali presente uma autoridade,
legitimamente eleita, representando um dos poderes, que é o Executivo, portanto
merecedora de respeito. Certamente, o público presente no festival, que além de
estudantes, era composto por pessoas de destaques na comunidade local, possuía
discernimento suficiente para diferenciar respeito e desrespeito a uma
autoridade.
Primeiramente
vamos tentar entender a origem deste tipo de comportamento, de vaiar o
governante em suas aparições públicas.
Para
uns, as vaias ao prefeito têm sua origem no preconceito de uma classe mais
privilegiada financeiramente que não é capaz de aceitar que um jovem pobre do
Bairro Novo Horizonte governe a cidade.
Outros
entendem que a manifestação contrária ao prefeito é fomentada por próprios
funcionários da Prefeitura e políticos da oposição.
Uma
terceira corrente, defende que as vaias vêm de parte da população insatisfeita
com os serviços de iluminação, limpeza pública e urbanização.
Quanto
à finalidade dessa forma de pressão, há a de se desestruturar o Governo para
que ele não chegue ao final, localizada na esfera política; e o do lado pessoal
de não permitir a ascensão de um jovem que tem as melhores condições de
administração pela parceria com o Governo Estadual e possibilidades de mudar a
cara de Itumbiara nos próximos dois anos, pelo volume de verbas que serão
destinadas ao Município.
É
possível que a manifestação reprovadora contida nas vaias ao prefeito, contenha
um pouco de cada tese buscada no meio do próprio povo, mas a principal lição a
tirar é se um instrumento democrático que certas pessoas estão utilizando para
alcançar determinados fins relacionados com o bem estar da população ou envolve
o desrespeito por parte de alguns que não foram devidamente educados para
respeitarem uma autoridade.
No
primeiro caso, cabe ao prefeito captar a mensagem do povo e mudar a postura
para atender a esse modo legítimo de pressão. Se for simplesmente falta de
respeito à autoridade, a falha está no nosso processo educacional.
28 – O
grande enigma sobre a participação de um Itumbiarense no Governo Estadual
perdurou por mais de seis anos. Falta prestígio ou competência? O texto pode
levar o leitor a uma conclusão.
Folha
de Notícias – 13 de dezembro de 1998.
Prestígio e competência
O
eleitor itumbiarense deu ao futuro governador de Goiás, uma votação expressiva
de 27.707 votos que não está sendo recompensada com uma representação à altura
na formação do primeiro escalão do próximo governo[49].
Marconi Perillo (PSDB) em visita a cidade no último dia 22/11 sinalizou com
suas palavras que possivelmente Itumbiara será representada no governo em um
dos órgãos da estrutura administrativa do Estado, mas não em um cargo de
primeiro escalão. Pelo quantitativo de votos recebidos na cidade e anúncios de
novos tempos para Itumbiara com o novo governo, a realidade pode estar
apontando o contrário.
No
governo que termina, Itumbiara teve representantes no DETRAN e Secretaria da
Agricultura, consideradas destacadas pela atuação de Álvaro Guimarães, que
dirigiu essas duas pastas e atualmente, mesmo sem a expressão desejada, mantém
Marquinho Durão na Agricultura e Celso Santos na TRANSURB, que será extinta.
Portanto,
qualquer representação menor do que esta do governador atual, aponta para a
falta de um dos requisitos nos homens que apoiaram Marconi em Itumbiara e que
tem norteado a escolha dos auxiliares do novo governo: competência e prestígio.
O que está em discussão mais uma vez é se os homens itumbiarenses têm o
prestígio e a competência necessários para alçarem vôos maiores na política,
além do plano municipal.
Com
parte da equipe já formada, em que se levou principalmente a competência como
principal critério, por ser os cargos mais importantes do governo, os
seguidores do deputado estadual eleito Luiz Moura (PSDB) e liderança maior do
novo governo na cidade, pelo jeito não tinha em seus quadros pessoas com esta
característica. Nesta semana em que os demais secretários serão anunciados,
pesará mais o critério do prestígio e aí saberemos se os 12.624 votos de
vantagem que o futuro governador teve à frente de seu concorrente em Itumbiara
serão revestidos em termos de representação.
O
deputado estadual eleito Luiz Moura e seus seguidores terão nesta semana a
oportunidade de mostrarem que realmente saíram vitoriosos no último pleito
eleitoral dando à cidade a representação que merece. Se nenhum nome da cidade
for anunciado em um cargo de importância no governo Marconi, poderá revelar que
os novos tempos para a cidade não estão chegando e que aos vencedores só
sobraram às batatas.
29
– Este texto foi escrito em um
momento em que o Deputado Luiz Moura, recém eleito Deputado Estadual, formava
um grupo para ocupar espaço em cargos no Governo Estadual. A inspiração vem do
cargo ocupado pelo Delegado Fiscal, que seria substituído dez meses depois.
Folha
de Notícias – 05 de janeiro de 1999.
O técnico e o político
Há
certas áreas da administração pública que merecem dos governantes um tratamento
mais técnico do que político no momento do preenchimento de cargos. A área da
fazenda, no último governo, é bem exemplo da defesa dessa tese, pela eficiência
alcançada e os resultados obtidos nos últimos quatro anos. Embora os
secretários que estiverem à frente do órgão foram originários de indicações
políticas, todos os demais cargos que compõem o organograma da secretaria foram
prioritariamente preenchidos por técnicos de alta capacidade, que colocaram a
defesa do bem público e a maximização da obtenção de receitas públicas que se
reverte em saúde, educação, segurança e outros serviços que o cidadão recebe do
Estado, como principal razão da ocupação dos cargos.
Contam
alguns funcionários que em décadas passadas as indicações eram meramente
políticas e os resultados simplesmente desastrosos. O grande problema nessas
indicações é que ainda impera e com certeza perdurará por mais algumas décadas
a máxima de São Francisco nas atitudes dos políticos, que é: “É dando que se recebe”,
o que é incompatível numa época em que o Estado deve ser o mais eficiente
possível na arrecadação de tributos para dar conta eficientemente das dívidas e
da demanda dos serviços públicos.
Recentemente,
ao ver a entrevista de um delegado da polícia civil, foi possível notar o
quanto também é maléfica a intromissão política na área de segurança pública. É
difícil colocar na cabeça do político que quando ele vai interceder por um
infrator da lei, seja no trânsito, na área criminal ou qualquer outra, está
beneficiando um delinqüente e prejudicando todos os demais cidadãos da
população.
Em
muitas cidades do interior, a estrutura das polícias civil e militar é muito
carente, o que faz depender de alguns políticos para funcionar razoavelmente.
Muitos comandos também sofrem pressão e perseguição política quando não atendem
determinados pedidos políticos e cumprem estritamente os preceitos legais. Mais
uma vez nossos políticos estão prejudicando a maioria da população com essas
atitudes nada éticas e legais, pois afinal eles não estão acima da lei.
Outro
grande exemplo da eficiência do critério técnico vem da área da educação, onde
por dois governos foi mantida a mesma secretária, possibilitando ao Estado que
ocupava uma das últimas colocações em termos de qualidade no ensino fundamental
passasse a ocupar a quinta colocação na última avaliação do MEC.
Enfim,
há inúmeros exemplos do quanto o fator político pode ser prejudicial, não
somente à figura do Estado, mas principalmente à população, assim como há
também outros tanto de pessoas que mesmo oriundos do meio político, colocam o
fator técnico como essencial na ocupação de cargos públicos. Assim, observando
as atitudes de quem tem o poder da caneta na hora de fazer uma nomeação, é
possível avaliar se estão servindo a alguns políticos ou se realmente estão a
serviço de toda a população.
30 - O
texto a seguir aborda a relação entre o cidadão e sua cidade. Ele leva a
reflexão sobre o que cada um pode fazer para melhorar a cidade onde mora. Não
se pode simplesmente esperar que o poder público resolva todos os problemas. O
artigo provoca uma reflexão sobre esta relação.
Jornal: TRIBUNA DO VALE -
24/08/2004
Eu e
minha cidade
Em
tempos de programas eleitorais, os eleitores recebem um grande número de
informações sobre aqueles que dizem que muito já fizeram por Itumbiara e de
tantos outros que estão prontos para fazer muito mais ainda.
No
campo dos simples mortais, sem partidos e ideologias, cabe bem a pergunta sobre
como vai o balanço em relação ao que cada um faz pela sua cidade e o que ela já
fez por ele.
Normalmente,
quando um cidadão reclama da sujeira em
sua rua, da falta de iluminação e segurança pública, do emprego, da moradia, da
escola ou do tratamento que recebeu no hospital público, sempre fundamenta e
com razão, que pagou um tributo, seja ao Município, ao Estado ou a União.
Mas
resumir a relação do cidadão e sua cidade numa simples troca do tributo pelos
serviços que recebe, é tratar de maneira muito simplista, algo que deve ser
muito mais profundo.
É
certo que alguns já fazem muito pelas pessoas da cidade, seja num trabalho
voluntário na creche, na escola, no Hospital, no Asilo, na Pastoral da Família,
nos clubes de serviços, nos Núcleos de Apoio ao Idoso e ao Paciente de Câncer e
outros tantos meios de se praticar a solidariedade. Mas continua a pergunta, o
que você já fez pela sua cidade?
Os
políticos têm a resposta pronta, mostrando ruas, casas, viadutos, escolas e
hospitais, mas o cidadão comum tem dificuldade de responder a pergunta.
Os
empresários mostrarão suas empresas e baterão no peito orgulhosos, pelos empregos que geram.
Até
os religiosos terão bonitos templos para mostrarem, e você, se alguém chegasse
hoje e perguntasse o que você já fez pela sua cidade, certamente teria grandes
dificuldades para responder.
Talvez
não se tenha as verbas públicas dos políticos ou o lucro dos empresários para
investir, mas pelo menos a boa vontade é um grande recurso que cada cidadão
deve ter em relação a sua cidade.
Alguns
presidentes de Bairros têm se destacados nesta difícil arte de fazer alguma
coisa pela sua cidade, dos quais destacam-se os exemplos daquele que está
zelando da quadra de esporte no Ulisses Guimarães, do outro que cuida da
pracinha no São Sebastião.
Os
atos de se construir uma cidade calçada, plantar e cuidar de uma árvore ou uma
planta bonita em cada casa, a resistência a tentação de se jogar lixo na rua,
no córrego ou no Rio, de pisar na grama seca da Avenida Beira Rio, de furtar os
cabos elétricos ou quebrar as luminárias da iluminação pública, de destruir um
pé de Palmeira Imperial, talvez sejam muito simples para quem faz, mas é o
mínimo que a cidade merece de cada um.
A
relação de uma pessoa com sua cidade revela o tipo de cidadão que as famílias e
as escolas estão colocando no mundo. Fica com cada um a pergunta: o que você
está fazendo pela sua cidade?
31
– Itumbiara tem
sido chamada por alguns como cemitério de políticos. É só exercer o cargo de
prefeito para ter início uma carreira declinante.
Triste fim de nossos políticos
Nas
últimas duas décadas, os principais líderes políticos de Itumbiara não
conseguiram ocupar cargos de relevância no cenário político goiano e nacional.
A
geração que nasceu no início dos anos 70 e que começou a exercer o direito de
voto 18 anos depois, não conseguiu ver um itumbiarense ocupando um mandato de
governador, vice-governador, senador ou um cargo de expressão como o de
ministro de Estado.
Os
políticos mais bem sucedidos na área, fizeram uma carreira típica: vereador,
prefeito, deputado estadual, secretário de estado e fim de carreira no
esquecimento.
Refletindo
sobre o quadro do que foi nos últimos vinte anos, fica fácil prever o futuro da
política local.
A
primeira previsão é de que, quem foi prefeito, terá grande chance de se tornar
deputado estadual, depois ocupar uma secretaria de governo e encerrar a
carreira por ter sido reprovado pelos eleitores.
Quem
exerce o mandato de vice-prefeito, se as estatísticas estiverem corretas, terá
dificuldade de se eleger vereador e praticamente estão sem chance de ocupar
qualquer cargo de destaque.
Para
comprovar essas duas primeiras previsões, basta verificar onde está a situação
dos últimos prefeitos e vices, que ocuparam cadeiras no palácio Castelo Branco.[50]
Quando
se fala em deputado estadual, a situação é pitoresca. A pesar de haver votos
para eleger três deputados, assim como ocorreu no início da década de 90,
novamente Itumbiara está sem representante na Assembléia Legislativa.
Os
ocupantes de mandatos de deputado estadual têm também o perfil comum. Foram
vereadores, alguns conseguiram serem prefeitos, outros sonham e está sempre
cotado para novamente disputar mais um mandato.
Nossos
secretários de estado ou presidente de empresas estatais em tempos passados,
também estão desempregados. Não tem nenhum político de destaque ocupando uma
secretaria de expressão no governo estadual.
Em
relação ao deputado federal que a cidade sempre contou, foi eleito com votos de
Itumbiara, mas os votos de outras cidades foram em maior quantidade. Embora
tenha votos para eleger um deputado federal, se dependesse só dos eleitores da
cidade, ela estaria também sem representante.
A
importância de ter representante em todos os níveis de governo reside
exatamente na possibilidade de conseguir recursos com maior facilidade para o
desenvolvimento da cidade.[51]
Basta verificar o exemplo da falta de um deputado estadual defendendo o
interesse da cidade. No mínimo, a cidade não será contemplada da mesma maneira,
quando da votação do orçamento em relação a outras cidades que têm
representantes.
A
situação leva sempre a um questionamento, sobre quem é o principal responsável
pela falta de representatividade dos políticos de Itumbiara: se é o político ou
o eleitor.
Uma
tese seria a da reprovação do político. Afinal, a cidade está sem representante
na Assembléia Legislativa, não tem nenhum político ocupando cargo de primeiro
escalão em secretaria de prestígio no Estado, e a maioria dos ex-prefeitos,
praticamente encerram suas carreiras.
Quanto
ao eleitor, na sua suprema sabedoria, vai escolhendo de acordo com a virtude
dos candidatos. Se há votos para eleger três deputados estaduais e não tem
nenhum representando a cidade, é porque não foi convencido de que a escolha
seria o melhor para a cidade. Talvez fosse para os políticos.
Sobre
o futuro, parece que nossos filhos não terão melhor sorte, ao julgar pelos
pretendentes à disputa por cargos eletivos na próxima eleição.
Enquanto
tudo isso acontece ou acontecerá nos próximos vinte anos, com toda a justiça, a
cidade vai recebendo benefícios à medida de sua representação em Goiás e no
Brasil.
Resta
ao povo de Itumbiara acompanhar o ritual. O vereador talvez vire prefeito ou
deputado estadual e ponto final.
32 – É
possível construir um novo modelo político na cidade de Itumbiara. Este é o
desafio do autor neste texto. Mais do que possível, a situação exige mudança.
Jornal: TRIBUNA DO VALE -
20/11/2003
Um novo modelo
na política de Itumbiara
O
atual modelo da política em Itumbiara mostra sinais de esgotamento e acende
esperanças de que algo de bom e novo vai
acontecer, já a partir das eleições de 2004[52].
Tudo
começa nas organizações partidárias, que
não têm compromisso com a comunidade. Pactos são feitos com pessoas, com o
único objetivo de apoiar um projeto pessoal de um candidato. Quem arrisca
desafiar o sistema, seu partido sofre intervenção e prevalece o que foi
acordado nas alcovas do poder.
Chegado
o pleito, há uma disseminação generalizada
de que só quem tem dinheiro é que pode participar da política. Estipulam os defensores dessa tese, de que
para ser prefeito precisa gastar R$ 3 milhões e para ser vereador não fica por
menos de R$ 100 mil.
Como
o dinheiro é gasto chega a ser uma afronta a milhares de pessoas desempregadas
ou que procuram os hospitais e não conseguem um exame pelo SUS. São shows milionários
e baterias de foguetes intermináveis,
que fazem escorrer pelo ralo o dinheiro, muitas vezes, até de origem não
identificada.[53]
Quem
participa da festa, faz a doação, mas quer o retorno imediato com a chegada ao
poder. Resultado: Os chefes do poder executivo estão chegando ao poder refém de
seus financiadores e apoiadores[54].
Para
ser um vereador, a situação não é diferente. Primeiro é preciso Ter uma postura
assistencialista para se formar uma base. Não se forma base por ser um grande
líder de um sindicato, de uma igreja, de um bairro ou qualquer outra
organização; praticamente todas as bases vêm do vácuo do Poder Executivo que
não consegue iplementar uma política social compatível com as necessidades do
povo pobre da comunidade. É mais ou menos assim: Investe-se em instituições de
ensino superior particulares, para que se divida uma cota de bolsas
universitárias para cada vereador, para que estes a distribuam e criem um
vínculo com os beneficiados. Numa cidade séria, o trabalho seria feito pelo órgão
que cuida da área social do governo ou até através de organizações
não-governamentais.
Assim,
o pretenso candidato já começa com 50 votos. É preciso ainda comprar um
remédio, arrumar um exame e tem vereador
que compra até caixão. Pela dependência, já são mais 50 votos. A família dá
mais 100 votos, outra entidade que o vereador participa arruma mais alguns, e ele já chega a uns trezentos. Pagando água
aqui, luz acolá, arrumando um emprego ali com o poder executivo, já é possível
Ter uns quinhentos votos garantidos. Mas ainda faltam uns trezentos. Aí que
entra o dinheiro. A Lei é dura, o Ministério Público é atuante, mas são raros
os casos em relação ao Legislativo, em que se consegue punir quem transgride a
Legislação que proíbe o abuso do poder econômico e que em Goiás já mandou
alguns prefeitos para casa mais cedo.
Resultados
desse modelo dispensam comentários. Vejam nossa cidade e comparem com Jataí,
Catalão e Rio Verde.
Uma
coisa não se pode negar, o povo de
Itumbiara é inteligente e cansou do modelo. O Clima é de mudança imediata.
Há
um sentimento de que se novamente eleger
alguém tão comprometido com os financiadores de campanha ou com promessas
mirabolantes, Itumbiara vai ficar mais quatro anos parada, refém de um grupo. A
cidade não agüenta mais.
Quem
compra o voto hoje, vai buscar receber depois de alguma maneira, geralmente
ilegal e imoral dos cofres públicos. É justamente este dinheiro que vai faltar
para pagar o salário do servidor público municipal, o pagamento do fornecedor
que vendeu alguma coisa para a prefeitura, o dinheiro que faltou para pagar o
eletrocardiograma de um desempregado ou de uma dona de casa sem renda.
É
certo que a democracia nem sempre permite escolher o mais eficiente para
governar nossa cidade ou o vereador mais atuante, que verdadeiramente
fiscalizar e legisla; mas pelo menos deve dar a cidade um chefe do poder
executivo ou vereadores, que não se rendam a corrupção.
É
esse o modelo o povo necessita e precisa nas próximas eleições. A decisão, como
sempre está com nossos eleitores.
PARTE
III
GESTÃO PÚBLICA
33
– A participação do terceiro setor junto com a administração
pública sempre faz parte dos discursos dos políticos, mas na prática isso
dificilmente acontece.
Nos últimos governos em Itumbiara não foi
diferente, seja com Luiz Moura – PSDB, 1989 A 1992 E 2001 A 2004, seja nos
governos do PMDB, com Cairo Batista, Celso Santos e Waterloo Araújo. Mas como é
moda falar que seria muito importante para o gestor público a participação das
organizações-não governamentais, vai aí um reforço para relembrar.
Folha
de Notícias – 09 de julho de 1998.
A parceria Governo e Cidadão
À
medida que cresce a população nos centros urbanos, novos problemas vão
surgindo, sem que os governantes estejam devidamente preparados para
enfrentá-los.
Apesar
dos recursos financeiros serem suficientes[55],
são mal aplicados, pois nem sempre é priorizado o que mais convém para a
comunidade. Os cidadãos escolhidos para representarem o povo no Executivo e
Legislativo, não têm o apoio da maioria, no atual sistema eleitoral, prova
disso, em Itumbiara, num universo de 60 mil votos, os eleitos obtiveram pouco
mais de 25% dos votos, o que quer dizer que quase 75% da população apoiavam
outros candidatos e outras propostas[56].
Diante
de tal situação, como resolver os problemas urbanos e obter o apoio do cidadão
nas iniciativas dos governantes?
Uma
solução, que apesar de difícil implementação, se apresenta como alternativa,
foi discutida pela Organização das Nações Unidas, há dois anos numa conferência[57],
onde foram mostradas várias experiências pelo mundo, que têm a participação
popular, como principal ferramenta para o sucesso dos governantes em oferecer
melhores condições de vida aos seus cidadãos.
O
papel dos governantes nestas iniciativas de parceria entre cidadão e governo, é
de incentivar a participação e coordenar os interesses dos diversos grupos que
poderiam participar como escolas, associações de bairros e outras organizações
não-governamentais.
Pode
até parecer utopia, falar de projetos como esses onde ainda predomina o velho
jeito centralizador de governar, em que o povo tem pouca participação e as
decisões que envolvem uma população de 80 mil habitantes são tomadas por duas
dezenas de pessoas.
A
participação popular do itumbiarense organizados em entidades não-governamentais
já é significativa em diversas áreas, como a da cultura com realização de
festivais de músicas, da saúde pública, na construção e manutenção de Centros
de Tratamento do doente mental e dependentes de tóxicos, na área social, em programas de apoio a criança, aos
adolescentes e ao excepcional e tantos outros que o cidadão atua trazendo
soluções para os problemas urbanos.
Não
resta dúvida que esta participação popular causa ciúmes em alguns políticos,
pois em muito reduziria o poder de barganha na hora de aprovar um projeto que
traz benefícios para a população, ou de reprovar quando é maléfico.
Imaginamos
um programa de orçamento municipal participativo, como o de Porto Alegre – RS
onde é combatida a corrupção e promovido o uso eficiente do dinheiro público,
que melhor direcionado tem produzido qualidade de vida para os cidadãos daquela
capital.
Quanto
dinheiro jogado fora em construções que não trouxeram nenhum benefício para a
comunidade, tal como o Kartódromo, poderia ter sido melhor aplicado em
asfaltamento por exemplo, se tivéssemos aqui o programa planejamento
comunitário Prefeitura-Bairros que incentiva a população a planejar o futuro de
seus bairros e disciplina entre outras coisas, as construções e seqüências de
obras. Por enquanto, tudo isso não passa de um sonho, mas o orçamento municipal
participativo chegou a fazer parte do programa de governo de Cairo Batista –
PMDB. Pena que não saiu do papel.
34 – A relação entre os
principais políticos de Itumbiara nem sempre são cordiais e produtivas. Neste
artigo se elogia a postura do então prefeito Cairo Batista –PMDB e do deputado
estadual Luiz Moura –PSDB, que depois sucedeu o primeiro na Prefeitura de
Itumbiara.
Revista
“Acontece” Itumbiara, edição de Abril de 1999.
A via que leva ao crescimento
Há
menos de uma década, a cidade de Itumbiara era uma ilha isolada do estado,
esquecida pelos governantes, devido a postura intransigente de seus dirigentes
municipais.
Duas
forças sempre atuavam. Uma para tentar obter algum benefício para o município,
enquanto a outra trabalhava contra. Resultado: obras, verbas e investimentos
empresariais iam para outras cidades onde havia consenso pelo desenvolvimento.
Em
nome de siglas partidárias, nossos políticos se isolavam em seus interesses
pessoais e na defesa de uma falsa ideologia. Impregnados de preconceitos, não
tinham a visão que todo um povo estava sendo prejudicado.
Hoje,
este quadro começa a mudar. O político itumbiarense está aprendendo com um
passado improdutivo, mudar as atitudes, o que poderá enfim, tornar esta bela
cidade, o melhor lugar para se viver em Goiás.
Caíram
todas as muralhas? Vivemos um novo tempo? Não somos ainda um povo alemão unido
e bem governado, nem a Rússia pós-comunista, desintegrada e sem governo, mas a
simples postura de entendimento de nossos políticos, cria uma perspectiva
melhor para o futuro de Itumbiara.
É
evidente também que não temos grandes estadistas ou profundos conhecedores da
ciência política, mas o político de Itumbiara já começa apresentar virtudes,
como a da humildade de reconhecer que não é o dono do mandato, que pertence sim
à população, a qual deseja apenas o desenvolvimento da sua cidade.
O
melhor fato para mostrar que erros passados deixaram uma lição, está no recente
encontro do deputado estadual pelo PSDB, Luiz Moura e o atual prefeito Cairo
Batista – PMDB, sigla que hoje integra o grupo de oposição ao governo estadual.
Em
tempos passados, o deputado estadual faria tudo para prejudicar o governo
municipal, enquanto este tentaria neutralizar a ação do outro. No final do
embate já conhecíamos o resultado: o povo saía perdendo.
Reconhecendo
que nenhum prefeito isolado obtém sucesso na atual realidade econômica do país,
o sempre conciliador Cairo Batista aproxima-se de Moura, defendendo a parceria
Estado-Município, que tantos benefícios tem propiciado a cidade.
Num
gesto de extrema grandeza, de um homem renovado, Luiz Moura, virtual candidato
à sucessão de Cairo, esquece a eleição futura e usa do poder que os cidadãos
lhe concedeu para trabalhar em prol de sua querida Itumbiara.
Algumas
pessoas não acreditam ainda no que os olhos vêem e os ouvidos escutam. Ainda
possuidores de velhos preconceitos, apostam no conflito entre estes dois
senhores, depositários de um poder que usado eficazmente fará de Itumbiara uma
cidade melhor em qualidade de vida, mas que ao mesmo tempo se usado para
beneficiar pessoas e grupos, manterá Itumbiara na rabeira do desenvolvimento.
A
maioria da população que não tem nenhum interesse pessoal, mas simplesmente
quer ver sua cidade melhor, torce para que a parceria continue. Não pregam
estes cidadãos, a adesão interesseira para esconder um passado comprometedor ou
um presente ineficiente de governo, nem tão pouco o fim da oposição aos
governos municipal e estadual, tão necessária à Democracia. O que se espera
desses homens públicos é que sejam capazes de abrir mão de seus interesses em
favor da cidade de Itumbiara.
Esse
novo caminho que Moura e Cairo trilha, só os grandes homens são capazes de
percorrê-lo. Das atitudes dos dois, daqui para frente, depende o futuro de
Itumbiara. A via do fracasso, ambos conhecem. Que os passos deles sejam
iluminados para alcançar o sucesso, que não será pessoal, mas de uma comunidade
que anseia tanto crescer e dar melhores condições de vida para seus filhos que
aqui vivem.
35 – No dia 04 de Agosto de
1997, um evento realizado na divisa de Goiás com Minas Gerais em Itumbiara
mobilizou autoridades estaduais e federais para discutir
Folha
de Notícias – 04 de agosto de 1998.
A luta por uma ferrovia
Neste
dia 04[58],
faz um ano que Itumbiara sediou a mobilização para duplicação do trecho das
rodovias BR 153/050 entre Goiânia e Uberaba, reunindo várias autoridades, entre
elas, três ministros de Estado.
Com
a vitória parcial, já que o governo federal pretende realizar a obra nos próximos
quatro anos[59],
inclusive já colocando no orçamento do próximo ano verbas para duplicação entre
Aparecida e Professor Jamil, o prefeito Cairo Batista – PMDB pretende iniciar
outro movimento, desta vez pela ligação de Itumbiara a malha ferroviária em
Uberlândia.
Consciente
que a cidade de Itumbiara tem perdido muitos investimentos de empresários por
falta desta via de transporte, o prefeito quer mobilizar toda a cidade para
conseguir também sucesso nesta reivindicação, que é fundamental para seu plano
de geração de novos empregos no Município.
O
custo do frete por meio Rodoviário,
que predomina no Brasil é praticamente o dobro do frete feito por ferrovias,
tornando fator decisivo na hora de um
investimento, uma vez que na economia globalizada que vivemos, o empresário tem
que produzir o seu produto e colocá-lo a disposição do consumidor no menor
custo possível.
Desta
vez a batalha tende a ser muito mais difícil, pois a fonte dos recursos que
deveria ser o governo federal, praticamente abandonou a área quando em 96
privatizou uma grande quantidade de ferrovias e cobrando dos compradores o
compromisso de ampliar o uso desse meio de transporte, fato que não vem
acontecendo.
Para
se ter uma idéia, o transporte ferroviário que tem cerca de 36 mil Km, transporta
9% da carga brasileira e precisaria crescer pelo menos 40% nos próximos quatro
anos para atender razoavelmente a necessidade brasileira.
Com
a dificuldade de se conseguir os recursos federais, de onde viria então o
financiamento do empreendimento?
Confidencia
Cairo Batista, que uma das possíveis fontes seria a participação do governo
goiano, destinando parte dos recursos das futuras privatizações no Estado, como
por exemplo, da parte de distribuição de energia elétrica, mas para isso é
preciso a mobilização de toda a cidade desde já.
As
entidades organizadas já estiveram bem mais motivadas no passado,
principalmente na luta pela construção da ferrovia Leste/Oeste, mas atualmente
estão um pouco desligadas. Associação Comercial e Industrial e CDL podem ter
relevante papel nesse processo, colaborando para essa grande luta que vai com
certeza ter como conseqüência, caso se obtenha êxito, a geração de milhares de
empregos. E se o cidadão comum verificar que as autoridades estão lutando,
certamente também entrarão na luta, fator necessário para Itumbiara conseguir
sucesso em mais esta reivindicação que busca o seu desenvolvimento.
36 – Os dois últimos
governos municipais em Itumbiara não foram muito diferentes, praticamente
ficaram administrando crises provenientes do atraso de salários de servidores.
Veja as semelhanças dos governos Cairo Batista
Folha
de Notícias – 26 de novembro de 1998.
A hora da competência
A
vitória de um governo de oposição no Estado[60]
exigirá do prefeito municipal de Itumbiara uma nova postura administrativa para
o próximo biênio.
Mesmo
contando com a chamada parceria com o Governo Estadual do PMDB, Cairo Batista,
chega a dois anos de governo com uma avaliação negativa por parte da população
que esperava um desempenho melhor de sua administração.
Com
este novo cenário político, com governo de oposição no Estado, não terá
governador do seu lado e nem deputados estaduais, e mesmo contando com o apoio
de um deputado federal[61],
surge o grande desafio de governar com recursos próprios.
Se
o governo Cairo não reverter a situação, o prefeito municipal de 2001 já está
praticamente decidido em favor de um deputado aliado do futuro governador[62].
Esta previsão vem do resultado das urnas nessa eleição e das manifestações da
população no dia – a dia.
É
claro que o prefeito municipal tem todas as condições de melhorar sua avaliação
junto a população, pois as maiores adversidades de ordem financeira estão sendo
superadas, e seu sucesso nos próximos dois anos está em sua capacidade de gerir
os recursos financeiros do município.
Nesses
dois primeiros anos de governo, o principal fato levado a população foi da
administração da folha de pagamento dos funcionários. Nenhum cidadão elege um
governante para administrar salário de servidores públicos. Não interessa para
o cidadão esse assunto, o que ele quer mesmo são obras e bons serviços
prestados pela prefeitura. É importante ressaltar também, que já não há na
administração pública lugar para administradores irresponsáveis que leva os
municípios a um endividamento que compromete os serviços públicos básicos como
saúde, educação, iluminação pública, limpeza e asfaltamento dos bairros, mas o
segredo do sucesso de um prefeito está exatamente em satisfazer a população com
esses serviços, contando com os recursos que o município arrecada. Estouro de
orçamento poderá até resultar em punição para secretários da Fazenda e
Planejamento, conforme projeto de lei que está sendo elaborado pelo Governo
Federal.
A
avaliação do prefeito Cairo Batista pode ser melhorada se nos próximos dois
anos mudar sua atuação no gerenciamento dos recursos financeiros e humanos, na
prestação dos serviços públicos e na execução de obras.
Em
relação aos recursos humanos, o prefeito não pode ficar mais refém de greves
como ocorreu na FUMSAS. Seus auxiliares diretos têm que ter a capacidade de
solucionar problemas e não deixar que todo desgaste caia em cima do prefeito
por compromissos não cumpridos.
Quanto
a certos tipos de serviços como a iluminação pública e operações tapa-buracos
nas avenidas, não se pode esperar que o prefeito seja xingado primeiro, para
depois o serviço ser realizado. A prefeitura tem que ter equipes preparadas
para resolver o problema tão logo tenha acontecido. No caso específico da iluminação,
a população não pode ficar esperando meses para trocar luminárias.
As
obras necessitam também de um cronograma de início e término, pois quando se
demora muito como no caso do calçadão da avenida Beira Rio, que se a chuva não
atrapalhar será entregue no final do ano, traz também muito prejuízo a
popularidade do prefeito. Imagine todos os dias, centenas de pessoas,
formadores de opinião pública transitando naquele espaço inacabado da avenida,
o quanto traz de impopularidade ao prefeito.
Há
ainda, por parte da população, um desejo de ver que realmente é o prefeito que
administra a cidade e que ele tenha a maioria na câmara para governar, mas sem
ceder aos mais diversos interesses dos partidos que o levou a vitória na
eleição para prefeito. Enfim, os caminhos para reacender a esperança no sucesso
do governo Cairo ainda existem e tem como ponto fundamental a capacidade do
prefeito em administrar bem os recursos que tem. É como se ele tivesse no meio
de um rio: se tiver competência, atravessa e chega com fôlego na outra margem,
se não, morre afogado.
37 – O
controle de tráfego de veículos em Itumbiara nunca foi levado muito a sério.
Diariamente acontecem acidentes e o tempo vai passando.
Folha
de Notícias – 02 de julho de 1998.
A defesa da vida
No
início do mês, o trânsito de Itumbiara fez mais uma vítima. Uma criança de oito
anos foi atropelada por uma carreta na Avenida JK. Há 6 meses atrás, um casal
também perdeu a vida devido ao tráfego de carretas no centro da cidade. Na
ocasião, teve como local a Rua Benjamin Constant.
A
Avenida Afonso Pena também já foi palco para muitas tragédias envolvendo
atropelamento de ciclistas e pedestres por caminhões, como a de um funcionário
de uma grande empresa da cidade, que ao retornar para casa, depois do trabalho,
teve a sua vida ceifada.
A
cada novo fato, fico imaginando quantas vidas serão necessárias para
sensibilizar nossas autoridades, dentre elas, do Poder Legislativo, para cobrar
do Executivo, um projeto que limite o tráfego de caminhões e carretas em certas
vias da cidade e do Poder Executivo através de seu órgão competente para dar a
cidade condições de aplicação do novo Código de Trânsito, proporcionando uma
maior proteção, principalmente ao ciclista e ao pedestre.
Em
relação a carretas no centro da cidade, não há só perigo contra a vida, há
ainda o agravante da destruição do patrimônio público, já que certas vias não
permitem certas manobras, e estes veículos invadem as calçadas e passeios
públicos, deixando para trás um rastro de destruição.
Não
é só fato de caminhões colocar em risco a vida de muitos cidadãos, há também a
ação e omissão do Poder Público Municipal que contribui para isso, como o fato
da obstrução de calçadas, onde ocorre a omissão dos órgãos fiscalizadores e a
ação da COMPAVE[63] de
colocar recipientes para recolhimento de entulhos, obstruindo as principais
vias da cidade, sem a devida sinalização. Por sorte ainda não houve nenhum
acidente, mas não vai demorar a acontecer.
A
questão dos buracos feitos pela SANEAGO[64]
também já contribui para ceifar algumas vidas no trânsito, como a de um
condutor de uma garelli na Avenida JK. Aqui esse problema se eterniza. Sabe-se
quando é aberto, mas não há prazo para o fechamento.
Quando
se quer resolver um problema, nossos políticos conseguem, como no caso da construção
da terceira pista da BR 452, altura da Serrinha, onde depois de concluída,
possibilitará mais segurança em um local onde muitas pessoas morreram.
Não
precisamos ir longe para ver exemplos, como o da cidade de Goiatuba[65]
na defesa da vida, ao proibir o tráfego de caminhões no centro da cidade. Não
custa nada copiar o bom exemplo dos outros, ainda mais quando é para preservar
a vida humana.
Já
é tempo de dar mais proteção aos nossos ciclistas e pedestres.
38
– Durante o governo Cairo Batista – PMDB, 1997 a 2000 ele foi
duramente criticado. Neste artigo é destacada a importância do governante ter
sua tropa de choque, que faça o papel de defesa quando o governo é atacado.
Nesse caso particular, havia o fogo amigo, ou seja, membros do próprio governo composto
pelo PL , PT e PMDB torpedeavam a imagem do governante.
Folha
de Notícias – 17 de março de 1998.
A defesa da imagem
O
prefeito Cairo Batista (PMDB) vive um momento angustiante, provocado pelo
desgaste da imagem proveniente de denúncias à sua administração.
Apesar
de ter uma conduta inquestionável na vida pública e particular, o prefeito paga
um preço caro, por não ter tomado certas decisões que poderiam ter evitado que
sua administração fosse tão afetada.
A
primeira experiência refere-se a falta de um responsável pela área de
comunicação, que tivesse a experiência e identidade com o prefeito, capaz de
responder de imediato de forma clara e transparente sobre qualquer denúncia à
gestão do prefeito. Na falta deste profissional, o prefeito foi tendo sua
imagem desgastada a cada dia , sem a devida resposta convincente a população.
Toda
e qualquer administração para ser bem sucedida, tem que contar com uma equipe
sintonizada, a qual os liderados seguem incondicionalmente seu líder,
colocando-se a sua frente para defendê-lo.
Neste
ponto reside outro fator que contribui significativamente para o sofrimento de
Cairo Batista.
Na
política, já existem os inimigos naturais, que são da oposição, mas quando eles
estão revestidos de amigos e aliados, a situação do chefe político fica
insustentável.
É
natural a disputa pelo poder político, em se tratando de oposição, mas o aliado
jamais deve responder a confiança que o líder lhe depositou com ingratidão.
Toda
e qualquer conduta na Administração Pública que fere os princípios da
legalidade e da moralidade deve ser questionada e fiscalizada pelas
instituições competentes e os responsáveis punidos pelas transgressões, mas o
que não pode ocorrer é que aqueles que deveriam evitar estes deslizes deixem
que ocorram, desgastando de sobremaneira o chefe do poder executivo.
Certamente
o prefeito dará a volta por cima neste episódio triste na sua administração e
saberá tirar lições para que possa governar com sucesso o tempo que lhe resta
no governo municipal. Aprenderá que não existe santo em política e se cercará
daqueles aliados, que primeiro estarão na sua frente para evitar que ocorram
irregularidades em sua administração, e se elas ocorrerem, o que é possível em
qualquer governo, que tenha os verdadeiros amigos para defender a sua imagem.
Honesto
nós sabemos que ele é, mas só isso não convence. Como diz a sabedoria popular: além
de ser, tem que parecer honesto aos olhos da população.
39 –
Esta idéia de mutirão de limpeza foi utilizada por alguns governantes, como o
do Cairo Batista em 1997, Ivan Luiz no final de 2004. Em 2005, José Gomes da
Rocha inovou. Deu o nome de Operação Santos Reis e limpou todos os entulhos da
cidade.
Folha
de Notícias – 31 de dezembro de 1997.
Mutirões para a limpeza
Quando
da audiência pública para duplicação da BR 153 em que compareceram vários
ministros de Estado em Itumbiara, o prefeito Cairo Batista deixou seu gabinete
e juntamente com seus auxiliares, pegou a vassoura e na enxada e realizou um
grande mutirão de limpeza que deixou a cidade e principais vias onde
transitariam as autoridades bem melhor apresentáveis do que estão hoje.
Em
recente entrevista no programa JORNAL DO MEIO DIA da TV Serra Dourada, o
prefeito foi lembrado pelo apresentador da péssima imagem apresentada para
aqueles que entram em Goiás passando pela BR 153 que corta a cidade[66].
Muito mato, falta de sinalização, sujeira abundante, problemas que podem ser
amenizados com o mutirão que ocorreu como o da audiência pública. Respondendo
ao entrevistador, Cairo disse que já começou a melhorar o visual desta entrada
da cidade e de Goiás aqui no Sul do Estado, com a instalação da iluminação
desde a ponte Ciro de Almeida até o trevo da Maeda[67].
Não resta dúvida que é uma grande melhoria, mas que só é notada no período
noturno.
A
imagem que fica durante o dia é de sujeira, devido ao mato nas margens da
rodovia e de falta de organização por insuficiência de placas e sinalização. É
evidente que a maioria destes problemas, não são de responsabilidade da
prefeitura, mas sua participação indireta através de gestões ao DNER e ao
Governo do Estado, pode acelerar decisões que levem a esta melhoria neste
pedaço de rodovia que corta a cidade. Foi assim que ocorreu com a reforma da
Ponte Ciro de Almeida e com a implantação da iluminação e será assim também que
tornará possível melhorar a imagem que a cidade deixa com sua entrada.
O
problema das sujeiras nos bairros também pode ser amenizado com os mutirões. O
prefeito através de sua parceria com o governo estadual[68]
consegue hoje com mais facilidades, máquinas que podem fazer este trabalho. Há
muitos problemas, mas nenhum insolúvel em matéria de limpeza na cidade. Fazendo
como nas empresas privadas, onde o gerente deixa seu escritório com
ar-condicionado e vai pisar no chão da fábrica, resolve-se com mais facilidade.
O prefeito deixando seu gabinete e participando diretamente dos problemas, pode
também tornar menos difícil a sua solução.
A
melhora da imagem da cidade que começa com uma melhor limpeza foi promessa de
campanha do prefeito Cairo Batista. Em tempos de falta de dinheiro para
investir em equipamentos que proporcione esta melhor limpeza, a solução do
problema requer criatividade. Uma das alternativas é o mutirão. O próprio
prefeito que já participou de um, sabe que dá certo e resultado.
40 – Este texto foi escrito no
início do Governo Marconi Perillo. O autor equivoca-se nas suas previsões, já
que nos anos seguintes, as mudanças efetuadas alcançaram pleno êxito.
Revista
“Acontece” Itumbiara, edição de Dezembro de 1999.
O cidadão, a reforma no Estado e o
servidor público
O
governo estadual inicia o próximo ano com profundas modificações na estrutura
organizacional do Estado[69].
Entre os objetivos almejados, está o de prestar um melhor serviço público ao
cidadão. A reforma, como o próprio governador a define, é uma das mais
abrangentes já realizadas em Goiás, direcionando todas as ações para que o ente
estatal, cumpra de maneira eficiente e racionalizada, as atividades típicas do
Estado, nas áreas de Saúde, Segurança e Educação.
Aprovada
na Assembléia Legislativa sem maiores discussões, apesar de influir na vida do
servidor público, não foi ainda capaz de despertá-lo para as mudanças, e a
sociedade goiana, principal razão desta, também segue alheia às transformações
que poderão ocorrer.
Outra
razão do governo, é que ele não quer passar os próximos três anos, só pagando
dívidas de governos passados e saldando os vencimentos de seus servidores, sob
pena de se tornar impopular e não ter possibilidade de sucesso em uma futura
disputa eleitoral.
Para
atingir a finalidade proposta de melhorar o serviço público prestado, inclusive
com novos investimentos que proporcionem melhora na vida do povo goiano, o
governo deverá tomar pelo menos três atitudes: aumentar receitas, cortar
despesas e motivar o servidor público.
Reduzir
despesas não chega a ser difícil, e apesar do desgaste político, é feita com um
simples decreto, como o que exonera funcionários comissionados contratados por
critérios políticos.
Aumentar
receitas, também não chega a ser uma missão impossível, visto que com a
diminuição da sonegação, há muito potencial para crescimento na arrecadação de
tributos.
O
grande desafio está em motivar o servidor público, em número superior a 120
mil, há cinco anos sem aumento em seus vencimentos e sem grandes perspectivas
no futuro.
Como
vencer este obstáculo e conseguir fazer a reforma cumprir o seu objetivo de
fazer do Estado, uma organização eficiente, prestando serviço com qualidade, a
ponto de satisfazer as necessidades de seu cliente, que é todo o cidadão
goiano? Pelo fato de não haver nenhum Estado funcionando com a estrutura
proposta, qualquer previsão de sucesso ou fracasso é mera probabilidade. Para
quem conhece esta máquina pesada e cheia de vícios, fica sempre mais fácil
prever que as mudanças não virão tão rápidas como esperado.
Há
um grave defeito de concepção no projeto. Por ser fundamentado em fórmulas
concebidas por teóricos, que às vezes estão longe da realidade social do
cidadão e num momento em que predomina o econômico em detrimento do social, a
reforma poderá aumentar ainda mais as injustiças e os excluídos, gerando
desemprego e reduzindo o papel do Estado em programas que combatem a miséria[70].
A
melhor reforma e que tem chances de mudar a ação do Estado, não deve ser
concebida nas universidades renomadas ou nos gabinetes refrigerados.
Simplesmente passa pela transformação do homem público que detém o poder
político. Enquanto o homem que governa, legisla e até o que julga, usar o poder
como um meio de se dar bem ou beneficiar determinados grupos, desvirtuando o
dever-função de ser instrumento para realizar o bem-estar coletivo, cada nova
reforma, será apenas mais uma.
Para
se conceber o modelo de um novo Estado mais eficiente e moderno, não precisa
ser catedrático, basta, como propaga o próprio governo, varrer velhos hábitos.
O discurso governamental é bonito e sua implementação necessária para mudar o
Estado, mas entre o que se busca e o que o meio político permite, há uma grande
muralha. Por exemplo: será que prevalecerá a decisão governamental que exonera
funcionários comissionados contratados por apadrinhamento político?
Voltando
à discussão sobre o servidor público, não é suficiente apenas a aplicação de
recursos financeiros em programas de treinamento para mudar a sua mentalidade,
tornando-o mais eficiente e preocupado em prestar melhor serviço ao cidadão. O
meio mais eficiente de motivar está na mudança de hábitos daquele que governa,
pois seus exemplos contagiam. Se o governo for de poucos e para poucos,
premiando não aquele que presta o melhor serviço, mas ao cabo eleitoral, a
melhora do serviço público não passará de letra morta numa folha de papel.
O
Estado deve muito ao cidadão e só resgatará esse débito no dia em que conseguir
funcionar como coisa pública. Enquanto isso não acontece, não temos segurança
para sair às ruas, nem tratamento de saúde quando precisamos, ou educação para
nossos filhos. Já estamos torcendo para que a promessa de que o Estado vai
funcionar melhor seja amanhã uma realidade.
41 –
O drama de não receber salário em dia perdurou por muitos anos no Município de
Itumbiara agravando-se no Governo Luiz Moura, onde comissionados chegaram a
ficar até 10 meses sem receber.
Folha
de Notícias – 10 de novembro de 1999.
Salário dos servidores e seus
compromissos
Comerciante
quando vai efetuar uma venda a prazo para o servidor público, sempre fica
preocupado, pois certamente não receberá o dinheiro no dia estabelecido. É
preciso sempre estabelecer uma margem de atraso. O motivo não é que o servidor
público seja caloteiro ou planeja mal sua situação financeira, mas sim
justamente porque o patrão, principalmente quando é prefeitura, é um péssimo
pagador[71].
Há
secretários e secretários de Finanças no município[72].
Vamos fundamentar nossa crítica naqueles que não são capazes de planejar suas
despesas de acordo com as receitas que mensalmente chegam aos cofres públicos,
seja por desvios ou por incompetência mesmo. Claro que nesse caso, o maior
culpado não é o secretário, mas seu chefe, o prefeito da cidade.
As
justificativas para o atraso nos vencimentos dos servidores públicos são
clássicas. Vejamos alguns: - “A Receita do município caiu” – mas quem sabe, por
exemplo, quanto a sua cidade arrecada em IPTU, ISS, ou que recebe de
transferências da União e dos Estados, em especial no caso da parte do IPVA e
do ICMS[73].
Os prefeitos e secretários da Fazenda têm verdadeiro temor em informar aos
cidadãos o valor das receitas do município, pois terão muito que explicar onde
está indo o dinheiro.
Defenderão
alguns que, os balanços são publicados e
que o cidadão interessado poderá ter livremente acesso às informações sobre os
valores arrecadados, mas ninguém publica em seus programas de rádio ou informes
nos jornais. Quando o fazem, ocorre de maneira camuflada, para o cidadão não
entender.
É
preciso fazer justiça, sobre esta transparência no recebimento e aplicação do
dinheiro público a Câmara Municipal de Itumbiara, que periodicamente publica
nos jornais da cidade as suas receitas e despesas mensais, deveria ser um bom
exemplo a ser seguido[74].
É
interessante observar como certos governos têm medo da transparência e fazem de
tudo para aplicar a máxima de um ex-ministro: “O que é bom a gente divulga, o
que é ruim, a gente esconde.” Que falta faz nessa hora um canal de televisão,
uma emissora de rádio, jornais e revistas independentes, que trabalhem a favor
do cidadão.
Outra
justificativa ocorre a cada troca de governo. – “Recebi o governo com tantas
folhas de pagamento atrasadas”. – Alguns honram os compromissos anteriores,
outros parcelam e existem aqueles que esquecem. Em alguns casos, o governo que
sucede pertence ao mesmo quadro partidário, conviveu com os membros do governo
anterior, mas esqueceram de planejar as finanças[75].
Mas
será que tem mesmo justificativa, para que os governos municipais paguem seus
servidores constantemente com atrasos?
Há
algumas despesas que são sempre fixas como: despesa com servidores, que nunca
deveria passar de 60% das receitas correntes, 25% de despesas com educação,
mais uma porcentagem e 15% para a saúde,
outras para dívidas contraídas nas sugestões passadas, parte para manutenção da
máquina pública e no mínimo 10% para investimento. Para os desvios,
simplesmente nada.
É
difícil entender porque os governos municipais tratam seus mais valiosos
instrumentos para fazer um bom governo, com tanto desprezo. Certamente um
funcionário que está com os serviços de água, fornecimento de energia elétrica
interrompidos por falta de pagamento ou com visitas diárias de cobradores em
sua porta, não terá motivação para desempenharem um bom trabalho. Quem perde? O
Governo, com servidores que não apoiará e principalmente a comunidade, que terá
um péssimo serviço público prestado.
Já
é possível ao comerciante entender, e embora não justifique, o motivo porque
mais uma vez o funcionário público municipal não compareceu para pagar a compra
efetuada. Porque as empresas públicas que fornecem água e energia elétrica,
interromperam estes serviços, e ainda porque a telefônica já colocou no número
discado aquela simpática mensagem que identifica o usuário inadimplente e
finalmente porque a escola privada que usa bens municipais de graça com sua
eficiente assessoria jurídica executa diariamente as dívidas do mal pagador,
servidor público.
E
assim, a vida vai. O servidor público tem duas alternativas: não fazer
compromisso com seu pagamento ou votar melhor na próxima eleição.
42 –
A dona de casa com seu jeito austero de governar o lar, é mostrada como modelo
para se governar bem uma cidade.
Folha
de Notícias – 13 de janeiro de 2000.
O governante e a dona de casa
A
cada nova eleição para prefeito, os cidadãos vão as urnas com o desejo de
escolher o melhor para sua cidade, mas nem sempre as opções oferecidas
correspondem com as expectativas do eleitor.
No
final do pleito, um candidato sai vencedor, mas a população pode perder, e
pior, por um período de até quatro anos.
Como
escolher melhor então, se os partidos não estão a serviço do cidadão e sim de
uma casta privilegiada que se reveza em sugar as benesses do poder.
O
único meio ainda eficiente de melhorar a atuação do Homem Público continua
sendo através do voto, pois com ele se coloca muita gente ruim no poder, mas
também pode ser uma forma de evitar que eles cheguem lá.
Mas
os pretensos candidatos também podem dar uma mãozinha no sentido de se tornarem
realmente melhor opção para governar a cidade.
E
com isso seria possível?
Primeiro,
fazendo aliança com partidos que têm em seus quadros pessoas capazes, honestas
e bem intencionadas. Esse fator é primordial, pois ninguém governa sozinho.
Todo grande vencedor, tem boa equipe. Mas, será que esses homens existem nos
quadros partidários? É evidente que sim, sendo possível enumerar vários nos
principais partidos como o PSDB, o PMDB, o PL e o PT, proeminentes na política
local de Itumbiara.
Há
uma observação a se fazer, a de que deve predominar estas boas pessoas na
equipe de governo, pois todos já conhecem a história da “Fruta Estragada”.
O
bom governante não vence por acaso, primeiro ele planeja. Interessante
ressaltar que este político ideal quando usa um meio de comunicação, mostra
primeiro o que planejou fazer para a população e depois de eleito presta
contas. De maneira alguma, usa esse espaço para denegrir a imagem do adversário
político, pois sabe que o cidadão merece respeito, inclusive seu oponente.
O
bom político para governar sabe ainda separar com facilidade, o público do
privado, colocando-se como instrumento de levar o bem-estar coletivo e não
usando o poder para melhorar financeiramente sua vida pessoal, familiar ou de
seu grupo seguidor.
Não
há necessidade de já ser abastado economicamente, inclusive a vida tem
mostrado, que os mais pobres geralmente sabem delimitar bem, o que é seu e o
que não é.
Vencida
esta fase inicial de formação de equipe e planejamento, vem a de execução, tão
simples, que uma dona de casa, faz com mestria, pois tem um único segredo, faz
o que precisa, gastando o que arrecada.
A
dona de casa sabe, por exemplo, que todo dia tem que limpar sua casa, e para
isso reserva mensalmente o material e diariamente faz a limpeza. Ninguém vê uma
casa, mesmo a mais simples, sem iluminação. Nunca falta a lâmpada e o
querosene. E olha que a maioria das donas de casa, usa pouco mais de R$ 120,00
por mês[76].
Imagine o que ela não faria, se contasse com 1 ou 2 milhões de reais
mensalmente.
Outro
fator importante é que no final do mês, ela sempre mostra onde foi o dinheiro.
R$ 20,00 para a SANEAGO, R$ 30,00 para a CELG, R$ 60,00 para o Supermercado e
R$ 10,00 para a manutenção de casa. Ela tem ainda um segredo que o governante
tem que aprender: “Nunca gasta mais do que arrecada”. Pelo visto, não é difícil
ser um bom governante em uma cidade. A lição pode ser aprendida
43 –
O Poder Público não tem a mesma preocupação com as pessoas, se comparadas com
as Empresas Privadas. Falta disseminar neste meio uma cultura de prevenção.
Folha
de Notícias – 06 de janeiro de 1998.
É melhor prevenir
Os inúmeros acidentes
que ocorrem no dia-a-dia poderiam ser evitados, se as pessoas tivessem atitudes
preventivas nos lugares por onde freqüentam ou transitam.
Nos deparamos diariamente
com situações de riscos que podem ser eliminadas, poupando gastos com
hospitais, perda de patrimônio e até de vidas humanas.
As grandes empresas,
através de suas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS), são
exemplos de prevenção. Não somente porque existe uma legislação dura e uma
fiscalização constante, mas sobretudo pela cultura prevencionista que estas
comissões conseguem transmitir aos colegas trabalhadores e aos empregados.
Por outro lado,
pequenas empresas que absorvem um maior número de trabalhadores e órgãos
públicos que também exercem inúmeras atividades e são responsáveis pela
segurança nos espaços públicos não têm esta mesma preocupação. No caso das
pequenas empresas não vemos preocupação com a manutenção de suas instalações
elétricas, que inclusive já foi causa de alguns incêndios que destruíram
algumas lojas na cidade, ou atitudes mais simples como ensinar aos funcionários
a utilizar o extintor de incêndio. Nos órgãos públicos que abrigam um grande
número de funcionários e recebe um grande aglomerado de pessoas, não vemos
também esta cultura prevencionista.
Nos espaços públicos
onde também deveria haver esta preocupação prevencionista, quase sempre ela
está ausente. Para exemplificar, citamos o exemplo destes recipientes colocados
pela COMPAVE[77] em
diversas ruas da cidade para recolhimento de restos de construção civil.
Primeiro é preciso elogiar a atitude do prefeito Cairo Batista, que antes de
assumir o governo, prometeu que resolveria este problema, uma vez que antes os
restos de construções ficavam expostos no meio da rua, causando um mal visual
na cidade, além de se constituir num risco de acidente. A colocação destes
recipientes é um avanço, mas pela mal localização e falta de sinalização,
constituem-se numa situação que pode provocar graves acidentes. Outro exemplo é
a colocação de brinquedos, num pequeno parquinho que foi colocado nas margens
do Rio Paranaíba, em frente ao Arvoredo[78].
É um grande risco colocar crianças para brincarem ali, devido a grande
proximidade ao Rio. Um descuido pode ser fatal. Nas ruas da cidade, os
“quebra-molas” que foram colocados para reduzir a velocidade dos veículos e
evitar acidentes, pela falta de sinalização, constituem também, uma situação de
risco.
Enfim, não é preciso ir
longe, para ver tantas situações que podem provocar acidentes, e que podem ser
evitados, se tivermos um pouquinho de preocupação
Muitos
recursos podem ser poupados com dinheiro gasto nos hospitais, perda de
patrimônio e acima de tudo, vidas humanas podem ser preservadas. Basta que
preocupemos mais em prevenir acidentes.
44 –
O Código de Trânsito entrou no sétimo ano de existência e a cidade de Itumbiara
ainda não tem um trânsito digno do tamanho da cidade.
Folha
de Notícias – 29 de janeiro de 1998.
O trânsito e a prefeitura
Durante estes primeiros
dias de vigência do novo Código de Trânsito, ficou faltando à manifestação do
Poder Público municipal sobre o que será feito pelo município para garantir a
segurança dos veículos e pedestres nas vias urbanas[79].
Uma melhor arrecadação
através das multas que serão lavradas já está garantida, pois há uma certeza do
poder fiscalizador através da Polícia Militar, mas fica o questionamento se as
vias que cortam a cidade estão devidamente projetadas e sinalizadas para
garantir a defesa da vida, a preservação da saúde e do meio ambiente, que são
alguns dos objetivos básicos do novo código.
Trafegando por algumas
ruas e avenidas, encontramos algumas anormalidades e que merecem a atenção do
município no sentido de dotar a cidade de condições de aplicação da Nova Lei,
sob pena dos infratores utilizarem como pretexto e às vezes até com razão o
artigo 90 onde diz que não serão aplicadas as sanções por inobservância à
sinalização, quando esta for insuficiente ou incorreta. Em várias ruas
centrais, não há como não invadir a faixa do pedestre para fazer a travessia,
principalmente nas imediações da Praça da República.
Outra deficiência de
sinalização está na colocação de caçambas para recolhimento de entulhos que se
constituem em obstáculos à circulação e a segurança de veículos e pedestres,
contrariando o artigo 94 do código.
Além dos aspectos de
sinalização, o município precisa investir em desobstrução de calçadas como é o
caso da Avenida Itarumã onde várias vidas já foram ceifadas, já que o pedestre
tem que transitar pela mesma, uma vez que onde existem foram ocupadas por
bares, tubos de cimento e mato.
É preciso ainda pensar
num projeto de trânsito mais amplo que
disciplinem a carga, descarga, estacionamento e circulação de caminhões
e carretas no centro da cidade. Quantos pedestres, ciclistas e motoqueiros
poderiam estar vivos e com suas famílias se este assunto já estivesse
regulamentado no município?
Vivemos um momento
privilegiado em que temos um representante [80]da
cidade dirigindo o DETRAN no Estado e este órgão poderia dar uma colaboração
substancial para dotar a cidade de um moderno projeto de trânsito, há muito
cobrado pela população.
Para
que os objetivos do código sejam alcançados, principalmente na defesa da vida,
faz-se necessário que sob pena de responsabilidade, a prefeitura dê a cidade
condições de trânsito compatíveis com as necessidades de segurança. O trânsito
em condições seguras, que é acima de tudo um direito de todos e dever do
município nas vias urbanas só se concretizará se os órgãos competentes fizerem
as suas partes, do contrário, será apenas mais um instrumento de arrecadação e
as vidas humanas continuarão sendo ceifadas.
PARTE
IV
O
ENSINO SUPERIOR EM ITUMBIARA
45 - O ensino superior deve
ter do governante municipal sempre uma preocupação prioritária, pois se observa
nas cidades e países mais desenvolvidos, que ele está diretamente ligado a este
desenvolvimento. Em Itumbiara a história sempre foi complicada. Hoje na cidade
existem três universidades, a UEG, que é pública, a UNIFASC e ILES ULBRA[81],
que são privadas. A UNITUM teve alguns anos de vida, mas foi adquirida pela
ULBRA. Sobre ela foi escrito o seguinte
artigo:
Folha
de Notícias – 25 de agosto de 1998.
A UNITUM em Itumbiara
A
UNITUM[82] –
Faculdades Unidas de Itumbiara, através de seu diretor Dr. Sílvio Aparecido
Crepaldi em ofício a este jornal, mostra o outro lado do ensino superior em
Itumbiara.
Embora,
tenha sido criada em
Oferecendo
três cursos, onde o de Pedagogia teve seu reconhecimento antes mesmo de formada
a primeira turma, e ainda os cursos de Tecnologia em Processamento de Dados e
Letras em processo de reconhecimento, a UNITUM caminha para expansão, contando
com uma área com mais de
Outro
ponto destacado pela direção da UNITUM, refere-se ao quadro de professores, que
em sua maioria são mestres e doutores em suas áreas específicas.
No
mês de julho, tive a oportunidade de conversar com alguns alunos dos Estados do
Pernambuco e Ceará que mostraram também outro lado positivo da UNITUM, que é a
sua participação no Programa Federal Universidade Solidária, capacitando
pessoas para acabar com o analfabetismo no Nordeste.
Todos
esses fatores, são motivos de orgulho para a cidade de Itumbiara, pois mostra o
potencial da formação de um grande pólo universitário na cidade. Mas é evidente
que deveríamos estar mais bem desenvolvidos em termos de ensino superior na
região. Embora os diretores da UNITUM discordem, defendendo que no caso de sua
instituição, o crescimento em três anos é muito grande, levando em conta, que
foi tudo conquistado com esforço próprio.
Defendemos
que deveria haver um projeto para o ensino superior na cidade. Mesmo não sendo
obrigação do Município, ele deve fomentar o desenvolvimento, inclusive dando
condições iguais aos que aqui se instalam e trabalhando para o ensino gratuito
através de extensões das universidades Estadual e Federal.
No
caso específico da UNITUM, um trecho do ofício mostra a falta de apoio das
lideranças políticas, e mais grave ainda, alguns têm trabalhado contra a
instituição.
Chega
a ser curioso, por que se dá tanta coisa para uma, como prédio, fazenda,
cursos, boa localização e dificulta o funcionamento da outra instituição, no
caso a UNITUM.
Confesso
que chego a ficar com inveja da cidade de Ituiutaba – MG, quando vejo os
portões abertos de suas instituições, tanto a particular ESCCAI, quanto a
Universidade Estadual que a cada dia crescem mais, onde os alunos de uma
transitam normalmente pela outra, criando um verdadeiro espírito universitário.
É por isso que eles estão ganhando mais dois cursos, Ciências da Computação e
Psicologia.
Certamente
atingiremos o estágio atual no ensino superior quando nossas lideranças
políticas tiverem uma visão de futuro[83].
Nesse dia a FESIT estará regularizada e a UNITUM com mais cursos. Em tempo, é
bom perguntar, porque não foi dado as mesmas condições à UNITUM, como as
concedidas a CELSP. Como exemplo o terreno na Beira Rio. Não seria melhor sinal
de organização da cidade, ter suas Faculdades funcionando
46 – Na gestão do presidente
Fernando Henrique-PSDB,
Folha
de Notícias e O Popular - 30 de outubro
de 1997.
Universidades privadas devem pagar
impostos
Algumas
universidades privadas tentam, ao arrepio da lei, se instalar fora de suas
áreas, onde a legislação permite. Beneficiárias de imunidade fiscal, são,
portanto, isentas do recolhimento de tributos federais. Isso enseja situações
como a da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), que, graças às isenções, já
possui cinco aviões para transporte de seus professores.
Além
da imunidade fiscal, contam também com outros benefícios, como ocorreu na
cidade de Itumbiara. Aqui, políticos desafetaram um valioso patrimônio para
ceder a uma universidade do Rio Grande do Sul, a pretexto de que ela está
colaborando com o processo educacional e, portanto, merece estes incentivos. Na
verdade, não passam de empresas lucrativas, que penalizam a sociedade, em vez
de beneficiá-la.
Em
Goiás, tem ainda o caso da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), que é
um bom exemplo para se refletir sobre o assunto. Amparada por uma liminar, vai
funcionando em desacordo com a legislação educacional, mas contando com apoio
de políticos e segmentos importantes do Estado[84].
Em Itumbiara, a Universidade Luterana tentou fazer o mesmo. Como não conseguiu,
sua mantenedora está administrando os cursos que pertencem a uma fundação
municipal. Desistiu de atuar como universidade e criou um instituto luterano,
visando conseguir mais cursos.
Aqui
em Itumbiara temos o protótipo perfeito destas entidades: prédios bonitos e
mensalidades altas, privilégios pagos pela sociedade. Há a esperança de que
estas universidades paguem impostos no ano que vem, mas ainda depende da
criação de regras pela Receita Federal.
Outro
fator a destacar é que, graças ao seu alto poder econômico, tais instituições
exercem grande força na formação da opinião pública, proveniente de
investimento vultoso nos meios de comunicação, fazendo com que, mesmo em
desacordo com a legislação educacional, consigam apoio político e de parte
influente da população.
47
– E depois de formado nas faculdades de Itumbiara, será que
a vida melhora. Veja a seguir pesquisa sobre alguns alunos formados em
administração de empresas.
Folha
de Notícias – 11 de julho de 1998.
A vida depois de um diploma
O
que muda na vida de um cidadão, após quatro anos dedicados à formação
universitária e investimentos financeiros que dariam para comprar um carro
popular novo?
Para
buscar resposta, pesquisamos sobre as atividades que estão exercendo hoje 46
alunos de uma sala da primeira turma do curso de Administração de Empresas da
FESIT[85] –
Fundação de Ensino Superior de Itumbiara, que concluíram o curso em 1993, e
chegamos aos seguintes dados:
A
evasão naquele curso foi relativamente baixa, principalmente devido ao baixo
custo da mensalidade, que gerava em torno de 70% do salário mínimo.
A
maioria dos estudantes estava empregada em Bancos principalmente na Caixa
Econômica Federal, Banco do Brasil, BEG e empresas como Maeda, Caramuru e
Paulista.
Pelo
menos 14% desse grupo de alunos deixaram à cidade de Itumbiara, tendo como
principal motivo, transferências efetuadas pelos Bancos onde trabalhavam.
Um
outro fator a observar é que apesar do curso dar grande ênfase a formação de
empreendedores, quase ninguém arriscou a abrir seu próprio negócio. O lado
positivo da questão é que 8% que tinham seu próprio empreendimento, conseguiram mantê-los, apesar das dificuldades
econômicas, onde no mercado, estão sobrevivendo só os empresários com grande
competência.
Mesmo
com diploma de um curso superior na mão, isso não garante a certeza de um
emprego e pelo menos 6% daquela turma estão hoje batalhando por um emprego.
Alguns
formandos daquela época, também não pararam no tempo e pelo menos 10% fizeram o
curso de pós-graduação na área, enquanto
8% estão fazendo outros cursos como Letras e Direito.
Um
ponto de deficiência do curso, é que não conseguiu despertar a consciência
política dos administradores. Cada um seguiu o seu caminho, não procurando
lutar pela união da classe, formando, por exemplo uma associação de administradores.[86]
Apesar
de quatro anos de convivência, os laços de amizade, parecem que não foram tão
fortes, pois nem sequer uma vez, essa turma se reuniu após a conclusão do
curso.
Analisando
os pontos positivos e negativos do curso, a conclusão é que vale a pena
qualquer sacrifício na busca de um diploma.
Com
certeza, sem o diploma, o desemprego seria muito maior do que o verificado no
grupo pesquisado, e a qualidade de vida de cada administrador que se formou não
seria a mesma.
Estes
dados demonstram que vale a pena o sacrifício de cursar uma faculdade e se
constitui uma razão para aquela turma de 1993 reunir-se e comemorar as
conquistas que o diploma trouxeram.
48 –
Este texto narra a situação da FESIT em 1998. Passado alguns anos, a ULBRA cresceu
com novos cursos e tornou-se uma referência na região. A FESIT viveu momentos turbulentos.
Folha
de Notícias – 12 de agosto de 1998.
O futuro da FESIT
No
dia 19 de janeiro de 1996, uma Comissão de Inquérito Administrativo,
constituída para apurar irregularidades nas faculdades mantidas pela FESIT –
Fundação de Ensino Superior de Itumbiara, emitiu um relatório que recomendava a
devolução imediata pela CELSP – Comunidade Evangélica Luterana de São Paulo, do
patrimônio e cursos da fundação pública ou sua extinção, caso o Município fosse
incapaz de administrá-la.
Para
quem passa hoje pela Avenida Beira Rio e vê um prédio bonito escrito ULBRA, ou
vê os anúncios de vestibular promovidos por uma FESIT – ULBRA e ainda verificar
que todos os diplomas que estão sendo emitidos são pela FESIT, devem
questionar, que entidade de ensino superior realmente funciona naquele prédio.
O
relatório da Comissão de Inquérito é altamente confiável, pois afinal era
presidido por um membro da Secretaria de Estado da Educação e contava ainda com
representantes da Polícia Federal, Delegacia do MEC em Goiás, Procuradoria da
República e do Estado, Tribunal de Contas do Estado e dos Municípios.
Entre
as conclusões contidas no relatório, transcrevemos algumas e só assim o leitor
entenderá porque estamos tão estagnados em termos de ensino superior em
Itumbiara.
Os
erros da FESIT, instituição de direito público começam com sua transferência
para a SOMA-FESIT, uma entidade privada. Sobre esta, diz o relatório:
“Conclui-se que, por falta de necessária e adequada formalização, não houve a
absorção da FESIT, pela SOMA-FESIT... a instituição desta, nos moldes que se
processou, manifesta-se juridicamente inviável”. Mesmo não existindo
juridicamente, esta entidade no dia 22 de julho de 1994 celebrou um protocolo
de intenções com a Comunidade Evangélica Luterana de São Paulo com o objetivo
de troca de mantenedoras e transferências das Faculdades, através da ULBRA,
cuja mantenedora é a CELSP.
Em
07 de outubro de
Foi
mais uma aberração jurídica que resultou na suspensão do vestibular previsto
para 08 e 09 de julho de 1995.
Diante
desses fatos, o prefeito municipal da época nomeou um corpo administrativo e
celebrou um convênio entre a FESIT e a CELSP, para que a ULBRA administrasse os
cursos. Sobre esse novo fato, conclui o relatório: “A administração da FESIT
pela CELSP-ULBRA, não é diferente juridicamente do estado da SOMA-FESIT, que
foi julgado pelo Tribunal de Contas dos Municípios, pois uma entidade privada
não pode valer-se da autorização de funcionamento inerente à fundação pública...
a Fundação tem a obrigação de atingir seus próprios fins, sob pena de extinção,
devendo seu patrimônio (bens materiais, cursos, alunos) ser gerido por sua
direção.”
No
final, a Secretaria de Estado da Educação dá um prazo de 90 dias para o
prefeito da época restabelecer a FESIT, que é bom lembrar foi construída com
dinheiro público, isto é, dinheiro do cidadão itumbiarense e outras subvenções
do Estado e de particulares, portanto deve atingir os seus fins que era servir
a comunidade itumbiarense, que por sinal, tinha os mesmos cursos que tem hoje e
com mensalidade menor do que o salário mínimo. Mas infelizmente o pior
aconteceu, os cursos foram passados irregularmente, a mensalidade triplicou de
preço e o protocolo de intenções pela situação de hoje, certamente não foi
cumprido.
O
relatório dá então este caminho: Ou o Município assume sua fundação, ou faça
sua extinção, reincorporando ao Município todo o patrimônio.
Já
se passaram dois anos e a comunidade continua privada de novos cursos e com a
situação da FESIT indefinida[87].
Quem
poderá dar uma explicação à comunidade sobre esse fato? A Câmara Municipal, a
prefeitura, os diretores da extinta SOMA-FESIT que celebraram o termo de
intenções, A Secretaria de Estado da Educação, a Delegacia do MEC em Goiás? Ou
o povo de Itumbiara não merece consideração.
Será
que os pais estão satisfeitos tendo que mandar seus filhos para fora, sendo que
há muito tempo poderíamos ter novos cursos, inclusive fazendo parte da
Universidade Estadual, o que permitiria o acesso de muita gente que não está
cursando uma faculdade, pois o custo da escola privada é muito alto.
E o
patrimônio da FESIT, como ficará? A comunidade de Itumbiara certamente merece
uma resposta.
49 – Num
primeiro momento, o universitário itumbiarense viajava para Goiatuba e
Ituiutaba por causa da falta de opção em Itumbiara. Hoje o
problema é devido ao menor preço de mensalidade, se comparados com a ULBRA
Folha
de Notícias – 01 de abril de 1998.
O migrante universitário
Diariamente,
uma centena de jovens itumbiarenses deixa a cidade para buscar em Goiatuba e
Ituiutaba conquista de um diploma universitário.
Em
Goiatuba são 55 alunos que diariamente arriscam a vida na perigosa BR 153 para
cursarem Administração de Empresas e Pedagogia, pagando R$ 70,00 de mensalidade
e mais R$ 37,00 de transporte. Motivo: fica mais barato do que cursar em
Itumbiara.
Para
a cidade de Ituiutaba – MG, mais 45 alunos enfrentam os perigos da BR 365 para
cursarem Direito, Contábeis, Letras e Processamento de Dados, pagando
mensalidades que variam de R$
Outro
grande número de jovens deixa a cidade para fixarem residência em Goiânia,
Uberlândia, Ituiutaba ou Rio Verde para buscar opções que não são oferecidas na
cidade.
Há
cerca de três anos, políticos bem intencionados fizeram de tudo para que se
instalasse um pólo universitário na cidade, mas os resultados obtidos até hoje
são pífios[89].
Os
cursos não atendem a demanda, as mensalidades excluíram boa parte dos jovens, e
a grande promessa da instalação de novos cursos parece cada dia mais distante.
Chega
a ser contraditório o que o município faz para as instituições que aqui se
instalam visando ao lucro e ao tratamento dispensados aos seus cidadãos.
O
Município de Itumbiara alegará que sua obrigação é com o ensino fundamental,
mas ao deixar de investir também um mínimo possível no ensino superior, está
abrindo mão de um importante fator de atração de investimento empresarial, que
é a formação de mão-de-obra qualificada.
Comparando
o tratamento dado ao estudante universitário itumbiarense em relação ao
oferecido aos empresários de algumas escolas particulares que aqui se
instalaram, fica evidente a posição de inferioridade do filho da terra. Por
exemplo, a ajuda da prefeitura municipal de Itumbiara aos estudantes de
Ituiutaba se resume no subsídio de 50% do valor de contrato da prestação de
serviço a mais combustível. Aos estudantes de Goiatuba, nem um subsídio é dado,
enquanto que outro lado recebeu terrenos e até prédios para funcionamento.
A
desvantagem aumentou nesta gestão, sendo inferior à de prefeitos anteriores,
onde os estudantes contavam com o ônibus do próprio município. Conforme
explicação do prefeito Cairo Batista – PMDB, o ônibus foi retirado para atender
o transporte de alunos para a escola agrícola.
A
questão central não é discutir sobre o que o município é obrigado, a investir
em educação, mas sim de no mínimo, dar um tratamento de igualdade em benefícios
entre os que aqui se instalam e alunos que estão buscando uma formação fora
para aplicar os conhecimentos na cidade de Itumbiara.
É
tempo também de cobrar a instalação de novos cursos daqueles que obtiveram
benefícios em troca dessa promessa, sob pena de continuarmos com uma cidade que
não dá o devido valor ao seu jovem que quer crescer e que prefere deixá-lo
desamparado, arriscando a vida e pagando um alto preço por um diploma
universitário.
PARTE
V
O PODER LEGISLATIVO EM
ITUMBIARA
50
– Há críticas constantes sobre o papel
desenvolvido pelos vereadores no Brasil. O assunto está hoje mais em discussão,
devido a Resolução do TSE que reduziu em mais de 8 mil de um total de cerca de
60 mil o número de vereadores , sendo que a cidade de Itumbiara teve uma
redução de 17 para 10 vereadores. Neste texto procura-se criticar as sessões de
homenagens prestadas pela Câmara Municipal.
Folha
de Notícias – 11 de dezembro de 1997.
A Câmara e as homenagens
Entre
as atribuições que compete privativamente a Câmara Municipal, está a de
conceder título de cidadão honorário ou conferir homenagem a pessoas que
reconhecidamente tenham prestado relevantes serviços ao município ou nele se
destacado pela atuação exemplar na vida pública e particular. Como lembra um
deputado da cidade, o tratamento dispensado para aqueles de outras cidades,
estados, ou que aqui estão se instalando, é de endeusamento, enquanto os que aqui
já estão estabelecidos o tratamento é pão e água. Um dos argumentos que
corroboram este pensamento está nas homenagens prestadas pela Câmara Municipal
de Itumbiara. Raramente alguém que vive há mais tempo na cidade, é digno de
alguma homenagem.
Outro
aspecto interessante relacionado com homenagens está no fato das mesmas estar
ligadas a políticos e pessoas de alto poder aquisitivo, como se os cidadãos
humildes e de baixo poder econômico não fossem dignos de homenagens ou capazes
de prestar relevantes serviços à cidade, sem contar ainda que é deles que vêm
os melhores exemplos de vida pública e particular.
Há
ainda alguns argumentos que reforçam a discriminação ao indivíduo já
estabelecido na cidade, como por exemplo na área de economia e esportes. No
futebol, quando os dirigentes querem afastar o torcedor de campo, é só colocar
jogador formado na própria cidade. Os poucos que vão ao campo, não torcem,
apenas desabafam seus problemas do dia-a-dia, falando palavrões impublicáveis
aos jogadores.
Na
economia, há grandes incentivos para o industrial que vem de fora, enquanto os
comerciantes, prestadores de serviços e pequenos industriais não gozam de
tratamento especial. Está na hora de mudar o endeusamento daqueles que vem de
fora e menosprezo aos próprios cidadãos da comunidade, e a Câmara poderia
começar dando o exemplo.
51 – A imagem do Legislativo
passou por um momento crítico
Folha
de Notícias – 16 de agosto de 1997.
A imagem do Legislativo
Apesar
da importância do Poder Legislativo, seus representantes não têm atuado
proporcionalmente à grandeza da instituição. Há algumas falhas imperdoáveis por
parte de nossos legisladores e a mais grave é a renúncia ao papel concedido
pelo povo, através do voto. Em certas câmaras municipais, a mediocridade é tão
grande, os vereadores produzem tantas inutilidades, que, às vezes, eles passam
despercebidos e dão a impressão de serem desnecessários.
Nas
assembléias legislativas, parece haver apenas uma parte atuando: aquela que é
cooptada pelos governadores, aprovando o que este quer, independente de ser bom
ou não para o cidadão. A opinião inexiste em idéias e nas discussões de
projetos, resume-se à presença física no parlamento.
O
Congresso Nacional mais parece um órgão do Poder Executivo, aparecendo somente
na defesa de assuntos corporativos, em detrimento do seu papel no equilíbrio do
poder do Estado. Com tanta ineficiência do Poder Legislativo, a democracia fica
empobrecida e, conseqüentemente, o povo, que não tem uma representação digna.
A
deficiência não está na estrutura política, partidária ou legal, está mesmo na
falta de grandes homens, capazes de defender idéias e não interesses menores. A
Câmara Federal ensaia uma reação, através de uma agenda parlamentar que é uma
autocrítica do quanto está devendo à sociedade. Mas mudança mesmo só ocorre com
o voto, e este instrumento nossa geração tem a disposição. Está faltando
somente escolher melhor.
52 – O
autor defende o patrimônio público do município de
Itumbiara, que durante vários governos
eram entregues a particulares, após aprovação com facilidade por parte
do Poder Legislativo.
O
Patrimônio Público que vira Privado
Folha
de Notícias, 10 de dezembro de 1997.
A
transferência de bens públicos para a iniciativa privada é um assunto que
deveria merecer do Poder Legislativo Municipal uma reflexão maior na votação de
projetos que envolvem este tema. Primeiro, porque há de se observar a origem e
a quem se destina estes bens e acima de tudo quando se transfere para
particular, verificar o custo/benefício e a que parcela da população está sendo
beneficiada.
Atualmente
um projeto de lei que autoriza o Poder Executivo Municipal a dispor de bens
públicos está sendo questionado no Poder Judiciário, por iniciativa do
Ministério Público, certamente não tão benéfico para a população, pois houve
manifestações que provocaram a ação da promotoria.
Geralmente
algumas áreas em Itumbiara localizadas na Av. Beira Rio, e pertencentes a
prefeitura, são as mais solicitadas. Neste local já houve cessão de bens e
doações para associações, escolas particulares e ultimamente para empresa ligada
ao ramo náutico.
Qual
foi a parcela da população beneficiada com a transferência deste patrimônio
público?
Parece
apenas justificar àqueles que representam segmentos organizados da cidade, os
que não ocorre com entidades com fins lucrativos e destinados a uma parcela
restrita da população. Neste caso, o mais correto seria a alienação, com algum
retorno econômico para o município ou social, no caso das empresas que gerarão
empregos.
Embora
o Código Civil enseja dúvidas sobre a possibilidade da utilização dos bens em
caráter privativo, parece que há agora uma nova interpretação, que uma vez
desafetados estes bens podem ser alienados.
É
preciso ter o mesmo cuidado com o bem público, como se tem com os bens
particulares, afinal, ninguém sai doando seus bens de qualquer modo, e os bens
públicos pertencem a cada cidadão, daí levá-lo em consideração na hora de
transferir este patrimônio.
53 – É
preciso ler o texto jornalístico com um espírito crítico. Não se pode afirmar
que tudo que chega às pessoas, através de rádio, jornal ou televisão seja
verdade. Outro aspecto destacado pelo autor, refere-se ao questionamento de
quem o jornalista está a serviço ao escrever um texto. Se da sociedade ou de
outras entidades.
Folha
de Notícias – 10 de janeiro de 1998.
PARTE VI
MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL EM
ITUMBIARA
A liberdade de opinião
A
verdade absoluta, se é que existe, parece navegar de um meio a outro de
comunicação, de acordo com que o filósofo de Oxford, Isaiah Berlin, definiria
de Liberdade Positiva, onde cada um procura dizer o que pensa com base no
conhecimento do que é correto. Se você liga o rádio, a televisão ou lê um
jornal ou revista, vai formando opinião sobre determinados assuntos e de
repente vão se tornando verdades.
O
que há de positivo nisso, é que se forma a Opinião Pública, poderoso
instrumento de formação da vontade política, influindo na vontade do governo.
Num regime democrático como o que vivemos, isto ganha muita importância, pois
se constitui em mais uma maneira da sociedade participar do governo. Mas como
dizia Bertrand Russel, esta não é a melhor forma de governo, é apenas a menos
ruim.
Assim
como não temos uma verdade absoluta, também não temos uma democracia pura, o
que faz com que nem sempre a opinião que está sendo emitida, esteja comprometida
com o bem-estar geral de uma comunidade. Portanto, ao ler um artigo ou ouvir
uma opinião no rádio ou televisão, é necessário ter um espírito crítico para
descobrir qual interesse está por trás da opinião emitida. Pode ser uma opinião
isenta, profissional, transparente, mas pode ser também de alguém a serviço de
um partido político, de um grande grupo econômico, ou seja, apenas um interesse
pessoal, que em nada contribui para o crescimento de uma sociedade.
Somente
um leitor, ouvinte ou telespectador inteligente é capaz distinguir se há um
grupo de pressão de natureza econômica, política, religioso querendo preparar a
opinião pública para dar legitimidade à certas ações, as vezes prejudicial a
população. O público alvo destes grupos são as pessoas de baixo nível cultural,
que são facilmente manipuladas. Ao contrário, àqueles que trabalham realmente
para o engrandecimento de um povo, estão voltados para as pessoas inteligentes,
capazes de formar a verdadeira Opinião Pública, que influi nos governantes ajudando-os
na construção de uma sociedade melhor.
54 – É
importante a reflexão sobre o papel dos meios de comunicação, como instrumentos
para construção da cidadania. Pela formação de parte do povo brasileiro, constata-se
uma manipulação desses meios, segundo o ponto de vista do autor.
Folha
de Notícias – 21 de outubro de 1998.
Meios de comunicação e cidadania
Apesar
de vivermos em um país onde a cidadania é um dos fundamentos e a construção de
uma sociedade livre, seu objetivo, observamos que ainda estamos longe do ideal.
Hoje ainda é possível encontrar fatos como o do governante que ameaça demitir o
funcionário que não vota no candidato indicado, como se não vivêssemos num
estado democrático de direito.
O
cidadão, principalmente no campo político, ainda desconhece os conceitos
básicos que faz, por exemplo, que um professor escolha um candidato a
governador não por suas virtudes, mas sim por considerar que o outro é
comunista. É bom ressaltar que nenhum dos dois candidatos é adepto desse
sistema.
Esse
mesmo desconhecimento faz com que a aluna de um curso superior pregue que se o
Lula ganhasse a eleição iria tomar as pequenas propriedades produtivas para
fazer reforma agrária.
Outro
aluno do segundo grau, de uma escola particular, diz que não vota na esquerda,
porque são todos comunistas. Questionado sobre o significado desse termo, ele
não soube responder.
Um
dos instrumentos que poderia ser melhor utilizado e suprir esta deficiência que
a escola não consegue educar para a plena cidadania, seria a utilização dos
meios de comunicação.
O
rádio, os jornais, revistas e televisão, deveriam reservar, pelo menos um
pequeno espaço para ajudar na formação de verdadeiros cidadãos. Mas o que vemos
hoje, infelizmente é um trabalho para a alienação total das pessoas.
O
que se poderá, por exemplo, tirar de aprendizado após passar um domingo todo
assistindo Xuxa, Gugu e Faustão? E durante a semana, enquanto o país vive uma
grave crise econômica, o telejornal mais visto dedica mais espaço a filha de
Xuxa, a acidentes com seus atores e o resto do tempo com curiosidades do mundo
animal.
O
rádio, considerado um meio de maior penetração na comunidade, em que pese o
esforço principalmente das emissoras AM e FM devidamente legalizadas de
dedicarem mais tempo a informação, ainda estão devendo no sentido de
colaborarem para a formação da plena cidadania. Poderiam dedicar um tempo maior
a debates envolvendo pessoas dos diferentes ramos do conhecimento e assim
ajudarem na formação de verdadeiros cidadãos.
As
rádios comunitárias se cumprissem os seus papéis como legalmente está previsto,
seriam também importantes instrumentos de transmissão de conhecimentos, mas
pelo contrário, seus diretores estão fazendo as mesmas funcionarem como
convencionais, sem a mínima preocupação com a qualidade daquilo que vai ao ar.
Os
jornais e revistas também devem dedicar um mínimo espaço para veicular idéias,
denunciar ilegalidades, enfim promover o despertar do senso crítico numa camada
da população que tem um nível cultural maior, mas desmotivados para construírem
uma comunidade melhor.
Não
basta apenas que nossos veículos de comunicação reproduzam o noticiário das
grandes agências de notícias ou dos departamentos de comunicação dos
governantes e ainda leve entretenimento com seus programas musicais.
É preciso
muito mais. Criar um verdadeiro cidadão na comunidade, que consciente dos seus
direitos e deveres, sejam os agentes de transformação para construção de um
país mais justo.
55 – O
jornal desempenha um importante papel na relação com o leitor, mas nem sempre o
cumprem de maneira produtiva para seu principal cliente. É possível mudar este
cenário? É o desafio que o autor propõe.
Folha
de Notícias – 24 de junho de 1998.
Compromisso com o leitor
No
segundo Seminário Internacional de jornais diários ocorrido em Brasília no mês
de abril, entre os vários assuntos debatidos, deu-se ênfase em um dos painéis
onde participaram grandes nomes do jornalismo brasileiro e internacional e a
posição do leitor em relação aos jornais.
O
leitor deve ser hoje a razão central de qualquer jornal que queira crescer e
manter credibilidade junto à sociedade.
Os
jornais que sempre deram muita importância principalmente às instituições
políticas, veiculando em sua maior parte, notícias políticas, necessitam mudar
sua atuação, centrando a atenção nas pessoas, principalmente da comunidade
local, que executam outras atividades que não político-partidária.
Embora
os políticos se sintam injustiçados, já que, conforme defendeu o porta-voz da
presidência da República, Sérgio Amaral, a imprensa vê o governo revelando só
coisas boas e escondendo as ruins, enquanto por outro lado, o governo vê a
imprensa dando maior espaço aos desacertos governantes. No interior, a situação
é um pouco diferente dos grandes jornais, e muitos para sobreviverem, precisam
do apoio econômico dos governantes, mas devem ter o cuidado de dar o devido
espaço ao cidadão comum, pois do contrário corre-se o risco de ficar sem o
leitor. O leitor valoriza muito mais o jornal quando ele e seu cotidiano é o
centro da notícia, e isso pode ser comprovado pelo retorno que temos dele nas
opiniões que emitimos, quase que diariamente neste jornal.
Seja
ela idêntica com o pensamento do leitor, como no caso do senhor que mora na
Avenida Beira Rio em frente onde vai ser construído o calçadão, que detesta os
políticos desonestos, defendendo que eles devem ser advertidos sobre certas
posturas, ou do próprio político que vai ao rádio se defender, dizendo que eles
também são seres com sentimentos.
Outras
vezes, essa relação com o leitor chega a ser perigosa, como o caso do político
que ameaça pelo telefone, se a coluna tocar em seu nome.
Além
da mudança do jornal em relação ao leitor, este também deve melhor utilizá-lo,
inclusive fazendo parte dele defendendo suas idéias ou de sua corporação quando
as opiniões emitidas divergirem do seu pensamento. Um fato neste sentido
ocorreu recentemente, quando um professor municipal defendeu, que esta classe
não onera tanto a folha de pagamento do Município, como foi manifestado por
esta coluna.
No
estado democrático de direito em que vivemos e segundo o princípio
constitucional da livre manifestação do pensamento, devemos aproximar cada dia,
a imprensa e o leitor, dando a este a verdadeira importância que ele merece.
Essa é uma das maneiras que contribuem para construirmos uma sociedade melhor.
56
– No estudo das emissoras de rádio da cidade, o texto a seguir faz uma crítica
ao funcionamento de rádios comunitárias que concorrem de maneira predatória com
as emissoras legalmente organizadas.
Folha
de Notícias – 16 de janeiro de 1998.
As rádios comunitárias
Para
uns, piratas, outros dizem clandestinas, mas os diretores de mais de 3 mil
emissoras de rádio FM instaladas pelo Brasil afora, sem concessão do Ministério
das Comunicações se denominam de comunitárias e se fundamentam na liberdade de
expressão para justificar seus funcionamentos.
Bem
organizadas no País, inclusive com uma associação que dá todas as dicas para a
instalação e ajuda na defesa jurídica destas emissoras, é um fenômeno que conta
com apoio de políticos, inclusive do PT.
Legalmente,
a concessão para a instalação de uma emissora de rádio é feita através de
concorrência pública, tendo as empresas para serem habilitadas, atender a
exigências legais, qualificação técnica, econômica e financeira e ainda
regularidade fiscal. Como não há legislação que disciplinem o funcionamento das
emissoras comunitárias e conseqüentemente não tem uma fiscalização do
Ministério das Comunicações, elas vão se proliferando no país em nome da
liberdade de expressão.
As
emissoras de rádio despertam grande
interesse aos políticos e no passado, o apadrinhamento político era o principal
critério para a concessão das mesmas. Infelizmente, estas emissoras
comunitárias não conseguem funcionar realmente de acordo com o objetivo a que
se propõem e acabam servindo mais aos políticos.
Quando
se consegue funcionar uma emissora a serviço da comunidade, é positivo neste
sentido, pois além de gerar empregos, se constituem num instrumento de cultura
para as pequenas cidades onde são instaladas.
O
que há de negativo é que não conseguem, por deficiência de equipamentos e de
pessoal, apresentarem programas que aumentem a cultura dos seus ouvintes. Há
certos locutores que temos que desligar a programação, para que nossos filhos
não ouçam o ataque que fazem a nossa língua portuguesa. É claro também que há
bons locutores que poderiam trabalhar em qualquer grande emissora, mas
infelizmente se constitui em uma minoria.
As
emissoras de rádio legalmente instaladas vêm perdendo ouvintes, apesar de terem
bons locutores, com nível cultural excelente, bons equipamentos, mas ficam
devendo na qualidade de suas programações. Neste item, parecem contrariar as
leis da física, ou seja, “Nada se renova”.
A
instalação destas rádios comunitárias, parece ser um fenômeno inevitável e sem
retrocessos, pois apesar da falta de legislação para disciplinar o assunto, o
número cresce a cada dia. Às vezes, as
delegacias do Ministério das Comunicações fecha alguma, mas a justiça acaba
concedendo liminares e elas vão se mantendo no ar. Já que é uma realidade, bem
que seus diretores poderiam colaborar com a comunidade, melhorando suas
programações e se possível levando mais cultura e menos política. Certamente o
povo agradeceria.
57 –
O que alimenta o interesse no meio jornalístico não são as boas notícias. Para
o autor, a cidade de Itumbiara só ganha espaço no cenário nacional, geralmente
quando a notícia é ruim para a cidade.
Folha
de Notícias – 06 de dezembro de 1997.
O que é notícia em Itumbiara
Na
semana passada em rede nacional, a Rede Globo levou ao ar mais uma vez noticias
sobre Itumbiara; desta vez, o assunto era religioso tratava de ma administração
financeira de um padre da cidade. Anteriormente, a mesma Rede Globo já havia
colocado o nome da cidade para o Brasil inteiro, falando na área de segurança
publica, pela segunda troca este ano de pessoas acusadas de crimes que foram
presas no lugar dos verdadeiros réus.
Na
área política e de esportes, Itumbiara ganhou também um grande espaço na mídia
nacional, não pela conquista de um campeonato, ou da apresentação de um projeto
de lei polêmico. No quadro de noticias do maior jornal do Estado, Itumbiara só
freqüenta as paginas policiais ou na política quando e noticia as gafes de
nossos políticos.
Qual
seria a razão para uma cidade produzir tantas noticias ruins seguidamente.
Estaria faltando coisas boas para serem noticiadas. A resposta e não. A razão e
que más noticias chamam a atenção do
leitor ou telespectador; prova disso são as concorrências entre Faustão e Gugu
para ver quem provoca mais baixarias na disputa pela audiência e mais
recentemente o fenômeno na TV Record do Programa do Ratinho, mostrando a novela
da vida real. Voltando a cidade de Itumbiara, aqui também há assuntos bons que
poderiam ocupar espaço no maior jornal do Estado e os noticiários das grandes
redes de TV e jornais do Pais.
Como
exemplo; citamos: o potencial turístico da cidade; o trabalho de parceria entre
um colégio da cidade e uma grande empresa; o trabalho da APAI, da ACAMPI, a
ação preventiva da Secretaria Municipal da Saúde contra a dengue. E evidente
que mais poderia ser feito para servir de referencia no cenário nacional, entre
as sugestões, podemos citar: trabalhos na área de segurança visando a
ressocializacão do preso, uma ação mais contundente da Prefeitura Municipal no
sentido de alfabetizar todos os adultos na cidade, levar todas as crianças em
idade escolar para a escola; renuncia dos vereadores da verba de assessoria e
redução do salário para que a cidade tivesse mais dinheiro para investimento.
Preocupado
em produzir noticias boas, o prefeito Cairo Batista, busca verbas para
realização de um campeonato de futebol infantil ao nível de mercosul. E o tipo
de evento, que passa e rapidamente é esquecido. O ideal é que haja programas
permanentes de geração de boas noticias, e isto depende exclusivamente de todos
os cidadãos, organizados em seus vários segmentos.
PARTE VII
A JUSTIÇA
58
– Neste artigo é tratada da questão da
punibilidade do menor. Hoje há uma
corrente de juristas que defendem
punição mais dura para os maiores de 16 anos. Outra corrente é contrária
tendo em vista principalmente a precariedade do sistema prisional no Brasil que
se constitui numa escola do crime. Particularmente defendo a redução da idade
para imputar penas mais graves aos maiores de 16 anos.
Folha
de Notícias – 20 de janeiro de 1998.
A justiça e o menor
Depois
de um assalto a um taxista da cidade, em que houve a participação de um menor,
um cidadão comenta: “Não vai acontecer nada com este rapaz, pois no Brasil,
menor de 18 anos mata, rouba e a justiça não faz nada.” Essa e uma idéia geral,
que nos adultos temos em relação às infrações cometidas por quem tem menos de
18 anos no Brasil.
A
própria policia militar, que faz o trabalho preventivo de segurança, tem uma série
de dificuldades para apreender um adolescente, quando ocorre um flagrante de
ato infracional. Isso porque eles não podem ser transportados em compartimentos
fechados de veículos policiais, não podem ser algemados e nem colocados em celas
comuns das delegacias.
Essas
são algumas entre várias medidas que estão previstas no ECA – Estatuto da
Criança e do Adolescente, que tem o objetivo de proteger estes cidadãos em
desenvolvimento.
Mas
será então que essas crianças e adolescentes podem sair por aí cometendo todo
tipo de infração sem serem punidos?
A
resposta é não, já que uma série de medidas sócio-educativas podem ser
aplicadas pela justiça.
Por
exemplo, infrações leves, como menor ser pego dirigindo, cabe uma advertência.
A danificação do patrimônio publico pode ser punida com o jovem prestando
serviço algumas horas por semana em um órgão publico. Roubo sem violência tem
como medida sócio-educativa, a liberdade assistida, em que o menor por um prazo
mínimo de seis meses presta contas em seus atos. Casos mais graves, como roubo
seguido de morte e punido com internação em estabelecimento educacional em
instituições similares a FEBEM.
Enfim,
vemos que no papel há muitas medidas que punem o menor infrator, mas nossa
realidade parece requerer medidas punitivas mais severas principalmente para
aqueles que já têm maturidade suficiente para saber que seus atos prejudicam o
próximo.
Nossos
legisladores deveriam ouvir este clamor de grande parte da sociedade, que
defendem que os maiores de 16 anos devem responder criminalmente pelos seus
atos. Assim, como houve um avanço na legislação eleitoral que deu a esses
menores o direito de voto, a legislação penal deve também ter esta evolução,
considerando crime certas infrações e punindo com as mesmas penas a que os
adultos estão sujeitos.
59
– Depois de assistir a dois julgamentos dos assassinos de meu pai em 1992,
passei a pensar no papel do Júri.
Folha
de Notícias – 11 de fevereiro de 1998.
A difícil missão do jurado
Introduzido no Brasil em 1824, na Constituição do
Império, o júri popular constitui-se numa árdua missão para aqueles cidadãos
que fazem parte do corpo de jurados.
Formado
por cidadãos comuns, de boa conduta e sem antecedentes criminais, essas pessoas
julgam assassinatos, tentativa de assassinatos, aborto e incentivo ao suicídio.
Considerado
um dever cívico, assim como o voto, atuar como jurado nem sempre traz
satisfação para a pessoa selecionada, geralmente oriunda de grandes empresas públicas
e privadas.
Para
ficar fora do cadastro de jurados de um tribunal, não é tarefa fácil, e a
pessoa terá que ter argumentos muito convincentes para conseguir êxito. O que
leva uma grande parte dos cidadãos selecionados a quererem ficar fora de tão
nobre papel na comunidade?
O
primeiro ponto, porque é um dever, não remunerado e que exige tamanha
responsabilidade do escolhido. Há de se ressaltar que também é facultado a
qualquer cidadão a inscrição para ser jurado, o difícil é encontrar alguém com
tamanho espírito patriótico.
A
questão mais importante reside nas situações a que o jurado está sujeito. Ficar
às vezes mais de 10 horas frente a frente com perigosos assassinos e seus
familiares sujeitarem a ameaças após uma condenação, isolar-se da família,
faltar ao trabalho nos dias de julgamento, são momentos que quase ninguém
gostaria de viver.
É
indiscutível a importância desta
instituição e do papel do jurado no sentido de fazer prevalecer a justiça em
uma comunidade, mas será que diante destas questões em que a pessoa que faz
parte do júri não gostaria de estar ali e do seu possível estado de medo, o
objetivo é alcançado?
A
discussão do júri feita por operadores do Direito concentra-se na questão da
capacidade de pessoas leigas em leis e jurisprudências para absolver ou
condenar um réu, questionado por alguns e a humanização do julgamento, onde
pesam outros critérios que o jurado leva em conta na hora de condenar ou
absolver, que não seriam observados por quem julgasse somente de acordo com o
texto legal.
Alem
desse ponto discutido, deveria levar-se em conta a vontade do jurado em
participar ou não desta importante função da justiça. Afinal quem faz o que não
gosta ou sobre pressão, certamente não fará bem.
60 –
O que vale mais? A vida ou o patrimônio. A vida humana deveria ser o centro da
atenção de todos, mas num País capitalista, às vezes proteger o patrimônio é
mais importante do que proteger a vida.
Folha
de Notícias – 10 de abril de 2000.
A vida e o patrimônio
Nas
avenidas da cidade de Itumbiara é possível observar quanto vale a vida humana e
sua relação com o patrimônio.
Começando
com sua mais bela paisagem, a Beira Rio, já se encontra a primeira vantagem de
proteção ao bem patrimonial em relação à pessoa. Pelo menos três placas indicam
a proibição de trânsito de caminhões por aquele local. Será que essa regra
contida na placa visa proteger mulheres, velhos e crianças, que por ali
trafegam, ou a norma está protegendo o patrimônio? Não é preciso grande esforço
para entender que o bem protegido é a própria avenida.
No
centro da cidade, durante a semana, quando do expediente bancário, um grande
contingente de policiais se postam na porta das agências bancárias, agindo
preventivamente, evitando assaltos nos estabelecimentos da praça da república,
enquanto os bairros, de vez em quando, havendo viaturas, homens e combustíveis
disponíveis recebem a proteção policial. Qual é a lógica desse procedimento?
Mais uma vez a defesa do patrimônio é prioridade.
Em
recente aula proferida por um juiz, ele dizia que nas comarcas que passou,
fazia estatísticas das condenações e das prisões em relação aos crimes
cometidos contra a vida e contra o patrimônio e ficou surpreso, o tanto que se
condena e se prende em relação a este.
Durante
a gestão do prefeito Cairo Batista – PMDB, contratou-se muito professores e
garis, mas não se investiu na criação por exemplo de um órgão com equipamentos
e pessoal para cuidar do trânsito da cidade. Esse tipo de investimento poderia,
por exemplo, evitar que muitas vidas
humanas que foram ceifadas nesse período pelo trânsito de caminhões nas ruas
centrais da cidade fossem preservadas, assim como fossem evitados
atropelamentos provenientes da má sinalização e falta de fiscalização.
Caso
também a tolerância zero com o crime, que não passa de uma utopia, pois afinal,
só funciona
Quem
já viu exemplos, motoristas embriagados dirigindo pela Beira Rio sendo detidos
por essa infração? E motociclistas e “gareleiros”? esses últimos, pobres
coitados, semanalmente seus veículos ocupam o pátio dos órgãos de segurança.
No
campo religioso, a realidade também não é diferente. Em uma das viagens para a
capital, uma senhora que freqüenta a igreja local de Itumbiara comenta sobre
uma negra de pouco mais de vinte anos e seus dois filhos que estavam fazendo
morada na porta da catedral. Quantos apareceram para ajudá-la? poucos, afinal
cada um dos freqüentadores do templo já tem seus afazeres e obrigações. Não dá
para ajudar mais um.
Qual
é a lógica de tudo isso? Responde meu professor de economia, que é a lógica do
sistema capitalista. O capital é prioritário em relação ao ser humano. Banco é
mais importante, avenida deve ser protegida e se houver tempo e sobrar alguma
coisa, cuida-se da pessoa.
Nada
disso é novidade e nem chama a atenção. A vida continua até que seja
exterminada por esse modelo econômico, mas não custa lembrar que a vida ainda é
o bem mais valioso dado ao homem. E se pelo menos alguns ainda pensam assim, é
possível continuar sonhando com uma cidade melhor para se viver.
61 – O
autor critica a utilização do Júri Popular no julgamento dos crimes dolosos
contra a vida.
Folha
de Notícias – 07 de julho de 1997.
Júri popular
Algumas
decisões polêmicas, recentemente divulgadas pela mídia, reforçam a necessidade
de mudanças no júri popular, para o julgamento de crimes dolosos contra a vida.
Os órgãos de comunicação têm, principalmente neste ano noticiado resultados que
fomentam uma discussão por envolver crimes de repercussão nacional, começando
com o julgamento de Guilherme de Pádua e Paula Tomás, que praticamente já foram
para o júri condenados pela mídia.
Houve
também o julgamento do líder do movimento dos trabalhadores rurais sem-terra,
José Rainha, condenado por um júri totalmente parcial, e o do ex-PM Nelson
Oliveira Santos, acusado de assassinato de meninos de rua na Candelária e
absolvido num segundo julgamento, após ser condenado em um primeiro.
É
preciso melhorar este instituto, procurando colocar pessoas com maiores
conhecimentos jurídicos para julgar crimes como estes, além de proporcionar
outras medidas de proteção para pessoas que participam do julgamento. Por
exemplo, que segurança tem uma pessoa para testemunhar contra um criminoso? O
próprio jurado tem que ficar frente a frente com perigosos criminosos. O que
prevalece nesta hora, a consciência que clama por justiça ou o medo que faz
muitas vezes optar pela absolvição?
Ressalta-se
ainda que desde o inquérito policial, passando pelo trabalho da promotoria, nem
sempre temos a sensação que a justiça está prevalecendo. Excessos de processos
e trocas contínuas de promotores também fazem com que as decisões nem sempre se
aproximem mais da verdade dos fatos. No julgamento do economista José Carlos
Alves dos Santos, o advogado de defesa do acusado já atuou como promotor no
caso.
É
preciso também dar aos cidadãos melhores leis que proporcionem um
aperfeiçoamento do júri popular e conseqüentemente a sensação de que as
decisões deste estão perto da verdade.
62 –
Recentemente o País desenvolveu a maior campanha de desarmamento já realizada
no Brasil. Em Itumbiara o resultado seis anos depois não foi tão diferente do
que o retratado neste texto.
Folha
de Notícias – 14 de janeiro de 1998.
Campanhas para desarmamento
O
Brasil é campeão mundial de homicídios e mortes acidentais por armas de fogo,
conforme estatísticas da ONU – Organização das Nações Unidas. É como se a cada
ano ocorressem 26 homicídios com armas de fogo em Itumbiara, considerando sua
população de aproximadamente 100 mil habitantes.
O
Brasil ganhou uma legislação mais dura, que pune o porte ilegal de armas com
até 2 anos de prisão, mas o poder público não consegue combater com sucesso
esta atitude, hoje considerada crime.[90]
Segundo
a Polícia Civil local, pouco mais de 100 pessoas registraram armas no período
que antecedeu a entrada em vigor da nova legislação que trata do assunto, e
após a vigência, apenas 3 processos foram abertos contra pessoas que foram
flagradas portando ilegalmente armas. Certamente foi um número muito pequeno
para uma cidade do porte de Itumbiara.
Além
do feito punitivo para inibir o porte ilegal de armas, um outro caminho para o
desarmamento são as campanhas desenvolvidas por entidades, como vem ocorrendo
na cidade de São Paulo, através da seccional da OAB-SP e estudantes de Direito
da USP, que procuram mostrar que o porte de arma, mais do que uma medida de
proteção é um fator para aumentar a violência.
Há
argumentos contrários de que somente as pessoas boas entregam suas armas nestas
campanhas e que os marginais continuariam a portar ilegalmente suas armas, mas
pelo menos estaríamos fazendo alguma coisa para reduzir a violência. Outro
argumento é de que é preciso andar armado para se defender, mas também
facilmente derrubado pelas estatísticas das pessoas que reagem a qualquer tipo
de violência, sendo que dentro de um número de dezesseis, somente uma pessoa
consegue sucesso em tal atitude.
As
entidades de Itumbiara e principalmente os estudantes dificilmente tomam
posições em assuntos como esse, mas seria uma boa oportunidade para a Subseção local
da OAB, e principalmente os estudantes
abraçarem a causa. Afinal é uma forma de diminuir a violência e valorizar a
vida humana.
63 –
Há diariamente uma luta constante nos órgãos que cuidam da segurança pública contra
aqueles que insistem em praticar crimes. O cenário parece não se alterar tão
facilmente com o tempo.
Folha
de Notícias
O combate à criminalidade em
Itumbiara
“Tudo
já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso dizer de novo”.
André
Gide – escritor francês
Nas
próximas quarenta horas, um cidadão de Itumbiara será vítima de um furto em sua
cada ou de um veículo de sua propriedade.
Nas
ocorrências policiais, haverá o registro neste mês de pelo menos um homicídio e
outros três serão tentados.
Nas
estradas que cortam a região, um ônibus de passageiros será saqueado e no
noticiário local, mais um anúncio de roubo de cargas será a atração em pelo
menos um dia da semana[91].
Para
garantir o direito constitucional de segurança pública a 80 mil habitantes, a
Polícia Militar contará com pouco mais de 150 homens, rondando as ruas em sete
viaturas[92].
No
cumprimento de mandados de prisão, que já deve superar a
Caso
houvesse um esforço generalizado dos policiais em retirar das ruas os
infratores da Lei, não haveria espaço para abrigá-los. A cadeia pública, que
deveria receber pouco mais de 25 presos, já deve estar com lotação superior a
60.[93]
O
crime organizado já tomou o lugar do ente estatal. Mais bem armado e com
maiores recursos, provenientes de suas ações criminais, já detém parte do
controle dos presídios no Brasil.
Novidade
até aqui, nenhuma. Talvez, o que seja novo por aqui são as novas modalidades de
crime, como o seqüestro relâmpago e o aumento no roubo de carros.
O
diagnóstico dos problemas de segurança pública em Itumbiara é por demais
conhecido. O que falta mesmo são ações mais eficazes que possam inibir o
crescimento da criminalidade, que assusta e aterroriza a todos os cidadãos.
O
Plano Nacional de Segurança Pública, elaborado pelo governo federal no ano de
2000, e que deveria produzir resultados até 2002, traz algumas diretrizes
importantes para reprimir e prevenir o crime, reduzindo a impunidade e
aumentando a segurança e a tranqüilidade do cidadão.
Destacam-se
no plano os seguintes compromissos:
Pelo
governo federal, o desarmamento e controle das armas e ainda repressão ao roubo
de cargas e melhoria da segurança nas estradas;
Em
conjunto pelos governos federais e estaduais: Redução da violência urbana,
combate à violência rural, capacitação profissional e reaparelhamento das
polícias e ainda o aperfeiçoamento do sistema prisional.
Um
dos instrumentos que seria mais eficaz no combate à criminalidade, é a
integração das ações entre as polícias civis, militares e federais, de maneira
que fossem realizadas operações conjuntas e constantes, o que reduziria
significativamente o porte ilegal de armas, o roubo de carros de cargas e
passageiros nas rodovias.
Está faltando homens e
viaturas nas polícias, e a razão maior da criminalidade está na impunidade. O
Estado (União e Unidades Federadas) não têm capacidade de prender, processar,
julgar e punir todos àqueles que infringiram a Lei penal.
Manchete da revista “Veja” no início de
fevereiro, retrata bem a situação: “De cada 100 assassinos, ladrões e
estupradores, a polícia prende
O Coronel reformado da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, grande estudioso do assunto, demonstra com clareza o
problema da criminalidade:
“Se o risco de ser preso for alto, o bandido
pensa duas vezes antes de agir. Quando o risco é baixo, a audácia e a violência
aumentam”.
É
preciso urgentemente mostrar que em Itumbiara, o crime não compensa.
64
– Este pequeno texto mostra a preocupação do autor com a violência urbana. Para
quem já teve a casa furtada três vezes e o pai assassinado na cidade, o assunto
está sempre em pauta.
Folha
de Notícias – 21 de março de 1997.
Violência em Itumbiara
A
violência urbana em Itumbiara tem atingido, nos últimos meses, índices
elevados, principalmente no que se refere a furtos e assaltos à mão armada.
Apesar do empenho da Polícia Militar, que, inclusive, recebeu novas viaturas,
parece que os bandidos estão levando vantagem. Pelas características dos
assaltos, chega-se à conclusão de que os bandidos são de outras cidades.
Isso
dificulta ainda mais o trabalho da polícia, já que esses assaltantes, que
geralmente atuam em centros maiores, quando há um aperto da polícia,
principalmente na Capital, se deslocam para o interior deixando a cidade
O
cidadão comum não deve procurar armar-se, já que, pelas estatísticas, sempre
estará em desvantagem em relação ao bandido. O aconselhável é mudar as rotinas
do dia-a-dia, reconhecendo que a cidade já é um grande centro, portanto,
sujeita ao aumento da violência urbana, característica das grandes cidades.
65
– Embora não seja um texto
para jornais, este discurso fará parte do livro pela importância na vida
do autor.
Folha
de Notícias – 09 de abril de 2002.
Formatura de Direito da UFG
Aconteceu
no último dia 3, no Centro de Convenções de Goiânia, a formatura da Turma B
Noturno do curso de Direito da Universidade Federal de Goiás. A solenidade de
colação de grau reuniu estudantes e seus familiares, professores e uma série de
autoridades, como o governador Marconi Perillo e reitora da UFG Milca Severino.
Entre os formandos, estava o itumbiarense Nilson Freire, que também foi orador
da turma. Em seu discurso, Nilson abordou a questão da humanização do direito,
sendo bastante aplaudido após concluir suas palavras. Formado
Nilson
estudou em várias escolas de Itumbiara, como Cunha Mattos, Félix de Almeida,
Mauro Borges, Floriano de Carvalho, Dom Velloso e Instituto Francisco de Assis.
Concluiu seus dois primeiros cursos superiores pela antiga FESIT, que como
fundação municipal, oferecia preços acessíveis aos estudantes. Depois, passou
pela UEMG e agora UFG. Nilson Freire ressaltou a importância dos agentes
públicos investirem no fortalecimento das escolas públicas e recordou de seus
ex-professores, desde o ensino fundamental, assinalando o incentivo que recebeu
de Maria Helena (Cunha Mattos) e da professora Marisa, que lhe deu de presente
o uniforme quando passou para a 5ª série. Já no ensino superior, lembrou dos
primeiros ensinamentos do professor de Direito Administrativo, advogado Cleuber
Cardoso.
DISCURSO DO
FORMANDO
SAUDAÇÕES
Reitora:
Milca Severino Pereira
Vice-Reitor:
Paulo Alcanfor Ximenes
Diretor
da Faculdade: José Bezerra Costa
Coordenador
do Curso: Jovenny Sebastião Cândido
PARANINFO:
Governador Marconi Perillo
PATRONO:
Prof. Roberto Serra da Silva Maia
PATRONESSE:
Prof.ª Maria Helena Mello Santos
PADRINHO:
Prof. Juiz Adegmar José Ferreira
MADRINHA:
Prof.ª Iara Barreto (pró-reitora da UFG)
Homenagens
especiais: Prof. Dr. José Nicolau Heck, presidente Mundial do Bank de Boston
Dr. Henrique Meirelles, ex-diretor do Detran – GO Guilherme Freitas Souza,
ex-secretária do Estado da Educação Prof.ª Dra. Raquel Figueiredo Alessandri
Teixeira, ex-secretário de Estado da Fazenda JallesFontoura de Siqueira e Geraldo
Ferreira Félix de Souza (presidente da SANEAGO).
Senhores
alunos, servidores, e senhores pais;
O
Humanista suíço Henri Frederic Amiel ensinava como invadir as profundezas de
uma alma. Os seres humanos têm duas almas. Uma diurna, outra noturna. Durante o
dia pensamos uma coisa, durante a noite, pensamos diferente. Durante o dia,
aproximamo-nos mais da realidade e nossas qualidades de animal se assentam.
Somos mais rústicos e primários.
Quando
chegamos a uma noite como esta, nossa alma está mais leve, pronta para bailar,
dançar e reconhecer no outro, também um ser humano. Aproximamo-nos mais de Deus
e assim estamos mais aptos a pensar
Há
cinco anos, ainda jovens, chegamos a faculdade com a ilusão de que poderíamos
varrer da face da terra, toda injustiça que nela há, com uma angústia
extremada, pela jovem idade, queríamos logo chegar ao nosso objetivo.
Sobrevivemos, temos experiências, alegrias, tristezas, cicatrizes e medalhas
pelas vitórias.
Nesta
noite inesquecível, convido a todos, que por um instante, olhem para os lados,
para o fundo e para frente. O que vemos? Pessoas amigas, bondosas, bem
empregadas, com poder, dinheiro. Todos num ambiente de Alegria.
Os
futuros operadores do direito sejam juízes, promotores, advogados, delegados e
professores, trabalharão em um ambiente semelhante. Belos palácios, vestes
bonitas, nos sucessivos dias de clarividência e racionalidade. Mas quem são os
usuários da Justiça? Onde eles estão?
Na
favela, no Senado, sujeira pra todo lado.
Que
país é esse, que país é esse, que país é esse. (cantava Renato Russo)
É
o país da impunidade! É o país dos homicídios!
No
ano de 2000, 40 mil pessoas morreram em brigas de bar (meu pai foi assassinado
por esse motivo), desentendimentos familiares, disputas no campo, guerra de
traficantes, roubos, seqüestros... Nos próximos 25 minutos, uma pessoa estará
sendo assassinada em nosso país. A AIDS é assustadora, mas gastaria 5 anos para
atingir essa marca de mortalidade. Cento e dez pessoas são assassinadas no
Brasil, todos os dias.
Por
que isso acontece? Há corrupção na polícia e na Justiça. Há integrantes dos
dois sistemas que recebem propina dos criminosos. Essa relação acoberta os
bandidos. (informa uma grande revista brasileira). A Polícia é inoperante. De
cada 100ocorrências de delitos graves, apenas 24 são detidos; A Justiça é
lenta. Os processos passam 90% do tempo nos cartórios e 10% com os juízes.
Julgar um homicídio pode levar até 10 anos. A Legislação é tolerante. O Código
Penal permite recursos demais, atrasando a prisão de bandidos. A cadeia não
prende.
Apenas
1% dos condenados cumpre a pena até o fim. Os outros conseguem benefícios ou
escapam. Se o País não é capaz de prender, processar, julgar e condenar, é país
da impunidade!
Nesta
bela noite também, milhares de pessoas dormirão nas ruas, sem ter conseguido o
mínimo para sobrevivência. É também o país da desigualdade social. 23 milhões
de brasileiros vivem na miséria. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), há 25 anos, o país tinha 17% de miseráveis na população.
Caiu, hoje é de apenas 14,5%. (18 milhões para 23 milhões). Cada um percebe a
miséria pela experiência pessoal, como definiu a americana MollieOrshansky. “A
miséria está nos olhos de que a vê.” Mas alguns estudiosos chegaram a definir
diferenças entre miséria e pobreza: Na pobreza, estão aquelas pessoas cuja
renda não é suficiente para cobrir custos mínimos de manutenção da vida humana:
alimentação, moradia, transporte e vestuário. (admitindo saúde e educação de
graça pelo governo).
Não
falei de justiça. Na miséria ou indigência, estão aqueles que não conseguem
ganhar o bastante para garantir a mais básica das necessidades: a alimentação.
Há 53 milhões de brasileiros, abaixo da linha de pobreza. 30 milhões entre a
pobreza e acima da miséria. Cerca de 23 milhões estariam na situação que se
define como indigência ou miséria. Esse
é o meu País, o nosso País!
Como
ser um agente promotor do Direito, para tantos que não têm o básico para
sobreviver? Precisamos humanizar o Direito! Hoje bacharéis, conhecedores da
Lei, cheios de idéia e esperanças de se dar bem na vida. Afinal, nossos pais,
investiram em nosso futuro, e ele chegou. Seremos juízes, advogados,
promotores, professores, delegados, dispostos a fazer um mundo melhor, mais
humano. Mas como fazê-lo? Usando a
emoção e a razão. É possível conciliar o uso da razão, que aprendemos no banco
da faculdade, com a emoção, inatos em nós, mamíferos. Há cerca de 300 milhões
de anos, surgiram os mamíferos, que possuem “sangue quente”. Por serem muitos
ativos, precisavam de energia. Assim as mamães desenvolvem as glândulas
mamárias, importantes para proteger o filho e amamentá-los.
Essa
é a primeira lição “afetiva” entre organismos, os primórdios da emoção mais
fundamental que existe neste planeta: a de uma mãe com os seus filhos.
Após
alguns milhões de anos, surgem os primatas, com seu cérebro bastante
desenvolvido, com uma camada adicional. O neocortex. Além das emoções
primitivas, consegue pensar sobre como satisfazê-los. Passa a ter desejos...
cria um conhecimento cultural e estabelece colaboração, levando a emoção a um
estágio ainda mais elevado, incluindo conceitos como altruísmo, compaixão,
solidariedade. As emoções são muito mais rápidas do que a razão. Precisamos
manifestar nossas emoções.
Os
Alunos
Nossa
turma é muito rica
Os
Professores, que nos deixaram legados;
Da
humildade do Prof. Adegmar; a simplicidade do Prof. Roberto Serra; O esforço do
Creuler, do Gaspar, do Bruno.
A
nossos pais
Preserva
na mente nossos pais, pois não há amor maior do que o deles, prontos para
perdoar e ocultar nossos defeitos. Somos os melhores filhos do mundo. Vejo a
alegria imensa de cada um, orgulhosos, já vislumbrando nosso sucesso. Certos de
que realizamos um sonho. A eles nossa eterna gratidão. Aprendemos muito sobre
Leis, mas o sentido da vida foi o mais importante que cada aluno e cada
professor deixam marcados em nossa vidas, por todos os tempos.
Aprendemos
a ser humildes, modestos e controlar a presunção...
Queremos
o sucesso, mas trilhando um caminho limpo, lento e inocente. Lembrem-se sempre
quando estiverem executando seus trabalhos: A imagem do nosso país, (crônica de
Júlia Miranda) onde convivem aquela mulher comum, cidadã anônima, doméstica,
com uma sacola surrada, com as roupas que usou no seu dia de trabalho,
sandálias havaianas; que caminha ao mesmo lado do homem de terno e gravata, que
chegam ao mesmo lugar, só que um do ônibus cheio do eixão Anhanguera e outro
com sua Mercedes.
A
direção é a mesma, um lindo palácio, com escadas e elevadores, a porta é a
mesma, só a mulher ficará no banco de espera. O Homem ocupará uma sala bonita,
com suas secretárias, bandeiras e brasões. A imagem de uma estátua de
alabrasto, decorando o hall, a deusa grega, também com sandálias toscas. Aquela
que os romanos chamavam de justitia. É ela a esperança da mulher, que o pai
reconheça seu filho, que receba os direitos trabalhistas, referente a carteira
que não foi assinada. É ela que iguala com sua balança a criatura de mãos
suadas, pernas cruzadas, tímida com o senhor bonito e bem vestido. Lembre-se,
que toda sabedoria alcançada com a leitura das leis, dos livros e nossas vestes
bonitas, não nos fazem deuses.
Lembre-se
também do mundo lá fora, de pessoas seqüestradas, assaltadas. De desempregados
vigiando nossos veículos e meninos cheirando cola nas praças. Que muitos
miseráveis visitarão nossos palácios, escritórios, delegacias. Sejam bons
profissionais, probos sensatos, íntegros, dignos de respeito e admiração.
Que
a conduta particular de cidadão, seja o espelho da vida profissional. Sejamos
felizes, e que no cair de cada tarde, seja a lembrança uma ressurreição dos
melhores dias que passamos em nossas vidas. Meus queridos amigos, nunca se
esqueçam, há uma alma humana em cada ser que transita ao nosso lado.
Quando
estiverem em seu palácio, na sala de aula, na delegacia, no Fórum, vestidos
como deuses, lembrem-se de que há uma mulher mal vestida, com uma sacola, uma
estátua da Deusa Arthemis, com os olhos vendados e uma balança, igualando
todos. O violento, o rico e a mulher da sacola. É possível humanizar o Direito,
porque, no dia de hoje, esses novos operadores do Direito possuem um grande
desejo: - Que o amor à pessoa humana esteja acima de todas as coisas. Temos um
diferencial, um grande amor ao ser humano.
E
como dizia São Paulo: - “Mesmo que eu falasse a língua dos anjos, sem amor, eu
nada seria”.
A
noite avança e o dia vem.
O Direito amanhã será mais humano, porque assim o faremos.
PARTE VIII
RELIGIÃO EM ITUMBIARA
66 – O ano de 1998 foi muito
difícil para a Igreja Católica Local.
Com uma grande dívida contraída para a construção de uma Igreja, mobilizou-se toda comunidade católica.
Folha de Notícias – 14 de julho de 1998.
A dívida da Diocese de Itumbiara
A
Diocese de Itumbiara promoverá dia 19 em 23 paróquias, o dia da doação, visando
arrecadar recursos para pagar uma dívida com 48 credores, que está em torno de R$
500 mil.
Depois
de quitar quase R$ 250 mil, a comunidade católica liderada pelo Bispo Dom
Miguel Pedro Mundo[94],
quer nos próximos 5 meses, liquidar toda a dívida.
O
dia D como está sendo denominado, vai movimentar todas as comunidades
religiosas católicas, que têm a oportunidade de se unir mais em torno desse
objetivo. Algumas pessoas relutam em colaborar, como o leigo que afirma:
“Quando eu estava quebrado, ninguém me ajudou. Também não tenho motivos para
pagar dívidas que os outros fizeram.”
O
assunto é bastante complexo, pois causou muitos transtornos para a Diocese de
Itumbiara, chegando a culminar com a renúncia do Bispo Dom Celso[95].
Numa
igreja que já passa dificuldades com falta de padres e tem divisões tanto em
relação aos pastores, quanto aos leigos, o problema agrava ainda mais a
situação.
De
um lado há os credores desesperados para receberem, chegando a causar depressão
em alguns; outros mais nervosos querem receber de qualquer maneira. Do lado da
Diocese há o esforço supremo que reúne mais de 500 pessoas, tentando unir o
povo dividido, na difícil missão de saldar uma dívida que por ele não foi
contraída.
O
fato tem alguns pontos positivos, como o de reunir um povo que anda muito
dividido, em torno de um objetivo comum, além despertar o católico para uma
participação mais ativa no pagamento do dízimo. Nesse ponto, os evangélicos têm
administrado com mais competência a questão, prova disso é o crescimento desses
grupos na construção de templos e aquisição de veículos de comunicação. O
católico tem resumido suas participações em seus próprios grupos dentro da
igreja, e nos cultos dominicais.
O
ponto negativo está no fato de como a questão foi administrada deixando que se
chegasse a essa situação e ainda na grande repercussão negativa que trouxe para
a cidade de Itumbiara e sua comunidade católica, sendo motivo de piada a nível
nacional.
Talvez
esse momento difícil que a Diocese de Itumbiara passa, seja o marco para uma
profunda transformação de sua comunidade católica, que após a união para a
solução dos problemas financeiros, continue ainda, principalmente leigos e
padres para construírem uma sociedade melhor, mais participativa e solidária.
67 –
A igreja católica parece perder fiéis para as igrejas evangélicas. Enquanto
estas se adaptaram aos novos tempos, aquela com estrutura mais rígida vai
perdendo espaço e fiéis.
Folha
de Notícias – 17 de dezembro de 1997.
Para onde foram os fiéis?
Pesquisas
têm demonstrado que nos últimos anos a Igreja Católica Apostólica Romana vem
perdendo fiéis no Brasil e ao mesmo tempo apontam um crescimento no número de
seguidores das igrejas evangélicas. Uma explicação simplista da cúpula da
Igreja Católica é a de que ela estaria perdendo em quantidade, mas ganhando em
qualidade, pelo fato dos que ficam são verdadeiros praticantes e não têm apenas
o rótulo de católicos.
Apesar
da visão leiga sobre o assunto, é possível captar outras razões que influenciam
este fenômeno religioso. O primeiro é de que a mensagem católica é de
penitência. É preciso sofrer para ganhar o Reino dos Céus, enquanto os
evangélicos contra-atacam ao sentirem esta grande ânsia do Homem, de ser feliz
aqui na terra, tendo um bom emprego, realizando-se profissionalmente, no amor,
enfim, satisfazendo todas as suas necessidades materiais. O elemento esperança
é o principal chamativo destas igrejas evangélicas.
Outro
fator é a própria divisão que existe dentro da igreja católica. Há por exemplo
bispos conservadores que pregam uma igreja mais voltada para o lado espiritual,
enquanto há outros considerados progressistas que defendem uma postura da
igreja mais voltada para o lado social. Partindo para os leigos é possível também verificar estas
divisões, como no Movimento Renovação Carismática que se aproxima muito dos evangélicos
em suas celebrações, em contraste com as comunidades eclesiais de base, mais
voltadas para o trabalho social.
Há
divisões nas próprias missas, pois há uma para as crianças, uma para
carismáticos, uma pra equipistas, quando se deveria procurar a união de todos
nestas celebrações. Para quem vai à missa todos os domingos poderá comprovar
vendo sempre as mesmas caras no altar, não se busca uma participação maior de
todo o povo católico. há também uma
falha na acolhida que os católicos dão a seus seguidores, enquanto os
evangélicos procuram inovar, recebendo seus fiéis com muita alegria, a partir
da porta da igreja.
Outro
ponto importante está na utilização dos meios de comunicação. Os evangélicos
têm investido em massa tanto em rádio, como televisão e jornal, coisas que não
tem feito os católicos.
É
inegável que a Igreja Católica teve um avanço muito grande nas últimas décadas
quanto à participação dos fiéis em suas celebrações, mas é preciso melhor se
adaptar para acompanhar as novas necessidades de seu povo, sob pena de
continuar a perder fiéis.
68 –
A partir da crítica de um leitor, o autor procura mostrar como vê o
comportamento do povo católico, do qual faz parte.
Folha
de Notícias – 28 de outubro de 1998.
O comportamento dos católicos
Um
leitor telefona para reclamar do artigo que defendia um trabalho preventivo
pelos órgãos públicos em relação as adolescentes que estão ficando grávidas em
grande número na cidade. Para ele, o assunto da maneira que foi tratado,
incentiva essas meninas a iniciarem a vida sexual mais cedo, o que vai contra
os ensinamentos do catolicismo que defende o sexo só após o casamento.
Concordei
com o leitor que o Brasil seria bem melhor se os 122 milhões de católicos
seguissem as regras da Igreja e não a consciência de cada um, mas a realidade
mostra uma atuação diferente dos leigos em relação ao que é ensinado pelos
15.652 padres no Brasil. Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha no ano
passado em 80 igrejas das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro apontaram que
68% dos católicos seguem mais a consciência do que as regras da Igreja.
Os
entrevistados foram questionados sobre outros assuntos polêmicos e as
respostas, realmente, comprovam que os católicos estão dando mais valor à
consciência do que as normas.
Em
relação, por exemplo, ao uso da camisinha, que é condenado pelo Papa, conta com
o apoio de 90% dos entrevistados que justificam o uso para evitar a gravidez e
96% quando o motivo é prevenção da AIDS.
Sobre
o casamento religioso somente 34% consideram obrigatórios, enquanto 64% defende
que se pode morar junto sem passar pelo
altar.
Quanto
à necessidade da mulher casar virgem, apenas 45% defendem a virgindade
pré-matrimonial feminina.
É
certo que o leitor questionará que em Itumbiara essa realidade é outra, uma vez
que nas capitais, as pessoas tendem a ter um pensamento mais liberal, mas aqui
também não é diferente. Os católicos daqui poderão até ter outra postura se
questionados sobre esses assuntos, mas o dia-a-dia tem mostrado que realmente o
comportamento de cada um não é diferente dos irmãos do Rio de Janeiro e São
Paulo.
Um
outro ponto levantado pelo leitor e que ele sugeriu que defendêssemos nesse
jornal seria da união entre os católicos, que deveria começar com os sacerdotes
e estendesse a todos os movimentos leigos. Na visão dele, estamos tendo tantos
problemas na família, justamente porque exemplos de desunião estão vindo de
cima.
Nesse
aspecto o leitor tem razão, porque é um assunto que certamente preocupa os
bispos brasileiros.
Em
estudo realizado pela 35ª assembléia da conferência dos bispos brasileiros, o
assunto foi discutido e feito um texto em que os bispos vêem os movimentos com
estrutura própria, espiritualidade própria e líderes próprios, causando tensões
entre os grupos e a hierarquia da Igreja. Em Itumbiara um dos grupos que mais
aparecem é a Renovação Carismática, mais voltada para a espiritualidade,
enquanto que as equipes de Nossa Senhora são mais voltados para a família.
Certamente
se esses grupos fossem mais unidos e alguns sacerdotes mais humildes, muitos
ensinamentos seriam seguidos e os católicos dariam mais valor às normas da
Igreja do que a própria consciência.
PARTE
IX
CULTURA
EM ITUMBIARA
69 –
O autor cobra das empresas itumbiarenses, uma atitude mais participativa nos
eventos culturais da cidade.
Folha
de Notícias – 07 de janeiro de 1998.
As empresas e a cultura
A
cidade é carente de atividades culturais e o município não dispõe de recursos
financeiros para investir neste segmento. Isso é obvio ululante, mas também não
é motivo para decretar que o cidadão itumbiarense ficará privado pelo resto da
vida deste importante instrumento de desenvolvimento. É evidente que o
município tem que colaborar com um mínimo possível, que seria a construção de
um local para a realização destes eventos e de um agente fomentador, que no caso
já existe, e tem a vantagem de ser dirigido por pessoal altamente competente e
com credibilidade na cidade para buscar o que consideramos essencial para a
mudança do programa cultural da cidade, que é o engajamento das grandes
empresas da cidade no patrocínio de eventos desta Natureza.
Já
se constitui uma tendência das grandes empresas do Brasil o investimento em
atividades culturais ao lado do marketing tradicional em propaganda e
publicidade e com retorno satisfatório para os empresários. É o que afirma a
Consultora Maria Christina de Andrade Vieira, criadora e diretora de Andrade
Vieira Arte, que presta consultoria de marketing cultural no Brasil e no
Exterior. Há vários exemplos de grandes empresas brasileiras financiando
projetos culturais e que as empresas itumbiarenses poderiam se inspirar para
incrementar a cultura da cidade. Na Literatura, temos o prêmio Nestlé de
Literatura, a Elma Chips financia festivais de música Reggae, na área de Teatro
temos o prêmio Shell de Cultura, temos ainda a ciranda do livro e a ciranda da
Ciência patrocinada pela Hoechest, temos ainda a Gessy Lever com patrocínio de
dança e música erudita, a Antarctica nas Artes plásticas e o banco Itaú na área
de cinema.
Especificamente
em Itumbiara, o que poderia ser feito? Temos grandes empresas que poderiam no
mínimo financiar um evento cultural mensal, ou ainda adotar uma grande
biblioteca, uma escola de música ou de artes, e assim por diante. Poderíamos
ter durante o ano: Prêmio Maeda de Literatura, o Festival Sinhá de Música[96], O
Festival de Dança do Serve-Dia[97],
o Recital do Colégio de Aplicação, o Rodeio Brahma[98],
uma peça teatral patrocinada pela Skol, uma apresentação da orquestra
filarmônica de Goiás financiada pela Dinâmica[99],
enfim o que não falta é campo para as empresas investirem. As empresas
Itumbiarenses já contribuem de maneira significativa com a comunidade, através
da oferta de empregos, mas sua ajuda a cultura é necessária e fundamental. Com
certeza este é o único caminho para mudar a imagem de Itumbiara, de carente de
cultura, para uma cidade que oferece a seus cidadãos esta condição fundamental
para o desenvolvimento, que é a evolução cultural de seu povo.
70 –
Com o esforço individual e ausência do poder público no fomento da cultura,
alguns jovens vão se destacando no campo da música em Itumbiara.
Folha
de Notícias – 31 de julho de 2000.
Talentos de Itumbiara
Vários
músicos de Itumbiara têm se destacado na região, divido ao trabalho de
qualidade, apresentado aos admiradores das musicas popular brasileira e sertaneja.
O grupo “Altha Volthagem” liderado pelo jovem Alexandre, tem espaço garantido
nas rádios da região e está se tornando uma presença constante em grandes
eventos, como o da última exposição agropecuária da Cidade. No CD da banda, há
musicas para todos os gostos e não perde em qualidade para músicos consagrados
do país. Não há dúvida que em um curto espaço de tempo, as músicas desta banda
estarão sendo tocadas nas principais cidades do Brasil.
A
receita da banda é simples: talento aliado a dedicação no trabalho. Contando
com a ajuda de amigos, o grupo vai divulgando o seu trabalho e conquistando
cada vez mais espaço.
A
Dupla “Giancarlo e Gabriel[100]”
segue a mesma trilha do sucesso e vai ocupar um espaço na música sertaneja. Os
jovens Cristiano e Serginho, com muita humildade e talento, cantam músicas que
agradam todo tipo de público: adolescentes, jovens e adultos.
Algumas
características comuns marcam o trabalho desses jovens itumbiarenses, como a
origem na participação em cantos de celebrações religiosas, participação nos
festivais de música da cidade, a independência em relação ao poder público, a
humildade, o talento e muito trabalho. É importante ressaltar que outras bandas
estão chegando e novos cantores se despontam, como as meninas da família
Guerino, que inclusive já chegaram à tela da Globo[101].
Estes
jovens de sucesso trazem algumas lições aos adultos que cuidam do destino da
cidade de Itumbiara. Primeiro, da esperança que dias melhores nos esperam no
campo da cultura, setor totalmente desprezado pelos governantes municipais que
ocuparam o palácio Castelo Branco.
É
bom destacar que os grandes eventos na área de música na cidade entre os quais
se destaca o “Fest Sinhá” são coordenados por sonhadores, como os jovens
Vanderlei, Sílvio e o próprio Alexandre do grupo “Altha Volthagem”.
A
segunda lição é que estes jovens vencem por esforço próprio, simplesmente
aliando talento e trabalho. Mas o grande mérito desta turma de vencedores é
mostrar que as coisas acontecem mesmo em condições adversas, sem apoio do poder
público. Como ganharia muito o esporte, por exemplo, se seguisse esta receita.
Certamente teríamos ainda vivo o time do Itumbiara que agoniza pelo descrédito.
71 –
O povo de Itumbiara gosta de cultura. Todo evento cultural realizado na cidade
sempre é bem prestigiado pelos cidadãos e cidadãs.
Tribuna
da Imprensa – Publicado em 2004.
Fome de cultura
em Itumbiara
A
cada evento cultural que se realiza em Itumbiara, observa-se que a comunidade
local participa ativamente, em grande número, de forma educada, demonstrando
que aqui também se aprecia coisas boas.
Em
recente apresentação no calçadão da avenida Beira Rio, o pianista Artur Moreira
Lima que está percorrendo o Brasil
divulgando seu trabalho, derramou grandes elogios a cidade e aos presentes. Nas
palavras dele: “é o melhor público entre os quais já se apresentou e a cidade é
muito bonita e possui um rio lindo.”
O
gosto pela cultura em Itumbiara não é um
fenômeno restrito a pessoas com maior poder econômico, que estiveram na
apresentação na avenida Beira Rio. Nos
bairros da cidade, a cada final de semana os jovens estão presentes nas ruas e
quadras de esportes, apresentando grupos de dança.
Nos
dois exemplos citados de manifestações culturais, destaca-se a necessidade de
incentivos, seja da iniciativa privada, seja do poder público.
No
caso da apresentação do pianista, a concessionária local de serviços de
comunicação CTBC tornou possível com seu patrocínio a realização do evento,
muito bem organizado e com conforto para os presentes. A Prefeitura também deu
seu apoio.
Já
nos bairros, percebe-se a ausência do Poder público no fomento a cultura,
justamente em um local em que se faz necessário, pela carência financeira dos
organizadores.
Em
uma apresentação no Bairro Burity I, a diretoria do bairro teve que se virar
para providenciar iluminação e som.
Centenas de jovens se fizeram presentes para dançar, cantar e escolher sua
miss. E assim também a situação se repetiu nos Bairros Norma Gibaldi e Ulisses
Guimarães.
Há
milhares de jovens em Itumbiara querendo dançar, cantar, aprender a tocar um
instrumento, publicar um livro de contos e poesias, gravar um cd, apresentar
suas tradições culturais, representar num teatro, mas não há nenhum programa
local de incentivo a cultura.
Interessante
ressaltar que em Itumbiara há grandes empresas beneficiárias de benefícios
fiscais do governo estadual, que devem destinar alguns recursos para incentivo
a cultura e por incrível que pareça, somente são patrocinados cantores e
escritores de outras cidades. Não que as empresas estão erradas, mas falta
divulgação aos artistas Itumbiarenses para pleitearem os incentivos.
PARTE
X
FILOSOFIA
72 –
Nesta parte do livro, o autor deixa um pouco de lado os assuntos ligados a
cidade, para refletir sobre a filosofia.
Folha
de Notícias – 20 de julho de 1997.
O valor da ética
Ao
tratar de uma questão ética, levada à apreciação do telespectador, o programa Você Decide, exibido pela Rede Globo no
último de 10, trouxe resultado decepcionante para aqueles que defendem a
honestidade como princípio básico de conduta. O enredo do programa mostrava uma
funcionária com problemas financeiros em casa, sugerindo três alternativas para
o final do episódio.
A
primeira seria aderir a uma ação criminosa e resolver sua situação no lar; a
segunda, denunciar o chefe criminoso; por fim, a última seria se demitir,
silenciando-se sobre a questão. Através de ligações telefônicas, o
telespectador, em sua maioria, decidiu que a personagem deveria aproveitar a
chance de melhorar a vida e entrar no esquema criminoso.
Não
é sem razão que o País é maculado por escândalos quase diários[102],
uma vez que uma parcela significativa de seu povo acaba aprovando este tipo de
conduta. Entre a defesa de um princípio ético e a vantagem pela transgressão,
grande parte de nossos cidadãos opta por esta. Fica difícil condenar alguém por
sua conduta contrária à ética.
Na
história, os exemplos têm se apresentado ingratos para os defensores de uma
conduta mais ética. Assim foi com Sócrates, na antiga Grécia, que educava,
principalmente a juventude, para uma vida exemplar e foi condenado pelas
autoridades na época, preferindo beber cicuta a ter que mudar sua vida.
Jesus
Cristo pregou uma sociedade justa e acabou crucificado. A cada dia, menos
pessoas têm vocação para mártir. Não é fácil defender a ética e a moral como
princípios básicos na conduta do cidadão em suas diversas atividades humanas. A
família já não consegue transmitir estes princípios, com eficiência, em virtude
da concorrência dos exemplos que nos são mostrados. Resta a escola cumprir este
papel, que pode ser conseguido, por exemplo, mudando-se o currículo escolar.
A
cada episódio como este, tão comum no nosso cotidiano, vem à nossa mente a
lembrança de Rui Barbosa, quando dizia que, de tanto ver prevalecer injustiças
e desonestidade, o cidadão sente vergonha de ser honesto.
73 –
O Artigo é dirigido aos governantes, fazendo uma reflexão sobre o poder
efêmero. Deveria ser utilizado a favor de Itumbiara, mas o homem nos diversos
tempos, estão preparados para utilizar o
poder?É o questionamento que o autor pretende
com o texto.
Folha
de Notícias – 28 de março de 2001.
O homem, o tempo e o poder
“Se
quiser conhecer um homem, dê-lhe o trono, o poder. Se ele não tiver olho para
ver, nem ouvido para escutar, seu peito se encherá de vaidade, e saia de baixo,
porque o tombo e iminente, esborrachará no chão como uma jaca apodrecida e
fétida.”
Jose
Mendonça Teles – Escritor goiano
Na
historia da humanidade, sempre se ouviu dizer de homens que se transformaram
completamente ao se tornar donos do poder.
Em
qualquer campo, seja político, econômico e até no religioso, o homem quer
ocupar o lugar maior de sua instituição. O prefeito quer virar governador, o
estafeta presidente de sua empresa e o padre, bispo de sua diocese. Todos querem,
no seu tempo, ser aquele que nomeia, transfere, demite, protege ou persegue,
como um senhor de tudo e de todos.
Aparentemente,
não há nada de errado no fato do homem buscar seu crescimento individual, e
muitas coisas se transformam para melhor, justamente por essa luta diária do
homem que o faz crescer. O problema começa, quando ele alcança o andar de cima
e julga que as escadas só foram feitas para subir.
Alguns
desses homens que obtém o sucesso em suas buscas, fazem do livro “O príncipe”[103],
de Maquiavel, o livro do travesseiro, usando todas as técnicas para se dar bem
e se manter no poder alcançado, não se importando quais os meios utilizados.
O
sábio, certamente faria do livro bíblico “Eclesiastes”, que narra as condições
da Palestina, no século III a.C., uma leitura básica para a reflexão no uso do
poder. Ao fazê-lo, veria que não há nada de novo debaixo do sol. Afinal, como o
sol que se levanta e se põe, o vento gira, dando voltas em redor do mundo, e os
rios, que embora cheguem ao mar, jamais param de correr.
Se
o homem entendesse a efemeridade das coisas, ao deter o poder de qualquer
instituição, haveria de fazer um questionamento fundamental: como usar o poder
para melhorar as condições de vida dos outros componentes de sua comunidade?
Por
que não usar toda essa energia para gerar empregos para uma legião de homens e
mulheres desempregados e que já perderam todas as esperanças num tempo melhor
ou levar esperanças para a família que tem o filho drogado, ao doente mal
tratado nos hospitais e sem condições de adquirir o remédio para ser curado.
O
homem que detém o poder precisa entender que o tempo agora e de dar cidadania
às pessoas que tem fome, educação as crianças e casa aos desabrigados. O poder
deve se constituir numa ferramenta que mude o mundo de hoje para melhor.
Quanto
ao tempo, seja novo, bom ou velho, é o tempo de destruir, não aos inimigos, e
sim a soberba, a arrogância, males que levam a um mundo de conflitos. E tempo
de construir uma nova comunidade, onde todos tenham a sua dignidade restabelecida
pela melhor qualidade de vida, proporcionada pelas ações do governante.
É
tempo de descobrir que tudo é fugaz, como uma corrida atrás do vento. Aquele
que hoje e admirado por deter o poder, amanha poderá não ter alguém para
compartilhar o jantar[104].
E tempo de obter sabedoria para entender que, debaixo do sol, não há nenhuma
novidade e que o poder não se eterniza e nem imortaliza ninguém.
É
sempre tempo de jogar nas águas do Rio Paranaíba, que passa manso e belo, as
vaidades pessoais e entender que a gloria de hoje, será sucedida pelo fracasso
e desprezo, amanha. O melhor tempo é aquele destinado ao plantio, a ajuda, a
esperança. É desse tempo que Itumbiara precisa.
Quem
não entende o recado do tempo e nem sabe utilizar o poder, terá o destino da
jaca apodrecida e fétida, se esborrachando no chão.
PARTE
XI
EDUCAÇÃO
74 – A
construção de uma biblioteca ainda não foi prioridade entre os governantes
municipais. Há uma crítica também em relação às escolas que não estão
devidamente equipadas com bibliotecas.
Folha
de Notícias – 05 de agosto de 1998.
Uma biblioteca pública
Geralmente
os anúncios de grandes investimentos em uma cidade refere-se a construção de
grandes empresas, pois na economia capitalista, isso é o símbolo do progresso.
Há
outras cidades e governantes que também dão grande valor a um investimento, que
não aparece para o grande público, mas que é sinal de desenvolvimento para uma
comunidade. Trata-se da aplicação do dinheiro público na construção de
bibliotecas, visando dar acesso a uma grande parte da população que hoje não
tem, as grandes obras literárias, jornais diários e revistas periódicas entre
outros.
Para
quem está na área do magistério sabe a dificuldade que tem as escolas públicas
para incentivarem as crianças e adolescentes ao hábito da leitura. Bibliotecas
acanhadas, quando tem, e pobres em obras, fazem dos alunos desses
estabelecimentos, alienados do mundo cultural, pela privação da leitura.
Nos
bastidores da política, conta-se que há alguns anos atrás, uma verba federal
estava destinada a construção de uma biblioteca pública em Itumbiara, mas por
divergências políticas entre o deputado federal e o prefeito da época, o
dinheiro que tinha o destino daqui, acabou indo para Uberlândia – MG. Historias
como essa, mostra que verbas existem, talvez falte dar prioridade ao assunto.
O
custo desse empreendimento também não é alto, se comparado com o grande
beneficio que pode trazer a população.
Por
exemplo, em Itumbiara, se houvesse a decisão firme de dotar a cidade de uma
grande biblioteca pública, o que teríamos de imediato: a questão do local seria
facilmente resolvida com a adaptação de um daqueles bares da Avenida Beira Rio.
Parece até que existe um projeto da FUNCELE[105]
nesse sentido, mas como envolve aquela avenida, onde o prefeito Cairo Batista
tem a intenção de melhorá-la por completo, o projeto da biblioteca fica apenas
no papel, se é que ele existe.
E
as obras, onde seriam buscadas? As grandes empresas hoje estão voltadas para
essa preocupação social com a comunidade, e grupos empresariais que já ajudam
algumas escolas da cidade como a CTBC Telecom e Caramuru, certamente doariam
muitas obras.
Como
se vê, o que falta mesmo, é o querer fazer, e as melhorias do parque de
exposição da cidade, assim como o parque municipal mostra que tudo é possível.
Resta
mostrar quem pode e tem o dever de fazer, que uma biblioteca pública também é
sinal de desenvolvimento.
75 –
O autor preocupa principalmente com a gestão democrática do ensino. É neste
ambiente que se formam os verdadeiros cidadãos.
Revista
“Acontece” Ano 03 nº 39 – Itumbiara, edição de Dezembro de 2000.
Uma escola para formar
cidadãos
(ou, a democracia deve começar nas
escolas...)
“Para
ensinar é preciso de Eros, é preciso de Amor. Se o professor não tem paixão
pelo que ensina, se não tem interesse pelas pessoas, ele é um péssimo
professor”.
Edgar
Marin – pensador francês
A
cada ano, cresce a preocupação de pais e alunos com a qualidade do ensino e a
gestão democrática da escola. O milênio que termina enseja uma reflexão sobre
qual é a melhor escola para se matricular no ano que se aproxima, tendo em
vista a necessidade de escolher aquela que dará melhor formação ao aluno, seja
para a criança, o jovem e até o adulto que está voltando a sala de aula,
preparando-se para enfrentar os dias difíceis que o mundo passa.
Em
termos de qualidade, uma má notícia: o desempenho dos alunos está
No
aspecto da gestão democrática do ensino, a cidade de Itumbiara também não vive
um bom momento. Mesmo levando em conta que as escolas estaduais do município
com mais de 13 mil alunos matriculados, após 13 anos voltam a eleger seus
diretores de forma democrática; o município através de seus poderes legislativo
e executivo impediu a realização de eleições de seus diretores pela comunidade
escolar.
Nesse
ambiente de queda na qualidade do ensino e gestão democrática da escola,
manipulada por interesses político-partidários, o aluno tem o desafio de
procurar a melhor escola para a sua formação no novo milênio.
São
56 opções, sendo 20 escolas estaduais,
16 municipais e 20 particulares para o ensino básico, enquanto em nível
superior são oferecidas mais de 700 vagas em 15 cursos por três faculdades.
A
queda na qualidade do ensino pode ser atribuída a uma série de razões, entre
elas a da pouca leitura de livros, uma vez que faltam bibliotecas e incentivo
do professor para levar o aluno a gostar de ler. Mesmo em época que se
multiplica as tecnologias de informação, são raras as escolas que oferecem o acesso
do aluno, pelo menos na Internet. Até aquelas escolas que contam com recursos
básicos como o livro, falham no ponto fundamental, que é contar com professores
que preparem o aluno para ser cidadão.
Pela
ação dos alunos no dia a dia, percebe-se que estão sendo formados para a
subserviência e isolamento do mundo. Isso pode ser resultado do método de
ensino, que se resume na reprodução mecânica do conhecimento, tendo o aluno o
papel de receptor de dados, que não pensa, não age e nem vive em função de sua
comunidade.
O
professor não prepara o aluno para ser cidadão, porque leva para a sala de aula
apenas as disciplinas a serem ensinadas. Falta acesso ao ensinamento de Platão
que defende a necessidade de se ensinar com amor ou de Sócrates para levar o
aluno a aprender pensar. Questões como a da ética do ser humano, a
solidariedade entre as pessoas e a participação ativa do cidadão na comunidade,
perdem espaço para a defesa de pequenos interesses político-partidários.
Com
esta formação, cria-se uma massa de alunos alheios às questões importantes da
comunidade e que influem no destino de cada um. O fato, por exemplo, de não
haver nenhuma manifestação de alunos ou de pais sobre o golpe nas eleições para
diretores das escolas municipais, é reflexo da formação que o aluno está
recebendo.
Além
do professor, que é um dos principais agentes no processo ensino-aprendizagem,
os pais também desempenham importante missão, primeiro escolhendo para seus
filhos aquela escola que forma cidadãos e principalmente participando da vida
escolar, votando para eleição dos diretores e cobrando qualidade no ensino.
Para
escolher o melhor ensino, não se deve procurar o melhor prédio, o ambiente
religioso ou aquela que leva o filho direto para a faculdade; nem se deve
evitar a escola pública, onde questões políticas superam as preocupações com a
qualidade. A escola que o aluno precisa, é aquela que prepara para a vida.
Ensina que o aluno deve ser um cidadão, agindo e transformando para melhor, o
ambiente em que vive.
Onde
tiver um bom professor preparado para fazer do aluno um cidadão, ali estará a
melhor escola para o aluno. É pela ação de cada aluno na comunidade que se
conhece a qualidade de ensino que a escola oferece. Se a qualidade do ensino
vai mal e a comunidade escolar não participa da gestão democrática na escola, é
sinal que a escola não está formando cidadãos.
76 –
O autor viaja no tempo para homenagear os professores que se destacaram em sua
vida estudantil.
Folha
de Notícias – 10 de agosto de 2000.
Um tributo aos professores
O
professor desempenha um papel preponderante na vida de cada cidadão em relação
ao trabalho. Para ser considerado um vencedor nestes tempos de extrema
concorrência no mercado de trabalho, o mestre é figura essencial. Na sala de
aula é desenhado o futuro profissional de cada aluno. Se há um interesse em
aprender, o sucesso no trabalho é apenas questão de tempo.
Depois
de mais de duas décadas convivendo no ambiente escolar, sinto que há uma enorme
dívida a pagar para esses admiráveis seres humanos, que dedicam suas vidas em
prol do desenvolvimento moral, intelectual e social do homem. Não importa o
sistema de ensino, se público municipal, estadual, privado ou conveniado, a
figura do professor faz parte da vida do aluno para sempre.
Fazendo
uma viagem no tempo, vem a imagem da professora Maria Helena na escola estadual
Cunha Matos ensinando as primeiras letras do alfabeto. Na escola estadual Mauro
Borges, é inesquecível a solidariedade da professora Mariza, que doou o
uniforme escolar para ingresso no Instituto Francisco de Assis, onde o
professor Nivaldo ensinou os primeiros passos de futebol de salão.
No
colégio municipal Floriano de Carvalho, uma das melhores escolas do município,
veio o privilégio de ser aluno dos conceituados professores Lara ensinando as
primeiras notas musicais e de dona Carminha com a Geografia. No colégio
estadual Dom Veloso foi aprendido o método das partidas dobradas com o
professor Célio Paghoto e até as difíceis fórmulas de física com o professor
Ferreira.
O
primeiro curso superior veio com a gloriosa FESIT, fundação municipal que
propiciava o ingresso de pobre no ensino superior. No curso de Ciências era
impossível não aprender matemática com a professora Guiomar Vidica. Ainda na
FESIT que quase virou SOMAFESIT administrada pelo competente Dr. Onofre
Barbosa, na faculdade de administração foi possível conhecer muito do Direito
Tributário e da Administração Pública através do professor Dr. Cleuber Cardoso.
Por
falta de um curso de Direito, foi preciso enfrentar os perigos das estradas no
ônibus da Prefeitura Municipal dirigida pelo zeloso “tio Eurípedes” para
conhecer o competente professor Manoel Tibúrcio de sabedoria ímpar na UEMG em
Ituiutaba-MG.
Hoje
na UFG, terminando o curso de Direito, o professor juiz Dr. Adegmar José
Ferreira ensina mais com a vida do que com os livros didáticos. Na Fundação
Getúlio Vargas, através de altos funcionários do governo federal, vai se
conhecendo por dentro o funcionamento do estado e do sistema político.
Enfim,
para alcançar o emprego que traz orgulho, por contribuir com a saúde, educação
e segurança daqueles que não podem pagar por um serviço privado, cada professor
contribui com uma parte.
O
espaço é pouco para citar todos, mas a gratidão é grande a todos àqueles que
contribuíram para minha formação como cidadão.
77 –
A droga na escola é um problema que não pode ser ignorado na cidade.
A educação no Município
e no Estado deve ser mais atuante no sentido de agir preventivamente, defendo o
autor.
Folha
de Notícias – 10 de junho de 1998.
Drogas nas escolas
Constantemente
os meios de comunicação têm noticiado a presença de drogas nas escolas. O
problema parece estar longe, mas é essa a realidade. O drama das drogas nas
escolas pode estar muito perto de nós.
A
polícia federal, preocupada com o assunto, pensa até em responsabilizar
criminalmente os diretores de estabelecimentos escolares que forem omissos na
prevenção do tráfico e consumo de drogas nas dependências das escolas.
A
situação é grave e complexa de ser resolvida, merecendo das autoridades que lidam
com a educação, uma atenção muito especial para o assunto.
É
difícil a situação dos professores e perigosa para conduzir o assunto, já que
os envolvidos no consumo e tráfico não medem as conseqüências de seus atos e
qualquer falha do professor ou diretor pode trazer conseqüências desagradáveis.
Antes
da repressão, deve-se trabalhar na prevenção, com campanhas periódicas
envolvendo a mídia e segmentos organizados, a fim de mostrar ao jovem que está
neste caminho, que as conseqüências de seus atos são as mais prejudiciais
possíveis, levando inclusive à morte.
A
família deve estar atenta, para que no primeiro sinal de que a droga esta
presente na vida de seus filhos, procurar a ajuda necessária, para que o
problema não tome conseqüências mais trágicas. Mais uma vez vale o conselho da
prevenção em lugar da repressão, é sempre bom lembrar que este caminho pode
começar com um simples copo de cerveja até chegar à droga, que é mais
prejudicial.
As
instituições educacionais devem reservar mais tempo nas campanhas de prevenção,
mesmo não havendo qualquer sinal da presença de drogas em suas dependências.
As
secretarias de Educação do Estado e do Município têm de dar a atenção ao
assunto, a fim de reduzir a presença desse mal em nossas escolas.
As
rádios e jornais também podem dar a sua colaboração no sentido prevencionista.
Só na região temos 3 rádios comunitárias, 2 emissoras AM e 2 emissoras FM, além
de periódicos, mas pouco se tem falado no assunto.
A
participação de cada um pode salvar muitas vidas, principalmente de jovens.
Não
podemos ficar omissos, pois hoje o problema pode estar acontecendo bem perto de
nós. Com mais prevenção poderemos proteger mais a vida de nossos jovens.
78 –
A questão da municipalização do ensino fundamental merece um destaque do autor.
O assunto é interessante, pois
representaria mais recursos para o município em razão da distribuição do
FUNDEF.
Folha
de Notícias – 17 de janeiro de 2000.
A municipalização do ensino em
Itumbiara
“Não basta que o governo queira ou decida,
porque esta mudança não se faz apenas com Leis e Decretos, descentralizando
ações ou resoluções que delegam que a gestão da escola pública seja feita pela
comunidade” Pacto
de Minas pela Educação - 1994
Desde
o ano de 1997 já deveria ter ocorrido em Itumbiara a municipalização do ensino
fundamental, mas como a comunidade foi omissa até então, o assunto vai sendo
postergado. Não se sabe ainda a razão da demora na municipalização, se
problemas políticos ou questões técnicas emperram o processo, o certo é que já
traz conseqüências negativas, como por exemplo, a falta de oferta do ensino
pré-escolar.
Para
se ter uma idéia da dimensão do problema, no ano passado havia mais de 25 mil
alunos matriculados em Itumbiara nas redes privada e pública, assim
distribuídos: 2.474 na pré-escola, 17.956 no ensino fundamental e 4.919 no
ensino médio. Esses números recomendam que o assunto seja tratado de maneira
estritamente técnica, levando em consideração principalmente os alunos, que são
a razão maior de uma escola, assim como seus familiares que estão preocupados
em dar um futuro melhor para seus filhos. Este é um tipo de assunto que merece
maior espaço nos meios de comunicação, através de debates envolvendo as
autoridades responsáveis pelo processo, a fim de que a população seja esclarecida
e faça a opção pelo melhor, evitando assim que seja decidida de forma
política-partidária no interior dos gabinetes.
Com
a sanção da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, a
responsabilidade pela primeira fase do ensino fundamental (1ª a 4ª série) é do
município, enquanto a segunda fase (5ª a 8ª série) cabe aos governos municipal
e estadual e o ensino médio (antigo segundo grau) é de responsabilidade
exclusiva do Estado.
Com
base nessa nova legislação, o município de Itumbiara se preparou assinando
termo de adesão com o governo federal e entregando proposta de municipalização
a Secretaria Estadual de Educação, ou seja, o município de Itumbiara está
pronto para municipalizar à primeira fase do ensino fundamental. Quanto ao
governo estadual, este já está se preparando para o processo e pretendia neste
ano repassar aos municípios cerca de 200 mil estudantes, apesar de que na
realidade serão repassados pouco mais de 30 mil. Em Goiânia está ocorrendo o
reordenamento do ensino médio, que deverá se estender ao interior e pelo menos
80 escolas estaduais não aceitarão matrículas para o ensino fundamental. Serão
investidos ainda no ensino médio dentro de um ano e meio cerca de R$ 27
milhões, que serão utilizados para cursos de capacitação de professores,
construção de laboratórios de informática, ciências e línguas, além de
ampliação de bibliotecas.
Se
o município está preparado e o Estado deseja cumprir a nova LDB, sendo
inevitável a municipalização do ensino fundamental, então por que ela não
ocorre?
Segundo
a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, em entrevista a um jornal
da capital, a municipalização não vai ocorrer em todos os municípios e aqueles
que desejarem terão que obedecer a certos critérios, como o da aceitabilidade
da sociedade. Até esta data não houve nenhuma manifestação contrária da
comunidade sobre a municipalização.
Quanto
aos professores, geralmente os mais preocupados, pois desconhecem o que vai
ocorrer no futuro, informa a superintendente de ensino fundamental da SEE, Eliana
França, que estes serão cedidos para trabalhar nos municípios, sem que deixem
de ser funcionários do Estado. Não há razão então para este posicionamento
contrário ou temos pelos docentes.
As
famílias geralmente se preocupam com a qualidade de ensino na possível
transferência da responsabilidade do ensino fundamental, mas em Itumbiara é
notório esta boa qualidade da educação no município devido boa formação,
capacitação e salário dos professores.
Aparentemente
não há nenhuma razão de ordem técnica, nem manifestação contrária da comunidade
contra a municipalização. Resta então a questão político-partidária. Será que
ela existe?
Chegou
à hora da comunidade através de professores, alunos, diretores, funcionários,
famílias, sindicatos e associações tomarem o caminho que o povo mineiro já vem
trilhando na condução da educação com excelentes resultados, reivindicando ao
governo que conduza a situação de maneira estritamente técnica e priorize a
melhora do ensino em todas a suas fases.
Levar
em consideração o crescimento do aluno é preocupar-se realmente com o futuro do
Município, Estado e União, já que haverão homens melhores preparados dirigindo
seus destinos, no campo político, econômico e social. Fazer o contrário é
prejudicar todo um povo. Cabe aos responsáveis pelo processo escolher o melhor
caminho.
79 –
O autor mostra a realidade do
município na época, quando Cairo Batista-PMDB assumiu o governo. Ao mesmo tempo
faz comentários sobre os salários do professores e demais servidores do município.
GASTOS
COM EDUCAÇÃO
Folha
de Noticias – 18 de abril de 1998
A população de Itumbiara está ansiosa para ver o
desenvolvimento da cidade, mas desconhece alguns fatores herdados de governos
passados, que são obstáculos quase intransponíveis para o novo governo.
O primeiro refere-se a dívidas, que só no ano passado
retirou de uma receita de R$ 22,6 milhões, a quantia de R$ 7,5 milhões, o
equivalente a 33,5% do dinheiro arrecadado.
Outro fator está na folha de pagamento, não em seu total,
que no ano passado foi de R$ 11 milhões, ou 49,5% da receita, mas sim na parte reservada para custear os
profissionais do magistério.
Com uma arrecadação média de R$ 1,88 milhões, a folha de pagamento de
professores que em percentual corresponde a 20% dos servidores, consome 50% da
folha de pagamento total. A remuneração varia de R$
Os professores de Itumbiara ganham bem e os do Estado de
Goiás são mal remunerados?
Não vamos discutir esse aspecto, porque consideramos que
todos devem ganhar bem, mas é indiscutível que os professores de Itumbiara são merecidamente
bem remunerados.
O estatuto do Magistério dá um tratamento muito especial
aos professores, provocando uma situação de desiquilibrio na folha de pagamento dos funcionários
municipais. É justo quando se remunera bem o profissional do magistério, mas
injusto quanto à coletividade, pois absolve uma vultosa soma de dinheiro, que
deveria estar sendo investido em obras que atendesse a toda população.
Hoje sobra para o governo municipal fazer a manutenção
dos principais serviços públicos e para investimentos pouco mais de 16% da
arrecadação, o que não está dando para atender toda a demanda da população. Se
não houvesse a parceria com o governo estadual, a cidade já teria virado um
caos.
Quanto as dívidas herdadas, não há paliativo, resta
apenas pagar. Quanto à educação, o governo Cairo Batista, com coragem enfrenta
a delicada situação.
O governo determinou que os professores que estavam em
atividades administrativas voltassem
para a sala de aula, abriu concurso para preencher vagas onde havia carência de
profissionais nas séries iniciais, corrigindo o contra senso que era ter
professor pós-graduado ministrando aulas
para creches. O prefeito ao mexer em questões como estas, talvez tenha algum
desgaste com a área envolvida, mas certamente terá o apoio da população, que
entenderá como necessários os ajustes que estão sendo feitos. Quando está em
jogo o bem estar coletivo, vale a pena algum sacrifício.
PARTE
XII
SAÚDE
80 – Quando se fala em
gestão pública em Itumbiara, não se pode deixar de fora a área da saúde. Seja
pelos vultosos recursos destinados a ela, que já somam mais de R$ 1 milhão por
mês[106],
seja porque em pelo menos três gestões, o governo de Itumbiara teve a frente um
médico no poder Executivo.
Neste
primeiro artigo, faz-se uma crítica principalmente a área médica em relação ao
atendimento que é dado a população.
Folha
de Notícias – 20 de janeiro de 2000.
A saúde em Itumbiara
A
discussão sobre a saúde em Itumbiara sempre priorizou a utilização de recursos
financeiros. Quando um profissional da área fala sobre o assunto e tem ligações
político-partidárias, critica apenas a gestão dos recursos, não se propondo a
vencer o desafio, de prestar um melhor serviço público de saúde ao cidadão
pobre, que utiliza o Sistema Único de Saúde – SUS.
Aqueles
que poderiam tornar o principal instrumento de mudança, que são os médicos –
políticos, não colocaram este assunto em suas agendas. A situação de
desrespeito ao cidadão pobre, que espera em longas filas e é recebido nos
consultórios dos hospitais públicos com desprezo, parece que vai sobreviver por
um bom tempo ainda. A preocupação principal hoje e sempre será, quanto aos
valores pagos pelo SUS aos médicos pelos seus serviços, que nunca serão
suficientes, mesmo que a Prefeitura dirija 10, 20 ou 30% de seu orçamento para
complementar.
Exigir
comportamento diverso no sistema capitalista em que vivemos é uma atitude tão
inócua, pois, afinal a sociedade valoriza os profissionais pelos recursos
financeiros que recebem e acumulam, sejam eles médicos, advogados ou qualquer
outro profissional.
Aqueles
que teimam em praticar a medicina social com solidariedade, colocando a pessoa
humana como foco principal da discussão, em detrimento dos valores pagos aos
médicos pelo SUS, são chamados de demagogos e até tratados como suspeitos na
gestão do dinheiro público direcionado para a área. A realidade não muda ainda,
porque aquelas pessoas que podem provocar as transformações não utilizam este
tipo de serviço, pois podem pagar o preço que os médicos cobram ou têm bons planos
de saúde. E o pobre, que enfrenta o desrespeito em longas filas e culminam com
o péssimo atendimento, até com desprezo por alguns profissionais médicos,. Quem
poderá defendê-lo para que seja respeitado em seus direitos constitucionais
previstos nos Artigos
É
claro que nem tudo está perdido e como na história de “Chapeuzinho Vermelho”, o
lobo ainda não devorou a criancinha. Não estamos no pior dos mundos. Pelo menos
temos uma excelente rede física de hospitais e mesmo não tendo a qualidade
desejada na prestação de serviço ao pobre, nenhum cidadão fica sem atendimento.
O
gestor da saúde municipal tem grande vocação para o trabalho social, e sua
honestidade na administração e aplicação dos recursos na área tem o respaldo da
população. Prova disso é sua permanência na área por muitos anos, tendo como
maior mérito, a sua solidariedade aos mais pobres e sem cores partidárias.
Agora,
mudar o sistema como um todo, é apenas um sonho. Afinal, o SUS nunca pagará o
que os médicos capitalistas acham que merecem pelos seus serviços e
dificilmente aumentará os profissionais que colocarão o amor e a solidariedade
na prática, acima de tudo.
Este
artigo serve mais como reflexão daqueles que se dão bem com o injusto
tratamento ao pobre e como incentivo aos que consideram o amor ao próximo e a
solidariedade como riqueza a ser acumulada. Para estes, atender bem ainda é
mais importante do que o valor pago pelo SUS.
81
– No segundo artigo sobre a saúde pública no município, há uma análise positiva
sobre a gestão da saúde
Observa-se
que o autor elogia o setor em 1998 e faz uma crítica aos médicos em 2000.
Folha
de Notícias – 30 de abril de 1998.
A saúde pública em Itumbiara
Vista
como a área que não funcionou até hoje no âmbito do Governo Federal, a saúde
pública em Itumbiara vive um momento especial.
Fruto
de um trabalho que vem sendo desenvolvido há muito tempo, os resultados em
termos de qualidade de vida para a população já começam a aparecer.
No
campo da desnutrição, por exemplo, relatório do Ministério da Saúde apontou a
cidade com o segundo melhor índice entre os 86 dos 242 [107]municípios
goianos no percentual de baixo peso em relação à idade.
Dados
mais precisos sobre esse assunto deverão ser apurados através de pesquisa que
será coordenada no nível de Governo Estadual que traçará o perfil nutricional
de pelo menos 38.988 crianças de até cinco anos no Estado de Goiás.
No
início deste ano foi inaugurado no Bairro Paranaíba a unidade de cuidados
diários Dr. Marculino que acompanhará o crescimento e desenvolvimento de
crianças de baixo peso. É uma iniciativa que merece altos elogios, pois
proporcionará ainda mais condições de reduzir a desnutrição na cidade.
O
grande destaque da cidade de Itumbiara está justamente nas ações básicas de
prevenção. Pelo menos 19 núcleos já estão funcionando.
O
serviço de saúde da mulher, com cinco anos de funcionamento é outro referencial
no Estado. Pelo menos 40 casos de câncer ginecológico e de mama já foram
diagnosticados nesta área.
Outros
núcleos desenvolvem ações voltadas para os idosos, adolescentes, doentes
mentais e ainda na área de doenças sexualmente transmissíveis.
Em
relação a AIDS, que apresenta um grande índice de contaminados devido a
situação geográfica da cidade e falta de conscientização de algumas pessoas, a
prefeitura vem fazendo a sua parte onde tem serviços de orientação ao
soropositivo e serviços de diagnósticos da doença no Hospital Municipal.
Outra
iniciativa exemplar no município está na ação de agentes comunitários nas
campanhas de combate a dengue. A cidade que já viveu uma epidemia de dengue
clássica tem grande potencial para chegar aqui a dengue hemorrágica, o que tem
sido evitado com o excelente trabalho prevencionista.
O
cidadão costuma mensurar a qualidade da saúde de sua cidade que nem sempre é
bom pelo atendimento ambulatorial, às vezes não dando o devido valor para o
trabalho prevencionista, este sim importante.
Sem
qualquer dúvida, Itumbiara e hoje um referencial de saúde pública no Brasil
estando completamente preparada para a municipalização plena da saúde[108].
Nessa área temos bons operadores e o cidadão é o mais beneficiado.
82 – O
autor não foi bem atendido e usou a coluna do jornal para manifestar seu
descontentamento.
Folha
de Notícias – 26 de agosto de 1998.
Atendimento médico privado
A
cidade de Itumbiara possui um dos melhores corpos médicos do Brasil e uma rede
hospitalar, tanto pública, quanto privada, que está entre as mais bem equipadas
do País, mas, infelizmente, nem todos os profissionais que lidam na área
conseguiram na Faculdade a habilidade para tratar bem as pessoas.
O
motivo, talvez esteja na excessiva carga horária que estes profissionais têm
que se submeter para terem um salário digno da profissão, acumulando cargos na
área pública e clínicas particulares. Mesmo assim, não se justificam, o
desprezo que alguns profissionais dessa área têm para com seus pacientes e
principalmente quando este está à frente de um órgão que cuida da saúde no
município.
Reclamar
da saúde pública no País não é nenhuma novidade, mas na área privada quando se
busca o atendimento nesse setor, espera-se, no mínimo a capacidade de diálogo
do médico na relação com o cliente ou paciente. É para nós uma grande surpresa
encontrar uma situação como a que abaixo, relataremos.
O
leitor deste jornal teve a oportunidade de ler na semana que passou um artigo
de um usuário elogiando o atendimento no Hospital Municipal, agora poderá ver
que nem tudo são mil maravilhas nos serviços de saúde, em especial, na
iniciativa privada. Em respeito ao administrador do hospital que foi procurado
e pediu para que não relatasse o nome do hospital, já que o ato abaixo descrito
não representa o modelo de atendimento que o hospital dispensa aos seus
pacientes, vamos deixá-lo de mencionar, pois pretendemos apenas provocar uma
reflexão sobre a atitude de certos profissionais em sua relação com pessoas.
Numa
quarta-feira, às 09:00 horas, procurei atendimento neste hospital privado para
uma criança de 06 anos, com dores na nuca, através de um convênio médico. Fomos
informados que a médica de plantão, que inclusive é titular de um cargo público
municipal, só poderia consultar a criança após atender sete pacientes que já
estavam agendados. Esta posição foi passada pela secretária da médica, que certamente
não tem conhecimentos médicos para saber se uma pessoa precisa de atendimento
urgente ou não. O mínimo que se esperava da plantonista é que olhasse a
criança, e não vendo nenhuma gravidade, recomendasse ao paciente esperar a
ordem do atendimento.
Foi
tentado um contato profissional com a médica e no telefone ela foi incisiva:
“Não atendo nem o Papa fora da ordem dos pacientes agendados”. Em seguida,
desligou o telefone na cara da responsável pelo convênio médico.
Qual
o remédio para situações como essa? Para quem tem um plano de saúde e pode
procurar um profissional com mais tempo, mais capacidade de diálogo, dedicado
exclusivamente à profissão médica, que para nossa felicidade existem muitos em
Itumbiara, resta este caminho e foi o que fiz, sendo atendido em 10 minutos
pelo mesmo convênio em outra clínica também bem equipada e com profissionais
bastante preparados para lidar com pessoas. E quem não tem convênio médico e
depende do SUS, IPASGO, IPASI[109],
só Deus sabe o que passam estas pessoas quando encontram pela frente, a
profissional médica que encontrei.
Uma
mensagem transcrita das crônicas de José Mendonça Teles, baseada no livro de
Eclesiastes é o que melhor pode ser respondida a profissional médica pelo
tratamento dispensado ao seu paciente: “Se quiser conhecer bem o homem, dê-lhe
um trono, o poder. Se ele não tiver olho para ver, nem ouvido para escutar, seu
peito se encherá de vaidade, e saia debaixo, porque o tombo é eminente,
esborrachará no chão como uma jaca apodrecida e fétida, por que nada há de novo
debaixo do sol”.
XIII
UM
POUCO DE TUDO
83 – O
autor parte em defesa do jornalista Osvair Santos que foi criticado por um
jornal de Morrinhos. Há uma defesa também da emissora de TV da cidade de
Itumbiara.
Folha
de Notícias – 23 de junho de 1998.
Uma crítica infeliz no jornal de
Morrinhos
O
sentimento de inveja desequilibra as pessoas, tornando-as altamente perigosas
para a sociedade. O invejoso tem um desgosto profundo e não suporta ver
felicidade de outrem, além de ter um desejo violento de possuir o bem alheio.
Entre
todas as explicações possíveis para qualificar a matéria publicada, da seção
olho clínico do Jornal de Morrinhos, na edição de junho, assinada pelo senhor
Assis de Lima Ribeiro, somente o sentimento de inveja justifica tamanha
grosseria nas críticas à cidade de Itumbiara e a TV Rio Paranaíba, empresa da
organização Jaime Câmara e afiliada da Rede Globo.
Mais
grave ainda, é que sem nenhum mandato do povo morrinhense, o articulista falou
em nome da limpa e bela Morrinhos, denegrindo a imagem de Itumbiara e de seu
meio de comunicação.
A
cidade de Morrinhos tem um povo muito educado, inteligente, prova disso, é que
tem atualmente no Governo do Estado[110]
e na presidência da Assembléia Legislativa, cidadãos daquela tradicional cidade,
e que chegaram a essa posição justamente por tratarem as outras cidades, de
maneira respeitosa.
Em
relação aos seus meios de comunicação, a cidade de Morrinhos, especificamente
no caso de Jornal, merece coisa melhor.
O
cidadão itumbiarense não tem culpa da cidade de Morrinhos ter apenas uma
emissora de rádio FM e ser carente de bons profissionais para trabalharem na
televisão no padrão Globo. Não saiu de Itumbiara para a TV, apenas a “Bonitona”
Cleisla Garcia. O senhor Assis Lima certamente como bom jornalista que é, já
teve o privilégio de ver na tela da TV, profissionais da qualidade de José
Ronaldo no Jornal do Campo ou nos programas esportivos, Joel Fraga e César
Rezende, ambos cidadãos itumbiarenses.
Não
conheço a fisionomia do articulista, e talvez seja um simpático e ótimo
produtor de matérias jornalísticas, oriundo de uma grande capital do país, e
esteja em Morrinhos só para dar uma força. Só assim se explica tanta antipatia
para com o pessoal do interior.
Por
outro lado conheço muito bem a capacidade dos repórteres da TV Rio Paranaíba,
que só estão lá, exercendo a atividade jornalística pela extrema capacidade que
têm. A organização Jaime Câmara não é grande por acaso, mas sim porque é
constituída de excelentes profissionais, os quais estão incluídos, os que aqui
prestam serviços e para a felicidade de Itumbiara, são desta bela cidade.
Geralmente,
aproveita-se alguma coisa dos artigos que são escritos nos jornais, e deste
publicado no jornal de Morrinhos, nada se extrai, a não ser este sentimento de
inveja.
O
Progresso não conhece limites e certamente Morrinhos um dia terá sua emissora
de televisão, seu jornal diário, suas revistas periódicas e até quem sabe um
rio, nem que seja artificial, com a beleza do Paranaíba. Só esperamos também
que quando esse dia chegar, que lá possa existir também profissionais de
comunicação como os nossos: sem inveja, mas com muita capacidade e competência.
84
– Aqui se comenta a situação do time do
Itumbiara. Mesmo sete anos depois, a história continua do mesmo jeito.
Folha
de Notícias – 25 de janeiro de 1998.
Um time em estado terminal
A
poucos dias do início de mais um campeonato goiano o clube de futebol do
Itumbiara vai conseguindo reunir alguns jogadores e formar uma diretoria
executiva. Mergulhado em dívidas, sem perspectivas de ajuda financeira do
município e com enormes dificuldades para conseguir patrocínio de empresas, o
time vai para a disputa na base da boa vontade de alguns cidadãos e políticos.
Como conseqüência de um trabalho que sempre menosprezou as categorias de base,
preferindo formar times chamados “de verão”, em que os jogadores vêm, recebe
por uma temporada e vai embora, o clube apresenta sintomas de quem caminha para
a extinção[111].
As
prefeituras que sempre foram grandes patrocinadoras do futebol profissional no
interior do estado estão falidas e sem perspectivas de continuar financiando
esta atividade esportiva[112].
As empresas que poderiam suprir esta ausência do poder público estão cada vez
mais seletivas na hora de um patrocínio e parecem não ver o retorno em
benefícios oriundos dos custos dos patrocínios. Os bingos surgidos como fonte
de recursos para estes clubes, pelo menos em Itumbiara, não cumprem este
objetivo. Embora não sejam apresentados os balancetes sobre os mesmos, é
noticiado que sempre dão prejuízos. Diante desse quadro, o futebol em Itumbiara
está com os dias contados, sobrevive em 98, mas em 99 só Deus sabe se ele
continuará existindo, pois, a tendência é que as dívidas aumentem.
O
torcedor quer um time bom e que apresente resultados em curto prazo. Como
conseqüência do momento econômico, ele está cada vez mais longe dos estádios e
quando vai, as rendas são confiscadas para pagar débitos atrasados.
Como
mudar um quadro assim tão negativo?
Primeiro
é preciso colocar em prática, o que todos acham óbvio e sempre relegam a um
segundo plano, que é o investimento nas categorias de base. É injustificável
ver a presença, de várias escolinhas de futebol da cidade disputando este IV
Torneio de Futebol pelos Direitos da Criança e o clube de Itumbiara não
representado por que não tem equipes nas
categorias
Uma
empresa quando dá constantes prejuízos, não tem outra alternativa a não ser
fechar as portas. O Itumbiara com essa série de prejuízos não estaria
caminhando para esse fechamento? O departamento profissional não poderia gerar
lucros com a venda de passe de jogadores e de empresários. Como explicar, que
mesmo com tantas dívidas, o time empreste jogadores de graça? O investimento
nas categorias de base não dá resultados imediatos, mas parece ser o único
caminho que dê uma sobrevida ao Itumbiara E. Clube. Continuar insistindo em
financiar um time que só dá prejuízos é acelerar a sua morte.
85
– O artigo fala sobre o drama do jovem de Itumbiara que continua sonhando,
principalmente com um emprego.
Folha
de Notícias – 01 de julho de 1998.
Um projeto para o jovem
A
sociedade e os governantes têm um grande desafio pela frente em relação ao
jovem. Como dar educação, vaga no mercado de trabalho e opções de lazer para
fazer dele um cidadão? Num momento em que temos o maior contingente da história
nessa faixa etária, e que os postos de trabalho estão se fechando, a família, o
governo e a sociedade precisam buscar alternativas urgentes para resolver o
problema.
O
trinômio desemprego, falta de escolaridade e de opções de lazer nessa faixa
etária constituem nos ingrediente indispensável para o incentivo ao uso de
drogas pelos nossos jovens e o conseqüente aumento da violência. De
Em
décadas passadas, começava-se muito cedo no mercado de trabalho e era possível
verificar crianças entre 10 e 14 anos já exercendo alguma atividade. Hoje, a
proibição legal é severa e a mídia acompanha de perto a questão, condenando
implacavelmente quem age contrariamente a lei. O pior é que essas crianças
deveriam estar nas escolas, mas nossos governantes não conseguem cumprir o seu
papel em relação a elas.
Quanto
ao adolescente que está a procura do primeiro emprego, a situação não é nada
animadora. Quando ele consegue uma posição no mercado de trabalho, é informal
ou em pequenas ou micro-empresas, onde as perspectivas de crescimento são
também pequenas.
A
família e a igreja já não conseguem cumprir com eficiência o seu papel na
formação do jovem. Com a situação econômica atual, os pais já não convencem
seus filhos, que estudando eles serão vencedores. Quando por exemplo, vemos
diplomados em curso superior disputando uma vaga de gari ou no mercado
informal, vendendo bugigangas, parece-nos utopia falar em esperança de dias
melhores.
A
igreja que já ocupou grande espaço na formação do indivíduo, paradoxalmente, na
hora em que mais se necessita sua participação, ela falha nesse papel. Já não
temos os grandes grupos de jovens que se reuniam semanalmente para estudar a
bíblia e realizar retiros espirituais, trabalhos comunitários em presídios,
asilos e bairros periféricos.
A
falta de espaços e opções de lazer, situação que vemos com muita clareza em
Itumbiara, é outro fator desestimulante para se formar o jovem vencedor. Nossos
governantes têm falhado muito nesse sentido, contribuindo assim, também para o
aumento da violência, o uso de drogas, afinal o próprio fracasso do jovem.
Todas essas situações somadas fazem com que tenhamos na comunidade jovens
desinteressados, desmotivados e que resumem suas vidas num copo de cerveja na
Avenida Beira Rio ou nos bares dos bairros periféricos.
Um
jovem desmotivado não participa da família, isola-se da comunidade, torna-se
improdutivo. Como conseqüência, a sociedade perde esse que seria um grande
agente de transformação. Nas escolas, onde surgiram os grandes líderes
políticos que sonhavam transformar o mundo, hoje encontramos pessoas acomodadas
face as injustiças sociais e a atuação nem sempre exemplar de nossos
políticos. Nossos agentes de
transformação hoje estão preocupados em tomar cerveja e fazer festa. A melhor
imagem dessa situação pode ser vista aos domingos na Avenida Beira Rio, quando
grandes contingentes de jovens fazem propaganda de suas festas semanais, sempre
tendo como símbolo, uma marca de cerveja.
Diante
dessa situação preocupante que precisa ser encarada de frente pelos governantes
e segmentos da sociedade, precisamos discutir e elaborar um projeto que acolha
de maneira digna esse jovem, visando a formação do verdadeiro cidadão: a
questão do emprego é mundial, mas internamente é possível minorar o problema,
incentivando a criação de novos postos de trabalho, a família tem que continuar
firme no seu trabalho de formação mostrando que vale a pena estudar, ensinando
principalmente com exemplos, o caminho que o jovem deve seguir, a igreja tem
que ser mais atuante, indo ao encontro do jovem, fomentando a participação dele
mediante a reestruturação de seus movimentos e o governo tem que se ocupar de
questões mais complexas como o fomento ao emprego e a formação escolar, até
atitudes mais simples porém indispensáveis como a construção de espaços para o
lazer e para a cultura.
Enfim,
temos que ter um grande projeto que acolha esse jovem de hoje que busca um rumo
em sua vida. Se quisermos ter uma sociedade melhor, temos que ter presente que
a nossa participação hoje é fundamental.
86
– Agora é a vez das crianças de Itumbiara. Há uma crítica sobre a falta de
espaços públicos destinados as crianças itumbiarenses.
Folha
de Notícias – 09 de dezembro de 1997.
Um espaço para as crianças
A
criança itumbiarense ainda não recebeu o tratamento especial que a Constituição
do Brasil lhe assegura. Em relação ao lazer, por exemplo, ela não conta na
cidade com locais apropriados para brincarem, principalmente as crianças que
ocupam os bairros, sentem mais esta necessidade. Os centros comunitários, que
poderiam funcionar como um grande espaço de lazer, não atraem estas crianças,
já que não apresentam nada de interessante.
As
crianças de famílias com maior poder econômico, freqüentam escolas que lhes
oferecem esta opção de brincarem, além de contar com Clubes recreativos, apesar
de que estes poderiam oferecer mais a criança, mas sem dúvida são boas opções
de lazer. O Poder Público deveria oferecer esta opção de lazer às crianças, como
pequenos parques infantis, equipados com brinquedos nos bairros, permitindo
assim a criança brincar com segurança. Hoje por flta destes espaços, as
crianças vão para as ruas, ficando expostas aos riscos de acidentes.
É
interessante observar que mesmo em um parquinho acanhado, como o que existia na
Avenida Beira Rio e que se encontra atualmente desativado, possivelmente para
reforma dos brinquedos, há uma grande freqüência de crianças nos finais de
semana. É possível, mesmo com escassez de verbas públicas, oferecer a crianças
estes espaços de lazer, basta um pouquinho de criatividade. Este problema de
recursos está mais na aplicação correta do que na falta. Aquele parque que não
chegou a funcionar e que está localizado na Av. Modesto de Carvalho, se fosse melhor
planejado estaria sendo utilizado.
Outras
opções de se construírem estes espaços, estão na possibilidade de exigir
daqueles que recebem doações de terrenos ou utilizam patrimônio público,
retribuírem de alguma maneira a vantagem que estão auferindo, como a construção
de um parque, por exemplo. As preocupações de um governante são infinitas, mas
a criança deve ocupar um espaço especial no plano de cada governo. Afinal, a
cidade melhor que tanto almejamos, começa hoje com o tratamento que damos às
nossas crianças, e o lazer ocupa um papel importante no desenvolvimento
intelectual daqueles que no futuro estarão ocupando os principais lugares desta
comunidade.
Sobre
a transferência do patrimônio público par a iniciativa privada, seja através de
doação, cessão de uso e outras formas, trocaremos idéias na próxima
oportunidade.
87
– O autor deixa a cidade de Itumbiara para refletir sobre a violência pública
no Rio. É interessante observar que dez anos depois a situação não mudou.
Folha
de Notícias – Crise do Rio, 30 de outubro de 1994.
Crise do Rio
Diariamente
temos acompanhado por este jornal reportagens sobre a crise da segurança
pública no Rio de Janeiro e de estudos para uma possível ação das Forças
Armadas no controle ao crime organizado, conseqüência do fracasso das polícias
civil e militar neste combate.
O
nosso Presidente da República, contagiado pela popularidade que o Plano Real
lhe trouxe, quer resolver, em dois meses, questões que se arrastam há anos.
Tudo isso, porque esta ação pode atender a um possível anseio da população
brasileira neste sentido.
Além
de apenas resolver aparentemente o problema, há de se ressaltar que este não é
o papel das Forças Armadas, conforme está
A
solução do problema de violência urbana que não é só do Rio de Janeiro, passa
primeiramente por outras etapas e não pode ser tratado no aspecto do combate
Forças Armadas x Bandidos, além do que existe uma legislação a ser respeitada,
papéis definidos de cada polícia e um poder judiciário para julgar quem é
bandido e quem é cidadão honesto nas favelas.
Sabem
nossos legisladores que nossas Leis precisam ser melhoradas para que se evite a
impunidade e sabem também os chefes do poder executivo, que precisamos ter
policiais melhores remunerados e treinados para que não passem para o outro
lado.
Assim
como na área da saúde, este é um problema onde se deve agir preventivamente, ou
seja, não deixando que os bandidos sejam abastecidos de armas e drogas.
Passa
ainda a resolução deste problema pela solução de outros que só acontecerá a
longo prazo, através de um política séria de geração de novos empregos, melhor
distribuição de renda, implemento à educação e acima de tudo a vontade política
de querer resolver.
O
exemplo do Plano Real que conseguiu pelo menos por enquanto resolver a questão
da inflação mostra claramente que existem soluções, basta tirá-las dos
discursos e colocá-las em ação.
88
– O autor faz uma homenagem a empresa onde trabalhamos por quase 10 anos. Uma
grande indústria da cidade de Itumbiara.
Folha
de Notícias – 28 de julho de 1999.
Caramuru, preparando vencedores
Nas
duas últimas décadas o meio empresarial conheceu inúmeras novidades na área de
tecnologia. Esse fato tornou as empresas cada vez maiores e produtivas, mas
nenhuma dessas inovações foi capaz de substituir o homem como principal
diferencial no sucesso de um empreendimento.
Um
grande líder e a disponibilidade de capital podem produzir crescimento num
determinado espaço de tempo, mas não sobreviverão no mercado globalizado que
vivemos.
Para
ultrapassar a barreira dos 30 anos crescendo cada vez mais, é imprescindível a
presença desse elemento diferenciador, que faz da empresa uma das maiores em
seu segmento e de seus líderes, referenciais no mundo dos negócios.
Há
cerca de 15 anos e após uma década de trabalho, tive a oportunidade de conhecer
o segredo de ser vencedor, fazendo parte de uma equipe que não cresce sozinha e
não vive somente para produzir, mas que acima de tudo, prepara homens para a
vida.
Já
naquela época, o grupo possuía as mais modernas e produtivas máquinas, mas seus
diretores, sabiam que eram necessários outros investimentos, tão importantes
quanto a alta tecnologia, que era a formação de homens que comandariam o
progresso da empresa.
Ninguém
foi excluído do processo educacional. Em vez de demitirem analfabetos, foram
criados programas de alfabetização de adultos na empresa e mais de uma centena
de funcionários deram mais valor à vida, ao ser possível, depois de mais de 50
anos sofridos, conhecerem o segredo de ler e escrever.
Muitos
jovens sonhavam com um curso superior, para entenderem melhor a linguagem do
mundo das modernas tecnologias, e eis que os diretores do grupo e seu
departamento de Recursos Humanos, concederam bolsas para mais de uma centena de
funcionários, que se realizaram e transformaram numa motivação extra para fazer
a empresa crescer.
Após
o desenvolvimento do nível cultural dos funcionários, era necessário despertar
o sentimento de solidariedade de cada um e a responsabilidade com a comunidade,
surgindo assim, a equipe “Nóis Num Liga”, que por inúmeras vezes foi uma
parceira da APAE, tornando possível à realização de mais sonhos. Mas nem tudo
parou por aí, pois vivemos uma época, em que o tamanho de uma empresa não é
medido somente por suas vendas, mas também por sua responsabilidade social e
respeito pelo maio ambiente.
Foi
assim, que se investiu em modernos equipamentos, que fizeram da empresa, um
grupo que atua ecologicamente correto. A cultura da cidade também ganhou com o
crescimento da Caramuru e o Fest Sinhá, constitui-se num exemplo de uma empresa
que está comprometida com sua comunidade.
Enfim,
as homenagens ao Grupo Caramuru e seus líderes, é o reconhecimento ao ser
humano que descobriu o segredo do sucesso, que não se alcança sozinho, ou só se
faz com modernas máquinas. O que faz uma empresa vencedora, são os funcionários
preparados para serem vencedores.
89 – O turismo pode ser a marca que
Itumbiara precisa. Apesar da importância o assunto não tem merecido o destaque
necessário.
Folha
de Notícias – 22 a
28 de janeiro de 2001.
O ecoturismo como alternativa de
desenvolvimento
O cidadão desconhece a
força que tem e espera que o ente estatal resolva todos os seus problemas; os
governantes acreditam que as soluções para as cidades estão no mercado, acelerando
o processo de privatizações. Na verdade esse é o momento de a sociedade
organizada comanda a transformação do espaço em que habita.
A
atividade do Turismo movimenta anualmente no mundo, cerca de U$ 3,5 trilhões.
Envolve mais de 180 milhões de pessoas direta e indiretamente, apresentando na
última década um índice de crescimento de 57%, um dos mais elevados da economia
mundial.
Nesse
contexto, é importante destacar um segmento dentro da indústria do Turismo, o
Ecoturismo. Ele apresenta um grande potencial de crescimento, podendo ser
desenvolvido em localidades ecológicas, de forma conservacionista, desde que se
procure conciliar a exploração turística com a preservação do meio ambiente,
oferecendo aos turistas o contato íntimo com os recursos naturais e com a
própria cultura da região.
Para
o eleitor atento, o assunto não é novidade, pois ele vem sendo discutido na
mídia local desde 1997. Tem-se constituído um fórum permanente de debates,
trazendo opiniões de políticos e pessoais ligadas ao assunto, além de
instituições como o Conselho Municipal de Turismo. Tem-se mostrado eventos
ligados à área, deixando claro que não é uma utopia considerar Itumbiara como
um dos maiores centros com potencial turístico em Goiás.
Quem
está ligado nas questões do meio ambiente, sabe que é preciso difundir ações
conservacionistas permanentes. No nosso caso, sabe-se que não basta a
realização de uma semana ecológica que ocorre anualmente e que é insuficiente
para conscientizar o cidadão da necessidade de zelar pelos recursos naturais da
região.
Não
é novidade, também, a grande taxa de desemprego, o que exige dos governantes a
busca de alternativas de geração de emprego e renda com menor aplicação de
recursos e é aí que o Turismo, o Ecoturismo em particular, se apresenta como
alternativa imbatível.
Para
a implantação de um Plano Municipal de Ecoturismo, a Embratur e o BNDES dão o
suporte necessário, inclusive as orientações para desenvolvimento de ações
básicas no município como a criação de um conselho, que já existe no papel, um
plano e um Fundo Municipal de Turismo. Essas medidas propiciam as condições
para a elaboração de projetos e financiamentos voltados para a área.
Desejando
implantar este plano, o poder executivo municipal deve também criar um órgão
executivo com respaldo técnico, político e econômico, capaz de transformar a
vontade política em um empreendimento, em uma realidade.
Outro
ponto a ressaltar é que, antes de tudo, deve-se buscar o apoio de especialistas
em pesquisas e assessoria técnica, para que o empreendimento seja feito de
forma planejada e se alcancem os resultados desejados.
Algumas
ações isoladas que contemplam o Turismo, já vem sendo empreendidas. Temos o
Calçadão da Beira Rio, concebido por arquiteto da própria cidade, a Rodovia
Ataíde Rodrigues Borges, as obras do saneamento básico, a Pousada Recanto de
Itumbiara, a “Prainha” e outros projetos em estágio embrionário como a própria
Praia Imperial, no seguimento da Av. Beira Rio.
Com
tudo isto acontecendo, chegou a hora de um envolvimento maior da população, que
deve decidir se a cidade deve ou não se transformar em uma referência no
Turismo
Essa
nova maneira de agir do cidadão itumbiarense, certamente, vai sensibilizar o
poder público e as ações virão no sentido do aprimoramento da qualidade de vida
da população, assim como do surgimento de um ambiente acolhedor para o
visitante. Tudo isso gera recursos, emprego e renda, movimenta riquezas e pode
ser a redenção de uma cidade que foi um presente de Deus e que só depende da
ação de seu povo para ficar cada dia mais bela.
90
– O texto procura discutir o custo da geração do emprego na cidade. Empresas
que foram incentivadas no início do governo Cairo Batista, não geraram os
empregos esperados.
Folha
de Notícias – 05 de fevereiro de 1998.
Onde está o emprego?
Uma das propostas de campanha
do atual prefeito[113] de
Itumbiara e que foi fundamental na sua vitória eleitoral, era a de gerar
empregos.
Vencida a batalha nas
urnas, o prefeito foi à luta, pagou transporte de equipamentos, buscou recursos
para compra de terrenos, fez de tudo para que a promessa se tornasse realidade
o mais urgente possível. Depois de um ano e a julgar pelo atual estágio de
funcionamento da Goiatêxtil, o benefício de empregos gerados ainda não está
compatível com os investimentos que o município viabilizou e pelo contrário, a
julgar pelas informações de um funcionário recentemente demitido, que faz parte
de um total de 60 que após quatro meses de treinamento e dois de trabalho e que
agora engrossa as estatísticas do desemprego, aposta num futuro sombrio.
O prefeito tem culpa?
Não, a verdade é que a
globalização tem tornado inviável algumas empresas brasileiras por terem seus
ramos de negócio afetados pela abertura de produtos estrangeiros e a cidade de
Itumbiara teve a infelicidade de fomentar dois ramos, no caso do calçadista[114]
e do têxtil, bastante afetados pela conjuntura econômica.
O que fazer então
diante de tal grave situação?
A prefeitura deve
continuar a fomentar a geração de empregos, hoje um dos maiores problemas do país,
mas talvez tenha que tratar a situação de maneira diferente, dando mais atenção
ao micro e pequeno empresário.
Há uma crítica
generalizada estampada nos principais órgãos de comunicação pelo alto custo da
geração de empregos nos programas efetuados por alguns estados e municípios. O
caso de montadoras de automóveis no Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul e Paraná são os principais citados, onde os Estados estão abrindo
mão de uma grande quantidade de recursos para tornar parceiros de grandes
empresas e este dinheiro fará falta para pagar funcionários das áreas de
segurança, saúde e educação, áreas que verdadeiramente o Estado deve priorizar.
Esta crítica vale também para os municípios que compram terrenos, abrem mão de
seus tributos e às vezes subsidiam até financeiramente estes empreendimentos
privados, fazendo com que faltem recursos para atender suas necessidades
básicas.
O anúncio da Secretaria
Municipal da Indústria, Comércio e Turismo de que um Programa de Geração de
Empregos e Rendas – PROGER, vai fomentar a implantação no Distrito
Agroindustrial da cidade de quatro pequenas empresas, parece sinalizar com a
mudança de mentalidade na política local de geração de empregos. O programa é
bom, pode alcançar os objetivos, desde que seja menos burocrático e mais ágil
na liberação dos recursos. Segundo estudos do IBASE – Instituto Brasileiro de
Análises Sociais, a geração de um emprego urbano neste programa sai em torno de
US$ 2.159, com certeza, bem menor se comparado com estes altos investimentos
para trazer grandes empresas.
É evidente também que o
cidadão que está a procura do emprego faça a sua parte. Está bem claro, que
aquela mão-de-obra menos qualificada está excluída do mercado de trabalho e
hoje mais do que nunca este desempregado ou aquele que busca um primeiro
emprego, número que não é pequeno na cidade, vai ter que se instruir, além é
claro de contar com muita sorte para obter um posto de trabalho. Fomento a
micro e pequena empresa e melhor qualificação da mão-de-obra é o caminho hoje
para amenizar o grande mal da falta de emprego. O prefeito pode até ter errado
na busca de alcançar este objetivo, mas jamais poderá ser acusado de omissão.
Precisa apenas direcionar seus recursos, para atingir assim melhores resultados
na geração de empregos.
91 – O
jovem novamente é o centro da discussão. Desta vez o autor dá destaque a
gravidez precoce de jovens na cidade.
Folha
de Notícias – 11 de setembro de 1998.
Planejamento familiar para jovens
O
grande número de mães-adolescentes em Itumbiara requer das autoridades, a
criação de programas de saúde reprodutiva voltados especificamente para estas
meninas.
Em
todos os bairros da cidade e até na região central é possível encontrar meninas
grávidas com idade entre
No
Bairro Afonso Pena, por exemplo, em apenas um quadra, há quatro adolescentes
nesse estado. Embora tenham famílias, estas perderam totalmente o controle
sobre as filhas que sem maiores preocupações iniciaram a sua vida sexual
precocemente comprometendo seus futuros.
No
Bairro Nova Aurora, visinhos relatam o caso de uma criança de 12 anos, que
entrou no mundo da prostituição há algum tempo e está esperando um filho para o
próximo mês. O caso também está fora do controle dos pais.
O
fenômeno da gravidez na adolescência em Itumbiara não está totalmente ligado à
pobreza ou falta de cultura nas famílias envolvidas, pois é encontrado até na
região central, no seio de famílias da classe média.
Um
pai comenta preocupado, que a amiga de sua filha, com apenas 13 anos e cursando
a sétima série, está grávida, também de outro adolescente.
Depois
de iniciar um relacionamento proibido pelos pais, que tentaram orientar a
garota, ela não ouviu e acabou realizando também sua primeira experiência
sexual sem se preocupar com qualquer método contraceptivo.
Conforme
dados mostrados pelo Ministério da Saúde, este fenômeno da gravidez na
adolescência tem aumentado e só no ano passado de 2,71 milhões de partos, 26,5%
foram de mães-adolescentes.
Alguns
pais defendem o diálogo como medida adequada para evitar que suas filhas entrem
na vida sexual devidamente preparada, a fim de evitarem a gravidez indesejada
que prejudicará o futuro deles, outros, apostam na postura rígida e
acompanhamento de perto da vida de suas filhas.
Como
essas atitudes dos pais têm se manifestado ineficiente para evitar que o
problema atinja as adolescentes, surge a necessidade de um melhor trabalho na
área pública voltado para essas meninas.
O
relatório da FNUAP (Fundo de População das Nações Unidas), recomenda a criação
de programas de saúde voltados especificamente para as adolescentes como ideal
para reduzir esses casos de gravidez na adolescência, já que estas meninas não
procuram métodos de contracepção nos postos de saúde ou nas farmácias.
A
Prefeitura tem feito um trabalho de ajuda através da FIPAS[115]
após a gravidez, o correto é um trabalho anterior voltado especificamente para
esses jovens.
Numa
cidade que já é referência no gerenciamento de programas voltados para a saúde
de sua população, certamente haverá espaço para se preocupar com o futuro
dessas jovens.
92
– Preocupado com as minorias, o autor procura levar o leitor a refletir sobre o
papel do negro no mercado de trabalho. O assunto banhou bastante destaque na
mídia em 2004 e várias faculdades criaram cotas para os negros.
Folha
de Notícias – 19 de junho de 1998.
O negro no mercado de trabalho
Há
no Congresso Nacional, esperando ser votado, um projeto de lei de iniciativa do
senador Abdias Nascimento (PDT-RJ), que propõe uma cota de 40% de funcionários
negros em todas as empresas do país.
Dados
de 1995 mostram que o Brasil tem 155.822.440 habitantes, sendo composto
demograficamente de 54,4% de população branca, de 40,1% de pardos e de 4,9% de
negros.
Com
base no mercado de trabalho e locais onde trabalhei, tanto na iniciativa
privada, como pública, observamos o pouco espaço que o negro ocupa nessas
empresas, o que nos faz refletir qual seria a razão desse fenômeno, se
discriminação, racismo ou porque o próprio negro não procura ocupar o seu
espaço no mercado.
O
projeto do senador Abdias Nascimento, que é negro, não parece ideal para
diminuir o racismo e a discriminação do negro no mercado de trabalho, pelo
contrário, parece sim mais uma forma de discriminação, desta vez contra o
branco.
Outra
atitude, como a do presidente Fernando Henrique, que declarou que se tivesse
que optar entre duas pessoas para nomear para determinado cargo, sendo uma
negra, escolheria esta, também não parece adequada.
Assim
como pensa o executivo negro Leomar Joaquim, de Porto Alegre, em opinião
emitida na revista Exame, do mês passado, o negro deve ocupar seu espaço, pela
sua competência, e não por qualquer outra forma de condescendência.
Temos
certeza, de que a competência não tem qualquer relação com a cor ou raça, mas
de que há certa discriminação no seio da sociedade que restringe a participação
do negro no mercado de trabalho, principalmente nos melhores cargos. Talvez não
esteja na hora da contratação pelas empresas, mas sim, na preparação do negro
para ocupar esse espaço.
Nos
próprios meios de comunicação e principalmente na veiculação de novelas, o
negro aparece em situação de inferioridade, ocupando funções de empregadas;
domésticas e motoristas, mantendo ema postura politicamente incorreta,
contribuindo assim para manter uma cultura de discriminação e que também inibe
o negro a procurar ocupar melhores posições no mercado de trabalho.
O
negro tem que tomar consciência de sua importância na sociedade e competência
para ocupar qualquer emprego. Não precisa de favor ou dó de quem quer que seja.
Precisa apenas de condições de igualdade desde o período de formação em nossas
escolas, até a disputa de uma vaga em nossas empresas.
93
– Se a alegria tem um preço, o autor procura retratar momentos de alegrias,
principalmente das crianças de Itumbiara.
Folha
de Notícias – 09 de junho de 1998.
O preço da alegria
A
revista VEJA em uma edição do mês de abril trouxe em sua capa a foto de um
menino com 6 anos, que com um prato de arroz e feijão na mão dizia feliz:
“Ainda bem que eu não tenho de comer calango”.
No
mês passado ainda, no dia da inauguração do Parque de Diversões Municipal,
quase uma centena de crianças corria de um brinquedo ao outro, com uns sorrisos
estampados, demonstrando que aquele era
mais um dia feliz de suas vidas.
Embora
a alegria esteja mais presente na vida das crianças, também é possível
encontrá-la na alma de um adulto. Como no caso do pai, que não se contém na
alegria transbordante por ter conseguido o primeiro emprego para seu filho, ou
o senhor com mais de quarenta anos recém-demitido e que consegue novamente um
lugar no mercado de trabalho.
Nos
bingos do Itumbiara Esporte Clube é possível também ver a manifestação de uma
alegria infinita na face dos pobres, que depois de uma vida extremamente
difícil, consegue recursos para enfim comprar uma moradia.
A
alegria, apesar de estar disponível para todos, poucos conseguem ter acesso a
ela, mas é imprescindível para se conseguir viver bem.
É
importante ressaltar também, que apesar de sermos o principal beneficiário
dela, cabe a nós também transmiti-la aos outros, isto acontece de modo simples
e nem sempre é necessário recursos financeiros. Ela pode surgir através do
gesto de solidariedade, como nos casos de pessoas que estão amenizando a fome
no Nordeste.
Em
trabalho simples como o da FUNCELE[116]
que proporcionou o financiamento do parque infantil municipal.
Colabora
ainda o empregador que dá uma chance de emprego ao senhor com idade avançada.
Enfim através de pequenos gestos, somos capazes de fazer muitas pessoas
felizes. Isto é muito valioso para quem recebe e custa muito pouco para quem
proporciona.
94 – O
texto mostra como o autor via o sistema político antes de entrar nele. A partir
de 2002 , disputa o cargo de Deputado Federal, obtendo 9.095 votos e em 2005
ocupa o cargo de Secretário Municipal de Finanças.
Jornal:
Folha de Notícias - 04/12/1997
O Sistema
político
A
prefeita de São Miguel do Passa Quatro-GO, Irmã Célia Cândida-PMDB, após 11
meses de governo está desapontada com a política. Pelo lado da justiça teve seu
mandato cassado em decisão de primeira instância, por motivo de abuso do poder
econômico; Enquanto o Poder Legislativo local nega a ela apoio, inviabilizando
a administração da prefeita. Este é um
quadro que mostra como funciona o sistema político.
Para
superar o problema judicial, o remédio é recorrer ao TER – Tribunal Regional
Eleitoral. Quanto ao problema político,
aí o recurso é outro. O sistema é impiedoso com quem não se enquadra
nele. Quais seriam os princípios que norteiam este sistema?
O
início está na campanha eleitoral, onde a regra número um é que ninguém é
santo, valendo tudo. Embora haja rigorosas regras que disciplinam as eleições,
estas apenas amenizam a influência do poder econômico. A cidadania é
desrespeitada, pois o que se faz ganhar uma eleição, nem sempre é a melhor
proposta de governo, e sim aquele que mais tem para dar em troca do voto. Nesta
troca, entra tudo, de botina, material de construção, remédios e até dinheiro
em espécie, fazendo com que uma grande parte do eleitorado tenha sua vontade
viciada.
Outro
grande problema que o sistema revela neste período eleitoral e cujas
conseqüências são notadas no período posterior, está na irresponsabilidade dos
prefeitos, que na ânsia de fazerem seu sucessor, inviabilizam as prefeituras pelo
menos num período de dois anos, ou seja, o eleito vai pagar somente contas do
prefeito anterior.
Vencido
a primeira batalha, vem a do governo. Teoricamente o executivo deveria
governar, executando as obras que sua cidade precisa e o legislativo deveria
fiscalizar e elaborar leis que atendessem os anseios da população. Na prática,
o sistema funciona diferente. Um bom prefeito não é aquele que administra bem,
mas sim aquele que atende bem os interesses dos membros do Poder Legislativo,
que assim entendidos, aprovam qualquer coisa; senão o governo municipal fica
totalmente inviabilizado. Vale assim nesta fase, a máxima de São Francisco: “É
dando que se recebe.”
O
Ministério Público procura representar o seu papel defendendo o cumprimento da lei, representando a
sociedade, acionando o Poder Judiciário sobre irregularidades, que raramente
são comprovadas, pois o sistema é forte e funciona muito bem. Quem é
beneficiado, não vai testemunhar contra que infringe a lei.
É
interessante observar que há leis rigorosas que exigem dos governantes atuarem
dentro da legalidade, da moralidade, da responsabilidade, da transparência e
tantos outros, mas os infratores sempre acham uma brecha na lei, que
teoricamente vale para todos.
Este
é um tipo de problema que se resolve mais pela melhoria no processo educacional
do que com sanções penais. Mas contar com esta melhoria a curto prazo não é
possível e só será alcançada nas
próximas gerações.
Se
o sistema fosse melhor para o povo, não haveria ruas mal iluminadas,
esburacadas e sujas. Como ele é bom para os políticos, estão todos saudáveis,
assim como seus partidários e familiares. Mas o povo, como é só um detalhe no
processo, este continua do mesmo jeito. O eleitor com a cara de bobo vendo a
vida passar.
95 – O
autor faz uma homenagem a seus amigos, Ronei, Galo e Luiz Renato, principais
responsáveis pela criação do Real Club, segundo time de futebol da cidade.
Carta
aos Vencedores
Artigo
publicado em 2002 na Revista do Real Club
Vitória
é coisa pra se guardar por todas as gerações que vão nos suceder. É bom que
nossos filhos possam comentar no futuro, que seus pais fizeram algo de útil
para nossa querida cidade de Itumbiara.
Falar
de vitórias, de amigos, de futebol, faz meu coração palpitar, recordando
histórias dos campos de futebol de Itumbiara na década de 80 e que vai culminar
na fundação de um clube, o REAL, que tanto orgulha nossa Itumbiara hoje.[117]
A
mistura é perfeita e só poderia resultar em uma fórmula de sucesso.
Ronei
Ferreira de Freitas, vestia a camisa 10 do flamenguinho, como um maestro regia
o meio de campo daquele time que um dia seria campeão da primeira divisão da
Liga itumbiarense.
Luiz
Renato era o médio volante elegante, que desarmava sem falta e partia para o
ataque da gloriosa Vila Vitória, que também seria campeã da Liga itumbiarense.
Wellington
Carlos Valadão, o Galo, o matador, não perdoava perto da área, sempre levando
seu time a vitórias em vários campeonatos.
Convivi
com esses vitoriosos nos campos da vida, perdendo, ganhando, empatando, jogando
contra ou a favor. Nos últimos quatro anos, continuamos a nos encontrar: eles
nos campos de futebol em Goiás e eu, sempre nas arquibancadas, torcendo pelo
sucesso do Real. Confesso que eles me proporcionaram muitas alegrias, com o
futebol alegre e vencedor do Real.
Embora
existam dezenas de colaboradores que fizeram surgir o Real Clube, não é
possível falar desse time, sem citar esses personagens de sucesso.
Eles
voltaram a se encontrar no início de 1998. Ronei, como presidente, Luiz Renato,
como treinador e Galo, artilheiro e um dos principais personagens, responsável
pelo nascimento do clube, juntando – se a eles Júnior Mortosa.
Com
fé, sempre transmitida pelo Padre José Luiz, um dos símbolos da equipe
O
Real, clube empresa, orgulho de Itumbiara, gerador de alegria para aqueles que
amam o futebol já é parte de nossa história. É por isso que um dia no futuro,
quando alguém ler essa página, talvez já amarela pelo tempo com suas famílias,
mas que devolveram o orgulho a um povo vencedor.
Ronei,
Galo, Júnior Mortosa e Luiz Renato, orgulhamos de vocês e estamos felizes com o
REAL CLUBE. Vamos continuar vencendo com vocês e com o Real.
96 – O autor neste texto faz
uma crítica ao comércio local, em especial a consulta realizada por lojistas na
hora de uma venda a crédito.
Folha
de Notícias – 25 de abril de 1998.
O comércio e a proteção ao
crédito
O
Serviço de Proteção ao Crédito é um importante aliado do comerciante no sentido
de prevenção de perdas provenientes de maus pagadores, mas os critérios de
registro no SPC, às vezes têm efeitos contrários.
Nesta
semana, por exemplo, vimos um caso que retrata uma situação pitoresca. O
cliente de uma loja queria adquirir uma bicicleta com pagamento em cheque, mas
para isso seria necessário a abertura de uma ficha para tornar possível a
operação. Como o comprador estava registrado no SPC por uma escola particular
local, por não pagamento, cuja prestação já havia prescrevido, o vendedor teve
que consultar seus superiores hierárquicos sobre a possibilidade da realização
do negócio com cheque.
Só
nesta consulta, foram cerca de dez minutos, o vendedor falava de futebol e outras
coisas alheias ao negócio. A resposta foi não! A menos de
Recentemente,
nessa mesma loja, um outro cliente desejava adquirir uma geladeira e um fogão,
dando 50% de entrada e o restante em 30 dias. Como estava registrado também no
SPC, a resposta foi negativa. No outro dia, pela metade do preço, as
mercadorias foram adquiridas no shopping em Uberlândia para serem entregues em
Itumbiara.
Essas
situações geram algumas reflexões, entre elas doa critérios adotados do SPC
para registrar uma pessoa.
Sobre
o primeiro comprador citado, foi registrado uma pessoa que tem uma prestação já
prescrita pela inoperância da escola particular, que além do mais não tinha
legitimidade para efetuar a cobrança.[118]
O
segundo refere-se ao atendimento dos lojistas. Reclama-se muito em Itumbiara de
que as pessoas vão a Uberlândia e Goiânia realizarem compras, mas com o
atendimento que se tem em algumas lojas, é melhor andar mais de
Além
desses aspectos citados, faltam outros atrativos que levem o comprador a
optarem pelo comércio local. Um exemplo da falta faz esse atrativo, está nas
excursões que pessoas de Itumbiara estão fazendo à Uberlândia para assistirem
ao filme “Titanic”. Antes e depois das sessões, elas vão para os centros de
compras gastar dinheiro que poderia ser aplicado no comércio de Itumbiara.[119]
A
construção de um shopping em Itumbiara, que poderia ser um atrativo , nunca
saiu do papel. Quando empresários de outras cidades quiseram investir aqui,
houveram sérios empecilhos e os empresários locais até hoje também não se
animaram a assumir o empreendimento.[120]
O
cidadão itumbiarense parece mesmo ser acomodado, a não ser que esteja
satisfeito com o comércio local e os comerciantes, realizados com suas vendas.
O quadro da economia local parece não mostrar essa realidade, o que se entende,
que ela precisa melhorar.
PARTE XIV
MÚSICAS E FESTIVAIS
97 – O autor
através de algumas músicas, fala de seu cotidiano, de seu pensamento sobre a
religião, o homem, a cidade. Nesta primeira composição, o autor tenta
reproduzir a Divina Comédia de Dante, para os dias atuais.
Comédia Humana
Autor:
Nilson Freire
Interpretação:
Nilson de Samuel
Evento:
Fest Sinhá 1998
A
terra é onde nasci,
O
paraíso eu vou buscar,
Enquanto
estiver aqui,
Purgatório,
Inferno, vou passar.
Sem
guia, vou caminhar,
Embaixo
da terra e assim,
Ver
fome,homem tombar, mas ainda não é o fim.
Os
olhos me conduz
A um
campo minado,
Um
fogo abrasador, queima seres humanos,
Meninos
de rua, sem terra, favelado,
Quem
importa, não tem valor.
Não
quero ficar aqui,
Eu vou
prá outro lugar
Não
sou anjo, mas com o diabo, não vou ficar.
Vejo
uma alma suja,
No
presídio, na rua, hospital,
Querendo
purificar,
No
paraíso, ela quer entrar
Busco
um mundo universal,
No
palco iluminado, anjos cantando, campo verdejante,
Pedaço
de céu, pedágio salvante
O
paraíso tem seu valor.
98 – Esta é uma das primeiras obras do
autor. A primeira, que também foi
apresentada no Festival Bem-Ti-Vi, que era organizado pelo falecido Raussendil
Borges, falava-se sobre a árvore. Nessa, a crítica é para as meninas que só dão
bola para quem tem carro.
Festival Bem-Ti-Vi 1985
Título
da Música: “MARIA GASOLINA”
Nome
do Autor: Nilson de Sousa Freire
Nome
do Intérprete: Nilson Hobbys
MARIA,
MARIA, MARIA GASOLINA
MARIA,
MARIA, MARIA GASOLINA
Quem é
esta menina
Que
você chama pra sair
É a
Maria Gasolina, que lhe Diz:
Sem
carro, não dá pra ir.
Se
você não tem carro
Ela
lhe tira um Sarro
Manda
a outro Procurar
Porque
a pé, não vai andar.
Ela é
a garota do futuro
Já é
um fruto bem maduro
Embarca
no primeiro que vier
E seja
o que Deus quiser.
Quando
avança a idade
A Maria se frustrou
Não
encontrou felicidade
E a
gasolina se acabou
99 – Na terceira participação no festival, o autor agora fala do fim do mundo.
Juntamente com alguns amigos do grupo Jucri que participavam na Catedral de
Santa Rita de Cássia, o conjunto fez
bonito no festival.
Festival Bem-Ti-Vi 1986
Música:
Apocalipse
Autor:
Nilson
Intérprete:
Grupo Apocalipse
A A A
A A A A A ...
Quem
Viver, Verá,
O fim
que começa a chegar.
Uma
estrela brilhou,
Um
Anjo vem anunciar,
O
Nordeste secou,
É o
fim que começa a chegar.
Morre
uma esperança,
A Fome
vem ameaçar,
Um
vírus mata no Amor,
Sentimos
um dissabor,
Do fim
que começa a chegar.
O
Mundo escurece,
Não
adianta chorar,
A
Terra se abre,
O povo
padece,
É o
fim que começa a chegar.
100 – Esta é a obra mais premiada do
autor. Continuando a cantar com seus amigos, Vladimir, Virgínia, Rosimar,
Suzete e Vanderelei, o grupo ficou em quinto lugar no festival. Ganhou um grande troféu de madeira e mais 300
cruzeiros na época. A inspiração foi o
caso do Césio 135 em Goiânia.
Ultimato atômico
Letra:
Nilson S. Freire
Intérpretes:
Canta
Brasileiro, Filhos da nova geração.
Violência
o ano inteiro,
E a
cor dourada da radiação.
ELA
VEM NO AR, ELA ESTÁ NO CHÃO
ARMAS
DE GUERRA
PARA
DESTRUIR IRMÃO.
Lixo
nuclear, no seio de tanta beleza,
Na
terra, na água e no mar
Atacam
a mãe natureza.
VAMOS
CANTAR, E DAR AS MÃOS
VAMOS
EXPULSAR,
A
AMEAÇA DE NOSSO CHÃO.
Aviso
assaz, com o átomo e a ambição
Vão os
sonhos de paz,
Pairam
ventos da destruição.
VAMOS
CANTAR, E DAR AS MÃOS
VAMOS
EXPULSAR,
A
AMEAÇA DE NOSSO CHÃO.
ALERTA
FINAL, NA TERRA DE CORALINA,
VAMOS
AO ENCONTRO FATAL,
PAISAGENS DE NOVA
HIROSHIMA.
VAMOS
CANTAR, E DAR AS MÃOS
VAMOS
EXPULSAR,
A
AMEAÇA DE NOSSO CHÃO.
ORELHA
DO LIVRO
NILSON
FREIRE
Graduado
Graduado
em Direito pela Universidade Federal de Goiás (2001);
Pós-Graduado
em Política e Administração Tributária pela FGV – Fundação Getúlio Vargas
(2001);
Professor
da ESAF – Escola de Administração Fazendária – Brasília – DF – na área de
Substituição Tributária (2001);
Professor
do CENTAF – Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Secretaria da Fazenda em
Goiás, na área de Substituição Tributária (2001);
Ex-professor
no ensino fundamental e médio em Araporã – MG (1993);
Gerente
de Substituição Tributária na Secretaria da Fazenda de Goiás no período de
Ex-articulista
do jornal “Folha de Notícias” em Itumbiara
Ex-comentarista
do programa “Sala de Redação” na Rádio Difusora de Itumbiara
Ex-secretário
do Sindicato dos servidores na Indústria de Alimentação em Itumbiara
Ex-presidente
do Centro Acadêmico de Administração da FESIT – Fundação de Ensino Superior de
Itumbiara
Ex-presidente
do grupo católico JUCRI – jovens Unidos
em Cristo
Ex –
vice-presidente da AERCA – Associação Esportiva e Recreativa Caramuru
Ex-supervisor
administrativo do Grupo Caramuru em Itumbiara
Orador
da turma de formandos em Direito – 2001 da UFG
Auditor
fiscal de tributos estaduais na Secretaria da Fazenda em Goiás
Ex-
supervisor fiscal na agência fazendária em Itumbiara;
Atualmente
ocupa o cargo de Secretário Municipal de Finanças da Prefeitura de Itumbiara;
4º
suplente a Deputado Federal com 9.095 votos em 2002.
FRASE PARA ÚLTIMA CAPA
“É NAS CIDADES QUE AS PESSOAS VIVEM. É
PARA ELAS QUE AS CIDADES DEVEM SER CONSTRUÍDAS.’’
Jaime Lerner
[1] PLATÃO – A
República. – Tradução de Enrico Corvisieri -
Editora Nova Cultural – São Paulo - 2000
[2]
Referência ao prefeito Cairo Batista-PMDB, que governou a cidade entre os anos
de 1997 e 2000.
[3] No ano 2000 governava a cidade de Itumbiara o prefeito
Cairo Batista-PMDB. Em 2004 no Governo Luiz Moura –PSDB a situação é ainda um
pouco pior, já que a dívida com fornecedores e servidores supera R$ 10 milhões.
[4] O
centenário da cidade de Itumbiara será comemorado em 12 de outubro de 2009.
[5] A Cidade é beneficiada com o Programa federal Bolsa Escola
que beneficia 2633 crianças e o Salário Escola, programa estadual que beneficia
450 crianças.
[6] Em 2004 o país conta com 5569 municípios. O processo
de crescimento paralisou, tendo em vista que a criação de novos municípios
depende agora de Lei Federal.
[7] Em
janeiro de
[8]REVISTA ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO – ANO IV – Nº 11 –
ABRIL/JULHO 2003 - pesquisa aponta
Itumbiara em primeiro lugar no Estado em qualidade de Vida. Estudo elaborado
pela Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação (SEPIN) da
Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
- SEPLAN dos Estado de Goiás.
Em
[9] Hoje a cidade possui
três Universidades que oferecem
18 cursos superiores.
[10] O
governo José Gomes da Rocha mostra esta tendência de união, ao compor suas
secretarias com pessoas do PSDB, PMDB, PL, PP, PFL e PSB.
[11] Sempre houve uma polarização entre duas forças. Desde
a briga entre UDN e PSD, passando pela ARENA e MDB, PMDB e PDS e agora PMDB e
PSDB.
[12] O Jornal O Regional fez em 1998 uma campanha
denominada “Quem ama Itumbiara vota em candidato de Itumbiara” para que os eleitores votassem em candidatos
da cidade.
[13] Foi eleito deputado estadual Luiz Moura – PSDB e
Álvaro Guimarães- PL ficou na primeira suplência.
[14] Representava a cidade Paulo Serrano – PMDB.
[15] O PT disputou a eleição para deputado estadual com o
vereador Joanaldo Teixeira – Nadim que teve 3285 votos em Itumbiara chagando a
cerca de 4200 no geral. O Partido não apoiou o candidato Lula a presidente da
República , nem Osmar Magalhães, candidato a governador.
[16] O Governo Federal criou no ano de 2003 o programa
primeiro emprego, que ainda não conseguiu resultados positivos até no início de
2004.
[17] Em outubro de 1999 foi inaugurado trecho com cerca de
[18] Há mais de oito
anos que as quadras estão desprezadas e pelo 03 foram desativadas. Um de areia, um de basquete e outra de voley.
Resta apenas uma em funcionamento, sempre reformadas com recursos privados.
[19] O Iles
Ulbra aumentou a oferta de cursos na cidade, hoje oferece cursos de destaque,
como Direito e Psicologia entre outros.
[20] Em 2004, representa um mês de arrecadação.
[21] Foram furtados os cabos que alimentam a iluminação na
avenida há mais de um mês e por falta de verbas o município não providenciou a
troca.
[22] No dia 07 de julho de 2004, o pianista Artur Moreira
Lima apresentou-se no local. O Rio estava lindo, mas o calçadão não recebe
limpeza há alguns meses.
[23] Vereador Ronaldo Vieira-Sem partido – em 2005 assumiu
o cargo de controlador geral do município.
[24] Em 28 de agosto
de 1999 foi inaugurado o SHOPPING CENTER PLAZA, um centro de compras localizado
na Praça da República, com dois andares ocupados por 22 lojas e um cinema com
03 salas de projeção. O investimento custou cerca de R$ 1,4 milhão.
Dois anos depois, na estação rodoviária da cidade foi construído o
Shopping Paranaíba.
[25] O Center Plaza pertence aos empresários da cidade
Dione Araújo e Dr. Cairo Garcia.
[26] Nas eleições de 2002, foi eleito o candidato do PSDB
Dr. Luiz Moura por 25 mil votos contra 22 mil do opositor José Gomes da Rocha
do PMDB.
[27] Promessa não cumprida de asfaltamento de todos os
bairros. Ficaram na esperança: Burity III, Santa Rita, Jardim Bandeirante, Sebastião de Moura, Remy Martins, Dom Veloso, Dom Bosco, Jardim
Leonora, entre outros.
[28] Promessa do vice-prefeito na época. Não foi cumprida.
[29] A empresa Braspelco foi inaugurada no ano de 2003 e já
está gerando mais de 1000 empregos diretos, devendo atingir a quantia de 2.500
nos próximos anos. Promessa cumprida.
[30] Foram construídas cerca de 200 casas no Bairro Dona
Sinica, através do programa estadual do Cheque Moradia. O Conjunto
residencial Dionária Rocha ainda está em
construção, que se arrasta há mais de 05 anos, devendo ser concluído até o
final do ano.
[31] O programa estadual atende cerca de 3 mil famílias e
funciona bem.
[32] O Atraso de pagamento marcou a gestão de Luiz Moura no
governo. Até o mês de agosto de 2004 ainda há salários atrasados, assunto que
só será concluído no final do governo em dezembro.
[33] Tiveram redução de gratificação de 30% e em seguida
recuperaram parte com aumento de salário.
[34] O Curso de Direito foi implantado pela ULBRA. Os
estudantes universitários contam com o apoio do governo estadual com quase 1000
bolsas universitárias. Já a ajuda do governo municipal está atrasada.
[35] O Itumbiara ressuscitou e voltou a primeira divisão,
mas a Prefeitura ajudou pouco no ano de 2004. O Real voltou para a Segunda
divisão.
[36] Raussendil Borges nasceu em 24/08/1954 e faleceu em
27/06/2002
[37] Ciro Garcia: Trabalha hoje na Saúde Pública de Bom
Jesus. Foi convidado para trabalhar no Governo José Gomes.. Recentemente voltou
a atender em Itumbiara, trabalhando.
[38] Isbéria Toledo foi eleita pelo PFL com 685 votos nas
eleições do ano 2000. Não se reelegeu em 2004.
[39] A empresária Magda Ribeiro ficou na 1ª suplência de
vereadora pelo PPB no ano 2000 com 720 votos
[40] Atualmente, a Câmara de Vereadores de Itumbiara não
conta com nenhuma vereadora. No Governo José Gomes, fazem parte do Governo,
Isbéria Toledo no Tesouro, Ione Borges na Saúde e Darcy Borges como presidente
da FIPAS.
[41] A Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 disciplina
que cada partido ou coligação deve reservar o mínimo de 30% e o máximo de 70%
para candidaturas de cada sexo. Excepcionalmente em 1998 o mínimo foi
estipulado em 25%.
[42] O
empresário bem que tentou disputar a eleição para prefeito em 2004, mas acabou
perdendo por uma diferença de 17 mil votos. O ex-presidente da ACII José
Humberto é Secretário Municipal de gronegócios.
[43] O Hospital São Marcos, que é filantrópico vive grande
crise financeira, que pode Ter como origem, a passagem de políticos na
administração do Hospital. Hoje as dívidas superam a R$ 1,5 milhão, e
constantes greves de médicos e servidores. A UTI, única da região, funciona de
forma precária.
[44] A atual
gestora do Hospital Municipal, Dra Ione Guimarães tem obtido êxito em sua
gestão sem a interferência político-partidária.
[45] O único Deputado Estadual da cidade foi eleito
Prefeito em 2004.
[46] No final do Pleito, foi eleito o deputado federal José
Gomes da Rocha e o Estadual Luiz Moura-PSDB.
Alvaro Guimarães –PL ficou na primeira suplência. Quatro anos depois, o
resultado da eleição foi pior, já que a cidade teve apenas o deputado estadual
José Gomes da Rocha –PMDB eleito.
[47] O Partido foi incorporado pelo PL.
[48] Os líderes não obtiveram sucesso na campanha. Pelo
menos 05 disputaram para deputado estadual, sendo eleito apenas um, que foi
José Gomes da Rocha em 2002.
[49] Nos
dois governos de Marconi Perillo, Itumbiara não ocupou cargos de destaque no
primeiro escalão estadual.
[50] Pela ordem, dos mais recentes para mais antigos:
1-
Luiz Moura – teve
o mandato cassado;
2-
Cairo Batista – é
vereador;
3-
Celso Santos –
exerce a medicina;
4-
Waterloo Araújo –
é advogado.
[51] No ano de 2005, com a eleição de prefeito do Deputado
Estadual José Gomes da Rocha, repete-se o fato do governo anterior, exercido
pelo médico Luiz Moura, que exerceu o mandato de deputado dois anos e após foi
[52] Foi reduzido o número de vereadores de 17 para 10 e
foi eleito Prefeito, José Gomes da Rocha.
[53] A
eleição de 2004 foi uma das mais baratas
dos últimos anos.
[54] O prefeito eleito em 2004 fez campanha sem buscar o
apoio de financiadores em Itumbiara.
[55] No ano de
[56] Nas eleições proporcionais de 2000, os dezessete
vereadores eleitos obtiveram 14.028 votos num Colégio Eleitoral de quase 60 mil
eleitores
[57] O Prefeito José Gomes da Rocha procura inovar e
realmente governar com as organizações não- governamentais. Em março de 2005,
reuniu todas as entidades da cidade para assinar Convênios de subvenções.
[58] 04/08/1998.
[59] Sete anos. Depois a rodovia está duplicada no trecho Itumbiara
– Panamá, alguns km em Morrinhos e outros trechos entre Professor Jamil e
Goiânia.
[60] O candidato do PSDB Marconi Perillo derrotou o
candidato do PMDB ao governo do Estado Íris Resende.
[61] Na época, representava Itumbiara na Câmara Federal o
deputado Zé Gomes da Rocha.
[62] Cumprindo esta profecia, o então deputado estadual
Luiz Moura-PSDB derrotou o deputado Federal Zé Gomes da Rocha com 25.650 votos contra 22.271.
[63] A COMPAVE – empresa municipal de economia mista foi extinta ainda no governo Cairo Batista –
PMDB –
[64] Sobre a SANEAGO, a situação piorou em 2004. Após
vencer o contrato de concessão com o município de Itumbiara, a questão foi
parar na Justiça. Hoje o buraco é feito e nem a SANEAGO nem a Prefeitura tampa.
Em
[65] Goiatuba está sempre inovando e no mês de maio de 2004
instituiu o pedágio para veículos de grande porte que estão fugindo dos buracos
da BR 153 e transitando no perímetro urbano de Goiatuba. Esta medida foi
questionada pelo Ministério Público e abolida na cidade.
[66] Em 2005, o cenário mudou para melhor, já que foi
construído um Posto Fiscal moderno na entrada de Goiás. A pista foi duplicada
no perímetro urbano e construídos dois novos viadutos.
[67] Esta iluminação será trocada no ano de 2005.
[68] O Prefeito José Gomes, para realizar uma grande
limpeza, fez o serviço em parceria com a AGETOP.
[69] Seis anos depois, o Governo volta a ampliar algumas
Secretarias, a fim de se adaptar ao momento político. A reforma atual é mais
política do que técnica. O Governo conseguiu vencer esses desafios.
[70] Esta previsão não se concretizou, a reforma foi
positiva, motivou os funcionários e tornou mais eficiente o serviço público
prestado pelo Estado.
[71] O Prefeito José Gomes da Rocha
[72] Coincidentemente, o autor se tornou Secretário de
Finanças em Janeiro de 2005.
[73] O Município recolhe mensalmente a média de R$
150.000,00 de IPTU, R$ 250.000,00 de ISS, R$ 200.000,00 de IPVA e R$
2.000.000,00 de ICMS.
[74] Este exemplo citado ocorreu na gestão do falecido
vereador Raussendil Borges.
[75] A Lei de Responsabilidade Fiscal evita este tipo de
problema, mas não totalmente: O Governo Luiz Moura, por exemplo, deixou 10
folhas de pagamento atrasadas de Servidores Comissionados.
[76] Salário
mínimo vigente na época.
[77] A Empresa foi extinta e o serviço de entulhos é terceirizado.
[78] O parquinho foi abandonado, o resto do que sobrou está
descuidado junto ao Corpo de Bombeiros
nas margens do Rio Paranaíba.
[79] Somente sete anos depois, no Governo José Gomes da
Rocha, está iniciando um projeto de trânsito para a cidade. Um especialista foi
contratado para mudar totalmente o trânsito da cidade.
[80] O
Deputado estadual Álvaro Guimarães presidia o órgão na época.
[81] O ILES ULBRA oferece 12 cursos: Administração,
Agronomia, Biologia, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Direito,
Educação Física, Letras, Pedagogia, Matemática, Química e Sistemas de
Informação e Psicologia.
A UNIFASC oferece os cursos de Administração Geral, Adm Gestão de
Negócios, Adm Marketing e Normal Superior – Educação Infantil e atualmente
criou o curso de Agronegócios.
A UEG oferece os cursos de História e Economia.
[82]A UNITUM foi
adquirida pela CELSP –ULBRA após desentendimentos entre os sócios da mesma.
Praticamente temos um monopólio privado na área de ensino superior em
Itumbiara, já que a única Universidade Pública, que é estadual, oferece apenas
dois cursos contra 16 das particulares.
[83] O Governo José Gomes da Rocha colocou como prioridade
em seu governo a construção da sede da UEG, que inclusive já tem o local
devidamente adquirido junto ao conjunto Dionária Rocha. Pelo menos mais 4
cursos na área de saúde serão autorizados com a nova conclusão.
[84] A Universo conseguiu uma decisão definitiva da Justiça
para sua instalação em Goiás.
[85] A FESIT foi uma Fundação Municipal de Ensino Superior
criada no Governo Waterloo Araújo que em 1993 foi repassada para administração
da SOMA-FESIT, composta por representantes de Lojas Maçônicas da cidade e em
1995 transferidas para a CELSP/ULBRA de Canoas-RS, ocasião em que foram
repassados prédio e Fazenda da Fundação.
[86] A
Associação foi formada e já tem sede própria.
[87] A ULBRA cresceu em Itumbiara, ampliou a oferta de
cursos e a FESIT continua existindo legalmente.
[88] Em
[89] Para os alunos de Goiatuba que estão cursando Graduações
existentes em Itumbiara, serão incentivados a transferirem para faculdades da
cidade com os mesmos custos. A diferença será custeada pela Prefeitura de
Itumbiara.
[90] Em
outubro de 2005, será feito um referendo sobre a proibição da venda de armas e
munição no pais.
[91] A partir do ano de 2004, foi reduzido o índice de
ocorrência de roubo de cargas na região.
[92] No início de
[93] O CIS –
Centro de Inserção Social, que está sendo construído no povoado de Sarandi vai
proporcionar mais de 250 vagas para presos da região.
[94] O Bispo Dom Miguel Pedro Mundo faleceu poucos anos
depois na cidade de Jataí, de infarto após ser assaltado em sua residência.
[95] Dom Celso é bispo auxiliar na arquidiocese de Goiânia.
[96] Este
festival já não esta sendo realizado há mais de quatro anos.
[97] Supermercado da cidade fechado em 2005.
[98] Hoje as grandes marcas de cerveja, são comercializadas
pelo grupo Rossafa na região.
[99] A Maudi é a nova
concessionária Volks na cidade.
[100] A dupla separou-se
recentemente.
[101] Thais e sua irmã mudaram para a cidade de Goiânia.
[102]
O mais recente e que esta na moda é o Mensalão, onde deputados são suspeitos de
receberem mesada para aprovar projetos de interesse do Poder Executivo.
[103] Obra do século XV, onde prevalece a idéia de unidade
italiana. É um manual do absolutismo.
[104]
A inspiração do texto é o governo Luiz Moura, que governou a cidade de
[105] Fundação extinta no Governo Cairo Batista.
[106] No primeiro quadrimestre de 2004 já foram repassados
pelo Governo Federal cerca de R$ 3.772.997,06 ao Fundo Municipal da Saúde. O
município deveria aplicar 15% dos impostos e transferências, que no primeiro
quadrimestre foi de R$ 14.748.696,31. Ou seja deveriam ser aplicados mais R$
2.212304,45, mas o município só aplicou 9,37%. Ou R$ 1.756.209,83. Atualmente
devem ser aplicados cerca de R$ 1,5 milhão-mês na saúde de Itumbiara, sendo R$
900 mil de convênios e R$ 600 mil de repasses, correspondente a 15% das
receitas correntes do município.
[107] Hoje o Estado de Goiás tem 246 municípios.
[108] A cidade de Itumbiara tem a Gestão plena da saúde
pública.
[109] Instituto Municipal de Previdência e Assistência
Social, extinto em 1999.
[110] Na época, Naphtali Alves era governador de
Goiás.
[111] O Itumbiara mesmo devendo muito, continua em
[112] A Prefeitura em 2005 vai participar apenas com R$ 30
mil para a temporada.
[113] Campanha do prefeito Cairo Batista – PMDB.
[114] A empresa
[115] Fundação municipal responsável pelo trabalho social na
cidade.
[116] Fundação municipal extinta, que cuidava da educação na
época.
[117]
O time do Real Club caiu para a segunda divisão em 2004 e em 2005 licenciou-se da Federação Goiana de
Futebol.
[118] O Autor faz um desabafo, já que foi utilizado
seu CPF indevidamente para registro no SPC e SERASA, quando o devedor era outra
pessoal
[119]
A cidade de Itumbiara não contava com cinema na época.
[120]
Foi construído em 1999 o Center Plaza e está em construção o Shopping
Paranaíba.
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