sexta-feira, 30 de junho de 2023

EM 2012, O GIGANTE GANHOU TRÊS JOGOS, MAS SEQUÊNCIA NEGATIVA POR DEZ RODADAS FEZ O TIME CORRER RISCO DE CAIR PARA SEGUNDA DIVISÃO

 

        Formações do Itumbiara em 2012

Marcelo Pitol, Andrezinho, Micão, Edson Borges e Chiquinho. Zé Luiz, Mancuso, Cristian, Marcinho, Shwenk e Lins


Galato, Wagner Diniz, Micão, Edson Borges e Chiquinho. Mancuso, Zé Luiz, Marcinho e Erick Flores. Shwenck e Lins

Técnicos: Roberto Fonseca - Márcio Bitencourt - Zé Humberto

Presidente: Euripes Futrica




O time do Itumbiara formado em 2012, almejava mais uma vez conquistar o título goiano e foi contratado o técnico Roberto Fonseca. Com três vitórias no início do campeonato, a torcida tinha esperança que o bicampeonato ia chegar, mas depois ocorreu uma sequência com dez jogos sem vitórias. Mesmo com a troca de técnico, o time não reagiu e nos últimos jogos buscou o Técnico José Humberto que esteve no clube em 2007, para comandar o time nos últimos jogos. O Tricolor do Vale venceu os dois últimos jogos e ficou a dois pontos de avançar para a fase final e acabou ficando em quinto lugar na competição.


jogos



quinta-feira, 29 de junho de 2023

ITUMBIARA REDUZ ALÍQUOTA DO ISS PARA LEASING E CRIA NOVOS REGIMES DE TRIBUTAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

 Veja tabela com alíquotas do ISS  em Itumbiara nesta edição


No mês de maio, o município de Itumbiara fez algumas modificações em seu Código Tributário com mudanças nos principais impostos do município, como o IPTU, ITBI e o ISS. Em relação ao Imposto Sobre Serviços, o município alterou a alíquota de 5% para 2% em relação ao Leasing e manteve a alíquota mínima de 2% que também é aplicada para cooperativas na área de saúde e a de 5% para serviços do setor bancário e financeiro, serviços de exploração de rodovias mediante pedágio e também na área de diversões, lazer e entretenimento. A maioria dos serviços segue com alíquota de 3%. Entre as principais modificações em relação ainda ao ISS, estão a criação de dois sistemas diferenciados para apuração da Base de Cálculo na área de construção civil, sendo um optativo para dedução presumida de 50% em relação a materiais utilizados e outra que cria a figura do não-empresa que vai tributar conforme o custo de construção e com uma tabela limitada que reduz a base de cálculo do imposto entre 7% a 25% em relação aos serviços. Estas duas últimas modificações aguardam regulamentação do Poder Executivo.


Alterações sem efeitos em relação a mudança do ISS devido do estabelecimento prestador para o tomador, decide STF

Algumas modificações na Lei Complementar 116/2003 que disciplinam normas gerais do ISS e que haviam modificado o destino do imposto, antes no estabelecimento do prestador e que passaria para o domicílio do prestador de serviços, foram declaradas inconstitucionais pelo STF e se tornaram sem efeito, como no caso do próprio Leasing, de cartões de créditos e planos de saúde. Veja a decisão do STF deste mês:

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucionais dispositivos de lei complementar federal que deslocaram a competência para a cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) do município do prestador do serviço para o do tomador. A decisão, por maioria de votos, foi tomada no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 499 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 5835 e 5862, na sessão virtual encerrada em 2/6.

As ações questionavam a validade de dispositivos da Lei Complementar (LC) 116/2003, alterados pela LC 157/2016, que determinavam que o ISS seria devido no município do tomador do serviço no caso dos planos de medicina em grupo ou individual, de administração de fundos e carteira de clientes, de administração de consórcios, de administração de cartão de crédito ou débito e de arrendamento mercantil (leasing).

Sem clareza

Em 2018, o ministro Alexandre de Moraes (relator) concedeu liminar para suspender o efeito dos dispositivos, por entender que a nova disciplina normativa deveria apontar com clareza o conceito de “tomador de serviços”, gerando insegurança jurídica e a possibilidade de dupla tributação ou de incidência tributária incorreta.

Posteriormente, a LC 175/2020 especificou a figura do "tomador dos serviços" das atividades em questão e padronizou um sistema nacional para o cumprimento das obrigações acessórias relativas ao tributo municipal. As alterações promovidas pela norma foram então incluídas como objeto das ações, por aditamento.

Conflito fiscal

No mérito, ao votar pela procedência do pedido, o relator verificou que a LC 157/2020 não definiu adequadamente a figura do tomador dos serviços nas hipóteses tratadas no caso, o que, a seu ver, mantém o estado de insegurança jurídica apontado na análise da liminar. Para o ministro Alexandre, é necessária uma normatização que gere segurança jurídica, e não o contrário, "sob pena de retrocesso em tema tão sensível ao pacto federativo".

Inconsistências

Na sua avaliação, ainda estão presentes as inconsistências apresentadas pelos autores das ações. No caso dos planos de saúde, a lei estabelecia como tomador a pessoa física beneficiária vinculada à operadora, permanecendo, contudo, a dúvida se o seu domicílio é o do cadastro do cliente, o domicílio civil ou o domicílio fiscal.

No caso da administração de consórcios e fundos de investimento, estabeleceu-se que o tomador será o cotista. Mas, segundo o ministro, não foram solucionadas questões sobre a hipótese de o cotista morar no exterior ou de ter mais de um domicílio. No que se refere à administração de cartões e ao arrendamento mercantil, também persistem dúvidas sobre o efetivo local do domicílio do tomador, havendo espaço para mais de um sujeito ativo estar legitimado.

Dessa forma, para o relator, as dúvidas geradas pelas normas mantêm o potencial conflito fiscal. “Somente diante de uma definição clara e exauriente de todos os aspectos da hipótese de incidência é possível ter previsibilidade e impedir conflitos de competência em matéria tributária”, disse.

Por fim, o ministro considerou "louvável" a adoção de um sistema padrão nacional de obrigações acessórias do ISS introduzido pela LC 157/2020. No entanto, como sua instituição se relaciona diretamente com os demais dispositivos questionados, ela é também inconstitucional.


Vejam as alíquotas do ISS aplicadas em Itumbiara por cada tipo de serviço - a tabela é ilustrativa - para o legal entendimento, deve-se recorrer a Administração Tributária do Município.












 


quinta-feira, 22 de junho de 2023

ARTIGOS E CRÔNICAS DE NILSON FREIRE NA DÉCADA DE 1990 EM ITUMBIARA


 

 

 

 

 

 

Cidade imaginária é uma coletânea de artigos escritos por Nilson Freire para jornais e revistas da cidade de Itumbiara a partir do ano de 1997. É uma viagem no período de quatro anos, mostrando a cidade de forma crítica. É          a visão de quem está de fora da administração publica, propondo um modelo de cidade ideal nos aspectos político, econômico e social.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

Homenagens

 

 

A meu pai  José Freire, que Itumbiara escolheu para viver e morrer,

A minha mãe Francisca, que vive e mora no bairro Santos Dumont,

 

Ao Jornal “Folha de Notícias”, através do jornalista Erivaldo Maximiano e do diretor Ernando Lopes,

 

A revista “Acontece” através de seu diretor Brasilaves Borges,

 

Ao jornal “Tribuna do Vale” e seu diretor João Batista,

 

A meus amigos  que tornaram esta obra possível,

 

A minha família, Márcia, Nilson Junior, Yuri Ian e Ianny Raíssa,

 

 

 

 

 

E a Deus razão de tudo.

 

SUMÁRIO

 

 

APRESENTAÇÃO.............................................................................................11

 

PARTE I – A CIDADE E O POVO

1 – A CIDADE IDEAL........................................................................................14

2– A CIDADE QUE O POVO QUER.................................................................16

3 -A CIDADE QUE ATRAI INVESTIMENTOS..................................................19

4 - NOSSA CIDADE MERECE O MELHOR DE CADA CIDADÃO..................22

5 - ITUMBIARA, CIDADE DE UM POVO LIVRE..............................................25

6 - MENINOS DA PRAÇA ................................................................................28

7 -BEIRA RIO, PATRIMÔNIO DO CIDADÃO   .................................................31

8 -O TURISMO PEDE PASSAGEM        ...........................................................34 

9 -PELOS QUE GOSTAM DA BEIRA RIO       .................................................37

10 - SHOPPING CENTER EM ITUMBIARA     .................................................40

11 – UMA DECLARAÇÃO DE AMOR A ITUMBIARA.....................................42

12 - MUDAR PARA MELHOR...........................................................................45

13 – A VIDA EM ITUMBIARA  DEPOIS DAS ELEIÇÕES................................47

 

PARTE II – POLÍTICA E GOVERNANTES

14– O MITO MODESTO DE CARVALHO........................................................53

15– UM HOMEM BOM FORA DA CÂMARA...................................................58 

16– UM ERRO NA SAÚDE PÚBLICA.............................................................61

17 - A MULHER E A POLÍTICA.......................................................................65

18– A FORMAÇÃO DE NOVAS LIDERANÇAS...............................................68

19– A FALTA DE REPRESENTANTES...........................................................71

20– A CONDUTA ÉTICA DAS AUTORIDADES...............................................74

21 - HOSPITAL E VOTO   .................................................................................76

22 - O AMADURECIMENTO POLÍTICO EM ITUMBIARA    ...........................79

23 - DEPUTADO ESTADUAL EM ITUMBIARA, UMA QUESTÃO DE QUALIDADE......................................................................................................82

24 - PLANOS DE GOVERNO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS          .................85

25 -O CONCILIADOR........................................................................................88

26 - CANDIDATURA DE JOSÉ GOMES           .................................................91

27 - RESPEITO À AUTORIDADE          ...........................................................93

28 - PRESTÍGIO E COMPETÊNCIA      ...........................................................95 

29 - O TÉCNICO E O POLÍTICO ......................................................................97

30 – EU E MINHA CIDADE.............................................................................100

31 -TRISTE FIM DE NOSSOS POLÍTICOS....................................................103

32 – UM NOVO MODELO NA POLÍTICA DE  ITUMBIARA  .........................106

 

PARTE III – A GESTÃO PÚBLICA

33 - A PARCERIA GOVERNO E CIDADÃO...................................................109

34 -  A VIA QUE LEVA AO CRESCIMENTO..................................................112

35 – A LUTA POR UMA FERROVIA..............................................................115

36 – A HORA DA COMPETÊNCIA.................................................................118

37 – A DEFESA DA VIDA...............................................................................121

38 – A DEFESA DA IMAGEM........................................................................124 

39- MUTIRÕES PARA A LIMPEZA        .........................................................126

40- O CIDADÃO, A REFORMA DO ESTADO E O SERVIDOR PÚBLICO.........................................................................................................128

41 - SALÁRIO DOS SERVIDORES E SEUS COMPROMISSOS...........................................................................................132

42 - O GOVERNANTE E A DONA DE CASA  ...............................................136

43 - É MELHOR PREVENIR        ....................................................................139

44 - O TRÂNSITO E A PREFEITURA   .........................................................142

 

PARTE IV - O ENSINO SUPERIOR EM ITUMBIARA

45 - A UNITUM EM ITUMBIARA.....................................................................144

46 – UNIVERSIDADE PRIVADA DEVE PAGAR IMPOSTOS........................147

47 – A VIDA DEPOIS DE UM DIPLOMA........................................................149

48 - O FUTURO DA FESIT          ....................................................................152

49 - O MIGRANTE UNIVERSITÁRIO    .........................................................156

 

PARTE V – O PODER LEGISLATIVO EM ITUMBIARA

50 – A CÂMARA E AS HOMENAGENS.........................................................159

51– A IMAGEM DO LEGISLATIVO................................................................161

52 – O PATRIMÔNIO PÚBLICO QUE VIRA PRIVADO.................................163 

 

PARTE VI - OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM ITUMBIARA

53 – A LIBERDADE DE OPINIÃO..................................................................165

54 - MEIOS DE COMUNICAÇÃO E CIDADANIA        ....................................167

55 - COMPROMISSO COM O LEITOR .........................................................170

56 - AS RÁDIOS COMUNITÁRIAS        .........................................................172

57 - O QUE É NOTÍCIA EM ITUMBIARA          ...............................................174

 

PARTE VII - A JUSTIÇA

58– A JUSTIÇA E O MENOR.........................................................................176

59 – A DIFICIL MISSÃO DO  JURADO..........................................................178

60 - A VIDA E O PATRIMÔNIO   ....................................................................180

61 - JÚRI POPULAR         ...............................................................................183

62 - CAMPANHAS PARA DESARMAMENTO ...............................................185

63 - O COMBATE À CRIMINALIDADE EM ITUMBIARA      .........................187

64 - VIOLÊNCIA EM ITUMBIARA          .........................................................190 

65- DISCURSO DE FORMATURA DE DIREITO DA UFG    .........................192

 

PARTE VIII - RELIGIÃO EM ITUMBIARA

66 - A  DÍVIDA DA DIOCESE DE ITUMBIARA..............................................201

67 - PARA ONDE FORAM OS FIÉIS.............................................................204

68 - O COMPORTAMENTO DOS CATÓLICOS          ....................................206

 

PARTE IX - CULTURA EM ITUMBIARA

69 - AS EMPRESAS E A CULTURA     .........................................................209

70 - TALENTOS DE ITUMBIARA           .........................................................211

71 – FOME DE CULTURA EM ITUMBIARA..................................................213

 

 

 

 

PARTE X - FILOSOFIA

72 - O VALOR DA ÉTICA ...............................................................................215

73 - O HOMEM, O TEMPO E O PODER           ...............................................217

 

 

PARTE XI – EDUCAÇÃO

74 - UMA BIBLIOTECA PÚBLICA         .........................................................220

75 - UMA ESCOLA PARA FORMAR CIDADÃOS      ....................................222

76 - UM TRIBUTO AOS PROFESSORES        ...............................................226

77 - DROGAS NAS ESCOLAS   ....................................................................229

78 – A MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO EM ITUMBIARA...........................231

79 – GASTOS COM EDUCAÇÃO...................................................................235

 

 

PARTE XII – SAÚDE

80 – A SAÚDE EM ITUMBIARA ....................................................................237

81 – A SAÚDE PÚBLICA EM ITUMBIARA....................................................240

82 - ATENDIMENTO MÉDICO PRIVADO         ...............................................243

 

XIII –  OUTROS ARTIGOS

83 -UMA CRÍTICA INFELIZ NO JORNAL DE MORRINHOS........................246

84 - UM TIME EM ESTADO TERMINAL........................................................249

85 - UM PROJETO PARA O JOVEM     .........................................................252

86 - UM ESPAÇO PARA AS CRIANÇAS         ..............................................255

87- CRISE DO RIO ........................................................................................257

88 - CARAMURU, PREPARANDO VENCEDORES   ....................................259

89 - O ECOTURISMO COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO.....................................................................................262

90 - ONDE ESTÁ O EMPREGO  ....................................................................266

91- PLANEJAMENTO FAMILIAR PARA JOVENS    ....................................269

92- O NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO.............................................272

93 - O PREÇO DA ALEGRIA       ....................................................................274

94 - O SISTEMA POLÍTICO............................................................................276

95 – CARTA AOS VENCEDORES.................................................................279

96 – O COMÉRCIO E A PROTEÇÃO AO CRÉDITO.....................................282

 

PARTE XIV – MÚSICAS E FESTIVAIS

97 – COMÉDIA HUMANA - 1998...................................................................285

98 – MARIA GASOLINA -  1985 ...................................................................287

99 – APOCALIPSE - 1986            ..................................................................289  

98 - ULTIMATO ATÔMICO - 1988................................................................291

 

 

 

 

 


APRESENTAÇÃO

 

 

O leitor vai observar que grande parte dos artigos que compõem este livro foram escritos no ano de 1998.   A razão   está na postura mais democrática dos próprios meios de  comunicação e políticos na época. A liberdade do autor em escrever é proporcional a postura editorial de cada jornal no tempo dos artigos.

Não é um fenômeno típico de Itumbiara, embora aqui seja bem notório, os jornais e revistas dependem do dinheiro público, principalmente das prefeituras, que são os maiores anunciantes, daí a opção editorial nos diferentes momentos.

Certa vez. Lembro-me do editor com voz embargado, dizer:          “ Sinto muito, mas o conselho editorial vetou seu artigo.” Voltava com a tristeza na alma, mas  com a força de se recompor e voltar a escrever.”

Outro jornalista, em “Off” dizia: “O prefeito disse ao diretor do Jornal que você é muito perigoso e não quer ver nada publicado neste jornal.” Não sei se era motivo de tristeza ou alegria. Ficava triste por não poder escrever, mas feliz, por saber que o incomodava o que eu escrevia.

Apesar de tudo isso é preciso ressaltar a importância da construção deste livro do jornal “Folha de Notícias”, principal meio de comunicação, que permitiu que a cidade de Itumbiara tomasse conhecimento das idéias deste autor, por muitos anos.

A revista “Acontece” também por mais de dois anos abriu suas páginas para que eu manifestasse meu pensamento.

Quando todas as portas se fechavam, o diretor da Tribuna do Vale abriu as páginas de seu jornal para publicação de alguns artigos.

Mesmo quando não havia jornal disposto, mesmo assim meus artigos eram escritos e para ganhar a eternidade, estão neste livro.

Uma das minhas paixões na vida é escrever. Outra é a cidade de Itumbiara. Desse amor nasceu este livro.

Foram tempos de alegria pelo reconhecimento do Leitor. Tempos de medo pela ameaça de políticos e tempos de tristeza, pela censura também de políticos descontentes e com medo da verdade.

Mas nenhum obstáculo, foi capaz de superar a alegria, a vontade e a força interior para escrever sobre a minha cidade.

É assim que nasce Itumbiara, cidade imaginária.

Primeiro penso na cidade ideal e sua relação com seu povo. Não há como falar em Itumbiara sem mostrar as imagens do rio mais bonito de Goiás, que corta a cidade em seu setor mais nobre. “O Paranaíba altivo, onde espelha a cidade” , tão bem descrito no hino de Itumbiara.

A cidade dos sonhos também tem o governo dos sonhos. Na Segunda parte, vem à mente a imagem de nossos políticos e suas relações com Itumbiara.

Assim, vai se fazendo uma viagem  em todos os aspectos que autor acha necessário para construção de uma cidade. O cenário é perfeito: um território banhado por um bonito rio, uma catedral no praça central, a cultura, a segurança pública, os meios de comunicação e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Na penúltima parte da obra, o autor procura falar de assuntos diversos, ligados ao trabalho, ao esporte e outras cidades.

A última parte é dedicada aos trabalhos musicais do autor, apresentados em festivais de música na cidade.

Finalmente, o autor faz uma alerta ao leitor: tudo que foi escrito é anterior ao período que o mesmo passa a fazer parte do governo municipal como secretário de finanças, fato que ocorreu a partir de janeiro de 2005.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE I

A CIDADE E O POVO

 

 

1 – Vivendo numa cidade real cheia de problemas, que vai da falta de governo a governos que erram constantemente, leva o cidadão a sonhar com uma cidade ideal, imaginária. É assim que começa este livro, o sonho de uma Itumbiara ideal.

Folha de Notícias – 11 de outubro de 1997.

 

A cidade ideal

 

 

Feliz o povo que tem um governo sábio e pode contar com políticos que pautam suas ações dentro da ética, construindo uma cidade que  orgulha seu cidadão. A sabedoria proporciona a distinção do verdadeiro sentido de povo, impedindo que o chefe do governo eleja um segmento particular para governar composto por parentes e cupinchas.

A cidade ideal é utópica, assim como foi a República de Platão[1], devido à imperfeição do homem, mas a realidade pode ser cada vez melhor, quando o povo acerta na escolha de seus representantes. O bom governo propicia um serviço de saúde com acesso igualitário a todos e não somente àquele que paga ou tem convênio. Acima de tudo o cidadão é recebido nos hospitais como seres humanos.

A educação numa cidade bem governada, não conta com analfabetos, toda criança em idade escolar tem vaga garantida na escola e o governo propicia um nível de saber em todas as classes sociais que atrai investimentos empresariais. A segurança na cidade ideal é feita para todos. Bancos, avenidas principais e bairros periféricos, contam com viaturas e homens treinados, que inibem o crime e são amigos da população.

A cidade ideal é humana, acolhedora. Conta com parques infantis, áreas verdes, eventos culturais toda semana, dando ao cidadão em seus momentos de lazer uma opção de desfrutar da cultura.

Que pena que a cidade real, tenha homens sem ética, que colocam suas necessidades pessoais acima do bem comum e coloca na vala comum todos os políticos. É triste ver pobres nas filas dos hospitais mendigando atendimento, crianças nas ruas fora da escola e analfabetos alijados do mercado de trabalho.

Itumbiara chega aos seus oitenta e oito anos e ainda não é a cidade ideal e talvez nossos governantes ainda não tenham todos os atributos da sabedoria e o seu povo o serviço público que merece; pelo menos tem um governante com muita vontade de acertar e vencer.[2]

Se não for possível fazer a cidade ideal, pelo menos devemos sonhá-la. Talvez um dia esta utopia aproxime do real.

 

 

 

 


2 – Ao fazer a leitura deste artigo  quatro anos depois, o leitor não vai perceber a mudança no tempo. É como se aquele momento tivesse sido congelado até o final de outubro de 2004, quando o então prefeito Luiz Moura teve seu mandato cassado, já que os problemas eram os mesmos daquela época em que foi escrito o artigo.

Revista “Acontece” Ano 03 nº 39 – Itumbiara, edição de Dezembro de 2000.

 

A cidade que o povo quer

 

 

Para a população não interessa se o atual prefeito[3] assumiu a prefeitura com 4,5 ou 8 milhões de reais em dividas; o povo quer mesmo e uma cidade melhor para se viver.

As demandas para concretizar o anseio dos cidadãos não são poucas e mais três anos de governo não serão suficientes para atender a principal meta de qualquer campanha, que e, construir um futuro melhor para a cidade.

Se o governo municipal conseguir o modelo ideal de governar, que não existe na teoria, mas que é construído na pratica, talvez tenhamos no centenário[4] de Itumbiara as grandes obras que o povo reclama. Algumas dependem exclusivamente da capacidade do administrador, outras da força política, mas para a cidade mudar para melhor há de surgir qualidades de um vencedor nos homens que governam o destino desta cidade.

O paisagismo da Avenida Beira Rio precisa ser reconstruído, o viaduto ligando a BR 153 a aquela avenida, concluído. O centro de atividades múltiplas na área de cultura e lazer construído, os bairros asfaltados, e com infra-estrutura de água, rede de esgoto e iluminação, o turismo incentivado e a cidade preparada para proporcionar um transito melhor de veículos e pedestres, tudo isso são obras que necessitam coragem e determinação do administrador municipal.

O prefeito deverá ainda dar as condições de se implantar um pólo universitário e fazer gestões junto ao governo estadual para dar aos cidadãos condições razoáveis de segurança.

A manutenção da cidade com uma iluminação decente e uma limpeza urbana funcionando é o básico de qualquer administração e nem precisa ser mencionado.

É evidente que há pontos altamente positivos na administração da cidade, relacionados com as áreas de educação fundamental e saúde, frutos de um trabalho que vem sendo realizado há muito tempo, e que deveriam servir de modelos para as outras áreas.

Há ainda novidades que estão sendo inventadas em outras cidades que também podem ser copiadas relacionadas na área social como a bolsa – escola[5] no Distrito Federal que incentiva as famílias para colocar os filhos de 7 a 14 anos na escola ou o programa do agro – industria familiar que financia pequenas empresas de fundo de quintal, amenizando o desemprego, que com certeza são programas mais interessantes para a população do que a cesta básica ou frango semanal.

Com toda crise financeira noticiada por muitas prefeituras, há algumas que vêm obtendo sucesso, justamente por criarem modelos eficientes de administração. O exemplo mais notório e da prefeitura de Porto Alegre, dirigida pelo PT há 3 mandatos, que tem na participação popular no governo, o destaque principal.

Dados do Instituto Brasileiro de Administração Municipal do Ministério do Planejamento apontam hoje uma melhor situação financeira dos 5.351[6] Municípios do que em 1988 quando a receita destes era de 8 bilhões de dólares. Hoje chega às cidades em um ano, mais de 30 bilhões de dólares.

Se a receita aumenta, a qualidade de vida deve ser melhorada, e neste ponto, quando se consegue isso, atraem-se mais empresas, gerando mais empregos, do que financiando estas.

Para quem tem dividas de 2.5 milhões de reais com funcionários e mais 2.5 milhões com prestadores de serviços[7] não será nada fácil construir esta cidade que o povo quer, mas talvez, nas palavras de Rui Barbosa, quando assumiu o ministério da fazenda na transição  da monarquia para a republica, esteja uma receita para começar.

“Cortamos energicamente nas despesas, eliminemos repartições inúteis e estreitamos o funcionalismo”.

 

 


3 – Embora a cidade possua o título de melhor qualidade de vida no Estado de Goiás, segundo pesquisa  da Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás,na atração de investimentos vem perdendo terreno para Anápolis, Catalão e Rio Verde. A favor de Anápolis e Catalão pesam favoravelmente melhores condições de logística, como por exemplo a oferta do transporte ferroviário.

Folha de Notícias – 08 de julho de 1998.

 

A cidade que atrai investimentos

 

 

Depois de pesquisar 467 municípios com população entre 50 e 350 mil habitantes, a revista EXAME - edição 650 relacionou as cidades de médio porte que mais atraem investimentos de empresas. Figuram nas primeiras colocações as cidades paulistas de Indaiatuba e Taubaté.

Com excelentes indicadores de qualidade de vida, boa localização e infra-estrutura, estas cidades servem de modelo para cidades goianas que buscam atrair empresários com capital para investir em outros centros.

A atuação dos políticos de uma região influi na hora de atrair um investimento, mas não é o principal fator, prova disso é a cidade de Rio Verde, que apesar de ter no governo municipal um governante da oposição, conseguiu atrair investimentos de grandes grupos industriais como a Perdigão e a Gessy Lever.

O Programa Fomentar coloca em condições de igualdade todas as cidades goianas, se constituindo do principal fator de atração de investimentos de grupos empresariais no Estado de Goiás.

Deixando de lado os fatores político e fiscal, quais seriam então as razões para que uma cidade atraia mais investimentos do que as outras, como vem ocorrendo em Goiás, com as cidades de Catalão e Rio Verde.

Com base na pesquisa realizada pela revista EXAME, três fatores são significativos na hora da decisão de um empresário em onde investir seu capital: localização, infra-estrutura e indicadores de qualidade de vida.

Como estaria Itumbiara em relação a esses fatores?

A sua localização e infra-estrutura são razoáveis, estando ligada aos grandes centros produtores e consumidores do país por via rodoviária. Está apenas a 125 KM do acesso a uma hidrovia. Tem um bom aeroporto e só carece mesmo do acesso a ferrovia.

Mas quanto à qualidade de vida[8], a cidade ainda tem muitas deficiências, que a coloca em desvantagens com outros municípios. Está bem servida em relação às redes de água, esgoto, energia elétrica e telecomunicações, mas nos quesitos segurança, formação de mão-de-obra, limpeza e trânsito está deficiente.

Há um índice elevado de homicídios, furtos e roubos, se comparados com as dez primeiras cidades de ranking da EXAME. Para se ter uma idéia, a cidade de Taubaté apresenta o índice de 3,6 homicídios/ano para cada 100 mil habitantes. Em Itumbiara, esse índice é bem maior, e os casos de furtos e roubos, tornaram praticamente diários.

A limpeza pública é o maior desafio para aqueles que governam a cidade de Itumbiara, e o dia que alguém conseguir mudar esse rótulo de “cidade suja”, fará a maior obra que a população espera.

O trânsito é típico de uma cidade que cresceu sem planejamento, e só deve mudar para melhor a longo prazo.

Na formação de mão-de-obra qualificada, apesar de contar com o SENAI, SENAC e duas faculdades[9] que oferecem oito cursos superiores, ainda é muito pouco, quando verificamos que as cidades paulistas tem Universidades como a PUC e UNICAMP e Centros de Formações como o ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Além disso os governantes municipais investem em centros de profissionalização, onde são oferecidos cursos gratuitos, como acontece com a cidade de Taubaté.

Como podemos verificar, a cidade de Itumbiara é ainda deficiente no indicador de qualidade de vida, o que exige de nossos governantes maior preocupação com a área.

O dia em que tivermos uma cidade mais limpa, segura e com melhores centros de formação profissional, a chegada de novos investimentos de empresários será uma conseqüência natural.

 

 

 


4 – A cidade de Itumbiara poderia ser bem melhor se as forças políticas fossem capazes de se unirem[10]. Cada um dá o melhor de si para consigo mesmo, mas se dessem todos o melhor para a cidade, certamente Itumbiara seria maior.

Folha de Notícias – 26 de março de 2001.

 

Nossa cidade merece o melhor de cada cidadão

 

 

A cidade de Itumbiara já poderia ter alcançado em vários segmentos um desenvolvimento bem maior, se cada cidadão fizesse o melhor por ela. Quase todas as ações são norteadas por interesses político-partidarios[11], conduzindo a resultados que nem sempre trazem benefícios para a comunidade.

No Radio, por exemplo, imaginando que as pessoas, à medida que crescem culturalmente, tornam-se mais exigentes em termos de qualidade, certamente seus diretores fariam de tudo para atender esse novo publico, apresentando programas imparciais e de serviço ao cidadão. Mas, se o leitor quiser saber o que realmente esta acontecendo, vai ter que sintonizar pelos menos duas estações AM e tirar suas conclusões.

Em uma, temos um verdadeiro paraíso. E como se não existisse problemas com segurança publica, limpeza, falta de urbanização e de iluminação das ruas. Estamos no melhor dos mundos; noutra, um verdadeiro caos. Esta tudo errado, como se os governos só tivessem defeitos. E razoável supor, que ate na política há erros e acertos.

No campo político, nota-se um verdadeiro campo de batalha, onde nem sempre o bem de Itumbiara e o centro da disputa. Cada um dá o melhor de si, mas essas forcas, às vezes são direcionadas para outras causas.

Um quer estrada; o outro, mais um viaduto.

Há o defensor da escola publica e gratuita: outro prefere incentivar as escolas privadas.

Alguém persegue o servidor publico; outro quer contratar apaniguados.

Alguns estão lutando para a construção de mais moradias populares; outros querem embargar a obra.

Tem gente querendo asfalto para todas as ruas da cidade; outros torcem para que o serviço não prossiga.

Problemas para serem resolvidos não faltam, mas as forças se dispersam e as soluções ficam muito distantes.

Nesta bela terra, há também bons exemplos de pessoas que estão dedicando seu tempo e sua força para que a vida dos outros cidadãos melhore.

Há o empresário que tinha uma loja e construiu um centro de compras; o industrial que tinha uma industria de esmagamento de soja e construiu uma refinaria, todos gerando mais empregos. No campo social, o padre esta cuidando do futuro das crianças no bairro mais populoso e problemático da cidade e o medico do hospital privado, que reserva parte de seu tempo para cuidar da saúde daqueles com problemas mentais ou com drogas. Há uma verdadeira legião de anônimos matando a fome, vestindo e levando dignidade a tantos que faltam o mínimo para sobreviverem.

Se a força que move nossos homens e mulheres, jovens, crianças, adultos, políticos, leigos e religiosos fosse dirigida para o bem da cidade, Itumbiara teria um grau de desenvolvimento muito maior do que apresenta hoje. As ruas estariam todas asfaltadas, iluminadas e com policiais fazendo rondas diárias. No rádio, que tocaria belas canções, o ouvinte ficaria sabendo realmente o que esta acontecendo na cidade e os políticos estariam ocupando melhores cargos no Estado e na União.

Enquanto pensamos pequeno, agimos com baixeza e vivemos divididos, vamos contribuindo para o nosso próprio fracasso. No dia em que cada um der o melhor de si para a cidade, certamente ela será bem melhor para se viver.

 


5 – Itumbiara que chegou a ter três deputados estaduais e um federal representando a cidade, ficou sem nenhum estadual em uma legislatura e em 2002 elegeu apenas um. É o povo dando seu recado para a classe política.

Folha de Notícias –  11 de outubro de 1998.

 

Itumbiara, cidade de um povo livre

 

 

O cidadão itumbiarense manifestou sua vontade soberana nas urnas e não foi compreendido pelos políticos locais.

Houveram reclamações generalizadas de que o eleitor de Itumbiara não prestigiou os candidatos da cidade, dedicando aos candidatos de outras regiões um número significativo de votos.

Alguns meios de comunicação[12] tentaram sensibilizar o eleitor para ele votar com bairrismo, e assim conseguir eleger um numero elevado de Deputados Estaduais e assegurar uma eleição tranqüila para Deputado Federal.

O resultado da eleição contrariou as expectativas e trouxe um duro recado aos dirigentes partidários.

E importante ressaltar que embora haja reclamações em relação ao numero de abstenções e as dificuldades de alguns eleitores em votar na urna eletrônica, o aproveitamento de votos para deputados foi em torno de 60%, numero superior à eleição de 1994.

Outro ponto a destacar e que não há numero de votos suficientes para eleger só em Itumbiara 1 Deputado Federal e três Deputados Estaduais. Para federal, por exemplo, era necessário que todos os eleitores comparecessem às urnas e votassem no deputado da cidade.

Para Deputado Estadual[13] não seria diferente e o resultado de eleger um de oposição e ter como suplente outro, com chances de ser deputado; foi o mesmo da eleição de 94.

Então diante do quadro de diminuição de candidatos e mesmo resultado da eleição passada, e preciso entender a mensagem do eleitor.

A primeira é de que o eleitor de Itumbiara é inteligente e possui grande senso crítico, avaliando cada candidato.

Elegeu um da oposição, que teve uma administração do município marcada por grandes obras, que embora criticadas pelo alto custo e endividamento que provocou no município, e admirado por 40% dos eleitores que votam em Itumbiara. O eleitor quis dizer que não importa de onde vem os recursos, ele quer mesmo obras, cidade limpa, iluminada e urbanizada.

O atual deputado que representa o município não conseguiu a reeleição[14], ou seja, foi reprovado nas urnas. Eleito pela oposição na eleição anterior, trocou de lado e não apresentou o retorno que o eleitor esperava ao dar o voto em 94. Não é bem visto pelo eleitor a troca de partidos por parte de um político.

O PT[15] trouxe o novo, a terceira via; e apesar de dobrar sua votação em relação a 94 não conseguiu 50% do necessário para obter sucesso nas urnas. Fez política de resultado, desprezando seus candidatos a Governador e Presidente, com medo da rejeição. A posição não foi bem vista, nem mesmo por alguns membros do partido e a militância foi trocada pelos tradicionais cabos eleitorais.

O candidato do PL teve votação expressiva, principalmente fora de Itumbiara, mas não conseguiu crescer dentro do eleitorado da cidade. Cobrou muito dos prefeitos da região, mas é o candidato que tem que puxar votos. Os prefeitos ajudam, mas não decidem. E preciso levar em conta ainda que o prefeito de Itumbiara, sendo do PMDB, não poderia cometer o pecado bíblico de servir a dois senhores.

O principal recado do eleitor itumbiarense e o da liberdade para escolher, base do regime democrático.

Ele mostrou que não vota em A ou B, porque é de Itumbiara, mas que avalia os valores éticos de cada um, a capacidade de ser útil à comunidade e a fidelidade do candidato com seus partidos e eleitores.

Com um eleitor tão exigente, livre e capaz, cabe aos dirigentes partidários adquirirem a capacidade para entender as mensagens das urnas.

 

 

 


6 – Esta  é uma cena da praça da República, o local mais central da cidade. Na época não existia a área azul. Hoje um dos meninos continua a fazer o trabalho nos finais de semana, enquanto no decorrer da semana, trabalha nas imediações, onde não existe a área azul. Outro garoto tornou se vendedor ambulante de peças para veículos.

Folha de Notícias – 14 de abril de 1998.

 

Meninos da praça

 

 

Diariamente na Praça da República, três garotos entre 8 e 16 anos vigiam os carros que estacionam na praça e aos domingos vendem um periódico. Oriundos da zona rural vieram para a cidade estudar e conseguir o primeiro emprego. Na escola já estão, apesar do atraso na relação idade/série cursada, já que o mais velho com 16 anos, cursa apenas a quarta série primária em um colégio do Norma Gibaldi. As opções de emprego não existem e o futuro não reserva coisa melhor a esses meninos que desejam ser cidadãos.

Como opção de trabalho, revela o garoto mais velho, há o serviço de carpir na fazenda com ganho diário de R$ 6,  valor esse que é percebido pelo pai, que continuou o trabalho na lavoura, mas o menino da praça chega a faturar R$ 15,00/ dia, vigiando os carros, apesar de que em outros dias, custa a faturar R$ 1,00.

Até aqui tudo bem, apesar da falta de perspectivas de um futuro melhor, esses garotos têm conseguido sobreviver, estudam, têm uma atividade diária e não partiram para a delinqüência, mas se pararmos para olhar em outras praças, outros garotos, o futuro nos preocupa.

O índice de criminalidade em Itumbiara tem assustado a população e no desemprego pode estar uma das causas.

Só neste feriado prolongado, nesta mesma Praça da República, enquanto os católicos participavam de celebrações na Catedral da cidade, pelo menos seis proprietários de veículos tiveram objetos furtados por delinqüentes. Os boletins diários da Polícia Militar revelam o grau de gravidade da onda de delinqüência na cidade. Esse fator tem relação direta com o desemprego?

Estudo do ILANUD, órgão da ONU que trata da prevenção e violência demonstra que principalmente o caso do furto está ligado ao desemprego. Outro grande mal causado é o tráfico de drogas, que conforme o DENARC (Departamento de investigações sobre narcóticos em São Paulo) o perfil do traficante é justamente este: desempregado, idade entre 15 e 30 anos e com o primeiro grau incompleto.

O que fazer então para dar cidadania a esses jovens, tirando aqueles que já estão no mundo do crime e evitar que os outros possam um dia delinqüir?

Uma das soluções passa pelo município, que deve reservar verbas em seu orçamento para a realização do programa primeiro emprego[16], que inclusive fez parte das promessas de campanha de Cairo Batista. Por exemplo, no lugar de dar dinheiro para manutenção do time de futebol profissional, porque não aplicá-lo na formação de cidadãos?

Outro caminho passa pela formação de organizações não-governamentais, que poderiam trabalhar na formação desses que querem sua cidadania. Se alguém não fizer nada hoje, não vai adiantar ficar reclamando depois da onda de violência, afinal todos nós somos responsáveis pela formação de uma sociedade melhor.

 

 

 


7 – Este artigo é uma defesa da conservação da Avenida Beira Rio. Os dois últimos governos priorizaram a construção de calçadões em trechos de 300 m, mas não conseguiram nem manter as quadras de esportes.

Folha de Notícias – 16 de junho de 1998.

 

Beira Rio, patrimônio do cidadão

 

 

A Avenida Beira Rio necessita do Poder Público Municipal um trabalho de restauração e, após, uma manutenção constante, para que possa oferecer ao cidadão itumbiarense condições mínimas de utilização.

O governante simplesmente alegar que não tem verbas disponíveis para executar esses trabalhos, não se justifica, já que, quem o elegeu, fez isso confiando que o eleito seria capaz de viabilizar os recursos necessários para governar bem a cidade.

No caso específico da Avenida Beira Rio, há disponível cerca de R$ 120 mil para recuperar parte das calçadas que vão do Ribeirão Trindade ao Água Suja[17], mas a obra só tem a placa. O serviço é tão moroso, que talvez não saia até 12 de outubro.

Há por parte de entidades privadas, como a CELSP – Comunidade Evangélica Luterana São Paulo, que atualmente administra a FESIT – Fundação de Ensino Superior de Itumbiara, a intenção de recuperar as quadras de esportes[18], mas é preciso, antes, verificar o que eles vão querer em troca.

É bom ressaltar, que apesar do Município, vangloriar-se de ter passado o ensino superior para essa entidade, beneficiamos em termos de mensalidades menores que possibilitasse o acesso de mais jovens ao ensino superior não aconteceu e muito menos de criação de novos cursos[19]. Em tempo, é bom ressaltar, que instituições como a de Rio Verde e Ituiutaba, por serem públicas, já ganharam novos cursos e estão ampliando suas instalações físicas para receberem outros cursos, que, em Itumbiara, ficaram só nas intenções.

É preciso analisar a situação com muito bom senso, já que uma avenida como a Beira Rio, é um valioso patrimônio de seu cidadão, e como tal deve ser entregue em condições de uso e zelado pelo Poder Público Municipal.

Se nossos órgãos municipais não são capazes de tal missão, não podem simplesmente passar para a iniciativa privada esse tipo de obrigação, uma vez que esta não tem como finalidade o bem comum, que é característica da pública. Pelo contrário, primeiro seus interesses são buscados, depois o do cidadão, isso quando há.

Conforme as informações do presidente da Câmara Municipal, Jeová Lacerda, no programa Vicente Pereira, da Rádio Difusora, o Legislativo está trabalhando para ajudar o Executivo. Desde a retirada dos andarilhos, até a obtenção de doações de pedras de Pirenópolis para mudar o visual dessa avenida. É sabido que a Prefeitura possui órgãos que deveriam exercer essas funções. Onde estão esses órgãos? Está sendo necessário o Legislativo que tem função de fiscalizar e legislar, também executar.

Algumas coisas que podem ser feitas não necessitam especificamente de verba pública, mas antes, de ação. A Prefeitura tem caminhões, tem óleo diesel, tem funcionários, e em partes da Avenida Beira Rio, Terra, grama e manutenção, já mudariam para melhor a avenida.

A gestão Cairo Batista precisa urgentemente mudar sua imagem perante a população, mostrando que realmente é capaz de fazer.

A Avenida Beira Rio pode ser o marco inicial para mostrar essa capacidade. Já erramos demais, passando coisas públicas para entidades privadas.

Está na hora de mostrar que também somos capazes de fazer alguma coisa.

 

 

 

 

 


8 – O turismo pode virar uma marca de Itumbiara, mas para isso acontecer precisa de governantes ousados, que saiam do discurso para a prática. Gerar empregos é um objetivo que deve ser buscado por todo governante, por se constituir no maior problema brasileiro hoje, e no turismo em Itumbiara pode  estar a solução para esse grave problema.

Revista “Acontece” – Itumbiara, edição de Julho de 1997.

 

O turismo pede passagem

 

 

O potencial turístico de Itumbiara é fantástico. Tem um belo rio com um lago artificial ainda inexplorado, uma orla urbana com mais de cinco quilômetros esperando o turista em suas margens, faltam apenas investimentos infra-estruturais de pequena monta e o envolvimento da iniciativa privada. As vias de acesso bem conservadas e ligadas aos grandes centros do Brasil, locadoras de veículos, agências de viagens, um bom aeroporto e rede hoteleira de primeira qualidade completam o quadro de uma cidade bem estruturada para receber o turista.

A própria Embratur, estatal que administra o turismo no Brasil, reconhecendo este potencial colocou a cidade entre os 50 municípios com maior potencial turístico em Goiás.

Entretanto, Falta ao governo municipal tomar a iniciativa ousada de implantar este pólo turístico na cidade, até porque pode contar também com a boa vontade do governo do estado, seu aliado e parceiro. Daí virão os benefícios: mais empregos, mais dinheiro no comércio local e acima de tudo uma opção de lazer para o itumbiarense que tem este grande presente da natureza, mas não desfruta dele.

A falta de recursos, não deve ser óbice para realização deste empreendimento, pois quando se busca, seja na iniciativa privada, seja nos órgãos estatais de financiamentos, desde que realmente seja um projeto bem feito, é possível conseguir.

A praia artificial de São Simão é um exemplo disso e milhares de turistas visitam àquela cidade anualmente.

Buriti Alegre está investindo em seu lago artificial e Itumbiara corre o risco de ficar mais para trás ainda, se continuar com seus projetos apenas no papel.

O momento é agora, pois vivemos numa economia estabilizada e o próprio governo federal tem procurado iplementar medidas que incentivem a exploração do turismo no Brasil. Para se ter uma idéia o turista gastou no exterior no ano passado, cerca de 4 bilhões de dólares.

O custo de um empreendimento deste é alto, estima-se que São Simão tenha gasto na construção de sua praia artificial, cerca de 6 milhões de reais, o que corresponde a aproximadamente 4 meses de arrecadação[20] do município de Itumbiara, mas os benefícios deste investimento supera em muito o seu custo. Ademais, há sempre um jeito de se gastar menos. A população com certeza verá o retorno através da geração de novos empregos e mais opção de lazer.

Um governo ousado e um projeto viável, que não seja apenas uma utopia, mas possível de sair do papel e ser construído ainda nesta gestão, são as receitas para transformar Itumbiara na esperada cidade turística. A natureza já foi pródiga em nos dotar recursos naturais, basta que nosso governante desperte sua coragem e passe a história como alguém que colocou Itumbiara no cenário turístico do Brasil.

 

 

 

 

 


9 – Mais uma vez enaltece-se as belezas da avenida Beira Rio e mostra-se a falta de conservação da obra pela prefeitura.

Folha de Notícias – 24 de abril de 2001.

 

Pelos que gostam da Beira Rio

 

 

A Avenida Beira Rio é um dos mais belos e queridos patrimônios da cidade de Itumbiara, merecendo do poder público atenção especial na sua limpeza e conservação. Há o reconhecimento de todos os cidadãos de que aquele espaço urbano deve ser mais bem cuidado, como se fosse a própria casa do governante.

A receita sobre como cuidar desse principal ponto de encontro da família itumbiarense pode ser facilmente encontrada nas empresas privadas. Se a manutenção daquele espaço fosse da competência de uma empresa privada, tudo seria feito mediante planejamento. Haveria orçamento para a compra de produtos como material de limpeza, ferramentas e máquinas, adubos, inseticidas, tudo pronto para ser usado a tempo e a hora.

Em relação ao pessoal, haveria quem coordenasse o trabalho e vistoriasse diariamente o estado do calçadão. Jardineiros fariam a adubagem freqüente, a substituição de plantas mortas e as podas regulares, de modo a manter tudo em bom estado de conservação, sempre. Uma lâmpada queimada seria substituída imediatamente por outra da mesma especificação. Fiscais disciplinariam a atuação de vendedores ambulantes e guardas uniformizados e treinados cuidariam da segurança no local.

Geralmente, o custo de construção de uma obra pública é muito alto e nem sempre se disponibiliza recursos financeiros para a sua conservação, o que acarreta a sua rápida deterioração. Alguns detalhes importantes são sempre relegados a segundo plano no tratamento desse assunto. Quem cuida da manutenção,  por exemplo, não observa que a simples troca de uma lâmpada diferente do padrão, acarreta distorção no aspecto visual da obra. A sujeira no piso, ocasionalmente pela falta de máquinas para executar a limpeza, causa também ao visitante um grande mal estar.

As pessoas se preocupam tanto com a beleza do local, e se manifestam de variadas maneiras. Por exemplo: Um empresário protesta pedindo para ser observada a lâmpada trocada perto daquele ponto de elevação da rede de esgoto. “Enquanto o padrão das luminárias é amarelo, alguém trocou uma lâmpada queimada por outra branca”, comenta, indignado pela falta de percepção por parte de quem faz a manutenção[21].

A diretora de um grande colégio da cidade quer que o jornal manifeste sempre que o piso estiver sujo. Ressalta ela que “com o piso sujo dá vergonha levar visitantes de outras cidades para conhecer o local”[22].

O vereador polêmico[23], diz que sua luta será pela proibição de passeio com cachorros no local. Para ele, tem momentos em que as pessoas têm que sair da calçada para dar lugar a enormes cães ferozes, arriscando-se a serem atropelados na rua.

Outros comentam que é preciso deixar os vendedores ambulantes trabalhar, mas tem que ser de forma organizada. Controlar o trânsito, retirando de circulação os habituais motoristas exibicionistas (normalmente embriagados), também seria medida elogiável. E assim, de um modo geral, toda a comunidade se preocupa com o estado de conservação da Beira Rio, o santuário dos fins de tarde de todos os dias e das tarde-noites dos finais de semana, onde todos apreciam passar momentos de folguedo.

Não resta a menor dúvida, que a Avenida Beira Rio é a nova cara da cidade. Jovem, bela, cheia de vida e acolhedora. É o espaço democrático onde se discute livremente as mais variadas idéias; local onde a música dos mais variados gostos ecoa nas alturas; espaço amplo para o lazer das crianças e, acima de tudo, o ambiente salutar que permite o diálogo entre famílias, que deixam a televisão para contemplar o mais bonito cair da tarde do estado de Goiás.

Há grandes projetos para esta avenida, incluindo a extensão do calçadão por todo o seu trajeto, mas, o principal, hoje, deve ser a conservação do que já se tem.

Quem ama a cidade, cuida bem do seu patrimônio. A Avenida Beira Rio, limpa, conservada e segura, pode ser o grande referencial de que está se tendo um grande governo.

 


10 – A cidade sempre sonhou com um Shopping Center. Em 1999 ele foi construído e pelo resultado a população aprovou.

Folha de Notícias – 04 de junho de 1998.

 

Shopping Center em Itumbiara

 

 

A cidade de Itumbiara encontra-se com alguns anos de atraso em relação ao progresso que seu povo espera. As coisas por aqui demoram muito a acontecer por uma razão simples: Há sempre duas forças em ação; uma buscando benefício; outra, impedindo que esse fato ocorra.

A construção de um moderno centro de compras na cidade demonstra claramente esta situação.

Há sete anos atrás, o empreendimento esteve para sair do papel, mas razões políticas impediram a realização, é o que se pode concluir após leitura do informativo da Associação Comercial e Industrial de Itumbiara do mês de agosto de 1991, onde estão noticiados dois ofícios endereçados ao prefeito na época e que relatam bem a situação.

Naquela época, foram dadas uma série de facilidades para o grupo Auto Rio realizar a construção, o que acabou não acontecendo.

Outro aspecto interessante a observar é que desde aquele tempo, nossos políticos já nutriam uma simpatia maior por empresários de fora. Situação essa que perdura até hoje, pois as facilidades que são concedidas aos que vêm, não são as mesmas dadas, principalmente, no sentido de incentivar nossos empresários.

Os empresários da cidade, através da ACII em ofício a este jornal, mostram as dificuldades políticas da realização deste projeto. Conforme o texto: “Empecilhos existem, na classe política é claro/tipo: ‘Quando eu quis, não foi possível, então outro não fará’”. Defendem os empresários, que a culpa pela não construção do Shopping não é dos empresários.

Ainda no ofício, é informado que na atual gestão, está sendo negociado com a prefeitura a permuta do terreno do centro de atividades múltiplas com um anteprojeto prevendo 140 lojas, área de 3.000 m2 para supermercado, estacionamento para 300 carros, anfiteatro, cinemas e outros.

Embora o progresso no pensamento da classe política local tenha sido lento, esses homens públicos têm agido melhor. Se o principal entrave para o projeto está na área política, é possível que um Shopping Center em Itumbiara [24]deixe de ser utopia.

Mas será que nossos empresários estão mesmos preparados para realizar tamanho empreendimento?[25]

Quanto às forças contrárias, está na hora de no mínimo, quando não puderem ajudar, que pelo menos, não atrapalhem.

 

 

 

 


11 – Este artigo foi enviado para publicação no Jornal Folha de Notícias, mas não foi publicado.

 

Uma declaração de amor a Itumbiara

 

 

Uma terra boa para se viver necessita de alguns elementos essenciais.

Primeiro é preciso de água em abundância, trazendo vida e emergia para a cidade.

Mesmo com o desenvolvimento industrial, é preciso preservar o ar puro.

O fogo deve arder no coração de cada cidadão, que levanta cedo, labuta transformando a cidade, que produz riquezas, que alimenta seu povo e cruza suas rodovias, rios e mares, levando a outras terras, o fruto plantado, colhido ou transformado.

Sem esses elementos, a natureza não vive, mas só com eles, não se faz uma cidade. Ela nasce quando o povo respeita, trabalha, transforma e acima de tudo, preserva.

A terra Itumbiara é a mais bela entre todas de Goiás. Fértil para produzir, amável para receber e apaixonada por conquistar todos que nela pisam. Aqui se produz arroz, feijão, soja, o alimento para o gado que dá o mais gostoso leite.

O Rio Paranaíba em seu leito imenso, transbordando vida e preservação, é um tesouro admirado, que todas as outras cidades gostariam de possuir.

Não há chaminés poluindo o ar nas fábricas que aqui se instalaram e no mundo, que cada vez fica mais difícil respirar, nas tardes da Avenida Beira Rio, se encontra o ar mais puro do Planeta.

Todo esse cenário é muito belo, mas tudo se completa com um povo que trabalha, transforma e ensina as novas gerações a preservar esse grande presente de Deus.

Itumbiara é a imagem de seu próprio povo, sejam nas manhãs em direção ao trabalho ou nas horas de lazer na avenida Beira Rio: Altivos, determinados, olhos no horizonte, cheios de esperanças, de que cada dia que passa é melhor do que o que já se foi.

Nossas meninas e meninos são os mais belos que a natureza produziu, os adultos se destacam pela disposição para o trabalho e os idosos, pela sabedoria que transmitem a cada geração.

É preciso manter a terra fértil, sem as queimadas que matam a vida.

O Rio Paranaíba sem esgoto, cheiroso, limpo e bonito a cada entardecer.

O ar puro sem a fuligem de cana queimada e um povo preservando e amando a vida.

Amar a vida é uma necessidade, pois é o maior Dom que Deus logrou ao seu povo, amar Itumbiara, mais do que uma virtude, é uma necessidade, como reconhecimento àquela que nos permite viver no melhor lugar do planeta.

Aqui, os anos que passam, são medidas de grandeza, de uma cidade cada vez mais bela e adorada. Um verdadeiro presente de Deus.

 

 


12 – A cidade de Itumbiara vai ser melhor no dia em que seus cidadãos forem melhores. Não se pode simplesmente esperar que o poder público resolva todos os problemas. A mudança começa com a participação de cada um, defende o autor.

Folha de Notícias – 22 de agosto de 1998.

 

Mudar para melhor

 

 

Estamos sempre esperando que o poder publico resolva todos os problemas da cidade, mas esquecemos que podemos colaborar em muito para a qualidade de vida do lugar onde moramos.

É evidente que também não podemos radicalizar colocando toda a culpa no cidadão pelo que de ruim acontece em um lugar, como fez recentemente um secretario na capital paulista, quando afirmou que São Paulo estava suja por que o povo era porco. A melhoria nas condições de vida das pessoas na cidade começa com a participação da comunidade.

No caso especifico da limpeza pública, que é um grande desafio do poder publico municipal em melhorá-la, isso só vai ocorrer quando houver uma participação ativa do cidadão.

O povo deve ser educado para colaborar no processo, pois, do contrario, o Município, mesmo aumentando a frota de caminhões coletores e contratando mais garis, não conseguirá tornar a cidade mais limpa.

Observando os hábitos do cidadão no dia-a-dia, verificamos certas atitudes que mostram que ainda não estarmos preparados para construir uma cidade melhor. Crianças jogam lixo nas ruas, adultos fazem dos terrenos baldios, deposito de lixo; comerciantes das margens do Trindade poluem o leito desse Ribeirão, e assim por diante, vamos tendo lições de como não se deve agir.

Na área de transito, também observamos o quanto a vida do cidadão itumbiarense seria melhor, se fossemos mais educados. Uma cidadã comentava surpresa: “um motorista parou o veiculo para que eu atravessasse a rua”. O que poderia ser uma prática constante, nos causa espanto, porque não estamos acostumados com lições de boas maneiras.

A Avenida Beira Rio é o local perfeito para mostrar o quanto nos falta para contribuir com a qualidade de vida na cidade. Jovens com nível de cultura elevado, não aprenderam para entender que carros nas calçadas e dirigir em alta velocidade, estão atrapalhando e colocando em risco a vida de muita gente.

As escolas dos municípios e Estado, além das entidades organizadas, bem que poderiam liderar campanhas constantes buscando essas mudanças de atitudes, pois, afinal, problemas como esses tendem a ser amenizados com um povo melhor educado.

É certo que mesmo lentamente, caminhamos para construir uma cidade que nos proporcione uma vida mais saudável e um transito mais humano, mas podemos acelerar esse processo desde já, apenas mudando nosso jeito de agir.

 

 


13 – Este é um dos mais longos artigos escritos e que não foi publicado. O mais interessante nele é analisar se as previsões sobre o segundo governo de Luiz Moura – 2001-2004 se cumpriram.

 

A vida em Itumbiara depois das eleições

 

 

Publicado o resultado da eleição para prefeito[26] da cidade de Itumbiara, comecei a pesquisar sobre os mecanismos que o cidadão tem, para cobrar o cumprimento de promessas do político eleito.

Com exceção da Suíça, onde se prevê a proposição de referenda nacional a partir de iniciativa de cidadãos e em modalidades mais restritas na Itália e Argentina, não há constituição que contemple a perda de mandato por não cumprimento de promessas feitas em campanha eleitoral. Portanto, em nenhum outro estado democrático, o político eleito é obrigado a cumprir o que prometeu e o cidadão, só conta com os votos retrospectivos, que somente funcionará depois de quatro anos, ocasião em que ele avalia o político pelos resultados que produziu durante o mandato, punindo-o com a perda do cargo e não elegendo sucessor de seu grupo político ou premiando-o com a reeleição.

Diante desse contexto, resta imaginar a cidade prometida nos palanques eleitorais, que assim deveria ser:

Nos próximos quatro anos, todos os bairros da cidade estarão asfaltados[27]. Embora não foram informadas as metas e a origem dos recursos, o que impossibilita saber o que será feito a cada ano, qual os bairros serão asfaltados e quem vai pagar a conta, essa promessa nunca faltou em eleição e sempre sobra no final de cada mandato, milhares de cidadãos insatisfeitos com a poeira e o barro das ruas de suas casas. É bom acrescentar o surgimento de novos bairros que são implantados, sem o mínimo de infra-estrutura. Para conferir, bastam dar uma olhada as margens da avenida Modesto de Carvalho.

Mas agora, certamente será diferente, e sujeira em Itumbiara, é coisa do passado.

Na área de segurança pública, a eleição para prefeito também trouxe a solução. A partir de janeiro, aqueles que pagam segurança privada, rescindirão seus contratos, pois haverá segurança preventiva pela polícia militar, que terá mais viaturas, que enfim atenderá a segurança das rodovias, evitando assaltos a ônibus e mercadorias. E os moradores da zona rural voltarão a ter sossego, pois haverá a patrulha rural com homens e viaturas zelando pela segurança nesta área. Nos bairros periféricos, será possível reencontrar a segurança, pois os “bandidos” mudarão[28] de Itumbiara.

Há alguns detalhes na área de segurança pública que não foram informados, mas certamente serão resolvidos, como por exemplo: A contratação de policiais militares e civis para utilizarem as viaturas que serão doados pela Prefeitura, a construção de uma casa de prisão provisória com maior capacidade, fora do perímetro urbano e condições de ressocialização do preso; a ação dos órgãos de segurança pública a serviço do cidadão, cumprindo de forma independente sua função constitucional e finalmente, a concordância dos bandidos em deixar a cidade de Itumbiara.

O problema de emprego, que assola o mundo, não existirá em Itumbiara. Só uma empresa[29] que já tem uma placa de instalação as margens da BR-153, vai gerar 500 empregos diretos e mais de 2.000 indiretos, logo, já não há mais preocupação com o futuro de nossos filhos. O primeiro emprego já está garantido.

Mas, como as soluções políticas nem sempre são completas, a empresas prometidas não geram empregos que atende toda a demanda da legião de desempregados da cidade, principalmente àqueles que procuram o primeiro emprego ou têm maior capacitação. Para estes, continuará existindo o caminho dos grandes centros urbanos.

Quem não tem casa própria, aluguel vai ser coisa do passado. Neste campo, sim, a promessa foi bem explicada: 500 casas vão ser imediatamente construídas e 3.000 durante o governo; logo vamos ter um paraíso habitacional, pois até quem votou na oposição vai ter mais 415 casas[30].

Como o problema da fome vai estar resolvido com o programa “Renda Cidadã”[31], que vai ser ampliado, com casa própria, rua asfaltada, emprego garantido e segurança pública para todos, haverá mais alguma preocupação para o cidadão de Itumbiara?

Talvez, as tarifas de água e energia continuem a consumir mais de 50% da renda dos cidadãos com renda familiar de até um salário mínimo, mas como foi promessa de campanha da oposição em reduzi-las, logo, o próximo prefeito não tem compromisso com a questão, afinal já vai resolver outras de grande importância e a competência para resolver estes problemas é dos governos estaduais e federal.

Quanto aos servidores públicos municipais, acabou o atraso de salários e falta de aumento[32]. Se a lei de responsabilidade fiscal não atrapalhar com o limite na folha de pagamento, os professores principalmente, que arduamente empenharam-se nas eleições, terão a recompensa prometida[33]. É bom contar também com um fundo de aposentadoria, pois do jeito que a coisa anda, consumindo quase 50% da folha de pagamento, o tesouro municipal não terá em pouco tempo como sustentar futuras aposentadorias.

E nossos universitários pobres e os que sonham com um curso de direito?

Seus problemas acabaram, a prefeitura pagará as suas anuidades escolares e o curso de direito já vai funcionar no ano que vem (2001)[34]. Convém lembrar, que os recursos municipais são finitos e constitucionalmente o município tem a obrigação de dispor de recursos para o ensino fundamental, mas não custa sonhar.

No esporte, teremos novamente o milagre da ressurreição. Surgirá das trevas das dívidas, o Itumbiara E. C. e o Real Clube têm sobrevivência garantida nos próximos quatro anos[35]. Faltou colocar no orçamento verbas públicas para contemplar estas despesas.

Faltaria ainda, alguma coisa para a felicidade do cidadão itumbiarense, após a última eleição para prefeito na cidade?

Afinal, casa própria em rua asfaltada, salário em dia, com emprego garantido para todos da família, filho estudando de graça, inclusive no ensino superior, futebol de primeira divisão aos domingos e final de semana sem nenhum furto registrado nas ocorrências policiais, faria de Itumbiara, a cidade dos sonhos de qualquer cidadão.

Depois de dedicar algumas centenas de horas ao estudo da política e da administração pública, é possível verificar, que ainda falta muita coisa para o cidadão itumbiarense ser bem atendido pela administração pública municipal e que não se consegue em uma eleição municipal ou quatro anos de governo. É um processo lento e demorado, que vai ocorrendo com o tempo e cujos resultados beneficiarão nossos filhos.

Esse processo envolve principalmente investimento em educação com políticas de erradicação de analfabetismo, colocar toda criança na escola, ensino médio e fundamental de qualidade e acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade, que são medidas necessárias para permitir: primeiro ter opção melhor para votar em cada eleição, inclusive em cidadãos itumbiarenses, homens preparados, despidos de interesses menores e particulares, norteando suas ações no bem estar coletivo da população por terem realmente amor a cidade, e principalmente dando condições ao cidadão de Itumbiara de avaliar o político de forma prospectiva, votando num programa de governo que tem certeza que vai ser implementado, além de participar fiscalizando as ações governamentais.

Nesta nova cidade ainda que vai surgir após algumas eleições, os órgãos públicos estarão a serviço do cidadão e não de governos.

Ninguém será coagido a votar, pois a liberdade será uma realidade e o cidadão, tratado com dignidade e respeito, não venderá seu voto por 10, 15 ou 20 reais ou por outros interesses particulares, extinguindo assim, a figura do comprador de votos. Neste dia ainda os veículos de comunicação imparciais e a oposição, serão vistos como instituições necessárias para que o ente público seja eficiente e transparente em suas ações. Os políticos não serão cooptados por cargos, nem a mídia trocará de lado de acordo com os favores recebidos.

 


PARTE II

POLÍTICA E GOVERNANTES

 

 

14 - Na cidade imaginária de Itumbiara teria um prefeito eterno, cuja vida mostraria como ser honesto e eficiente ao mesmo tempo. Ele seria o modelo para todas as futuras gerações de políticos no município.

Este modelo de prefeito existiu em Itumbiara e hoje é um mistério. Deveria até haver um livro contando sua história para que fosse possível ler para nossos filhos e mostrar  que também temos um modelo de governante.

Talvez seja melhor assim, não há um livro, não há um artigo publicado e tudo é um mistério. Há porem uma lembrança forte na memória de cada cidadão, até mesmo daqueles que não conviveram com ele, vindo sempre a imagem de um homem bom, trabalhador, eficiente e modelo na política para todos as gerações  de prefeitos que ocuparam o palácio Castelo Branco, assim como para àqueles que também um dia sonham com  tamanha honra.

Como a cidade é imaginária, Modesto de Carvalho seria o prefeito eterno. Sobre ele foi escrito o seguinte artigo:

Publicado no final de 2003 no Jornal TRIBUNA DO VALE

 

 

 

 

 

 

O Mito Modesto de Carvalho,

Um modelo de Governo para todas as gerações futuras

A passagem de Modesto de Carvalho no comando do executivo em Itumbiara  no período de 1973 a 1976 eternizou um modelo de gestão e de postura de homem político para todas as gerações futuras no município.

Nascido em 1933 na mineira São Gotardo, iniciou a vida pública em 1951, como então secretário da administração de seu pai  Floriano de Carvalho, que governou Itumbiara entre 1951 e 1954. Foi ainda vereador pelo PSD e vice-prefeito  de Sebastião Xavier Júnior  entre 1965 e 1969.

Modelo na vida pública, também se destacou como líder empresarial, fazendo parte da galeria de presidentes da Associação Comercial e Industrial de Itumbiara, entre 16/04/1969 a 20/03/1977.

Como todo bom itumbiarense por  acolhimento e adoção, também teve uma passagem por Panamá,. Após adquirir um caminhão  foi ajudar na construção de Brasília, de onde conseguiu recursos na volta para adquirir um Posto de Combustíveis, conta o grande amigo, ex-secretario municipal e  ex-presidente da Câmara Municipal, Joel Carlos da Silva, que ajudou Modesto na Administração do antigo Posto Paranaíba, onde atualmente funciona provisoriamente o Posto Fiscal JK.

Mesmo sendo um grande vencedor na política, também conheceu o sabor de uma derrota na disputa da cadeira do Palácio Castelo Branco em 1969, quando por uma diferença de 411 votos  viu Ataíde Rodrigues Borges, o Canavieira, ser eleito prefeito pela segunda vez.

Em 1972 as lideranças políticas da cidade chegaram a ensaiar um acordo para o lançamento de uma candidatura única, que levaria um político chamado Maricão a assumir o governo municipal em 1973.  O acordo suprapartidário foi quebrado e assim surge a dupla Modesto de Carvalho e Zé Moisés para disputar e vencer a eleição.

Prefeitura quebrada e excesso de servidores, assim como hoje, era o quadro que Modesto encontrou ao chegar na prefeitura. Teve coragem para demitir mais de 800 pessoas, paciência para sanar as finanças em dois anos e competência para construir nos últimos dois anos de governo obras como a do Estádio JK, Avenida Beira Rio e também fazer a base para que seu sucessor, Radivair Miranda Machado assumisse uma prefeitura saneada financeiramente e com grandes projetos já financiados, entre os quais o projeto CURA, possibilitando a urbanização da cidade e construção de obras como a Rodoviária, que na época era do povo de Itumbiara e do Hospital Municipal Modesto de Carvalho.

As maiores contribuições de Modesto de Carvalho para o futuro das gerações políticas em Itumbiara não estão em suas obras físicas, mas sim na sua postura política.

O seu primeiro ensinamento está na formação de uma equipe de governo competente, honesta e que realmente trabalhava para a comunidade. A história de vida pública de seus companheiros mostra todas estas virtudes. Um vice sério de família tradicional em Itumbiara chamado Zé Moisés, Gerson Cabral na Sepai, Nego Márquez na chefia de gabinete e Joel Carlos na Administração, sucedendo Waterloo Araújo, que é hoje a história viva  de Modesto na Política de Itumbiara. Wilson de Paula, Walter três palitos, Ronaldinho, que não é o vereador, David penha, Paulo Fernando, Schtini, engenheiro José Arnaldo do Vale e Radivair Miranda, que ganhou a eleição seguinte com o apoio de Modesto de Carvalho. Se fosse competente o auxiliar, podia ser até da ARENA, pois Itumbiara estava acima da disputa político-partidária, e foi assim que João Gargaglione foi para no governo de Modesto de Carvalho. O time contava ainda com pessoas como Brasilino Pricinote na Limpeza Pública, João Rosa no Centro de Serviços, Gaspar e Valtercides. Já naquele tempo Marilene Custódio cuidava da Merenda Escolar.

A segunda lição de Modesto é dada com o seu bom relacionamento político com os governos federal e Estadual. Mesmo sendo do PSD, era companheiro de pescaria do governador Leonino Caiado,  fato que rendia grandes benefícios para Itumbiara, principalmente na área de Educação. Dessas pescarias surgiu o colégio de Inaciolândia. Sua passagem por Brasília também rendeu grandes amizades na área federal, e por isso mesmo sem nenhum deputado ao seu lado, conseguiu tantos benefícios e financiamentos federais.

A lição terceira de Modesto de Carvalho foi dada com a criação de Leis, que realmente transformaram Itumbiara numa cidade organizada. Foi assim que surgiu o Plano Diretor, com influência da cidade de Uberlândia, o Código de Postura e o tributário.

Modesto de Carvalho deu também a lição do líder que deixa a poltrona confortável do gabinete e vai acompanhar pessoalmente as obras, como a do Estádio JK, que tanto nos orgulha hoje. Na época, deixou as tarefas burocráticas na responsabilidade de auxiliares fiéis e durante o ano de 1976 de janeiro a outubro acompanhou a construção daquele monumento esportivo. Nosso maior colégio municipal, também tem os dedos das mãos calejadas de Modesto, aquele que leva o nome de seu pai, Floriano de Carvalho.

Modesto também deixou lições no relacionamento com a Câmara de vereadores, que na época  não remunerava seus vereadores. A relação era de respeito. Nada de troca de cargos, pressões e chantagens políticas.

Como todo grande político, Modesto tinha sensibilidade, que o tornava capaz de recolher indigentes nas ruas e leva-los para se alimentar em sua casa.

Tempos bons, em que as primeiras damas eram honestas e não recebiam também para ajudar na administração do Município.

Apesar de ser um mito, Modesto não era um santo, tinha como todos humanos têm, problemas.  Como o de uma saúde que exigia cuidados e disciplina na alimentação, devido a hipertensão e diabetes. Apesar de seus problemas, seu maior medo era ficar em uma cama doente, esperando  a morte chegar.

O melhor prefeito que Itumbiara já teve, nascido em 1933 e falecido em 1977, deixa a maior lição que é de uma vida dedicada a Itumbiara, com honestidade, idealismo e trabalho.

É assim que nasce o mito, que mesmo tendo partido há quase três décadas, continua vivo na memória de nossos pais, avós e que merece ser lembrado como uma lenda a ser contada a nossos filhos, netos, bisnetos, e acima de tudo a todos de nossa geração, que não tiveram o privilégio de conhecê-lo, mas sonham com um homem com estas qualidades para governar Itumbiara.

Que esse exemplo de homem público seja a inspiração para todo e sempre de nossos futuros governantes.

 


15 - A câmara municipal de itumbiara perdeu um exemplo de vereador e presidente. Ele foi jornalista, radialista, formado em psicologia e Direito, amava a política, a família, a música e fez da presidência da Câmara Municipal o símbolo da transparência e honestidade.

Acreditou, lutou por ideais, e enquanto viveu por aqui, foi um vencedor.

Folha de Notícias – 25 de janeiro de 2001

 

 

 

Um homem bom fora da Câmara

 

 

O povo de Itumbiara perdeu na última eleição um grande representante na Câmara Municipal.

Embora bem votado com 599 votos, o último presidente do Poder Legislativo do município, Raussendil Ferreira  Borges – PSC [36], não conseguiu se reeleger.

Como explicar o fato de um político que atuou de modo exemplar no exercício do mandato, fazendo uma das melhores gestões entre os chefes do Poder Legislativo municipal, com as marcas da transparência e honestidade, não receba o respaldo das urnas.

Alguns vereadores são eleitos como representantes de segmentos da sociedade, como o de um bairro, de uma categoria profissional, de uma grande família ou de uma instituição religiosa. Raussendil se destacou a frente de vários eventos na cidade e na defesa de várias causas, como a do meio ambiente, na promoção de semanas ecológicas, na cultura com promoção de festivais de música, no cooperativismo, na defesa dos cooperados da Copril, na educação com a promoção de concursos de oratória e mais especificamente no exercício do mandato de vereador, defendendo com dignidade os interesses da coletividade.

Talvez esse tenha sido o grande erro do ex-vereador, considerar que um bom trabalho no exercício do cargo fosse suficiente para sua recondução ao Poder Legislativo. Embora a cada  eleição, os eleitores vão ficando mais exigentes e preocupados, procurando eleger pessoas confiáveis para cuidar do patrimônio público, ainda há um grande mercado de votos, uso da máquina pública, utilização de hospitais, currais de votos em igrejas, permitindo que pessoas obtenham sucessos, elegendo-se com a troca ou compra de votos. Apesar do esforço da Justiça Eleitoral em coibir essas práticas.

A derrota de um homem de bem sempre preocupa, pois pode levar muitos a pensar que não compensa exercer a cidadania disputando uma eleição, porque o fato de ser um cidadão exemplar não seja decisivo para obter a vitória. Mas como afirma nossos sábios anciãos: “mais vale o sucesso de ser um modelo para a sociedade do que o efêmero exercício do poder para recuperar investimento na compra de votos ou pela utopia da manutenção de um ‘status quo’ obtido por Ter driblado a lei eleitoral”.

Raussendil com sua sabedoria peculiar, caminha diariamente altivo nas belas tardes que só a avenida Beira Rio pode proporcionar. Desfruta de uma consciência do dever cumprido por Ter deixado para seus sucessores uma marca que servirá de paradigma a partir de agora.

A Câmara Municipal de Itumbiara certamente será outra depois da presidência de Raussendil Borges. Se os seus exemplos forem seguidos, a perda da cidade será bem menor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

16 - Ele é médico pediatra e humanitário. Teve a façanha de passar por três governos municipais sem qualquer mácula na gestão de recursos públicos, em números vultosos que mensalmente eram transferidos do governo federal para o governo municipal. Bem que tentaram manchar sua carreira vitoriosa, mas não conseguiram. Certamente seria o secretário de um governo bom e imaginário para Itumbiara.

Também é um homem que Acredita e luta pelo coletivo. É uma homenagem para alguém que ainda vive entre nós.

Folha de Notícias – 19 de abril de 2000

 

 

Um erro na saúde pública

 

A cidade de Itumbiara destacou-se nos últimos anos como um referencial na gestão da saúde pública no Brasil.

Foram criados vários programas eficientes na ação preventiva e os recursos que chegavam em grande número, devido a credibilidade dos gestores municipais, eram gastos com disciplina rígida.

Diretores de hospitais e médicos sempre acharam que deviam ganhar mais pelos serviços prestados, e às vezes mesmo merecendo, isto não era possível, pois afinal as verbas são finitas, fato que deixava a classe insatisfeita com o administrador da área.

Neste mês a comunidade local foi surpreendida com a notícia de que estes recursos, devido a irregularidades na prestação de contas, serão distribuídos pelo Estado. Esta decisão tem conseqüências graves para o usuário do sistema de saúde pública local. Ainda não é possível vislumbrar quem ganha com a medida, mas os perdedores logo receberão o prêmio através da piora no atendimento.

A área de educação vive situação idêntica, já que forças ocultas impediram a municipalização plena do ensino fundamental, ocasionando mais uma sangria nas receitas do município. Como as demandas crescem nessas áreas fundamentais do município e por outro lado os recursos caem, o pobre que usa a escola e o hospital público vai pagar a conta.

Qual seria o erro que cometeu o ex-secretário municipal da saúde, que ocasionou tamanho prejuízo a cidade de Itumbiara. Esta reflexão é importante, porque não se pode simplesmente justificar e jogar a culpa nos benfeitores que preocupam com a cidade e fiscalizam a aplicação dos recursos com a rara competência, e despreocupados com interesses próprios ou de grupos.

 

Ciro Garcia[37], que deixou o cargo em março, notabilizou-se pela austeridade na administração dos recursos que eram destinados a área da saúde pública em Itumbiara. Pelo número de médicos que saíram em sua defesa no episódio, é possível vislumbrar quantos amigos ganhou na área durante sua gestão. É possível que seria diferente se tivesse atendido todos os interesses, e nesse momento, talvez nenhuma mudança teria ocorrido.

Garcia também não media o tempo para administrar sua área e fazia  de feriados e finais de semana, dias úteis em sua secretaria, atendendo um grande contingente  de pessoas em seu acanhado gabinete.

Além de trabalhador incansável, o ex-secretário tem vocação para a solidariedade. As pessoas pobres sempre receberam dele uma atenção especial. Pai  dedicado, trabalhador, austero na gestão de recursos públicos e sem mácula na vida pública. Ciro Garcia incomoda na política, afinal, essas características dele são raras em nossos políticos.

Mas o ex-secretário cometeu um erro, que independente do tamanho, afeta em muito o cidadão pobre itumbiarense. No mínimo houve um erro administrativo que tem um custo alto para ele como político e para o usuário da saúde pública, maior ainda. Gerindo recursos em números tão altos, superior a muitos orçamentos municipais no Estado. Não se devia cometer um minúsculo erro, pois opositores sempre estarão de plantão e não medirão conseqüências  para derrubá-lo, mesmo que isso afete a população. Como cidadão, certamente sua reputação continua intocável, pois sua história de homem público tem alicerce profundo, onde a base é a honestidade. Mas seu erro administrativo tem conseqüências grandiosas.

Se essa medida na saúde pública municipal, como também a da postergação da municipalização do ensino fundamental é um sinal de que as entidades organizadas da cidade estão preocupadas com aplicação dos recursos públicos, o cidadão itumbiarense perde agora e ganha no futuro. Caso não passe de um ato politiqueiro, os responsáveis tentaram atingir um homem e prejudicaram a maioria da população. A verdade certamente vai chegar um dia, e tomara que não tenha mais uma vez lobos vestidos de cordeiros ou raposas preocupadas com o galinheiro, interferindo na área de saúde em Itumbiara.

Já é tempo da cidade parar de perder para um grupo minoritário levar vantagem.

 


17 - É ainda pequena a participação da mulher na política em Itumbiara. No Poder Legislativo, há apenas uma representante, que é a vereadora Isbéria Toledo- PL[38]. O Poder executivo na gestão Luiz Moura – 2001 a 2004 incrementou a participação da mulher em seu governo, tendo participado a suplente de vereadora  Magda Ribeiro-PP[39],  e ainda as advogadas Lílian Cestari e Suelene Teodoro. O Certo é que tem muito campo ainda em Itumbiara para a participação da mulher na vida política. Era maior  em 98 quando escrevi este artigo.[40]

Folha de Notícias – 31 de julho de 1998.

 

A mulher e a política

 

 

A Lei reserva às mulheres uma cota de 25%[41] nas chapas de candidatos ao Legislativo, mas a sua participação no processo eleitoral é ainda muito pequena.

Se compararmos o avanço da participação da mulher em outros setores, como no empresarial, Poder Judiciário e até polícia militar, com o aumento de vereadoras eleitas no Brasil, entre 92 que era de 3,5% e aumentou para 7% em 96, esse número ainda não é ideal, pois afinal, as mulheres representam metade do eleitorado. Em Itumbiara, os partidos políticos ainda não deram a devida atenção ao assunto, preocupando com ele somente na véspera de eleições municipais, assim mesmo para cumprirem o requisito legal no preenchimento da cota.

O PT local quase lançou uma candidata a deputada estadual, mas acabou ficando só na cogitação. Os demais partidos nem mencionaram o assunto. Mas afinal de contas, temos mulheres com capacidade política e possibilidade de sucesso em um pleito eleitoral?

Algumas mulheres têm ocupado cargos públicos que facilitam esta inserção no campo político, como a pediatra Meimei Guimarães, que preside a FUMSAS – Fundação Municipal de Saúde e Assistência Social, a advogada Iolanda Miranda Andrade, Delegada Regional de Ensino há sete anos, a primeira dama Elaine Aparecida Souto Batista na área social da Prefeitura e a presidente da FUNCELE – Fundação de Cultura, Esporte, Lazer e Ecologia, Sheila Paiva de Andrade, uma mulher com grande destaque na área cooperativista nacional.

Entre todas essas mulheres com excelente capacidade gerencial, não vemos o interesse no trabalho político-partidário e muito menos a vontade de participar de uma eleição.

Com essa inibição feminina em lançar-se como opção para o eleitor, num processo eleitoral, a cidade perde muito, pois afinal, é a mulher, a esperança de mudanças numa área que é ainda muito mal vista, pela falta de ética e sensibilidade, virtudes que a mulher itumbiarense tem de sobra.

Está na hora de nossos partidos políticos serem mais atuantes e já começarem um trabalho para as próximas eleições no sentido de atrair mulheres para seus quadros.

Não se pode desprezar um contingente eleitoral tão grande como o feminino, e muito menos privar o cidadão de sua participação na vida política, também sendo votada.

 

 

 


18 – A cidade de Itumbiara tem muitas dificuldades de formar novas lideranças políticas.  Os principais líderes da cidade já atuam há mais de 30 anos, que são o atual prefeito Luiz Moura –PSDB e o deputado estadual Zé Gomes da Rocha. O Empresário Dione da Famóveis[42] bem que está tentando entrar na política, assim como o presidente da Associação Comercial José Humberto, mas não está sendo nada fácil.  Por falta de lideranças, Itumbiara ficou nos dois governos de Marconi Perillo, 1998 a 2002  e após 2003 sem nenhum representante. Veja que já em 1998 alertamos para esse problema.

Folha de Notícias – 29 de julho de 1998.

 

A formação de novas lideranças

 

Por um longo período de tempo, a cidade de Itumbiara ficou sem representante no primeiro escalão do Governo Estadual, constituindo-se num fator negativo para seu desenvolvimento.

Depois de ser representada no Governo Maguito Vilela na área de agricultura e após na diretoria geral do DETRAN, foi possível avaliar o quanto é positivo essa participação, que até já surgem trabalhos políticos para que a cidade continue a fazer parte do próximo governo.

Mais há, um grande problema. Quem está capacitado para assumir um cargo de primeiro escalão no Governo Estadual? Esse questionamento tem fundamento, quando recordamos a indicação de um itumbiarense para fazer parte do Governo Naphtali Alves -PMDB. Foi oferecida a Secretaria do Estado de Planejamento, mas quem indicar? Os políticos locais então decidiram pedir a troca, sendo então oferecida a Secretaria de Estado da Agricultura.

Assumiu o cargo, um indicado do deputado federal Zé Gomes da Rocha – PSD, Marquinho Durão, sem muita tradição na área, chegando até a contar com algumas restrições de entidades ligadas a agricultura do Estado. Há mais de um mês no cargo, e a mídia do Estado praticamente não noticiou nada sobre sua atuação nesse espaço de tempo, nem de bom, nem de ruim. Quando se fala nessa área, o nome que vem noticiado é sempre do Presidente do IGAP – Instituto Goiano de Agropecuária, Antenor Nogueira.

Conversando com alguns membros de partidos da esquerda local, eles citaram a importância de formar novas lideranças em Itumbiara, prontos para assumir, com destaque, qualquer cargo em nível de primeiro escalão no Estado. Diziam eles, que a cidade tem que ter nomes, independentes de partidos, situados com destaques no Estado, capazes de abrir mão de projetos pessoais, para beneficiarem a cidade. Formar novos líderes com esse perfil, não é tarefa fácil. Primeiro, porque aqueles que têm mais capacidade, são na maioria, bem sucedidos empresários que não querem envolver-se com política. Estes não gostam nem mesmo de fazer parte, participando ativamente de entidades organizadas da cidade como CDL, ACII, ou conselhos municipais, como o de desenvolvimento.

O Governo Cairo Batista – PMDB, tem tentado em seu governo formar esses novos líderes, abrindo espaço para novas pessoas, e conseguindo até com relativo sucesso essa missão. O seu secretário de Saúde é um bom exemplo de nome para ocupar cargo no Governo Estadual.

Mas na verdade, ainda não temos nomes como Paulo Roberto Cunha, Romilton Morais, Halei Margon, entre outros do interior, prontos para assumirem qualquer cargo a nível estadual e até nacional.

Formar esses novos líderes, também é uma responsabilidade dos políticos locais, afinal, a boa representatividade pode acelerar o desenvolvimento da cidade.

 

 

 

 


19 – No primeiro governo iniciado em 1998, Marconi Perillo não chamou ninguém de Itumbiara para fazer parte de sua equipe. Reeleito em 2002 repetiu a façanha. Ter representantes no governo estadual é muito importante. Mas continuamos sem resolver o problema desde aquela época.

Folha de Notícias – 04 de abril de 1998.

 

A falta de representantes

 

 

As mudanças de auxiliares na transição da passagem de governo, devido a renúncia de Maguito Vilela – PMDB e o anúncio da chapa de governador, vice e senador do PMDB que concorrerá nas próximas eleições, revela mais uma vez a insignificância da representação política de Itumbiara a nível estadual.

Representada até então no Detran e por um outro sem muita relevância na Transurb, com a saída de Álvaro Soares Guimarães – PL do Detran, para concorrer a uma cadeira na Assembléia Legislativa, a cidade volta a ficar órfã de representação no governo.

Fora da Capital, Morrinhos e Jataí ocupam hoje o centro do poder. A razão certamente não é o potencial de votos, já que colégios eleitorais maiores como Anápolis, Luziânia, Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Itumbiara estão no plano secundário em termos de representação.

A resposta da supremacia política de Jataí e Morrinhos converge para a qualidade na vida pública e particular de conduta, além das capacidades administrativas e de aglutinação dos políticos da região em torno de nome que represente estas cidades.

Outro aspecto a ser considerado refere-se ao posicionamento político em relação ao governo nos últimos anos. Só recentemente no governo Celso Santos é que o município de Itumbiara aliou-se ao governo estadual. Apesar da oposição ser necessária, governo nenhum trata bem o adversário político.

Quanto a este fator citado, que recebe o nome de parceria, a aliança com o governo estadual deve continuar, mas quanto aos valorativos da conduta de nossos políticos e sua capacidade administrativa, a questão merece consideração.

Primeiro que ideologicamente, nossos políticos são ainda muito instáveis, trocam de partido constantemente. Quanto à conduta na vida pública, alguns que se desviam, acabam maculando toda a classe política da cidade, que evidentemente tem pessoas altamente credenciadas.

Sobre a capacidade administrativa, ainda temos muito o que aprender, apesar de que no caso específico de Álvaro Guimarães que já ocupou a Secretaria da Agricultura e a Diretoria Geral do Detran, saiu-se muito bem, mas alguns deslizes, na esfera municipal, como atraso de pagamento de funcionários, fornecedores, falta de capacidade de investimento, suspeita de irregularidades, trazem desgastes a imagem de políticos locais.

Hoje mais do que nunca, o ditado popular de que sabendo com quem andamos, as pessoas saberão o que somos, é aplicado na política em termos de governo estadual.

Não é a -toa que o governo Maguito Vilela deixa o governo com aprovação absoluta da população. Afinal, escolher bem seus auxiliares, foi sempre um de seus pontos positivos.

Itumbiara, certamente vai um dia ocupar um maior espaço no governo estadual, talvez, não nessa geração, mais sim quando nossos homens públicos forem melhores.

 

 


20 – O governo federal criou um código de conduta ética para dirigentes  da alta administração. Embora não tenha caráter punitivo, é uma boa regra a  ser seguida pelos agentes públicos e que devia ser estendida a idéia para Estados e Municípios. É o que diz este artigo.

Folha de Notícias – 11 de novembro de 1998.

 

A conduta ética das autoridades

 

 

O Governo Federal através de um conselho de doze pessoas, composto de ex-ministros, empresários, advogados e cientistas políticos, está elaborando um código de conduta para os funcionários públicos.

Apesar de não prever punições para quem desrespeitar as regras, estas tem um caráter preventivo  e certamente inibirá a promiscuidade das relações entre o público e o privado em algumas áreas do Governo Federal.

Seria muito interessante que os Governos Municipais também adotassem um código nesse modelo, principalmente para os agentes políticos que muitas vezes não conseguem separar esta barreira de interesses e cometem coisas abomináveis, em se tratando de pessoas cujo objetivo maior é o bem estar coletivo.

Entre as principais vedações do código, está a de funcionários do primeiro escalão aceitarem cortesias de empresas privadas ou de “amigos”, como passagens aéreas e caronas. Geralmente os interesses desses grupos privados nem sempre visam o bem geral da população, mas o agente político que ganha uma carona ou recebe um presente, tende a ficar vulnerável e ceder facilmente em prejuízo do setor público.

Anos atrás, um grupo de agentes políticos recebeu como presente uma viagem para conhecerem as instalações de uma empresa no Sul do País, voltaram maravilhados e votaram leis que abriram mão de um grande patrimônio público. Recentemente, uma autoridade, não sei se por falta de veículos do seu órgão, ou pelo excesso de bondade de um empresário do ramo de educação, viajou para a capital no luxuoso veículo deste. Será que nos dois casos citados, os anseios do empresário que oferece essas cortesias são o mesmo da maioria da população?

Certamente que não, mas nem por isso haverá qualquer reprimenda as autoridades, já que não existe nenhuma norma proibindo essas atividades; mas com certeza se nossos agentes políticos não fossem tão sensibilizados por esses favores, teriam mais liberdade na hora de decidirem entre o que é benéfico e maléfico para a população.

A vida pública tem que se pautar principalmente na ética, pois para quem representa uma comunidade, seja governando ou legislando, a conduta imparcial e transparente não é apenas uma obrigação, é uma virtude inerente ao próprio cargo. Às vezes,  as intenções de quem oferece as cortesias podem ser as melhores do mundo, mas não custa nada lembrar as palavras da mulher de César. “Não basta ser honesto, é preciso parecer honesto”. Fica a sugestão para nossos Governantes: por que não criar também um código de ética em seu Município?


21 – Este artigo procura mostrar a influência dos hospitais na captação de votos.

 

Folha de Notícias – 08 de novembro de 1999.

 

Hospital e voto

 

 

Os hospitais da região passaram nas últimas eleições a desempenhar papéis estratégicos na eleição de prefeitos e vereadores. Sejam eles, público, privado ou filantrópico[43], são utilizados por grupos partidários, da esquerda a ultra - direita.

Estas entidades exercem uma influência extraordinária na vontade do eleitor na hora de definição do seu voto e que aparentemente não há meio de evitar esta prática ilegal. Como por exemplo,  evitar que um médico conceda gratuitamente uma cirurgia a um eleitor com o pedido de voto para determinado candidato, ou que se distribua material de propaganda política nos corredores dos hospitais?

A influência na vontade do eleitor ocorre justamente, pela sua grande carência nestes momentos de dificuldades, em que ele procura a ajuda médica.

Nossa legislação eleitoral tem avançado, e a aprovação recente da lei de iniciativa popular que prevê punição a conduta do candidato que compra voto, é um exemplo disso. O voto eletrônico é outra medida que fortalece o processo democrático, mas ainda temos muitas deficiências no processo eleitoral, que influem no resultado de uma eleição.

Mais do que legal, o problema dos hospitais em relação ao voto é mais de cunho moral do que propriamente legal[44]. Sua solução passa mais pelo senso crítico de médicos, diretores e demais funcionários destas entidades que deveriam evitar fazer política nestes locais do que na aplicação de medidas punitivas pela justiça eleitoral.

A legislação prevê para alguns tipos de atividades, o afastamento de funcionários de sua respectiva função, no período que vai da aprovação da candidatura na convenção do partido até a eleição, como no caso de servidores públicos e radialistas. Seria interessante que este afastamento se estendesse a profissionais de saúde com ligações partidárias, mesmo em hospitais privados e filantrópicos.

Não há qualquer diferença na conduta de um candidato que doa ao eleitor um par de botinas no período das eleições visando obter o voto e a do médico que faz uma cirurgia gratuita ou doa remédios com o mesmo fim. Ambos influem na vontade do eleitor, que não exerce livremente, como deveria, o voto.

O exercício do voto de maneira livre e consciente é uma das maneiras de fortalecermos cada vez mais a democracia, que tão bem faz aos cidadãos. Zelar por este direito, é função de todos nós e mais daqueles que tão bem conhecem o ser humano, respeitando sua vontade nesse momento difícil da vida em que busca a ajuda em um hospital.

Mais do que punição, precisamos de conscientização e valorização do cidadão e da democracia. Se é que isso seja possível, quando se fala em política partidária.

 

 

 


22 – A cidade de Itumbiara não tem sido feliz nas eleições para deputado. Atualmente conta apenas com um deputado estadual, que disputa a prefeitura de Itumbiara.[45]

Folha de Notícias – 15 de julho de 1998.

 

O amadurecimento político em Itumbiara

 

 

As eleições deste ano que levarão 63.200 eleitores às urnas eletrônicas em Itumbiara, estão sendo marcadas pelo bom senso entre os partidos e caminha para coroar de êxito a representatividade da cidade na Assembléia Legislativa e Câmara Federal, com a possibilidade de se eleger pelo menos quatro deputados: três estaduais e um federal[46].

Após o insucesso dos últimos pleitos, quando Itumbiara chegou a ficar sem representante na Assembléia Legislativa do Estado em uma eleição, o amadurecimento político chegou aos dirigentes partidários que este ano lançam apenas oito candidaturas, sendo cinco à Assembléia e três a Câmara Federal.

Apesar de não haver oportunidade de renovação, já que os candidatos que pleiteiam as vagas e com chances de vitória são aqueles que já exerceram mandatos políticos e estão no ramo há muito tempo, o eleitor tem que fazer a sua parte, votando com consciência, sendo bairrista e dando o voto em quatro de outubro em uma das opções que os grupos partidários da cidade lançaram.

Todas as ideologias e posições políticas estão representadas. A nível estadual, quem estiver satisfeito com a situação, tem duas alternativas: uma do PL com o ex-deputado Álvaro Guimarães e outra com o PMDB do ainda deputado Paulo Serrano, que busca a reeleição.

Na oposição ao governo local e do Estado, figura o ex-prefeito Luiz Moura do PSDB. O PT, lança Joanaldo Teixeira, (figura no limbo, entre situação de apoio ao governo local e oposição no Estado) que poderia ter chances de sucesso, se houvesse um maior engajamento de seu partido na disputa, o que parece não estar havendo. O candidato do PDT, Ataídes Melo, entra no pleito apenas para participar.

A nível federal, o deputado Zé Gomes da Rocha – PSD, deve ter a sua eleição garantida, pois além de não ter um concorrente de peso na cidade, conta ainda com votos de outros colégios eleitorais. O PL lançou João Bié, mas dificilmente sua candidatura chega até 4 de outubro, pois o próprio diretório local, tenta mudar o candidato de idéia, sugerindo sua desistência. Para o eleitor é interessante a sua candidatura, pois representa uma alternativa, para quem não deseja votar em Zé Gomes da Rocha, mas as chances de vencer o pleito são reduzidas.

O PST participa da eleição com candidatura de Mendes Júnior, outro que vai apenas competir.

Definido o quadro partidário da eleição, resta ao eleitor já indo formando sua decisão em relação ao escolhido para representá-lo em Goiás e Brasília, sempre levando em conta que o seu voto tem muito valor em relação a benefícios para a cidade.

Um município bem representado politicamente tem muito mais condições de desenvolver-se do que aquele que não tem representantes. Os exemplos de Jataí e Morrinhos devem ser seguidos.

Quanto à questão de o político corresponder ou não aos anseios do cidadão é outra questão que depende também do eleitor, que pode fazer do seu candidato um político produtivo, desde que haja a devida cobrança e acompanhamento do seu trabalho parlamentar.

Os partidos já fizeram à sua parte colocando a disposição do eleitor um número ideal de candidaturas, resta a ele fazer a sua, escolhendo àqueles que poderão representar Itumbiara, com a grandeza que ela merece.

 

 

 


23 – Em toda eleição para deputado, a cidade se mobiliza para eleger o maior número possível de deputados, mas a luta tem sido em vão. Talvez, o motivo do insucesso esteja na qualidade dos candidatos, que não despertam o interesse do eleitor.

Folha de Notícias

 

Deputado Estadual em Itumbiara,

uma questão de qualidade

 

 

O PST [47]– Partido Social Trabalhista vem liderando há alguns meses, uma campanha visando reduzir o número de candidatos a deputado estadual por Itumbiara nas eleições de outubro.[48]

Reunindo algumas lideranças de segmentos organizados da cidade, o grupo centra as discussões no número três, que deve ser o meio para se alcançar o fim de eleger o maior número possível de deputados. Belo discurso, um fim louvável, mais  é um meio que atenta contra a inteligência do cidadão de Itumbiara.

Toda essa energia poderia estar voltada para discutir o candidato ideal para representar o município, podendo até levar em conta o número três, mas não de quantidade, e sim de virtudes: honestidade, ética e trabalho comunitário.

O movimento ganhou adeptos importantes, como o do vereador pelo PTB, Ronaldo Vieira, um dos ícones pela moralidade na política itumbiarense. Num programa de rádio local, disse: “Em Itumbiara, é possível aproveitar 53 mil votos para deputado e precisamos eleger três deputados, não importando quem seja”. Pela primeira vez, o vereador que é meu espelho como político, pela coragem em denunciar erros na administração pública cometeu um grande deslize.

A sociedade brasileira já despertou para a importância de se valorizar o homem público honesto, ético e voltado para a transformação social do meio em que vive e Itumbiara também não pode ficar alheia a esse processo. A eleição de deputado estadual para representar Itumbiara, não é uma questão matemática, é acima de tudo, uma questão de respeito ao cidadão itumbiarense.

Primeiro, respeito a sua liberdade de escolher o melhor para a cidade. Limitar o número de candidaturas é rasgar o texto constitucional que tem entre outros fundamentos, o pluralismo político, assegurando aos partidos organizados autonomia para resolver questão relacionada ao seu funcionamento, como o lançamento de candidaturas.

A limitação de candidaturas, enquanto pensada para o bem da cidade, é louvável, mas altamente condenável, quando se verifica que não é o meio mais apropriado para alcançar esse fim, tornando simplesmente um mecanismo da manutenção do “status quo” daqueles que há muito tempo mamam nas tetas dos entes públicos.

Pode até haver 03 candidatos, como propõe o movimento, mas se não atenderem os requisitos do exigente eleitor itumbiarense, com certeza vão continuar a lamentar mais um insucesso.

Afinal, como o eleitor itumbiarense não é bobo,  sabe muito bem matemática e coloca a questão da eleição, não como de quantidade, mas sim de qualidade, que por sinal tem faltado muito a nossos homens públicos.

 

 


24 – A cada eleição o processo se repete. Muitas promessas apenas no rádio e na televisão. Não há verdadeiramente planos de governo. Quem ganha a eleição, improvisa.

Folha de Notícias – 14 de agosto de 2000.

 

Planos de Governo nas eleições municipais

 

 

O candidato a prefeito de uma cidade, deveria conquistar o voto do eleitor através de um plano de governo capaz de melhorar a qualidade de vida de cada cidadão do município. Temas não faltarão para serem abordados pelos candidatos, mas encontrar planos com possibilidade de concretização no caso de vitória, não é tarefa fácil.

Os problemas são os mais variados possíveis. Há alguns que o governante municipal apesar de prometer que vai resolvê-los, não está no âmbito de sua competência. O mais grave, por exemplo, é a questão da geração de empregos. Este tema não faltará em cada comício, com promessas genéricas e vazias.

Outro grave problema, vivido principalmente pelo cidadão itumbiarense, refere-se a área de segurança pública. Mais uma vez o prefeito que promete resolvê-lo, estará mentindo para a população. A questão do emprego depende mais de ações na área econômica do governo federal, enquanto a melhoria na segurança pública passa necessariamente pelo governo estadual.

As áreas de educação e saúde, certamente serão citadas, mas não com tanta ênfase como a do emprego e segurança, uma vez que a cidade de Itumbiara, em que pesa as brigas político-partidárias que impedem alcançar um grau de excelência na prestação desses serviços públicos, eles são prestados hoje com bom grau de eficiência.

A ação de um governo municipal será bem sucedida se realmente for planejada. Primeiro é necessário dedicar-se ao trabalho de manutenção dos serviços básicos que uma prefeitura presta ao cidadão. Reservar recursos para propiciar iluminação pública, serviços de limpeza urbana e controle do trânsito, com excelência na prestação desses serviços, de maneira que o cidadão sinta-se satisfeito com o atendimento é obrigação básica de qualquer governante municipal.

Os mais criativos investem na cultura, dedicam-se a preservação do meio ambiente, procura melhorar o transporte coletivo, implantam serviços de assistência social eficientes, propiciam condições de lazer para o cidadão pobre e podem até investir no embelezamento da cidade. Para o cidadão descobrir se o cidadão está fazendo apenas promessas demagógicas e não tem nenhum projeto para a cidade, algumas dicas são importantes:

Primeiro é necessário verificar se o plano de governo se transformou em projeto, que se apresenta na forma escrita. Como por exemplo, podemos citar um plano de qualidade de vida para o cidadão itumbiarense no próximo quadriênio. O objetivo específico poderia ser o asfaltamento de todos os bairros da cidade, com meta de que a cada ano um número mínimo de bairros seriam asfaltados.

O processo para realização do plano de qualidade de vida envolveria as participações do governo estadual e federal. É importante ressaltar, que o governante municipal para cumprir o seu projeto, vai precisar de ser eficiente no controle financeiro, pois a cada ano que passa, as fontes de recursos vão se tornando escassas. Isso significa maior capacidade de recolher tributos como o IPTU e ISS. Governo municipal que for ineficiente na busca desses recursos, não terá grandes chances de sucesso em seu governo..

Algumas virtudes para bem governar também são indispensáveis, como a honestidade, o trabalho e a liderança, para obter a colaboração do poder legislativo e o respeito da população.

O programa eleitoral no rádio e televisão começa neste dia 15, e será uma boa oportunidade para ver quem realmente tem projeto para melhorar a qualidade  de vida do cidadão em Itumbiara.

 


25 – Depois de quatro anos fora do poder, Cairo Batista volta a ocupar cargo público como vereador a partir de 2005. Como prefeito, caracterizou como um grande conciliador. Para alguns faltou ser mais enérgico, quando  exerceu o poder executivo.

Folha de Notícias – 21 de janeiro de 1998.

 

O conciliador

 

 

Nas conversas informais com cidadãos comuns sobre a política local, a atuação do prefeito Cairo Batista – PMDB, ganha um aspecto negativo ao ser conceituada como pacífica, conciliadora, contrastando com a imagem agressiva, dura, que se espera de alguém que ocupa um cargo no Poder Executivo.

Mesmo sabendo que toda sua trajetória política foi sempre marcada por uma pessoa que ouve muito antes de agir, tanto de vereador, como de deputado estadual, os analistas de plantão esperavam uma mudança radical do prefeito ao assumir o governo local. Apostavam que passaria por cima do diretório local do PMDB, que detém muito poder. Despacharia o PT do governo na primeira crise da coligação após a eleição, teria o domínio sobre a Câmara Municipal, que a princípio apontava uma maioria folgada do prefeito, constituída principalmente pelo PL e seu partido. Passado o primeiro ano de governo com todas estas tempestades já esperadas pela heterogeneidade de sua aliança, politicamente Cairo Batista, pode ser considerado um vencedor com a tática utilizada.

Tempos atrás em uma solenidade pública, em que o prefeito compareceu juntamente com o presidente da Câmara Municipal, ele confidenciava, que era muito difícil colocar todo um plano de governo em execução, porque a atividade política tem todas estas características que a diferencia da atividade privada. Enquanto nesta, o empresário pensa em uma coisa que é bom para a sua empresa e pode imediatamente executá-la, na área pública, há uma série de obstáculos a serem vencidos para que o governo execute suas idéias.

Embora haja este clamor pela total independência do Executivo e da mudança de sua imagem em Itumbiara, a postura do prefeito parece ser a mais correta, levando em consideração sua sobrevivência política dentro da realidade local. Sobre resultados a que esta postura leva é que merece outra análise. Um executivo mais forte, com um secretariado mais homogêneo no sentido em que caminhe junto com as diretrizes do governante, e uma Câmara Municipal onde os aliados ajam como tal e um diretório de partido do governante que coloca o interesse da comunidade acima de interesses pessoais, poderia acelerar em muito a melhoria da qualidade de vida do cidadão itumbiarense, que se concretizaria em obras de embelezamento das avenidas asfaltadas, limpeza pública e principalmente a superação do maior problema do município hoje, que é econômico.

Mas não adianta iludirmos com uma mudança radical em curto prazo, e a maior lição para entender esta postura do governo municipal, vem do governo federal. Todos reconhecem que não é fácil para o sociólogo FHC, conviver com caciques do PFL, PMDB e outros mais, mas não há como governar sem eles. Ruim a imagem pelas alianças, muito pior seria sem elas. Assim também pode ser comparada a política local. Tem muitas coisas que a população repugna, mas seria muito difícil para um governante terminar o governo, se tentasse mudar esta realidade política de um dia para outro.

 


26 – O então deputado federal José Gomes da Rocha tentou ser prefeito em 2000 e perdeu a eleição para o então Deputado Estadual Luiz Moura. Quatro anos depois José Gomes ganhou a eleição. O prefeito Luiz Moura não disputou a reeleição devido ao grande desgaste com a população.

O POPULAR – 29 de setembro de 2000.

 

Candidatura de José Gomes

 

 

Ao abrir a edição do dia 26 de O POPULAR, deparo com a reportagem José Gomes fora da disputa. Dedicando alguns minutos à leitura, concluo que a reportagem ocupa um grande espaço e pouco informa, gerando dúvida se realmente o objetivo era informar o leitor.

Como assinante do jornal há vários anos e também como itumbiarense, quero manifestar minha insatisfação com matérias desta natureza, que deixam no ar a impressão de que são inseridas nos noticiários com outros fins, contrários a prática do bom jornalismo, que prioriza a informação ao leitor.

Uma matéria dessa natureza em plena semana que antecede o pleito eleitoral para prefeito pode influir no resultado da eleição, afetando os princípios democráticos, por conter informações incompletas, assim como já ocorreu este ano em relação ao mesmo deputado federal, quando foi noticiado que o seu mandato tinha sido cassado, fato que não ocorreu e depois o erro foi reconhecido pelo jornal.

Um pouco mais de profissionalismo recomendaria ouvir especialista no assunto e conhecedor da legislação eleitoral, que informaria que da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cabe recurso, que seria utilizado pela assessoria do deputado Zé Gomes da Rocha (PMDB) e que podia ter efeito suspensivo, permitindo que o candidato concorra nesta eleição.

O texto encerra com a tradicional frase que o jornal tentou ouvir o deputado e não conseguiu, dando a entender que cumpriu sua obrigação de informar bem o eleitor, fato que também não conseguiu.

 

Nota da RedaçãoO POPULAR agiu estritamente dentro das regras do bom jornalismo, ao divulgar a decisão do T.R.E, na noite de segunda –feira, de cassar o registro da candidatura do deputado federal José Gomes da Rocha. Agiu corretamente também, no dia seguinte, ao revelar com o mesmo destaque a decisão do TSE, que anulou a sentença anterior. A um jornal não compete deixar de publicar um fato jornalístico em função de conveniências político-eleitorais.


27 – Neste texto procura-se defender o respeito à autoridade de um Prefeito democraticamente eleito, mas não deixa de ser legítima a manifestação de uma parte da população que não está satisfeita com seu governante.

Folha de Notícias – 09 de setembro de 1998.

 

Respeito à autoridade

 

 

Quanto mais os costumes são bons, mais o Governo também o é.

Aristóteles

 

Ao ter sua presença anunciada no último dia de realização do Fest Sinhá, o prefeito Cairo Batista (PMDB) foi recebido com vaias pelo público presente.

Composto em sua maioria por estudantes dos colégios da cidade, tal atitude emanada de jovens com razoável grau de cultura conduz a reflexão sobre a origem e razão desse comportamento.

Há de se ressaltar primeiramente, que se fazia ali presente uma autoridade, legitimamente eleita, representando um dos poderes, que é o Executivo, portanto merecedora de respeito. Certamente, o público presente no festival, que além de estudantes, era composto por pessoas de destaques na comunidade local, possuía discernimento suficiente para diferenciar respeito e desrespeito a uma autoridade.

Primeiramente vamos tentar entender a origem deste tipo de comportamento, de vaiar o governante em suas aparições públicas.

Para uns, as vaias ao prefeito têm sua origem no preconceito de uma classe mais privilegiada financeiramente que não é capaz de aceitar que um jovem pobre do Bairro Novo Horizonte governe a cidade.

Outros entendem que a manifestação contrária ao prefeito é fomentada por próprios funcionários da Prefeitura e políticos da oposição.

Uma terceira corrente, defende que as vaias vêm de parte da população insatisfeita com os serviços de iluminação, limpeza pública e urbanização.

Quanto à finalidade dessa forma de pressão, há a de se desestruturar o Governo para que ele não chegue ao final, localizada na esfera política; e o do lado pessoal de não permitir a ascensão de um jovem que tem as melhores condições de administração pela parceria com o Governo Estadual e possibilidades de mudar a cara de Itumbiara nos próximos dois anos, pelo volume de verbas que serão destinadas ao Município.

É possível que a manifestação reprovadora contida nas vaias ao prefeito, contenha um pouco de cada tese buscada no meio do próprio povo, mas a principal lição a tirar é se um instrumento democrático que certas pessoas estão utilizando para alcançar determinados fins relacionados com o bem estar da população ou envolve o desrespeito por parte de alguns que não foram devidamente educados para respeitarem uma autoridade.

No primeiro caso, cabe ao prefeito captar a mensagem do povo e mudar a postura para atender a esse modo legítimo de pressão. Se for simplesmente falta de respeito à autoridade, a falha está no nosso processo educacional.

 


28 – O grande enigma sobre a participação de um Itumbiarense no Governo Estadual perdurou por mais de seis anos. Falta prestígio ou competência? O texto pode levar o leitor a uma conclusão.

Folha de Notícias – 13 de dezembro de 1998.

 

Prestígio e competência

 

 

O eleitor itumbiarense deu ao futuro governador de Goiás, uma votação expressiva de 27.707 votos que não está sendo recompensada com uma representação à altura na formação do primeiro escalão do próximo governo[49]. Marconi Perillo (PSDB) em visita a cidade no último dia 22/11 sinalizou com suas palavras que possivelmente Itumbiara será representada no governo em um dos órgãos da estrutura administrativa do Estado, mas não em um cargo de primeiro escalão. Pelo quantitativo de votos recebidos na cidade e anúncios de novos tempos para Itumbiara com o novo governo, a realidade pode estar apontando o contrário.

No governo que termina, Itumbiara teve representantes no DETRAN e Secretaria da Agricultura, consideradas destacadas pela atuação de Álvaro Guimarães, que dirigiu essas duas pastas e atualmente, mesmo sem a expressão desejada, mantém Marquinho Durão na Agricultura e Celso Santos na TRANSURB, que será extinta.

Portanto, qualquer representação menor do que esta do governador atual, aponta para a falta de um dos requisitos nos homens que apoiaram Marconi em Itumbiara e que tem norteado a escolha dos auxiliares do novo governo: competência e prestígio. O que está em discussão mais uma vez é se os homens itumbiarenses têm o prestígio e a competência necessários para alçarem vôos maiores na política, além do plano municipal.

Com parte da equipe já formada, em que se levou principalmente a competência como principal critério, por ser os cargos mais importantes do governo, os seguidores do deputado estadual eleito Luiz Moura (PSDB) e liderança maior do novo governo na cidade, pelo jeito não tinha em seus quadros pessoas com esta característica. Nesta semana em que os demais secretários serão anunciados, pesará mais o critério do prestígio e aí saberemos se os 12.624 votos de vantagem que o futuro governador teve à frente de seu concorrente em Itumbiara serão revestidos em termos de representação.

O deputado estadual eleito Luiz Moura e seus seguidores terão nesta semana a oportunidade de mostrarem que realmente saíram vitoriosos no último pleito eleitoral dando à cidade a representação que merece. Se nenhum nome da cidade for anunciado em um cargo de importância no governo Marconi, poderá revelar que os novos tempos para a cidade não estão chegando e que aos vencedores só sobraram às batatas.


29 – Este texto foi escrito em um momento em que o Deputado Luiz Moura, recém eleito Deputado Estadual, formava um grupo para ocupar espaço em cargos no Governo Estadual. A inspiração vem do cargo ocupado pelo Delegado Fiscal, que seria substituído dez meses depois.

Folha de Notícias – 05 de janeiro de 1999.

 

O técnico e o político

 

 

Há certas áreas da administração pública que merecem dos governantes um tratamento mais técnico do que político no momento do preenchimento de cargos. A área da fazenda, no último governo, é bem exemplo da defesa dessa tese, pela eficiência alcançada e os resultados obtidos nos últimos quatro anos. Embora os secretários que estiverem à frente do órgão foram originários de indicações políticas, todos os demais cargos que compõem o organograma da secretaria foram prioritariamente preenchidos por técnicos de alta capacidade, que colocaram a defesa do bem público e a maximização da obtenção de receitas públicas que se reverte em saúde, educação, segurança e outros serviços que o cidadão recebe do Estado, como principal razão da ocupação dos cargos.

Contam alguns funcionários que em décadas passadas as indicações eram meramente políticas e os resultados simplesmente desastrosos. O grande problema nessas indicações é que ainda impera e com certeza perdurará por mais algumas décadas a máxima de São Francisco nas atitudes dos políticos, que é: “É dando que se recebe”, o que é incompatível numa época em que o Estado deve ser o mais eficiente possível na arrecadação de tributos para dar conta eficientemente das dívidas e da demanda dos serviços públicos.

Recentemente, ao ver a entrevista de um delegado da polícia civil, foi possível notar o quanto também é maléfica a intromissão política na área de segurança pública. É difícil colocar na cabeça do político que quando ele vai interceder por um infrator da lei, seja no trânsito, na área criminal ou qualquer outra, está beneficiando um delinqüente e prejudicando todos os demais cidadãos da população.

Em muitas cidades do interior, a estrutura das polícias civil e militar é muito carente, o que faz depender de alguns políticos para funcionar razoavelmente. Muitos comandos também sofrem pressão e perseguição política quando não atendem determinados pedidos políticos e cumprem estritamente os preceitos legais. Mais uma vez nossos políticos estão prejudicando a maioria da população com essas atitudes nada éticas e legais, pois afinal eles não estão acima da lei.

Outro grande exemplo da eficiência do critério técnico vem da área da educação, onde por dois governos foi mantida a mesma secretária, possibilitando ao Estado que ocupava uma das últimas colocações em termos de qualidade no ensino fundamental passasse a ocupar a quinta colocação na última avaliação do MEC.

Enfim, há inúmeros exemplos do quanto o fator político pode ser prejudicial, não somente à figura do Estado, mas principalmente à população, assim como há também outros tanto de pessoas que mesmo oriundos do meio político, colocam o fator técnico como essencial na ocupação de cargos públicos. Assim, observando as atitudes de quem tem o poder da caneta na hora de fazer uma nomeação, é possível avaliar se estão servindo a alguns políticos ou se realmente estão a serviço de toda a população.


30 - O texto a seguir aborda a relação entre o cidadão e sua cidade. Ele leva a reflexão sobre o que cada um pode fazer para melhorar a cidade onde mora. Não se pode simplesmente esperar que o poder público resolva todos os problemas. O artigo provoca uma reflexão sobre esta relação.

Jornal: TRIBUNA DO VALE - 24/08/2004

 

 

Eu e minha cidade

 

Em tempos de programas eleitorais, os eleitores recebem um grande número de informações sobre aqueles que dizem que muito já fizeram por Itumbiara e de tantos outros que estão prontos para fazer muito mais ainda.

No campo dos simples mortais, sem partidos e ideologias, cabe bem a pergunta sobre como vai o balanço em relação ao que cada um faz pela sua cidade e o que ela já fez por ele.

Normalmente, quando um cidadão reclama  da sujeira em sua rua, da falta de iluminação e segurança pública, do emprego, da moradia, da escola ou do tratamento que recebeu no hospital público, sempre fundamenta e com razão, que pagou um tributo, seja ao Município, ao Estado ou a União.

Mas resumir a relação do cidadão e sua cidade numa simples troca do tributo pelos serviços que recebe, é tratar de maneira muito simplista, algo que deve ser muito mais profundo.

É certo que alguns já fazem muito pelas pessoas da cidade, seja num trabalho voluntário na creche, na escola, no Hospital, no Asilo, na Pastoral da Família, nos clubes de serviços, nos Núcleos de Apoio ao Idoso e ao Paciente de Câncer e outros tantos meios de se praticar a solidariedade. Mas continua a pergunta, o que você já fez pela sua cidade?

Os políticos têm a resposta pronta, mostrando ruas, casas, viadutos, escolas e hospitais, mas o cidadão comum tem dificuldade de responder a pergunta.

Os empresários mostrarão suas empresas e baterão no peito orgulhosos,  pelos empregos que geram.

Até os religiosos terão bonitos templos para mostrarem, e você, se alguém chegasse hoje e perguntasse o que você já fez pela sua cidade, certamente teria grandes dificuldades para responder.

Talvez não se tenha as verbas públicas dos políticos ou o lucro dos empresários para investir, mas pelo menos a boa vontade é um grande recurso que cada cidadão deve ter em relação a sua cidade.

Alguns presidentes de Bairros têm se destacados nesta difícil arte de fazer alguma coisa pela sua cidade, dos quais destacam-se os exemplos daquele que está zelando da quadra de esporte no Ulisses Guimarães, do outro que cuida da pracinha no São Sebastião.

Os atos de se construir uma cidade calçada, plantar e cuidar de uma árvore ou uma planta bonita em cada casa, a resistência a tentação de se jogar lixo na rua, no córrego ou no Rio, de pisar na grama seca da Avenida Beira Rio, de furtar os cabos elétricos ou quebrar as luminárias da iluminação pública, de destruir um pé de Palmeira Imperial, talvez sejam muito simples para quem faz, mas é o mínimo que a cidade merece de cada um.

A relação de uma pessoa com sua cidade revela o tipo de cidadão que as famílias e as escolas estão colocando no mundo. Fica com cada um a pergunta: o que você está fazendo pela sua cidade?

 

 

 

 

 

 

 

 


31 – Itumbiara  tem sido chamada por alguns como cemitério de políticos. É só exercer o cargo de prefeito para ter início uma carreira declinante.

 

 

Triste fim de nossos políticos

 

Nas últimas duas décadas, os principais líderes políticos de Itumbiara não conseguiram ocupar cargos de relevância no cenário político goiano e nacional.

A geração que nasceu no início dos anos 70 e que começou a exercer o direito de voto 18 anos depois, não conseguiu ver um itumbiarense ocupando um mandato de governador, vice-governador, senador ou um cargo de expressão como o de ministro de Estado.

Os políticos mais bem sucedidos na área, fizeram uma carreira típica: vereador, prefeito, deputado estadual, secretário de estado e fim de carreira no esquecimento.

Refletindo sobre o quadro do que foi nos últimos vinte anos, fica fácil prever o futuro da política local.

A primeira previsão é de que, quem foi prefeito, terá grande chance de se tornar deputado estadual, depois ocupar uma secretaria de governo e encerrar a carreira por ter sido reprovado pelos eleitores.

Quem exerce o mandato de vice-prefeito, se as estatísticas estiverem corretas, terá dificuldade de se eleger vereador e praticamente estão sem chance de ocupar qualquer cargo de destaque.

Para comprovar essas duas primeiras previsões, basta verificar onde está a situação dos últimos prefeitos e vices, que ocuparam cadeiras no palácio Castelo Branco.[50]

Quando se fala em deputado estadual, a situação é pitoresca. A pesar de haver votos para eleger três deputados, assim como ocorreu no início da década de 90, novamente Itumbiara está sem representante na Assembléia Legislativa.

Os ocupantes de mandatos de deputado estadual têm também o perfil comum. Foram vereadores, alguns conseguiram serem prefeitos, outros sonham e está sempre cotado para novamente disputar mais um mandato.

Nossos secretários de estado ou presidente de empresas estatais em tempos passados, também estão desempregados. Não tem nenhum político de destaque ocupando uma secretaria de expressão no governo estadual.

Em relação ao deputado federal que a cidade sempre contou, foi eleito com votos de Itumbiara, mas os votos de outras cidades foram em maior quantidade. Embora tenha votos para eleger um deputado federal, se dependesse só dos eleitores da cidade, ela estaria também sem representante.

A importância de ter representante em todos os níveis de governo reside exatamente na possibilidade de conseguir recursos com maior facilidade para o desenvolvimento da cidade.[51] Basta verificar o exemplo da falta de um deputado estadual defendendo o interesse da cidade. No mínimo, a cidade não será contemplada da mesma maneira, quando da votação do orçamento em relação a outras cidades que têm representantes.

A situação leva sempre a um questionamento, sobre quem é o principal responsável pela falta de representatividade dos políticos de Itumbiara: se é o político ou o eleitor.

Uma tese seria a da reprovação do político. Afinal, a cidade está sem representante na Assembléia Legislativa, não tem nenhum político ocupando cargo de primeiro escalão em secretaria de prestígio no Estado, e a maioria dos ex-prefeitos, praticamente encerram suas carreiras.

Quanto ao eleitor, na sua suprema sabedoria, vai escolhendo de acordo com a virtude dos candidatos. Se há votos para eleger três deputados estaduais e não tem nenhum representando a cidade, é porque não foi convencido de que a escolha seria o melhor para a cidade. Talvez fosse para os políticos.

Sobre o futuro, parece que nossos filhos não terão melhor sorte, ao julgar pelos pretendentes à disputa por cargos eletivos na próxima eleição.

Enquanto tudo isso acontece ou acontecerá nos próximos vinte anos, com toda a justiça, a cidade vai recebendo benefícios à medida de sua representação em Goiás e no Brasil.

Resta ao povo de Itumbiara acompanhar o ritual. O vereador talvez vire prefeito ou deputado estadual e ponto final.

 

 

 

32 – É possível construir um novo modelo político na cidade de Itumbiara. Este é o desafio do autor neste texto. Mais do que possível, a situação exige mudança.

Jornal: TRIBUNA DO VALE - 20/11/2003

 

Um novo modelo na política de Itumbiara

 

O atual modelo da política em Itumbiara mostra sinais de esgotamento e acende esperanças de que algo de bom e  novo vai acontecer, já a partir das eleições de 2004[52].

Tudo começa  nas organizações partidárias, que não têm compromisso com a comunidade. Pactos são feitos com pessoas, com o único objetivo de apoiar um projeto pessoal de um candidato. Quem arrisca desafiar o sistema, seu partido sofre intervenção e prevalece o que foi acordado  nas alcovas do poder.

Chegado o pleito, há uma disseminação generalizada  de que só quem tem dinheiro é que pode participar da política.  Estipulam os defensores dessa tese, de que para ser prefeito precisa gastar R$ 3 milhões e para ser vereador não fica por menos de R$ 100 mil.

Como o dinheiro é gasto chega a ser uma afronta a milhares de pessoas desempregadas ou que procuram os hospitais e não conseguem um exame pelo SUS. São shows milionários e baterias de foguetes intermináveis,  que fazem escorrer pelo ralo o dinheiro, muitas vezes, até de origem não identificada.[53]

Quem participa da festa, faz a doação, mas quer o retorno imediato com a chegada ao poder. Resultado: Os chefes do poder executivo estão chegando ao poder refém de seus financiadores e apoiadores[54].

Para ser um vereador, a situação não é diferente. Primeiro é preciso Ter uma postura assistencialista para se formar uma base. Não se forma base por ser um grande líder de um sindicato, de uma igreja, de um bairro ou qualquer outra organização; praticamente todas as bases vêm do vácuo do Poder Executivo que não consegue iplementar uma política social compatível com as necessidades do povo pobre da comunidade. É mais ou menos assim: Investe-se em instituições de ensino superior particulares, para que se divida uma cota de bolsas universitárias para cada vereador, para que estes a distribuam e criem um vínculo com os beneficiados. Numa cidade séria, o trabalho seria feito pelo órgão que cuida da área social do governo ou até através de organizações não-governamentais.

Assim, o pretenso candidato já começa com 50 votos. É preciso ainda comprar um remédio,  arrumar um exame e tem vereador que compra até caixão. Pela dependência, já são mais 50 votos. A família dá mais 100 votos, outra entidade que o vereador participa arruma mais alguns,  e ele já chega a uns trezentos. Pagando água aqui, luz acolá, arrumando um emprego ali com o poder executivo, já é possível Ter uns quinhentos votos garantidos. Mas ainda faltam uns trezentos. Aí que entra o dinheiro. A Lei é dura, o Ministério Público é atuante, mas são raros os casos em relação ao Legislativo, em que se consegue punir quem transgride a Legislação que proíbe o abuso do poder econômico e que em Goiás já mandou alguns prefeitos para casa mais cedo.

Resultados desse modelo dispensam comentários. Vejam nossa cidade e comparem com Jataí, Catalão e Rio Verde.

Uma coisa não se pode  negar, o povo de Itumbiara é inteligente e cansou do modelo. O Clima é de mudança imediata.

Há um sentimento de  que se novamente eleger alguém tão comprometido com os financiadores de campanha ou com promessas mirabolantes, Itumbiara vai ficar mais quatro anos parada, refém de um grupo. A cidade não agüenta mais.

Quem compra o voto hoje, vai buscar receber depois de alguma maneira, geralmente ilegal e imoral dos cofres públicos. É justamente este dinheiro que vai faltar para pagar o salário do servidor público municipal, o pagamento do fornecedor que vendeu alguma coisa para a prefeitura, o dinheiro que faltou para pagar o eletrocardiograma de um desempregado ou de uma dona de casa sem renda.

É certo que a democracia nem sempre permite escolher o mais eficiente para governar nossa cidade ou o vereador mais atuante, que verdadeiramente fiscalizar e legisla; mas pelo menos deve dar a cidade um chefe do poder executivo ou vereadores, que não se rendam a corrupção.

É esse o modelo o povo necessita e precisa nas próximas eleições. A decisão, como sempre está com nossos eleitores.

 


PARTE III

GESTÃO PÚBLICA

 

33 – A participação do terceiro setor junto com a administração pública sempre faz parte dos discursos dos políticos, mas na prática isso dificilmente acontece.

Nos últimos governos em Itumbiara não foi diferente, seja com Luiz Moura – PSDB, 1989 A 1992 E 2001 A 2004, seja nos governos do PMDB, com Cairo Batista, Celso Santos e Waterloo Araújo. Mas como é moda falar que seria muito importante para o gestor público a participação das organizações-não governamentais, vai aí um reforço para relembrar.

Folha de Notícias – 09 de julho de 1998.

 

A parceria Governo e Cidadão

 

 

À medida que cresce a população nos centros urbanos, novos problemas vão surgindo, sem que os governantes estejam devidamente preparados para enfrentá-los.

Apesar dos recursos financeiros serem suficientes[55], são mal aplicados, pois nem sempre é priorizado o que mais convém para a comunidade. Os cidadãos escolhidos para representarem o povo no Executivo e Legislativo, não têm o apoio da maioria, no atual sistema eleitoral, prova disso, em Itumbiara, num universo de 60 mil votos, os eleitos obtiveram pouco mais de 25% dos votos, o que quer dizer que quase 75% da população apoiavam outros candidatos e outras propostas[56].

Diante de tal situação, como resolver os problemas urbanos e obter o apoio do cidadão nas iniciativas dos governantes?

Uma solução, que apesar de difícil implementação, se apresenta como alternativa, foi discutida pela Organização das Nações Unidas, há dois anos numa conferência[57], onde foram mostradas várias experiências pelo mundo, que têm a participação popular, como principal ferramenta para o sucesso dos governantes em oferecer melhores condições de vida aos seus cidadãos.

O papel dos governantes nestas iniciativas de parceria entre cidadão e governo, é de incentivar a participação e coordenar os interesses dos diversos grupos que poderiam participar como escolas, associações de bairros e outras organizações não-governamentais.

Pode até parecer utopia, falar de projetos como esses onde ainda predomina o velho jeito centralizador de governar, em que o povo tem pouca participação e as decisões que envolvem uma população de 80 mil habitantes são tomadas por duas dezenas de pessoas.

A participação popular do itumbiarense organizados em entidades não-governamentais já é significativa em diversas áreas, como a da cultura com realização de festivais de músicas, da saúde pública, na construção e manutenção de Centros de Tratamento do doente mental e dependentes de tóxicos, na área social,  em programas de apoio a criança, aos adolescentes e ao excepcional e tantos outros que o cidadão atua trazendo soluções para os problemas urbanos.

Não resta dúvida que esta participação popular causa ciúmes em alguns políticos, pois em muito reduziria o poder de barganha na hora de aprovar um projeto que traz benefícios para a população, ou de reprovar quando é maléfico.

Imaginamos um programa de orçamento municipal participativo, como o de Porto Alegre – RS onde é combatida a corrupção e promovido o uso eficiente do dinheiro público, que melhor direcionado tem produzido qualidade de vida para os cidadãos daquela capital.

Quanto dinheiro jogado fora em construções que não trouxeram nenhum benefício para a comunidade, tal como o Kartódromo, poderia ter sido melhor aplicado em asfaltamento por exemplo, se tivéssemos aqui o programa planejamento comunitário Prefeitura-Bairros que incentiva a população a planejar o futuro de seus bairros e disciplina entre outras coisas, as construções e seqüências de obras. Por enquanto, tudo isso não passa de um sonho, mas o orçamento municipal participativo chegou a fazer parte do programa de governo de Cairo Batista – PMDB. Pena que não saiu do papel.

 

 


34 – A relação entre os principais políticos de Itumbiara nem sempre são cordiais e produtivas. Neste artigo se elogia a postura do então prefeito Cairo Batista –PMDB e do deputado estadual Luiz Moura –PSDB, que depois sucedeu o primeiro na Prefeitura de Itumbiara.

Revista “Acontece” Itumbiara, edição de Abril de 1999.

 

A via que leva ao crescimento

 

 

Há menos de uma década, a cidade de Itumbiara era uma ilha isolada do estado, esquecida pelos governantes, devido a postura intransigente de seus dirigentes municipais.

Duas forças sempre atuavam. Uma para tentar obter algum benefício para o município, enquanto a outra trabalhava contra. Resultado: obras, verbas e investimentos empresariais iam para outras cidades onde havia consenso pelo desenvolvimento.

Em nome de siglas partidárias, nossos políticos se isolavam em seus interesses pessoais e na defesa de uma falsa ideologia. Impregnados de preconceitos, não tinham a visão que todo um povo estava sendo prejudicado.

Hoje, este quadro começa a mudar. O político itumbiarense está aprendendo com um passado improdutivo, mudar as atitudes, o que poderá enfim, tornar esta bela cidade, o melhor lugar para se viver em Goiás.

Caíram todas as muralhas? Vivemos um novo tempo? Não somos ainda um povo alemão unido e bem governado, nem a Rússia pós-comunista, desintegrada e sem governo, mas a simples postura de entendimento de nossos políticos, cria uma perspectiva melhor para o futuro de Itumbiara.

É evidente também que não temos grandes estadistas ou profundos conhecedores da ciência política, mas o político de Itumbiara já começa apresentar virtudes, como a da humildade de reconhecer que não é o dono do mandato, que pertence sim à população, a qual deseja apenas o desenvolvimento da sua cidade.

O melhor fato para mostrar que erros passados deixaram uma lição, está no recente encontro do deputado estadual pelo PSDB, Luiz Moura e o atual prefeito Cairo Batista – PMDB, sigla que hoje integra o grupo de oposição ao governo estadual.

Em tempos passados, o deputado estadual faria tudo para prejudicar o governo municipal, enquanto este tentaria neutralizar a ação do outro. No final do embate já conhecíamos o resultado: o povo saía perdendo.

Reconhecendo que nenhum prefeito isolado obtém sucesso na atual realidade econômica do país, o sempre conciliador Cairo Batista aproxima-se de Moura, defendendo a parceria Estado-Município, que tantos benefícios tem propiciado a cidade.

Num gesto de extrema grandeza, de um homem renovado, Luiz Moura, virtual candidato à sucessão de Cairo, esquece a eleição futura e usa do poder que os cidadãos lhe concedeu para trabalhar em prol de sua querida Itumbiara.

Algumas pessoas não acreditam ainda no que os olhos vêem e os ouvidos escutam. Ainda possuidores de velhos preconceitos, apostam no conflito entre estes dois senhores, depositários de um poder que usado eficazmente fará de Itumbiara uma cidade melhor em qualidade de vida, mas que ao mesmo tempo se usado para beneficiar pessoas e grupos, manterá Itumbiara na rabeira do desenvolvimento.

A maioria da população que não tem nenhum interesse pessoal, mas simplesmente quer ver sua cidade melhor, torce para que a parceria continue. Não pregam estes cidadãos, a adesão interesseira para esconder um passado comprometedor ou um presente ineficiente de governo, nem tão pouco o fim da oposição aos governos municipal e estadual, tão necessária à Democracia. O que se espera desses homens públicos é que sejam capazes de abrir mão de seus interesses em favor da cidade de Itumbiara.

Esse novo caminho que Moura e Cairo trilha, só os grandes homens são capazes de percorrê-lo. Das atitudes dos dois, daqui para frente, depende o futuro de Itumbiara. A via do fracasso, ambos conhecem. Que os passos deles sejam iluminados para alcançar o sucesso, que não será pessoal, mas de uma comunidade que anseia tanto crescer e dar melhores condições de vida para seus filhos que aqui vivem.

 

 


35 – No dia 04 de Agosto de 1997, um evento realizado na divisa de Goiás com Minas Gerais em Itumbiara mobilizou autoridades estaduais e federais para discutir em Audiência Pública a duplicação da Rodovia BR 153 e construção de ferrovia na região. Já se passaram oito anos e apenas alguns trechos foram duplicados da rodovia BR 153 entre Itumbiara e Goiânia. Sobre a ferrovia, ela não saiu do papel.

Folha de Notícias – 04 de agosto de 1998.

 

A luta por uma ferrovia

 

 

Neste dia 04[58], faz um ano que Itumbiara sediou a mobilização para duplicação do trecho das rodovias BR 153/050 entre Goiânia e Uberaba, reunindo várias autoridades, entre elas, três ministros de Estado.

Com a vitória parcial, já que o governo federal pretende realizar a obra nos próximos quatro anos[59], inclusive já colocando no orçamento do próximo ano verbas para duplicação entre Aparecida e Professor Jamil, o prefeito Cairo Batista – PMDB pretende iniciar outro movimento, desta vez pela ligação de Itumbiara a malha ferroviária em Uberlândia.

Consciente que a cidade de Itumbiara tem perdido muitos investimentos de empresários por falta desta via de transporte, o prefeito quer mobilizar toda a cidade para conseguir também sucesso nesta reivindicação, que é fundamental para seu plano de geração de novos empregos no Município.

O        custo do frete por meio Rodoviário, que predomina no Brasil é praticamente o dobro do frete feito por ferrovias, tornando fator decisivo na hora de  um investimento, uma vez que na economia globalizada que vivemos, o empresário tem que produzir o seu produto e colocá-lo a disposição do consumidor no menor custo possível.

Desta vez a batalha tende a ser muito mais difícil, pois a fonte dos recursos que deveria ser o governo federal, praticamente abandonou a área quando em 96 privatizou uma grande quantidade de ferrovias e cobrando dos compradores o compromisso de ampliar o uso desse meio de transporte, fato que não vem acontecendo.

Para se ter uma idéia, o transporte ferroviário que tem cerca de 36 mil Km, transporta 9% da carga brasileira e precisaria crescer pelo menos 40% nos próximos quatro anos para atender razoavelmente a necessidade brasileira.

Com a dificuldade de se conseguir os recursos federais, de onde viria então o financiamento do empreendimento?

Confidencia Cairo Batista, que uma das possíveis fontes seria a participação do governo goiano, destinando parte dos recursos das futuras privatizações no Estado, como por exemplo, da parte de distribuição de energia elétrica, mas para isso é preciso a mobilização de toda a cidade desde já.

As entidades organizadas já estiveram bem mais motivadas no passado, principalmente na luta pela construção da ferrovia Leste/Oeste, mas atualmente estão um pouco desligadas. Associação Comercial e Industrial e CDL podem ter relevante papel nesse processo, colaborando para essa grande luta que vai com certeza ter como conseqüência, caso se obtenha êxito, a geração de milhares de empregos. E se o cidadão comum verificar que as autoridades estão lutando, certamente também entrarão na luta, fator necessário para Itumbiara conseguir sucesso em mais esta reivindicação que busca o seu desenvolvimento.

 

 


36 Os dois últimos governos municipais em Itumbiara não foram muito diferentes, praticamente ficaram administrando crises provenientes do atraso de salários de servidores. Veja as semelhanças dos governos Cairo Batista 1997 a 2000 e Luiz Moura 2001 a 2004.

Folha de Notícias – 26 de novembro de 1998.

 

A hora da competência

 

 

A vitória de um governo de oposição no Estado[60] exigirá do prefeito municipal de Itumbiara uma nova postura administrativa para o próximo biênio.

Mesmo contando com a chamada parceria com o Governo Estadual do PMDB, Cairo Batista, chega a dois anos de governo com uma avaliação negativa por parte da população que esperava um desempenho melhor de sua administração.

Com este novo cenário político, com governo de oposição no Estado, não terá governador do seu lado e nem deputados estaduais, e mesmo contando com o apoio de um deputado federal[61], surge o grande desafio de governar com recursos próprios.

Se o governo Cairo não reverter a situação, o prefeito municipal de 2001 já está praticamente decidido em favor de um deputado aliado do futuro governador[62]. Esta previsão vem do resultado das urnas nessa eleição e das manifestações da população no dia – a dia.

É claro que o prefeito municipal tem todas as condições de melhorar sua avaliação junto a população, pois as maiores adversidades de ordem financeira estão sendo superadas, e seu sucesso nos próximos dois anos está em sua capacidade de gerir os recursos financeiros do município.

Nesses dois primeiros anos de governo, o principal fato levado a população foi da administração da folha de pagamento dos funcionários. Nenhum cidadão elege um governante para administrar salário de servidores públicos. Não interessa para o cidadão esse assunto, o que ele quer mesmo são obras e bons serviços prestados pela prefeitura. É importante ressaltar também, que já não há na administração pública lugar para administradores irresponsáveis que leva os municípios a um endividamento que compromete os serviços públicos básicos como saúde, educação, iluminação pública, limpeza e asfaltamento dos bairros, mas o segredo do sucesso de um prefeito está exatamente em satisfazer a população com esses serviços, contando com os recursos que o município arrecada. Estouro de orçamento poderá até resultar em punição para secretários da Fazenda e Planejamento, conforme projeto de lei que está sendo elaborado pelo Governo Federal.

A avaliação do prefeito Cairo Batista pode ser melhorada se nos próximos dois anos mudar sua atuação no gerenciamento dos recursos financeiros e humanos, na prestação dos serviços públicos e na execução de obras.

Em relação aos recursos humanos, o prefeito não pode ficar mais refém de greves como ocorreu na FUMSAS. Seus auxiliares diretos têm que ter a capacidade de solucionar problemas e não deixar que todo desgaste caia em cima do prefeito por compromissos não cumpridos.

Quanto a certos tipos de serviços como a iluminação pública e operações tapa-buracos nas avenidas, não se pode esperar que o prefeito seja xingado primeiro, para depois o serviço ser realizado. A prefeitura tem que ter equipes preparadas para resolver o problema tão logo tenha acontecido. No caso específico da iluminação, a população não pode ficar esperando meses para trocar luminárias.

As obras necessitam também de um cronograma de início e término, pois quando se demora muito como no caso do calçadão da avenida Beira Rio, que se a chuva não atrapalhar será entregue no final do ano, traz também muito prejuízo a popularidade do prefeito. Imagine todos os dias, centenas de pessoas, formadores de opinião pública transitando naquele espaço inacabado da avenida, o quanto traz de impopularidade ao prefeito.

Há ainda, por parte da população, um desejo de ver que realmente é o prefeito que administra a cidade e que ele tenha a maioria na câmara para governar, mas sem ceder aos mais diversos interesses dos partidos que o levou a vitória na eleição para prefeito. Enfim, os caminhos para reacender a esperança no sucesso do governo Cairo ainda existem e tem como ponto fundamental a capacidade do prefeito em administrar bem os recursos que tem. É como se ele tivesse no meio de um rio: se tiver competência, atravessa e chega com fôlego na outra margem, se não, morre afogado.


37O controle de tráfego de veículos em Itumbiara nunca foi levado muito a sério. Diariamente acontecem acidentes e o tempo vai passando.

Folha de Notícias – 02 de julho de 1998.

 

A defesa da vida

 

 

No início do mês, o trânsito de Itumbiara fez mais uma vítima. Uma criança de oito anos foi atropelada por uma carreta na Avenida JK. Há 6 meses atrás, um casal também perdeu a vida devido ao tráfego de carretas no centro da cidade. Na ocasião, teve como local a Rua Benjamin Constant.

A Avenida Afonso Pena também já foi palco para muitas tragédias envolvendo atropelamento de ciclistas e pedestres por caminhões, como a de um funcionário de uma grande empresa da cidade, que ao retornar para casa, depois do trabalho, teve a sua vida ceifada.

A cada novo fato, fico imaginando quantas vidas serão necessárias para sensibilizar nossas autoridades, dentre elas, do Poder Legislativo, para cobrar do Executivo, um projeto que limite o tráfego de caminhões e carretas em certas vias da cidade e do Poder Executivo através de seu órgão competente para dar a cidade condições de aplicação do novo Código de Trânsito, proporcionando uma maior proteção, principalmente ao ciclista e ao pedestre.

Em relação a carretas no centro da cidade, não há só perigo contra a vida, há ainda o agravante da destruição do patrimônio público, já que certas vias não permitem certas manobras, e estes veículos invadem as calçadas e passeios públicos, deixando para trás um rastro de destruição.

Não é só fato de caminhões colocar em risco a vida de muitos cidadãos, há também a ação e omissão do Poder Público Municipal que contribui para isso, como o fato da obstrução de calçadas, onde ocorre a omissão dos órgãos fiscalizadores e a ação da COMPAVE[63] de colocar recipientes para recolhimento de entulhos, obstruindo as principais vias da cidade, sem a devida sinalização. Por sorte ainda não houve nenhum acidente, mas não vai demorar a acontecer.

A questão dos buracos feitos pela SANEAGO[64] também já contribui para ceifar algumas vidas no trânsito, como a de um condutor de uma garelli na Avenida JK. Aqui esse problema se eterniza. Sabe-se quando é aberto, mas não há prazo para o fechamento.

Quando se quer resolver um problema, nossos políticos conseguem, como no caso da construção da terceira pista da BR 452, altura da Serrinha, onde depois de concluída, possibilitará mais segurança em um local onde muitas pessoas morreram.

Não precisamos ir longe para ver exemplos, como o da cidade de Goiatuba[65] na defesa da vida, ao proibir o tráfego de caminhões no centro da cidade. Não custa nada copiar o bom exemplo dos outros, ainda mais quando é para preservar a vida humana.

Já é tempo de dar mais proteção aos nossos ciclistas e pedestres.

 

 


38 – Durante o governo Cairo  Batista – PMDB, 1997 a 2000 ele foi duramente criticado. Neste artigo é destacada a importância do governante ter sua tropa de choque, que faça o papel de defesa quando o governo é atacado. Nesse caso particular, havia o fogo amigo, ou seja, membros do próprio governo composto pelo PL , PT e PMDB torpedeavam a imagem do governante.

Folha de Notícias – 17 de março de 1998.

 

A defesa da imagem

 

 

O prefeito Cairo Batista (PMDB) vive um momento angustiante, provocado pelo desgaste da imagem proveniente de denúncias à sua administração.

Apesar de ter uma conduta inquestionável na vida pública e particular, o prefeito paga um preço caro, por não ter tomado certas decisões que poderiam ter evitado que sua administração fosse tão afetada.

A primeira experiência refere-se a falta de um responsável pela área de comunicação, que tivesse a experiência e identidade com o prefeito, capaz de responder de imediato de forma clara e transparente sobre qualquer denúncia à gestão do prefeito. Na falta deste profissional, o prefeito foi tendo sua imagem desgastada a cada dia , sem a devida resposta convincente a população.

Toda e qualquer administração para ser bem sucedida, tem que contar com uma equipe sintonizada, a qual os liderados seguem incondicionalmente seu líder, colocando-se a sua frente para defendê-lo.

Neste ponto reside outro fator que contribui significativamente para o sofrimento de Cairo Batista.

Na política, já existem os inimigos naturais, que são da oposição, mas quando eles estão revestidos de amigos e aliados, a situação do chefe político fica insustentável.

É natural a disputa pelo poder político, em se tratando de oposição, mas o aliado jamais deve responder a confiança que o líder lhe depositou com ingratidão.

Toda e qualquer conduta na Administração Pública que fere os princípios da legalidade e da moralidade deve ser questionada e fiscalizada pelas instituições competentes e os responsáveis punidos pelas transgressões, mas o que não pode ocorrer é que aqueles que deveriam evitar estes deslizes deixem que ocorram, desgastando de sobremaneira o chefe do poder executivo.

Certamente o prefeito dará a volta por cima neste episódio triste na sua administração e saberá tirar lições para que possa governar com sucesso o tempo que lhe resta no governo municipal. Aprenderá que não existe santo em política e se cercará daqueles aliados, que primeiro estarão na sua frente para evitar que ocorram irregularidades em sua administração, e se elas ocorrerem, o que é possível em qualquer governo, que tenha os verdadeiros amigos para defender a sua imagem.

Honesto nós sabemos que ele é, mas só isso não convence. Como diz a sabedoria popular: além de ser, tem que parecer honesto aos olhos da população.

 


39 – Esta idéia de mutirão de limpeza foi utilizada por alguns governantes, como o do Cairo Batista em 1997, Ivan Luiz no final de 2004. Em 2005, José Gomes da Rocha inovou. Deu o nome de Operação Santos Reis e limpou todos os entulhos da cidade.

Folha de Notícias – 31 de dezembro de 1997.

 

Mutirões para a limpeza

 

 

Quando da audiência pública para duplicação da BR 153 em que compareceram vários ministros de Estado em Itumbiara, o prefeito Cairo Batista deixou seu gabinete e juntamente com seus auxiliares, pegou a vassoura e na enxada e realizou um grande mutirão de limpeza que deixou a cidade e principais vias onde transitariam as autoridades bem melhor apresentáveis do que estão hoje.

Em recente entrevista no programa JORNAL DO MEIO DIA da TV Serra Dourada, o prefeito foi lembrado pelo apresentador da péssima imagem apresentada para aqueles que entram em Goiás passando pela BR 153 que corta a cidade[66]. Muito mato, falta de sinalização, sujeira abundante, problemas que podem ser amenizados com o mutirão que ocorreu como o da audiência pública. Respondendo ao entrevistador, Cairo disse que já começou a melhorar o visual desta entrada da cidade e de Goiás aqui no Sul do Estado, com a instalação da iluminação desde a ponte Ciro de Almeida até o trevo da Maeda[67]. Não resta dúvida que é uma grande melhoria, mas que só é notada no período noturno.

A imagem que fica durante o dia é de sujeira, devido ao mato nas margens da rodovia e de falta de organização por insuficiência de placas e sinalização. É evidente que a maioria destes problemas, não são de responsabilidade da prefeitura, mas sua participação indireta através de gestões ao DNER e ao Governo do Estado, pode acelerar decisões que levem a esta melhoria neste pedaço de rodovia que corta a cidade. Foi assim que ocorreu com a reforma da Ponte Ciro de Almeida e com a implantação da iluminação e será assim também que tornará possível melhorar a imagem que a cidade deixa com sua entrada.

O problema das sujeiras nos bairros também pode ser amenizado com os mutirões. O prefeito através de sua parceria com o governo estadual[68] consegue hoje com mais facilidades,  máquinas que podem fazer este trabalho. Há muitos problemas, mas nenhum insolúvel em matéria de limpeza na cidade. Fazendo como nas empresas privadas, onde o gerente deixa seu escritório com ar-condicionado e vai pisar no chão da fábrica, resolve-se com mais facilidade. O prefeito deixando seu gabinete e participando diretamente dos problemas, pode também tornar menos difícil a sua solução.

A melhora da imagem da cidade que começa com uma melhor limpeza foi promessa de campanha do prefeito Cairo Batista. Em tempos de falta de dinheiro para investir em equipamentos que proporcione esta melhor limpeza, a solução do problema requer criatividade. Uma das alternativas é o mutirão. O próprio prefeito que já participou de um, sabe que dá certo e resultado.


40 Este texto foi escrito no início do Governo Marconi Perillo. O autor equivoca-se nas suas previsões, já que nos anos seguintes, as mudanças efetuadas alcançaram pleno êxito.

Revista “Acontece” Itumbiara, edição de Dezembro de 1999.

 

O cidadão, a reforma no Estado e o servidor público

 

 

O governo estadual inicia o próximo ano com profundas modificações na estrutura organizacional do Estado[69]. Entre os objetivos almejados, está o de prestar um melhor serviço público ao cidadão. A reforma, como o próprio governador a define, é uma das mais abrangentes já realizadas em Goiás, direcionando todas as ações para que o ente estatal, cumpra de maneira eficiente e racionalizada, as atividades típicas do Estado, nas áreas de Saúde, Segurança e Educação.

Aprovada na Assembléia Legislativa sem maiores discussões, apesar de influir na vida do servidor público, não foi ainda capaz de despertá-lo para as mudanças, e a sociedade goiana, principal razão desta, também segue alheia às transformações que poderão ocorrer.

Outra razão do governo, é que ele não quer passar os próximos três anos, só pagando dívidas de governos passados e saldando os vencimentos de seus servidores, sob pena de se tornar impopular e não ter possibilidade de sucesso em uma futura disputa eleitoral.

Para atingir a finalidade proposta de melhorar o serviço público prestado, inclusive com novos investimentos que proporcionem melhora na vida do povo goiano, o governo deverá tomar pelo menos três atitudes: aumentar receitas, cortar despesas e motivar o servidor público.

Reduzir despesas não chega a ser difícil, e apesar do desgaste político, é feita com um simples decreto, como o que exonera funcionários comissionados contratados por critérios políticos.

Aumentar receitas, também não chega a ser uma missão impossível, visto que com a diminuição da sonegação, há muito potencial para crescimento na arrecadação de tributos.

O grande desafio está em motivar o servidor público, em número superior a 120 mil, há cinco anos sem aumento em seus vencimentos e sem grandes perspectivas no futuro.

Como vencer este obstáculo e conseguir fazer a reforma cumprir o seu objetivo de fazer do Estado, uma organização eficiente, prestando serviço com qualidade, a ponto de satisfazer as necessidades de seu cliente, que é todo o cidadão goiano? Pelo fato de não haver nenhum Estado funcionando com a estrutura proposta, qualquer previsão de sucesso ou fracasso é mera probabilidade. Para quem conhece esta máquina pesada e cheia de vícios, fica sempre mais fácil prever que as mudanças não virão tão rápidas como esperado.

Há um grave defeito de concepção no projeto. Por ser fundamentado em fórmulas concebidas por teóricos, que às vezes estão longe da realidade social do cidadão e num momento em que predomina o econômico em detrimento do social, a reforma poderá aumentar ainda mais as injustiças e os excluídos, gerando desemprego e reduzindo o papel do Estado em programas que combatem a miséria[70].

A melhor reforma e que tem chances de mudar a ação do Estado, não deve ser concebida nas universidades renomadas ou nos gabinetes refrigerados. Simplesmente passa pela transformação do homem público que detém o poder político. Enquanto o homem que governa, legisla e até o que julga, usar o poder como um meio de se dar bem ou beneficiar determinados grupos, desvirtuando o dever-função de ser instrumento para realizar o bem-estar coletivo, cada nova reforma, será apenas mais uma.

Para se conceber o modelo de um novo Estado mais eficiente e moderno, não precisa ser catedrático, basta, como propaga o próprio governo, varrer velhos hábitos. O discurso governamental é bonito e sua implementação necessária para mudar o Estado, mas entre o que se busca e o que o meio político permite, há uma grande muralha. Por exemplo: será que prevalecerá a decisão governamental que exonera funcionários comissionados contratados por apadrinhamento político?

Voltando à discussão sobre o servidor público, não é suficiente apenas a aplicação de recursos financeiros em programas de treinamento para mudar a sua mentalidade, tornando-o mais eficiente e preocupado em prestar melhor serviço ao cidadão. O meio mais eficiente de motivar está na mudança de hábitos daquele que governa, pois seus exemplos contagiam. Se o governo for de poucos e para poucos, premiando não aquele que presta o melhor serviço, mas ao cabo eleitoral, a melhora do serviço público não passará de letra morta numa folha de papel.

O Estado deve muito ao cidadão e só resgatará esse débito no dia em que conseguir funcionar como coisa pública. Enquanto isso não acontece, não temos segurança para sair às ruas, nem tratamento de saúde quando precisamos, ou educação para nossos filhos. Já estamos torcendo para que a promessa de que o Estado vai funcionar melhor seja amanhã uma realidade.


41 – O drama de não receber salário em dia perdurou por muitos anos no Município de Itumbiara agravando-se no Governo Luiz Moura, onde comissionados chegaram a ficar até 10 meses sem receber.

Folha de Notícias – 10 de novembro de 1999.

 

Salário dos servidores e seus compromissos

 

 

Comerciante quando vai efetuar uma venda a prazo para o servidor público, sempre fica preocupado, pois certamente não receberá o dinheiro no dia estabelecido. É preciso sempre estabelecer uma margem de atraso. O motivo não é que o servidor público seja caloteiro ou planeja mal sua situação financeira, mas sim justamente porque o patrão, principalmente quando é prefeitura, é um péssimo pagador[71].

Há secretários e secretários de Finanças no município[72]. Vamos fundamentar nossa crítica naqueles que não são capazes de planejar suas despesas de acordo com as receitas que mensalmente chegam aos cofres públicos, seja por desvios ou por incompetência mesmo. Claro que nesse caso, o maior culpado não é o secretário, mas seu chefe, o prefeito da cidade.

As justificativas para o atraso nos vencimentos dos servidores públicos são clássicas. Vejamos alguns: - “A Receita do município caiu” – mas quem sabe, por exemplo, quanto a sua cidade arrecada em IPTU, ISS, ou que recebe de transferências da União e dos Estados, em especial no caso da parte do IPVA e do ICMS[73]. Os prefeitos e secretários da Fazenda têm verdadeiro temor em informar aos cidadãos o valor das receitas do município, pois terão muito que explicar onde está indo o dinheiro.

Defenderão alguns que,  os balanços são publicados e que o cidadão interessado poderá ter livremente acesso às informações sobre os valores arrecadados, mas ninguém publica em seus programas de rádio ou informes nos jornais. Quando o fazem, ocorre de maneira camuflada, para o cidadão não entender.

É preciso fazer justiça, sobre esta transparência no recebimento e aplicação do dinheiro público a Câmara Municipal de Itumbiara, que periodicamente publica nos jornais da cidade as suas receitas e despesas mensais, deveria ser um bom exemplo a ser seguido[74].

É interessante observar como certos governos têm medo da transparência e fazem de tudo para aplicar a máxima de um ex-ministro: “O que é bom a gente divulga, o que é ruim, a gente esconde.” Que falta faz nessa hora um canal de televisão, uma emissora de rádio, jornais e revistas independentes, que trabalhem a favor do cidadão.

Outra justificativa ocorre a cada troca de governo. – “Recebi o governo com tantas folhas de pagamento atrasadas”. – Alguns honram os compromissos anteriores, outros parcelam e existem aqueles que esquecem. Em alguns casos, o governo que sucede pertence ao mesmo quadro partidário, conviveu com os membros do governo anterior, mas esqueceram de planejar as finanças[75].

Mas será que tem mesmo justificativa, para que os governos municipais paguem seus servidores constantemente com atrasos?

Há algumas despesas que são sempre fixas como: despesa com servidores, que nunca deveria passar de 60% das receitas correntes, 25% de despesas com educação, mais uma porcentagem  e 15% para a saúde, outras para dívidas contraídas nas sugestões passadas, parte para manutenção da máquina pública e no mínimo 10% para investimento. Para os desvios, simplesmente nada.

É difícil entender porque os governos municipais tratam seus mais valiosos instrumentos para fazer um bom governo, com tanto desprezo. Certamente um funcionário que está com os serviços de água, fornecimento de energia elétrica interrompidos por falta de pagamento ou com visitas diárias de cobradores em sua porta, não terá motivação para desempenharem um bom trabalho. Quem perde? O Governo, com servidores que não apoiará e principalmente a comunidade, que terá um péssimo serviço público prestado.

Já é possível ao comerciante entender, e embora não justifique, o motivo porque mais uma vez o funcionário público municipal não compareceu para pagar a compra efetuada. Porque as empresas públicas que fornecem água e energia elétrica, interromperam estes serviços, e ainda porque a telefônica já colocou no número discado aquela simpática mensagem que identifica o usuário inadimplente e finalmente porque a escola privada que usa bens municipais de graça com sua eficiente assessoria jurídica executa diariamente as dívidas do mal pagador, servidor público.

E assim, a vida vai. O servidor público tem duas alternativas: não fazer compromisso com seu pagamento ou votar melhor na próxima eleição.


42 – A dona de casa com seu jeito austero de governar o lar, é mostrada como modelo para se governar bem uma cidade.

Folha de Notícias – 13 de janeiro de 2000.

 

O governante e a dona de casa

 

 

A cada nova eleição para prefeito, os cidadãos vão as urnas com o desejo de escolher o melhor para sua cidade, mas nem sempre as opções oferecidas correspondem com as expectativas do eleitor.

No final do pleito, um candidato sai vencedor, mas a população pode perder, e pior, por um  período de até quatro anos.

Como escolher melhor então, se os partidos não estão a serviço do cidadão e sim de uma casta privilegiada que se reveza em sugar as benesses do poder.

O único meio ainda eficiente de melhorar a atuação do Homem Público continua sendo através do voto, pois com ele se coloca muita gente ruim no poder, mas também pode ser uma forma de evitar que eles cheguem lá.

Mas os pretensos candidatos também podem dar uma mãozinha no sentido de se tornarem realmente melhor opção para governar a cidade.

E com isso seria possível?

Primeiro, fazendo aliança com partidos que têm em seus quadros pessoas capazes, honestas e bem intencionadas. Esse fator é primordial, pois ninguém governa sozinho. Todo grande vencedor, tem boa equipe. Mas, será que esses homens existem nos quadros partidários? É evidente que sim, sendo possível enumerar vários nos principais partidos como o PSDB, o PMDB, o PL e o PT, proeminentes na política local de Itumbiara.

Há uma observação a se fazer, a de que deve predominar estas boas pessoas na equipe de governo, pois todos já conhecem a história da “Fruta Estragada”.

O bom governante não vence por acaso, primeiro ele planeja. Interessante ressaltar que este político ideal quando usa um meio de comunicação, mostra primeiro o que planejou fazer para a população e depois de eleito presta contas. De maneira alguma, usa esse espaço para denegrir a imagem do adversário político, pois sabe que o cidadão merece respeito, inclusive seu oponente.

O bom político para governar sabe ainda separar com facilidade, o público do privado, colocando-se como instrumento de levar o bem-estar coletivo e não usando o poder para melhorar financeiramente sua vida pessoal, familiar ou de seu grupo seguidor.

Não há necessidade de já ser abastado economicamente, inclusive a vida tem mostrado, que os mais pobres geralmente sabem delimitar bem, o que é seu e o que não é.

Vencida esta fase inicial de formação de equipe e planejamento, vem a de execução, tão simples, que uma dona de casa, faz com mestria, pois tem um único segredo, faz o que precisa, gastando o que arrecada.

A dona de casa sabe, por exemplo, que todo dia tem que limpar sua casa, e para isso reserva mensalmente o material e diariamente faz a limpeza. Ninguém vê uma casa, mesmo a mais simples, sem iluminação. Nunca falta a lâmpada e o querosene. E olha que a maioria das donas de casa, usa pouco mais de R$ 120,00 por mês[76]. Imagine o que ela não faria, se contasse com 1 ou 2 milhões de reais mensalmente.

Outro fator importante é que no final do mês, ela sempre mostra onde foi o dinheiro. R$ 20,00 para a SANEAGO, R$ 30,00 para a CELG, R$ 60,00 para o Supermercado e R$ 10,00 para a manutenção de casa. Ela tem ainda um segredo que o governante tem que aprender: “Nunca gasta mais do que arrecada”. Pelo visto, não é difícil ser um bom governante em uma cidade. A lição pode ser aprendida em casa. Difícil mesmo é vencer a tentação de ver tanto dinheiro arrecadado tão facilmente e não fazê-lo escoar pelo ralo do desperdício. Uma boa idéia para acertar na próxima eleição, é votar naquele político que tem o perfil de dona de casa.

 

 


43 – O Poder Público não tem a mesma preocupação com as pessoas, se comparadas com as Empresas Privadas. Falta disseminar neste meio uma cultura  de prevenção.

Folha de Notícias – 06 de janeiro de 1998.

 

É melhor prevenir

 

 

Os inúmeros acidentes que ocorrem no dia-a-dia poderiam ser evitados, se as pessoas tivessem atitudes preventivas nos lugares por onde freqüentam ou transitam.

Nos deparamos diariamente com situações de riscos que podem ser eliminadas, poupando gastos com hospitais, perda de patrimônio e até de vidas humanas.

As grandes empresas, através de suas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS), são exemplos de prevenção. Não somente porque existe uma legislação dura e uma fiscalização constante, mas sobretudo pela cultura prevencionista que estas comissões conseguem transmitir aos colegas trabalhadores e aos empregados.

Por outro lado, pequenas empresas que absorvem um maior número de trabalhadores e órgãos públicos que também exercem inúmeras atividades e são responsáveis pela segurança nos espaços públicos não têm esta mesma preocupação. No caso das pequenas empresas não vemos preocupação com a manutenção de suas instalações elétricas, que inclusive já foi causa de alguns incêndios que destruíram algumas lojas na cidade, ou atitudes mais simples como ensinar aos funcionários a utilizar o extintor de incêndio. Nos órgãos públicos que abrigam um grande número de funcionários e recebe um grande aglomerado de pessoas, não vemos também esta cultura prevencionista.

Nos espaços públicos onde também deveria haver esta preocupação prevencionista, quase sempre ela está ausente. Para exemplificar, citamos o exemplo destes recipientes colocados pela COMPAVE[77] em diversas ruas da cidade para recolhimento de restos de construção civil. Primeiro é preciso elogiar a atitude do prefeito Cairo Batista, que antes de assumir o governo, prometeu que resolveria este problema, uma vez que antes os restos de construções ficavam expostos no meio da rua, causando um mal visual na cidade, além de se constituir num risco de acidente. A colocação destes recipientes é um avanço, mas pela mal localização e falta de sinalização, constituem-se numa situação que pode provocar graves acidentes. Outro exemplo é a colocação de brinquedos, num pequeno parquinho que foi colocado nas margens do Rio Paranaíba, em frente ao Arvoredo[78]. É um grande risco colocar crianças para brincarem ali, devido a grande proximidade ao Rio. Um descuido pode ser fatal. Nas ruas da cidade, os “quebra-molas” que foram colocados para reduzir a velocidade dos veículos e evitar acidentes, pela falta de sinalização, constituem também, uma situação de risco.

Enfim, não é preciso ir longe, para ver tantas situações que podem provocar acidentes, e que podem ser evitados, se tivermos um pouquinho de preocupação em evitá-los. Esta atitude prevencionista começa na nossa casa, onde há também um grande potencial de risco, que começa na cozinha e pelas instalações elétricas. Passa pelas escolas que pode melhor educar as crianças. Os órgãos públicos desempenham também papel importante na implantação desta cultura prevencionista, preocupando com treinamento de seus funcionários, colocação de equipamentos de proteção como extintores e ainda colocando a segurança como item prioritário em cada nova obra.

Muitos recursos podem ser poupados com dinheiro gasto nos hospitais, perda de patrimônio e acima de tudo, vidas humanas podem ser preservadas. Basta que preocupemos mais em prevenir acidentes.

 


44 – O Código de Trânsito entrou no sétimo ano de existência e a cidade de Itumbiara ainda não tem um trânsito digno do tamanho da cidade.

Folha de Notícias – 29 de janeiro de 1998.

 

O trânsito e a prefeitura

 

 

Durante estes primeiros dias de vigência do novo Código de Trânsito, ficou faltando à manifestação do Poder Público municipal sobre o que será feito pelo município para garantir a segurança dos veículos e pedestres nas vias urbanas[79].

Uma melhor arrecadação através das multas que serão lavradas já está garantida, pois há uma certeza do poder fiscalizador através da Polícia Militar, mas fica o questionamento se as vias que cortam a cidade estão devidamente projetadas e sinalizadas para garantir a defesa da vida, a preservação da saúde e do meio ambiente, que são alguns dos objetivos básicos do novo código.

Trafegando por algumas ruas e avenidas, encontramos algumas anormalidades e que merecem a atenção do município no sentido de dotar a cidade de condições de aplicação da Nova Lei, sob pena dos infratores utilizarem como pretexto e às vezes até com razão o artigo 90 onde diz que não serão aplicadas as sanções por inobservância à sinalização, quando esta for insuficiente ou incorreta. Em várias ruas centrais, não há como não invadir a faixa do pedestre para fazer a travessia, principalmente nas imediações da Praça da República.

Outra deficiência de sinalização está na colocação de caçambas para recolhimento de entulhos que se constituem em obstáculos à circulação e a segurança de veículos e pedestres, contrariando o artigo 94 do código.

Além dos aspectos de sinalização, o município precisa investir em desobstrução de calçadas como é o caso da Avenida Itarumã onde várias vidas já foram ceifadas, já que o pedestre tem que transitar pela mesma, uma vez que onde existem foram ocupadas por bares, tubos de cimento e mato.

É preciso ainda pensar num projeto de trânsito mais amplo que  disciplinem a carga, descarga, estacionamento e circulação de caminhões e carretas no centro da cidade. Quantos pedestres, ciclistas e motoqueiros poderiam estar vivos e com suas famílias se este assunto já estivesse regulamentado  no município?

Vivemos um momento privilegiado em que temos um representante [80]da cidade dirigindo o DETRAN no Estado e este órgão poderia dar uma colaboração substancial para dotar a cidade de um moderno projeto de trânsito, há muito cobrado pela população.

Para que os objetivos do código sejam alcançados, principalmente na defesa da vida, faz-se necessário que sob pena de responsabilidade, a prefeitura dê a cidade condições de trânsito compatíveis com as necessidades de segurança. O trânsito em condições seguras, que é acima de tudo um direito de todos e dever do município nas vias urbanas só se concretizará se os órgãos competentes fizerem as suas partes, do contrário, será apenas mais um instrumento de arrecadação e as vidas humanas continuarão sendo ceifadas.


PARTE IV

O ENSINO SUPERIOR EM ITUMBIARA

 

45 - O ensino superior deve ter do governante municipal sempre uma preocupação prioritária, pois se observa nas cidades e países mais desenvolvidos, que ele está diretamente ligado a este desenvolvimento. Em Itumbiara a história sempre foi complicada. Hoje na cidade existem três universidades, a UEG, que é pública,  a UNIFASC e ILES ULBRA[81], que são privadas. A UNITUM teve alguns anos de vida, mas foi adquirida pela ULBRA.  Sobre ela foi escrito o seguinte artigo:

Folha de Notícias – 25 de agosto de 1998.

 

A UNITUM em Itumbiara

 

 

A UNITUM[82] – Faculdades Unidas de Itumbiara, através de seu diretor Dr. Sílvio Aparecido Crepaldi em ofício a este jornal, mostra o outro lado do ensino superior em Itumbiara.

Embora, tenha sido criada em 1989, a UNITUM iniciou suas atividades na região em  1995, quando realizou seu primeiro vestibular.

Oferecendo três cursos, onde o de Pedagogia teve seu reconhecimento antes mesmo de formada a primeira turma, e ainda os cursos de Tecnologia em Processamento de Dados e Letras em processo de reconhecimento, a UNITUM caminha para expansão, contando com uma área com mais de 35.000 metros quadrados para funcionamento de futuros cursos. Em contato com o professor Tarciso Gonçalves, ele informa que já protocolou no MEC autorização para dezenove cursos.

Outro ponto destacado pela direção da UNITUM, refere-se ao quadro de professores, que em sua maioria são mestres e doutores em suas áreas específicas.

No mês de julho, tive a oportunidade de conversar com alguns alunos dos Estados do Pernambuco e Ceará que mostraram também outro lado positivo da UNITUM, que é a sua participação no Programa Federal Universidade Solidária, capacitando pessoas para acabar com o analfabetismo no Nordeste.

Todos esses fatores, são motivos de orgulho para a cidade de Itumbiara, pois mostra o potencial da formação de um grande pólo universitário na cidade. Mas é evidente que deveríamos estar mais bem desenvolvidos em termos de ensino superior na região. Embora os diretores da UNITUM discordem, defendendo que no caso de sua instituição, o crescimento em três anos é muito grande, levando em conta, que foi tudo conquistado com esforço próprio.

Defendemos que deveria haver um projeto para o ensino superior na cidade. Mesmo não sendo obrigação do Município, ele deve fomentar o desenvolvimento, inclusive dando condições iguais aos que aqui se instalam e trabalhando para o ensino gratuito através de extensões das universidades Estadual e Federal.

No caso específico da UNITUM, um trecho do ofício mostra a falta de apoio das lideranças políticas, e mais grave ainda, alguns têm trabalhado contra a instituição.

Chega a ser curioso, por que se dá tanta coisa para uma, como prédio, fazenda, cursos, boa localização e dificulta o funcionamento da outra instituição, no caso a UNITUM.

Confesso que chego a ficar com inveja da cidade de Ituiutaba – MG, quando vejo os portões abertos de suas instituições, tanto a particular ESCCAI, quanto a Universidade Estadual que a cada dia crescem mais, onde os alunos de uma transitam normalmente pela outra, criando um verdadeiro espírito universitário. É por isso que eles estão ganhando mais dois cursos, Ciências da Computação e Psicologia.

Certamente atingiremos o estágio atual no ensino superior quando nossas lideranças políticas tiverem uma visão de futuro[83]. Nesse dia a FESIT estará regularizada e a UNITUM com mais cursos. Em tempo, é bom perguntar, porque não foi dado as mesmas condições à UNITUM, como as concedidas a CELSP. Como exemplo o terreno na Beira Rio. Não seria melhor sinal de organização da cidade, ter suas Faculdades funcionando em um Setor Universitário?


46 – Na gestão do presidente Fernando Henrique-PSDB, 1994 a 2002, o país teve o maior crescimento de universidades privadas em toda a sua história, fato que também vem ocorrendo no governo Lula – após 2003. Há um desmonte do ensino público.  Veja o que penso sobre as universidades privadas:

Folha de Notícias e O Popular  - 30 de outubro de 1997.

 

Universidades privadas devem pagar impostos

 

 

Algumas universidades privadas tentam, ao arrepio da lei, se instalar fora de suas áreas, onde a legislação permite. Beneficiárias de imunidade fiscal, são, portanto, isentas do recolhimento de tributos federais. Isso enseja situações como a da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), que, graças às isenções, já possui cinco aviões para transporte de seus professores.

Além da imunidade fiscal, contam também com outros benefícios, como ocorreu na cidade de Itumbiara. Aqui, políticos desafetaram um valioso patrimônio para ceder a uma universidade do Rio Grande do Sul, a pretexto de que ela está colaborando com o processo educacional e, portanto, merece estes incentivos. Na verdade, não passam de empresas lucrativas, que penalizam a sociedade, em vez de beneficiá-la.

Em Goiás, tem ainda o caso da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), que é um bom exemplo para se refletir sobre o assunto. Amparada por uma liminar, vai funcionando em desacordo com a legislação educacional, mas contando com apoio de políticos e segmentos importantes do Estado[84]. Em Itumbiara, a Universidade Luterana tentou fazer o mesmo. Como não conseguiu, sua mantenedora está administrando os cursos que pertencem a uma fundação municipal. Desistiu de atuar como universidade e criou um instituto luterano, visando conseguir mais cursos.

Aqui em Itumbiara temos o protótipo perfeito destas entidades: prédios bonitos e mensalidades altas, privilégios pagos pela sociedade. Há a esperança de que estas universidades paguem impostos no ano que vem, mas ainda depende da criação de regras pela Receita Federal.

Outro fator a destacar é que, graças ao seu alto poder econômico, tais instituições exercem grande força na formação da opinião pública, proveniente de investimento vultoso nos meios de comunicação, fazendo com que, mesmo em desacordo com a legislação educacional, consigam apoio político e de parte influente da população.


47 – E depois de formado nas faculdades de Itumbiara, será que a vida melhora. Veja a seguir pesquisa sobre alguns alunos formados em administração de empresas.

Folha de Notícias – 11 de julho de 1998.

 

A vida depois de um diploma

 

 

O que muda na vida de um cidadão, após quatro anos dedicados à formação universitária e investimentos financeiros que dariam para comprar um carro popular novo?

Para buscar resposta, pesquisamos sobre as atividades que estão exercendo hoje 46 alunos de uma sala da primeira turma do curso de Administração de Empresas da FESIT[85] – Fundação de Ensino Superior de Itumbiara, que concluíram o curso em 1993, e chegamos aos seguintes dados:

A evasão naquele curso foi relativamente baixa, principalmente devido ao baixo custo da mensalidade, que gerava em torno de 70% do salário mínimo.

A maioria dos estudantes estava empregada em Bancos principalmente na Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BEG e empresas como Maeda, Caramuru e Paulista.

Pelo menos 14% desse grupo de alunos deixaram à cidade de Itumbiara, tendo como principal motivo, transferências efetuadas pelos Bancos onde trabalhavam.

Um outro fator a observar é que apesar do curso dar grande ênfase a formação de empreendedores, quase ninguém arriscou a abrir seu próprio negócio. O lado positivo da questão é que 8% que tinham seu próprio empreendimento,  conseguiram mantê-los, apesar das dificuldades econômicas, onde no mercado, estão sobrevivendo só os empresários com grande competência.

Mesmo com diploma de um curso superior na mão, isso não garante a certeza de um emprego e pelo menos 6% daquela turma estão hoje batalhando por um emprego.

Alguns formandos daquela época, também não pararam no tempo e pelo menos 10% fizeram o curso de pós-graduação na área, enquanto  8% estão fazendo outros cursos como Letras e Direito.

Um ponto de deficiência do curso, é que não conseguiu despertar a consciência política dos administradores. Cada um seguiu o seu caminho, não procurando lutar pela união da classe, formando,  por exemplo uma associação de administradores.[86]

Apesar de quatro anos de convivência, os laços de amizade, parecem que não foram tão fortes, pois nem sequer uma vez, essa turma se reuniu após a conclusão do curso.

Analisando os pontos positivos e negativos do curso, a conclusão é que vale a pena qualquer sacrifício na busca de um diploma.

Com certeza, sem o diploma, o desemprego seria muito maior do que o verificado no grupo pesquisado, e a qualidade de vida de cada administrador que se formou não seria a mesma.

Estes dados demonstram que vale a pena o sacrifício de cursar uma faculdade e se constitui uma razão para aquela turma de 1993 reunir-se e comemorar as conquistas que o diploma trouxeram.

 


48 – Este texto narra a situação da FESIT em 1998. Passado alguns anos, a ULBRA cresceu com novos cursos e tornou-se uma referência na região. A FESIT  viveu momentos turbulentos.

Folha de Notícias – 12 de agosto de 1998.

 

O futuro da FESIT

 

 

No dia 19 de janeiro de 1996, uma Comissão de Inquérito Administrativo, constituída para apurar irregularidades nas faculdades mantidas pela FESIT – Fundação de Ensino Superior de Itumbiara, emitiu um relatório que recomendava a devolução imediata pela CELSP – Comunidade Evangélica Luterana de São Paulo, do patrimônio e cursos da fundação pública ou sua extinção, caso o Município fosse incapaz de administrá-la.

Para quem passa hoje pela Avenida Beira Rio e vê um prédio bonito escrito ULBRA, ou vê os anúncios de vestibular promovidos por uma FESIT – ULBRA e ainda verificar que todos os diplomas que estão sendo emitidos são pela FESIT, devem questionar, que entidade de ensino superior realmente funciona naquele prédio.

O relatório da Comissão de Inquérito é altamente confiável, pois afinal era presidido por um membro da Secretaria de Estado da Educação e contava ainda com representantes da Polícia Federal, Delegacia do MEC em Goiás, Procuradoria da República e do Estado, Tribunal de Contas do Estado e dos Municípios.

Entre as conclusões contidas no relatório, transcrevemos algumas e só assim o leitor entenderá porque estamos tão estagnados em termos de ensino superior em Itumbiara.

Os erros da FESIT, instituição de direito público começam com sua transferência para a SOMA-FESIT, uma entidade privada. Sobre esta, diz o relatório: “Conclui-se que, por falta de necessária e adequada formalização, não houve a absorção da FESIT, pela SOMA-FESIT... a instituição desta, nos moldes que se processou, manifesta-se juridicamente inviável”. Mesmo não existindo juridicamente, esta entidade no dia 22 de julho de 1994 celebrou um protocolo de intenções com a Comunidade Evangélica Luterana de São Paulo com o objetivo de troca de mantenedoras e transferências das Faculdades, através da ULBRA, cuja mantenedora é a CELSP.

Em 07 de outubro de 1994, a Câmara Municipal, aprovou e o prefeito da época sancionou a Lei 1761/94, autorizando o poder municipal a transferir o comodato assinado com a SOMA-FESIT para a CELSP, materializando-se no dia 09 de março de 1995.

Foi mais uma aberração jurídica que resultou na suspensão do vestibular previsto para 08 e 09 de julho de 1995.

Diante desses fatos, o prefeito municipal da época nomeou um corpo administrativo e celebrou um convênio entre a FESIT e a CELSP, para que a ULBRA administrasse os cursos. Sobre esse novo fato, conclui o relatório: “A administração da FESIT pela CELSP-ULBRA, não é diferente juridicamente do estado da SOMA-FESIT, que foi julgado pelo Tribunal de Contas dos Municípios, pois uma entidade privada não pode valer-se da autorização de funcionamento inerente à fundação pública... a Fundação tem a obrigação de atingir seus próprios fins, sob pena de extinção, devendo seu patrimônio (bens materiais, cursos, alunos) ser gerido por sua direção.”

No final, a Secretaria de Estado da Educação dá um prazo de 90 dias para o prefeito da época restabelecer a FESIT, que é bom lembrar foi construída com dinheiro público, isto é, dinheiro do cidadão itumbiarense e outras subvenções do Estado e de particulares, portanto deve atingir os seus fins que era servir a comunidade itumbiarense, que por sinal, tinha os mesmos cursos que tem hoje e com mensalidade menor do que o salário mínimo. Mas infelizmente o pior aconteceu, os cursos foram passados irregularmente, a mensalidade triplicou de preço e o protocolo de intenções pela situação de hoje, certamente não foi cumprido.

O relatório dá então este caminho: Ou o Município assume sua fundação, ou faça sua extinção, reincorporando ao Município todo o patrimônio.

Já se passaram dois anos e a comunidade continua privada de novos cursos e com a situação da FESIT indefinida[87].

Quem poderá dar uma explicação à comunidade sobre esse fato? A Câmara Municipal, a prefeitura, os diretores da extinta SOMA-FESIT que celebraram o termo de intenções, A Secretaria de Estado da Educação, a Delegacia do MEC em Goiás? Ou o povo de Itumbiara não merece consideração.

Será que os pais estão satisfeitos tendo que mandar seus filhos para fora, sendo que há muito tempo poderíamos ter novos cursos, inclusive fazendo parte da Universidade Estadual, o que permitiria o acesso de muita gente que não está cursando uma faculdade, pois o custo da escola privada é muito alto.

E o patrimônio da FESIT, como ficará? A comunidade de Itumbiara certamente merece uma resposta.


49 – Num primeiro momento, o universitário itumbiarense viajava para Goiatuba e Ituiutaba por causa da falta de opção em Itumbiara. Hoje o problema é devido ao menor preço de mensalidade, se comparados com a ULBRA

Folha de Notícias – 01 de abril de 1998.

 

O migrante universitário

 

 

Diariamente, uma centena de jovens itumbiarenses deixa a cidade para buscar em Goiatuba e Ituiutaba conquista de um diploma universitário.

Em Goiatuba são 55 alunos que diariamente arriscam a vida na perigosa BR 153 para cursarem Administração de Empresas e Pedagogia, pagando R$ 70,00 de mensalidade e mais R$ 37,00 de transporte. Motivo: fica mais barato do que cursar em Itumbiara.

Para a cidade de Ituiutaba – MG, mais 45 alunos enfrentam os perigos da BR 365 para cursarem Direito, Contábeis, Letras e Processamento de Dados, pagando mensalidades que variam de R$ 200,00 a R$ 300,00, mais cerca de R$ 35,00 de transporte escolar. Motivo: a cidade não oferece em suas faculdades os cursos de Direito e Contábeis[88] e os demais por apresentarem melhor qualidade dos que àqueles que aqui são oferecidos.

Outro grande número de jovens deixa a cidade para fixarem residência em Goiânia, Uberlândia, Ituiutaba ou Rio Verde para buscar opções que não são oferecidas na cidade.

Há cerca de três anos, políticos bem intencionados fizeram de tudo para que se instalasse um pólo universitário na cidade, mas os resultados obtidos até hoje são pífios[89].

Os cursos não atendem a demanda, as mensalidades excluíram boa parte dos jovens, e a grande promessa da instalação de novos cursos parece cada dia mais distante.

Chega a ser contraditório o que o município faz para as instituições que aqui se instalam visando ao lucro e ao tratamento dispensados aos seus cidadãos.

O Município de Itumbiara alegará que sua obrigação é com o ensino fundamental, mas ao deixar de investir também um mínimo possível no ensino superior, está abrindo mão de um importante fator de atração de investimento empresarial, que é a formação de mão-de-obra qualificada.

Comparando o tratamento dado ao estudante universitário itumbiarense em relação ao oferecido aos empresários de algumas escolas particulares que aqui se instalaram, fica evidente a posição de inferioridade do filho da terra. Por exemplo, a ajuda da prefeitura municipal de Itumbiara aos estudantes de Ituiutaba se resume no subsídio de 50% do valor de contrato da prestação de serviço a mais combustível. Aos estudantes de Goiatuba, nem um subsídio é dado, enquanto que outro lado recebeu terrenos e até prédios para funcionamento.

A desvantagem aumentou nesta gestão, sendo inferior à de prefeitos anteriores, onde os estudantes contavam com o ônibus do próprio município. Conforme explicação do prefeito Cairo Batista – PMDB, o ônibus foi retirado para atender o transporte de alunos para a escola agrícola.

A questão central não é discutir sobre o que o município é obrigado, a investir em educação, mas sim de no mínimo, dar um tratamento de igualdade em benefícios entre os que aqui se instalam e alunos que estão buscando uma formação fora para aplicar os conhecimentos na cidade de Itumbiara.

É tempo também de cobrar a instalação de novos cursos daqueles que obtiveram benefícios em troca dessa promessa, sob pena de continuarmos com uma cidade que não dá o devido valor ao seu jovem que quer crescer e que prefere deixá-lo desamparado, arriscando a vida e pagando um alto preço por um diploma universitário.

 

 

 

 

 


PARTE V

O PODER LEGISLATIVO EM ITUMBIARA

 

50 – Há críticas constantes sobre o papel desenvolvido pelos vereadores no Brasil. O assunto está hoje mais em discussão, devido a Resolução do TSE que reduziu em mais de 8 mil de um total de cerca de 60 mil o número de vereadores , sendo que a cidade de Itumbiara teve uma redução de 17 para 10 vereadores. Neste texto procura-se criticar as sessões de homenagens prestadas pela Câmara Municipal.

Folha de Notícias – 11 de dezembro de 1997.

 

A Câmara e as homenagens

 

 

Entre as atribuições que compete privativamente a Câmara Municipal, está a de conceder título de cidadão honorário ou conferir homenagem a pessoas que reconhecidamente tenham prestado relevantes serviços ao município ou nele se destacado pela atuação exemplar na vida pública e particular. Como lembra um deputado da cidade, o tratamento dispensado para aqueles de outras cidades, estados, ou que aqui estão se instalando, é de endeusamento, enquanto os que aqui já estão estabelecidos o tratamento é pão e água. Um dos argumentos que corroboram este pensamento está nas homenagens prestadas pela Câmara Municipal de Itumbiara. Raramente alguém que vive há mais tempo na cidade, é digno de alguma homenagem.

Outro aspecto interessante relacionado com homenagens está no fato das mesmas estar ligadas a políticos e pessoas de alto poder aquisitivo, como se os cidadãos humildes e de baixo poder econômico não fossem dignos de homenagens ou capazes de prestar relevantes serviços à cidade, sem contar ainda que é deles que vêm os melhores exemplos de vida pública e particular.

Há ainda alguns argumentos que reforçam a discriminação ao indivíduo já estabelecido na cidade, como por exemplo na área de economia e esportes. No futebol, quando os dirigentes querem afastar o torcedor de campo, é só colocar jogador formado na própria cidade. Os poucos que vão ao campo, não torcem, apenas desabafam seus problemas do dia-a-dia, falando palavrões impublicáveis aos jogadores.

Na economia, há grandes incentivos para o industrial que vem de fora, enquanto os comerciantes, prestadores de serviços e pequenos industriais não gozam de tratamento especial. Está na hora de mudar o endeusamento daqueles que vem de fora e menosprezo aos próprios cidadãos da comunidade, e a Câmara poderia começar dando o exemplo.

 

 

 


51 – A imagem do Legislativo passou por um momento crítico em Itumbiara. Atualmente no Congresso Nacional o foco principal é a investigação de um suposto mensalão, dinheiro que seria usado para que deputados aprovassem matérias de interesse do governo da União.

Folha de Notícias – 16 de agosto de 1997.

 

A imagem do Legislativo

 

 

Apesar da importância do Poder Legislativo, seus representantes não têm atuado proporcionalmente à grandeza da instituição. Há algumas falhas imperdoáveis por parte de nossos legisladores e a mais grave é a renúncia ao papel concedido pelo povo, através do voto. Em certas câmaras municipais, a mediocridade é tão grande, os vereadores produzem tantas inutilidades, que, às vezes, eles passam despercebidos e dão a impressão de serem desnecessários.

Nas assembléias legislativas, parece haver apenas uma parte atuando: aquela que é cooptada pelos governadores, aprovando o que este quer, independente de ser bom ou não para o cidadão. A opinião inexiste em idéias e nas discussões de projetos, resume-se à presença física no parlamento.

O Congresso Nacional mais parece um órgão do Poder Executivo, aparecendo somente na defesa de assuntos corporativos, em detrimento do seu papel no equilíbrio do poder do Estado. Com tanta ineficiência do Poder Legislativo, a democracia fica empobrecida e, conseqüentemente, o povo, que não tem uma representação digna.

A deficiência não está na estrutura política, partidária ou legal, está mesmo na falta de grandes homens, capazes de defender idéias e não interesses menores. A Câmara Federal ensaia uma reação, através de uma agenda parlamentar que é uma autocrítica do quanto está devendo à sociedade. Mas mudança mesmo só ocorre com o voto, e este instrumento nossa geração tem a disposição. Está faltando somente escolher melhor.

 

 

 


52 – O autor defende o patrimônio público do município de Itumbiara, que durante vários governos  eram entregues a particulares, após aprovação com facilidade por parte do Poder Legislativo.

 

 

 

O Patrimônio Público que vira Privado

Folha de Notícias, 10 de dezembro de 1997.

 

A transferência de bens públicos para a iniciativa privada é um assunto que deveria merecer do Poder Legislativo Municipal uma reflexão maior na votação de projetos que envolvem este tema. Primeiro, porque há de se observar a origem e a quem se destina estes bens e acima de tudo quando se transfere para particular, verificar o custo/benefício e a que parcela da população está sendo beneficiada.

Atualmente um projeto de lei que autoriza o Poder Executivo Municipal a dispor de bens públicos está sendo questionado no Poder Judiciário, por iniciativa do Ministério Público, certamente não tão benéfico para a população, pois houve manifestações que provocaram a ação da promotoria.

Geralmente algumas áreas em Itumbiara localizadas na Av. Beira Rio, e pertencentes a prefeitura, são as mais solicitadas. Neste local já houve cessão de bens e doações para associações, escolas particulares e ultimamente para empresa ligada ao ramo náutico.

Qual foi a parcela da população beneficiada com a transferência deste patrimônio público?

Parece apenas justificar àqueles que representam segmentos organizados da cidade, os que não ocorre com entidades com fins lucrativos e destinados a uma parcela restrita da população. Neste caso, o mais correto seria a alienação, com algum retorno econômico para o município ou social, no caso das empresas que gerarão empregos.

Embora o Código Civil enseja dúvidas sobre a possibilidade da utilização dos bens em caráter privativo, parece que há agora uma nova interpretação, que uma vez desafetados estes bens podem ser alienados.

É preciso ter o mesmo cuidado com o bem público, como se tem com os bens particulares, afinal, ninguém sai doando seus bens de qualquer modo, e os bens públicos pertencem a cada cidadão, daí levá-lo em consideração na hora de transferir este patrimônio.

 


53 – É preciso ler o texto jornalístico com um espírito crítico. Não se pode afirmar que tudo que chega às pessoas, através de rádio, jornal ou televisão seja verdade. Outro aspecto destacado pelo autor, refere-se ao questionamento de quem o jornalista está a serviço ao escrever um texto. Se da sociedade ou de outras entidades.

Folha de Notícias – 10 de janeiro de 1998.

 

 

PARTE VI

MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL EM ITUMBIARA

 

A liberdade de opinião

 

 

A verdade absoluta, se é que existe, parece navegar de um meio a outro de comunicação, de acordo com que o filósofo de Oxford, Isaiah Berlin, definiria de Liberdade Positiva, onde cada um procura dizer o que pensa com base no conhecimento do que é correto. Se você liga o rádio, a televisão ou lê um jornal ou revista, vai formando opinião sobre determinados assuntos e de repente vão se tornando verdades.

O que há de positivo nisso, é que se forma a Opinião Pública, poderoso instrumento de formação da vontade política, influindo na vontade do governo. Num regime democrático como o que vivemos, isto ganha muita importância, pois se constitui em mais uma maneira da sociedade participar do governo. Mas como dizia Bertrand Russel, esta não é a melhor forma de governo, é apenas a menos ruim.

Assim como não temos uma verdade absoluta, também não temos uma democracia pura, o que faz com que nem sempre a opinião que está sendo emitida, esteja comprometida com o bem-estar geral de uma comunidade. Portanto, ao ler um artigo ou ouvir uma opinião no rádio ou televisão, é necessário ter um espírito crítico para descobrir qual interesse está por trás da opinião emitida. Pode ser uma opinião isenta, profissional, transparente, mas pode ser também de alguém a serviço de um partido político, de um grande grupo econômico, ou seja, apenas um interesse pessoal, que em nada contribui para o crescimento de uma sociedade.

Somente um leitor, ouvinte ou telespectador inteligente é capaz distinguir se há um grupo de pressão de natureza econômica, política, religioso querendo preparar a opinião pública para dar legitimidade à certas ações, as vezes prejudicial a população. O público alvo destes grupos são as pessoas de baixo nível cultural, que são facilmente manipuladas. Ao contrário, àqueles que trabalham realmente para o engrandecimento de um povo, estão voltados para as pessoas inteligentes, capazes de formar a verdadeira Opinião Pública, que influi nos governantes ajudando-os na construção de uma sociedade melhor.

 

 


54 – É importante a reflexão sobre o papel dos meios de comunicação, como instrumentos para construção da cidadania. Pela formação de parte do povo brasileiro, constata-se uma manipulação desses meios, segundo o ponto de vista do autor.

Folha de Notícias – 21 de outubro de 1998.

 

Meios de comunicação e cidadania

 

 

Apesar de vivermos em um país onde a cidadania é um dos fundamentos e a construção de uma sociedade livre, seu objetivo, observamos que ainda estamos longe do ideal. Hoje ainda é possível encontrar fatos como o do governante que ameaça demitir o funcionário que não vota no candidato indicado, como se não vivêssemos num estado democrático de direito.

O cidadão, principalmente no campo político, ainda desconhece os conceitos básicos que faz, por exemplo, que um professor escolha um candidato a governador não por suas virtudes, mas sim por considerar que o outro é comunista. É bom ressaltar que nenhum dos dois candidatos é adepto desse sistema.

Esse mesmo desconhecimento faz com que a aluna de um curso superior pregue que se o Lula ganhasse a eleição iria tomar as pequenas propriedades produtivas para fazer reforma agrária.

Outro aluno do segundo grau, de uma escola particular, diz que não vota na esquerda, porque são todos comunistas. Questionado sobre o significado desse termo, ele não soube responder.

Um dos instrumentos que poderia ser melhor utilizado e suprir esta deficiência que a escola não consegue educar para a plena cidadania, seria a utilização dos meios de comunicação.

O rádio, os jornais, revistas e televisão, deveriam reservar, pelo menos um pequeno espaço para ajudar na formação de verdadeiros cidadãos. Mas o que vemos hoje, infelizmente é um trabalho para a alienação total das pessoas.

O que se poderá, por exemplo, tirar de aprendizado após passar um domingo todo assistindo Xuxa, Gugu e Faustão? E durante a semana, enquanto o país vive uma grave crise econômica, o telejornal mais visto dedica mais espaço a filha de Xuxa, a acidentes com seus atores e o resto do tempo com curiosidades do mundo animal.

O rádio, considerado um meio de maior penetração na comunidade, em que pese o esforço principalmente das emissoras AM e FM devidamente legalizadas de dedicarem mais tempo a informação, ainda estão devendo no sentido de colaborarem para a formação da plena cidadania. Poderiam dedicar um tempo maior a debates envolvendo pessoas dos diferentes ramos do conhecimento e assim ajudarem na formação de verdadeiros cidadãos.

As rádios comunitárias se cumprissem os seus papéis como legalmente está previsto, seriam também importantes instrumentos de transmissão de conhecimentos, mas pelo contrário, seus diretores estão fazendo as mesmas funcionarem como convencionais, sem a mínima preocupação com a qualidade daquilo que vai ao ar.

Os jornais e revistas também devem dedicar um mínimo espaço para veicular idéias, denunciar ilegalidades, enfim promover o despertar do senso crítico numa camada da população que tem um nível cultural maior, mas desmotivados para construírem uma comunidade melhor.

Não basta apenas que nossos veículos de comunicação reproduzam o noticiário das grandes agências de notícias ou dos departamentos de comunicação dos governantes e ainda leve entretenimento com seus programas musicais.

É preciso muito mais. Criar um verdadeiro cidadão na comunidade, que consciente dos seus direitos e deveres, sejam os agentes de transformação para construção de um país mais justo.

 

 


55 – O jornal desempenha um importante papel na relação com o leitor, mas nem sempre o cumprem de maneira produtiva para seu principal cliente. É possível mudar este cenário? É o desafio que o autor propõe.

Folha de Notícias – 24 de junho de 1998.

 

Compromisso com o leitor

 

 

No segundo Seminário Internacional de jornais diários ocorrido em Brasília no mês de abril, entre os vários assuntos debatidos, deu-se ênfase em um dos painéis onde participaram grandes nomes do jornalismo brasileiro e internacional e a posição do leitor em relação aos jornais.

O leitor deve ser hoje a razão central de qualquer jornal que queira crescer e manter credibilidade junto à sociedade.

Os jornais que sempre deram muita importância principalmente às instituições políticas, veiculando em sua maior parte, notícias políticas, necessitam mudar sua atuação, centrando a atenção nas pessoas, principalmente da comunidade local, que executam outras atividades que não político-partidária.

Embora os políticos se sintam injustiçados, já que, conforme defendeu o porta-voz da presidência da República, Sérgio Amaral, a imprensa vê o governo revelando só coisas boas e escondendo as ruins, enquanto por outro lado, o governo vê a imprensa dando maior espaço aos desacertos governantes. No interior, a situação é um pouco diferente dos grandes jornais, e muitos para sobreviverem, precisam do apoio econômico dos governantes, mas devem ter o cuidado de dar o devido espaço ao cidadão comum, pois do contrário corre-se o risco de ficar sem o leitor. O leitor valoriza muito mais o jornal quando ele e seu cotidiano é o centro da notícia, e isso pode ser comprovado pelo retorno que temos dele nas opiniões que emitimos, quase que diariamente neste jornal.

Seja ela idêntica com o pensamento do leitor, como no caso do senhor que mora na Avenida Beira Rio em frente onde vai ser construído o calçadão, que detesta os políticos desonestos, defendendo que eles devem ser advertidos sobre certas posturas, ou do próprio político que vai ao rádio se defender, dizendo que eles também são seres com sentimentos.

Outras vezes, essa relação com o leitor chega a ser perigosa, como o caso do político que ameaça pelo telefone, se a coluna tocar em seu nome.

Além da mudança do jornal em relação ao leitor, este também deve melhor utilizá-lo, inclusive fazendo parte dele defendendo suas idéias ou de sua corporação quando as opiniões emitidas divergirem do seu pensamento. Um fato neste sentido ocorreu recentemente, quando um professor municipal defendeu, que esta classe não onera tanto a folha de pagamento do Município, como foi manifestado por esta coluna.

No estado democrático de direito em que vivemos e segundo o princípio constitucional da livre manifestação do pensamento, devemos aproximar cada dia, a imprensa e o leitor, dando a este a verdadeira importância que ele merece. Essa é uma das maneiras que contribuem para construirmos uma sociedade melhor.

 


56 – No estudo das emissoras de rádio da cidade, o texto a seguir faz uma crítica ao funcionamento de rádios comunitárias que concorrem de maneira predatória com as emissoras legalmente organizadas.

Folha de Notícias – 16 de janeiro de 1998.

 

As rádios comunitárias

 

 

Para uns, piratas, outros dizem clandestinas, mas os diretores de mais de 3 mil emissoras de rádio FM instaladas pelo Brasil afora, sem concessão do Ministério das Comunicações se denominam de comunitárias e se fundamentam na liberdade de expressão para justificar seus funcionamentos.

Bem organizadas no País, inclusive com uma associação que dá todas as dicas para a instalação e ajuda na defesa jurídica destas emissoras, é um fenômeno que conta com apoio de políticos, inclusive do PT.

Legalmente, a concessão para a instalação de uma emissora de rádio é feita através de concorrência pública, tendo as empresas para serem habilitadas, atender a exigências legais, qualificação técnica, econômica e financeira e ainda regularidade fiscal. Como não há legislação que disciplinem o funcionamento das emissoras comunitárias e conseqüentemente não tem uma fiscalização do Ministério das Comunicações, elas vão se proliferando no país em nome da liberdade de expressão.

As emissoras de rádio despertam  grande interesse aos políticos e no passado, o apadrinhamento político era o principal critério para a concessão das mesmas. Infelizmente, estas emissoras comunitárias não conseguem funcionar realmente de acordo com o objetivo a que se propõem e acabam servindo mais aos políticos.

Quando se consegue funcionar uma emissora a serviço da comunidade, é positivo neste sentido, pois além de gerar empregos, se constituem num instrumento de cultura para as pequenas cidades onde são instaladas.

O que há de negativo é que não conseguem, por deficiência de equipamentos e de pessoal, apresentarem programas que aumentem a cultura dos seus ouvintes. Há certos locutores que temos que desligar a programação, para que nossos filhos não ouçam o ataque que fazem a nossa língua portuguesa. É claro também que há bons locutores que poderiam trabalhar em qualquer grande emissora, mas infelizmente se constitui em uma minoria.

As emissoras de rádio legalmente instaladas vêm perdendo ouvintes, apesar de terem bons locutores, com nível cultural excelente, bons equipamentos, mas ficam devendo na qualidade de suas programações. Neste item, parecem contrariar as leis da física, ou seja, “Nada se renova”.

A instalação destas rádios comunitárias, parece ser um fenômeno inevitável e sem retrocessos, pois apesar da falta de legislação para disciplinar o assunto, o número cresce a cada dia. Às vezes,  as delegacias do Ministério das Comunicações fecha alguma, mas a justiça acaba concedendo liminares e elas vão se mantendo no ar. Já que é uma realidade, bem que seus diretores poderiam colaborar com a comunidade, melhorando suas programações e se possível levando mais cultura e menos política. Certamente o povo agradeceria.


57 – O que alimenta o interesse no meio jornalístico não são as boas notícias. Para o autor, a cidade de Itumbiara só ganha espaço no cenário nacional, geralmente quando a notícia é ruim para a cidade.

Folha de Notícias – 06 de dezembro de 1997.

 

O que é notícia em Itumbiara

 

 

Na semana passada em rede nacional, a Rede Globo levou ao ar mais uma vez noticias sobre Itumbiara; desta vez, o assunto era religioso tratava de ma administração financeira de um padre da cidade. Anteriormente, a mesma Rede Globo já havia colocado o nome da cidade para o Brasil inteiro, falando na área de segurança publica, pela segunda troca este ano de pessoas acusadas de crimes que foram presas no lugar dos verdadeiros réus.

Na área política e de esportes, Itumbiara ganhou também um grande espaço na mídia nacional, não pela conquista de um campeonato, ou da apresentação de um projeto de lei polêmico. No quadro de noticias do maior jornal do Estado, Itumbiara só freqüenta as paginas policiais ou na política quando e noticia as gafes de nossos políticos.

Qual seria a razão para uma cidade produzir tantas noticias ruins seguidamente. Estaria faltando coisas boas para serem noticiadas. A resposta e não. A razão e que más noticias  chamam a atenção do leitor ou telespectador; prova disso são as concorrências entre Faustão e Gugu para ver quem provoca mais baixarias na disputa pela audiência e mais recentemente o fenômeno na TV Record do Programa do Ratinho, mostrando a novela da vida real. Voltando a cidade de Itumbiara, aqui também há assuntos bons que poderiam ocupar espaço no maior jornal do Estado e os noticiários das grandes redes de TV e jornais do Pais.

Como exemplo; citamos: o potencial turístico da cidade; o trabalho de parceria entre um colégio da cidade e uma grande empresa; o trabalho da APAI, da ACAMPI, a ação preventiva da Secretaria Municipal da Saúde contra a dengue. E evidente que mais poderia ser feito para servir de referencia no cenário nacional, entre as sugestões, podemos citar: trabalhos na área de segurança visando a ressocializacão do preso, uma ação mais contundente da Prefeitura Municipal no sentido de alfabetizar todos os adultos na cidade, levar todas as crianças em idade escolar para a escola; renuncia dos vereadores da verba de assessoria e redução do salário para que a cidade tivesse mais dinheiro para investimento.

Preocupado em produzir noticias boas, o prefeito Cairo Batista, busca verbas para realização de um campeonato de futebol infantil ao nível de mercosul. E o tipo de evento, que passa e rapidamente é esquecido. O ideal é que haja programas permanentes de geração de boas noticias, e isto depende exclusivamente de todos os cidadãos, organizados em seus vários segmentos.

 

 

 


PARTE VII

A JUSTIÇA

 

58 – Neste artigo é tratada da questão da punibilidade do menor. Hoje  há uma corrente de juristas que defendem  punição mais dura para os maiores de 16 anos. Outra corrente é contrária tendo em vista principalmente a precariedade do sistema prisional no Brasil que se constitui numa escola do crime. Particularmente defendo a redução da idade para imputar penas mais graves aos maiores de 16 anos.

Folha de Notícias – 20 de janeiro de 1998.

 

A justiça e o menor

 

 

Depois de um assalto a um taxista da cidade, em que houve a participação de um menor, um cidadão comenta: “Não vai acontecer nada com este rapaz, pois no Brasil, menor de 18 anos mata, rouba e a justiça não faz nada.” Essa e uma idéia geral, que nos adultos temos em relação às infrações cometidas por quem tem menos de 18 anos no Brasil.

A própria policia militar, que faz o trabalho preventivo de segurança, tem uma série de dificuldades para apreender um adolescente, quando ocorre um flagrante de ato infracional. Isso porque eles não podem ser transportados em compartimentos fechados de veículos policiais, não podem ser algemados e nem colocados em celas comuns das delegacias.

Essas são algumas entre várias medidas que estão previstas no ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, que tem o objetivo de proteger estes cidadãos em desenvolvimento.

Mas será então que essas crianças e adolescentes podem sair por aí cometendo todo tipo de infração sem serem punidos?

A resposta é não, já que uma série de medidas sócio-educativas podem ser aplicadas pela justiça.

Por exemplo, infrações leves, como menor ser pego dirigindo, cabe uma advertência. A danificação do patrimônio publico pode ser punida com o jovem prestando serviço algumas horas por semana em um órgão publico. Roubo sem violência tem como medida sócio-educativa, a liberdade assistida, em que o menor por um prazo mínimo de seis meses presta contas em seus atos. Casos mais graves, como roubo seguido de morte e punido com internação em estabelecimento educacional em instituições similares a FEBEM.

Enfim, vemos que no papel há muitas medidas que punem o menor infrator, mas nossa realidade parece requerer medidas punitivas mais severas principalmente para aqueles que já têm maturidade suficiente para saber que seus atos prejudicam o próximo.

Nossos legisladores deveriam ouvir este clamor de grande parte da sociedade, que defendem que os maiores de 16 anos devem responder criminalmente pelos seus atos. Assim, como houve um avanço na legislação eleitoral que deu a esses menores o direito de voto, a legislação penal deve também ter esta evolução, considerando crime certas infrações e punindo com as mesmas penas a que os adultos estão sujeitos.


59Depois de assistir a dois julgamentos dos assassinos de meu pai em 1992, passei a pensar no papel do Júri.

Folha de Notícias – 11 de fevereiro de 1998.

 

A difícil missão do jurado

 

 

Introduzido no Brasil em 1824, na Constituição do Império, o júri popular constitui-se numa árdua missão para aqueles cidadãos que fazem parte do corpo de jurados.

 

Formado por cidadãos comuns, de boa conduta e sem antecedentes criminais, essas pessoas julgam assassinatos, tentativa de assassinatos, aborto e incentivo ao suicídio.

Considerado um dever cívico, assim como o voto, atuar como jurado nem sempre traz satisfação para a pessoa selecionada, geralmente oriunda de grandes empresas públicas e privadas.

Para ficar fora do cadastro de jurados de um tribunal, não é tarefa fácil, e a pessoa terá que ter argumentos muito convincentes para conseguir êxito. O que leva uma grande parte dos cidadãos selecionados a quererem ficar fora de tão nobre papel na comunidade?

O primeiro ponto, porque é um dever, não remunerado e que exige tamanha responsabilidade do escolhido. Há de se ressaltar que também é facultado a qualquer cidadão a inscrição para ser jurado, o difícil é encontrar alguém com tamanho espírito patriótico.

A questão mais importante reside nas situações a que o jurado está sujeito. Ficar às vezes mais de 10 horas frente a frente com perigosos assassinos e seus familiares sujeitarem a ameaças após uma condenação, isolar-se da família, faltar ao trabalho nos dias de julgamento, são momentos que quase ninguém gostaria de viver.

É  indiscutível a importância desta instituição e do papel do jurado no sentido de fazer prevalecer a justiça em uma comunidade, mas será que diante destas questões em que a pessoa que faz parte do júri não gostaria de estar ali e do seu possível estado de medo, o objetivo é alcançado?

A discussão do júri feita por operadores do Direito concentra-se na questão da capacidade de pessoas leigas em leis e jurisprudências para absolver ou condenar um réu, questionado por alguns e a humanização do julgamento, onde pesam outros critérios que o jurado leva em conta na hora de condenar ou absolver, que não seriam observados por quem julgasse somente de acordo com o texto legal.

Alem desse ponto discutido, deveria levar-se em conta a vontade do jurado em participar ou não desta importante função da justiça. Afinal quem faz o que não gosta ou sobre pressão, certamente não fará bem.

 

 

 


60 – O que vale mais? A vida ou o patrimônio. A vida humana deveria ser o centro da atenção de todos, mas num País capitalista, às vezes proteger o patrimônio é mais importante do que proteger a vida.

Folha de Notícias – 10 de abril de 2000.

 

A vida e o patrimônio

 

 

Nas avenidas da cidade de Itumbiara é possível observar quanto vale a vida humana e sua relação com o patrimônio.

Começando com sua mais bela paisagem, a Beira Rio, já se encontra a primeira vantagem de proteção ao bem patrimonial em relação à pessoa. Pelo menos três placas indicam a proibição de trânsito de caminhões por aquele local. Será que essa regra contida na placa visa proteger mulheres, velhos e crianças, que por ali trafegam, ou a norma está protegendo o patrimônio? Não é preciso grande esforço para entender que o bem protegido é a própria avenida.

No centro da cidade, durante a semana, quando do expediente bancário, um grande contingente de policiais se postam na porta das agências bancárias, agindo preventivamente, evitando assaltos nos estabelecimentos da praça da república, enquanto os bairros, de vez em quando, havendo viaturas, homens e combustíveis disponíveis recebem a proteção policial. Qual é a lógica desse procedimento? Mais uma vez a defesa do patrimônio é prioridade.

Em recente aula proferida por um juiz, ele dizia que nas comarcas que passou, fazia estatísticas das condenações e das prisões em relação aos crimes cometidos contra a vida e contra o patrimônio e ficou surpreso, o tanto que se condena e se prende em relação a este.

Durante a gestão do prefeito Cairo Batista – PMDB, contratou-se muito professores e garis, mas não se investiu na criação por exemplo de um órgão com equipamentos e pessoal para cuidar do trânsito da cidade. Esse tipo de investimento poderia,  por exemplo, evitar que muitas vidas humanas que foram ceifadas nesse período pelo trânsito de caminhões nas ruas centrais da cidade fossem preservadas, assim como fossem evitados atropelamentos provenientes da má sinalização e falta de fiscalização.

Caso também a tolerância zero com o crime, que não passa de uma utopia, pois afinal, só funciona em Nova Iorque, fosse implantada aqui, só seria utilizada contra os marginalizados da sociedade, negros e pobres.

Quem já viu exemplos, motoristas embriagados dirigindo pela Beira Rio sendo detidos por essa infração? E motociclistas e “gareleiros”? esses últimos, pobres coitados, semanalmente seus veículos ocupam o pátio dos órgãos de segurança.

No campo religioso, a realidade também não é diferente. Em uma das viagens para a capital, uma senhora que freqüenta a igreja local de Itumbiara comenta sobre uma negra de pouco mais de vinte anos e seus dois filhos que estavam fazendo morada na porta da catedral. Quantos apareceram para ajudá-la? poucos, afinal cada um dos freqüentadores do templo já tem seus afazeres e obrigações. Não dá para ajudar mais um.

Qual é a lógica de tudo isso? Responde meu professor de economia, que é a lógica do sistema capitalista. O capital é prioritário em relação ao ser humano. Banco é mais importante, avenida deve ser protegida e se houver tempo e sobrar alguma coisa, cuida-se da pessoa.

Nada disso é novidade e nem chama a atenção. A vida continua até que seja exterminada por esse modelo econômico, mas não custa lembrar que a vida ainda é o bem mais valioso dado ao homem. E se pelo menos alguns ainda pensam assim, é possível continuar sonhando com uma cidade melhor para se viver.

 

 

 


61 – O autor critica a utilização do Júri Popular no julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Folha de Notícias – 07 de julho de 1997.

 

Júri popular

 

 

Algumas decisões polêmicas, recentemente divulgadas pela mídia, reforçam a necessidade de mudanças no júri popular, para o julgamento de crimes dolosos contra a vida. Os órgãos de comunicação têm, principalmente neste ano noticiado resultados que fomentam uma discussão por envolver crimes de repercussão nacional, começando com o julgamento de Guilherme de Pádua e Paula Tomás, que praticamente já foram para o júri condenados pela mídia.

Houve também o julgamento do líder do movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, José Rainha, condenado por um júri totalmente parcial, e o do ex-PM Nelson Oliveira Santos, acusado de assassinato de meninos de rua na Candelária e absolvido num segundo julgamento, após ser condenado em um primeiro.

É preciso melhorar este instituto, procurando colocar pessoas com maiores conhecimentos jurídicos para julgar crimes como estes, além de proporcionar outras medidas de proteção para pessoas que participam do julgamento. Por exemplo, que segurança tem uma pessoa para testemunhar contra um criminoso? O próprio jurado tem que ficar frente a frente com perigosos criminosos. O que prevalece nesta hora, a consciência que clama por justiça ou o medo que faz muitas vezes optar pela absolvição?

Ressalta-se ainda que desde o inquérito policial, passando pelo trabalho da promotoria, nem sempre temos a sensação que a justiça está prevalecendo. Excessos de processos e trocas contínuas de promotores também fazem com que as decisões nem sempre se aproximem mais da verdade dos fatos. No julgamento do economista José Carlos Alves dos Santos, o advogado de defesa do acusado já atuou como promotor no caso.

É preciso também dar aos cidadãos melhores leis que proporcionem um aperfeiçoamento do júri popular e conseqüentemente a sensação de que as decisões deste estão perto da verdade.

 

 


62 – Recentemente o País desenvolveu a maior campanha de desarmamento já realizada no Brasil. Em Itumbiara o resultado seis anos depois não foi tão diferente do que o retratado neste texto.

Folha de Notícias – 14 de janeiro de 1998.

 

Campanhas para desarmamento

 

 

O Brasil é campeão mundial de homicídios e mortes acidentais por armas de fogo, conforme estatísticas da ONU – Organização das Nações Unidas. É como se a cada ano ocorressem 26 homicídios com armas de fogo em Itumbiara, considerando sua população de aproximadamente 100 mil habitantes.

O Brasil ganhou uma legislação mais dura, que pune o porte ilegal de armas com até 2 anos de prisão, mas o poder público não consegue combater com sucesso esta atitude, hoje considerada crime.[90]

Segundo a Polícia Civil local, pouco mais de 100 pessoas registraram armas no período que antecedeu a entrada em vigor da nova legislação que trata do assunto, e após a vigência, apenas 3 processos foram abertos contra pessoas que foram flagradas portando ilegalmente armas. Certamente foi um número muito pequeno para uma cidade do porte de Itumbiara.

Além do feito punitivo para inibir o porte ilegal de armas, um outro caminho para o desarmamento são as campanhas desenvolvidas por entidades, como vem ocorrendo na cidade de São Paulo, através da seccional da OAB-SP e estudantes de Direito da USP, que procuram mostrar que o porte de arma, mais do que uma medida de proteção é um fator para aumentar a violência.

Há argumentos contrários de que somente as pessoas boas entregam suas armas nestas campanhas e que os marginais continuariam a portar ilegalmente suas armas, mas pelo menos estaríamos fazendo alguma coisa para reduzir a violência. Outro argumento é de que é preciso andar armado para se defender, mas também facilmente derrubado pelas estatísticas das pessoas que reagem a qualquer tipo de violência, sendo que dentro de um número de dezesseis, somente uma pessoa consegue sucesso em tal atitude.

As entidades de Itumbiara e principalmente os estudantes dificilmente tomam posições em assuntos como esse, mas seria uma boa oportunidade para a Subseção local da OAB,  e principalmente os estudantes abraçarem a causa. Afinal é uma forma de diminuir a violência e valorizar a vida humana.


63 – Há diariamente uma luta constante nos órgãos que cuidam da segurança pública contra aqueles que insistem em praticar crimes. O cenário parece não se alterar tão facilmente com o tempo.

Folha de Notícias

 

O combate à criminalidade em Itumbiara

 

 

“Tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso dizer de novo”.

André Gide – escritor francês

 

Nas próximas quarenta horas, um cidadão de Itumbiara será vítima de um furto em sua cada ou de um veículo de sua propriedade.

Nas ocorrências policiais, haverá o registro neste mês de pelo menos um homicídio e outros três serão tentados.

Nas estradas que cortam a região, um ônibus de passageiros será saqueado e no noticiário local, mais um anúncio de roubo de cargas será a atração em pelo menos um dia da semana[91].

Para garantir o direito constitucional de segurança pública a 80 mil habitantes, a Polícia Militar contará com pouco mais de 150 homens, rondando as ruas em sete viaturas[92].

No cumprimento de mandados de prisão, que já deve superar a 300, a Polícia Civil com mais algumas viaturas e poucos homens, não poderá ser mais eficiente em seu ofício. É bom ressaltar que no Estado, o número de mandados de prisão não cumpridos pode chegar a 30 mil.

Caso houvesse um esforço generalizado dos policiais em retirar das ruas os infratores da Lei, não haveria espaço para abrigá-los. A cadeia pública, que deveria receber pouco mais de 25 presos, já deve estar com lotação superior a 60.[93]

O crime organizado já tomou o lugar do ente estatal. Mais bem armado e com maiores recursos, provenientes de suas ações criminais, já detém parte do controle dos presídios no Brasil.

Novidade até aqui, nenhuma. Talvez, o que seja novo por aqui são as novas modalidades de crime, como o seqüestro relâmpago e o aumento no roubo de carros.

O diagnóstico dos problemas de segurança pública em Itumbiara é por demais conhecido. O que falta mesmo são ações mais eficazes que possam inibir o crescimento da criminalidade, que assusta e aterroriza a todos os cidadãos.

O Plano Nacional de Segurança Pública, elaborado pelo governo federal no ano de 2000, e que deveria produzir resultados até 2002, traz algumas diretrizes importantes para reprimir e prevenir o crime, reduzindo a impunidade e aumentando a segurança e a tranqüilidade do cidadão.

Destacam-se no plano os seguintes compromissos:

Pelo governo federal, o desarmamento e controle das armas e ainda repressão ao roubo de cargas e melhoria da segurança nas estradas;

Em conjunto pelos governos federais e estaduais: Redução da violência urbana, combate à violência rural, capacitação profissional e reaparelhamento das polícias e ainda o aperfeiçoamento do sistema prisional.

Um dos instrumentos que seria mais eficaz no combate à criminalidade, é a integração das ações entre as polícias civis, militares e federais, de maneira que fossem realizadas operações conjuntas e constantes, o que reduziria significativamente o porte ilegal de armas, o roubo de carros de cargas e passageiros nas rodovias.

Está faltando homens e viaturas nas polícias, e a razão maior da criminalidade está na impunidade. O Estado (União e Unidades Federadas) não têm capacidade de prender, processar, julgar e punir todos àqueles que infringiram a Lei penal.

Manchete da revista “Veja” no início de fevereiro, retrata bem a situação: “De cada 100 assassinos, ladrões e estupradores, a polícia prende 24, a justiça condena 5 e só um cumpre a pena até o fim”.

O Coronel reformado da Polícia Militar do Estado de São Paulo, grande estudioso do assunto, demonstra com clareza o problema da criminalidade:

“Se o risco de ser preso for alto, o bandido pensa duas vezes antes de agir. Quando o risco é baixo, a audácia e a violência aumentam”.

É preciso urgentemente mostrar que em Itumbiara, o crime não compensa.

 

 


64 – Este pequeno texto mostra a preocupação do autor com a violência urbana. Para quem já teve a casa furtada três vezes e o pai assassinado na cidade, o assunto está sempre em pauta.

Folha de Notícias – 21 de março de 1997.

 

Violência em Itumbiara

 

 

A violência urbana em Itumbiara tem atingido, nos últimos meses, índices elevados, principalmente no que se refere a furtos e assaltos à mão armada. Apesar do empenho da Polícia Militar, que, inclusive, recebeu novas viaturas, parece que os bandidos estão levando vantagem. Pelas características dos assaltos, chega-se à conclusão de que os bandidos são de outras cidades.

Isso dificulta ainda mais o trabalho da polícia, já que esses assaltantes, que geralmente atuam em centros maiores, quando há um aperto da polícia, principalmente na Capital, se deslocam para o interior deixando a cidade em pânico. Mesmo melhorando as condições das polícias Civil e Militar, não há que se esperar uma redução imediata no índice desses crimes, o que leva o cidadão a ter que tomar medidas preventivas, evitando assim ser a próxima vítima.

O cidadão comum não deve procurar armar-se, já que, pelas estatísticas, sempre estará em desvantagem em relação ao bandido. O aconselhável é mudar as rotinas do dia-a-dia, reconhecendo que a cidade já é um grande centro, portanto, sujeita ao aumento da violência urbana, característica das grandes cidades.

 

 


65 – Embora não seja um texto  para jornais, este discurso fará parte do livro pela importância na vida do autor.

Folha de Notícias – 09 de abril de 2002.

 

Formatura de Direito da UFG

 

 

Aconteceu no último dia 3, no Centro de Convenções de Goiânia, a formatura da Turma B Noturno do curso de Direito da Universidade Federal de Goiás. A solenidade de colação de grau reuniu estudantes e seus familiares, professores e uma série de autoridades, como o governador Marconi Perillo e reitora da UFG Milca Severino. Entre os formandos, estava o itumbiarense Nilson Freire, que também foi orador da turma. Em seu discurso, Nilson abordou a questão da humanização do direito, sendo bastante aplaudido após concluir suas palavras. Formado em Ciências Físicas e Biológicas, Administração de Empresas e agora Direito, além de pós-graduação e especialização em Política e Administração Tributária pela Fundação Getúlio Vargas, Nilson Freire, aos 37 anos, sempre estudou em escolas públicas. Ele ressalta a importância do ensino público de qualidade, lembrando que essa é a única porta para os estudantes pobres terem acesso a uma formação universitária.

Nilson estudou em várias escolas de Itumbiara, como Cunha Mattos, Félix de Almeida, Mauro Borges, Floriano de Carvalho, Dom Velloso e Instituto Francisco de Assis. Concluiu seus dois primeiros cursos superiores pela antiga FESIT, que como fundação municipal, oferecia preços acessíveis aos estudantes. Depois, passou pela UEMG e agora UFG. Nilson Freire ressaltou a importância dos agentes públicos investirem no fortalecimento das escolas públicas e recordou de seus ex-professores, desde o ensino fundamental, assinalando o incentivo que recebeu de Maria Helena (Cunha Mattos) e da professora Marisa, que lhe deu de presente o uniforme quando passou para a 5ª série. Já no ensino superior, lembrou dos primeiros ensinamentos do professor de Direito Administrativo, advogado Cleuber Cardoso.

 


DISCURSO  DO  FORMANDO  EM  DIREITO  NILSON  DE  SOUZA FREIRE,  NA  SOLENIDADE  DE  FORMATURA  DA  TURMA  B  NOTURNO  ANO  2001  DO  CURSO  DE  DIREITO  DA  UNIVERSIDADE  FEDERAL  DE  GOIÁS

 

 

SAUDAÇÕES

Reitora: Milca Severino Pereira

Vice-Reitor: Paulo Alcanfor Ximenes

Diretor da Faculdade: José Bezerra Costa

Coordenador do Curso: Jovenny Sebastião Cândido

PARANINFO: Governador Marconi Perillo

PATRONO: Prof. Roberto Serra da Silva Maia

PATRONESSE: Prof.ª Maria Helena Mello Santos

PADRINHO: Prof. Juiz Adegmar José Ferreira

MADRINHA: Prof.ª Iara Barreto (pró-reitora da UFG)

Homenagens especiais: Prof. Dr. José Nicolau Heck, presidente Mundial do Bank de Boston Dr. Henrique Meirelles, ex-diretor do Detran – GO Guilherme Freitas Souza, ex-secretária do Estado da Educação Prof.ª Dra. Raquel Figueiredo Alessandri Teixeira, ex-secretário de Estado da Fazenda JallesFontoura de Siqueira e Geraldo Ferreira Félix de Souza (presidente da SANEAGO).

Senhores alunos, servidores, e senhores pais;

O Humanista suíço Henri Frederic Amiel ensinava como invadir as profundezas de uma alma. Os seres humanos têm duas almas. Uma diurna, outra noturna. Durante o dia pensamos uma coisa, durante a noite, pensamos diferente. Durante o dia, aproximamo-nos mais da realidade e nossas qualidades de animal se assentam. Somos mais rústicos e primários.

Quando chegamos a uma noite como esta, nossa alma está mais leve, pronta para bailar, dançar e reconhecer no outro, também um ser humano. Aproximamo-nos mais de Deus e assim estamos mais aptos a pensar em um Direito mais humanizado.

Há cinco anos, ainda jovens, chegamos a faculdade com a ilusão de que poderíamos varrer da face da terra, toda injustiça que nela há, com uma angústia extremada, pela jovem idade, queríamos logo chegar ao nosso objetivo. Sobrevivemos, temos experiências, alegrias, tristezas, cicatrizes e medalhas pelas vitórias.

Nesta noite inesquecível, convido a todos, que por um instante, olhem para os lados, para o fundo e para frente. O que vemos? Pessoas amigas, bondosas, bem empregadas, com poder, dinheiro. Todos num ambiente de Alegria.

Os futuros operadores do direito sejam juízes, promotores, advogados, delegados e professores, trabalharão em um ambiente semelhante. Belos palácios, vestes bonitas, nos sucessivos dias de clarividência e racionalidade. Mas quem são os usuários da Justiça? Onde eles estão?

Na favela, no Senado, sujeira pra todo lado.

Que país é esse, que país é esse, que país é esse. (cantava Renato Russo)

É o país da impunidade! É o país dos homicídios!

No ano de 2000, 40 mil pessoas morreram em brigas de bar (meu pai foi assassinado por esse motivo), desentendimentos familiares, disputas no campo, guerra de traficantes, roubos, seqüestros... Nos próximos 25 minutos, uma pessoa estará sendo assassinada em nosso país. A AIDS é assustadora, mas gastaria 5 anos para atingir essa marca de mortalidade. Cento e dez pessoas são assassinadas no Brasil, todos os dias.

Por que isso acontece? Há corrupção na polícia e na Justiça. Há integrantes dos dois sistemas que recebem propina dos criminosos. Essa relação acoberta os bandidos. (informa uma grande revista brasileira). A Polícia é inoperante. De cada 100ocorrências de delitos graves, apenas 24 são detidos; A Justiça é lenta. Os processos passam 90% do tempo nos cartórios e 10% com os juízes. Julgar um homicídio pode levar até 10 anos. A Legislação é tolerante. O Código Penal permite recursos demais, atrasando a prisão de bandidos. A cadeia não prende.

Apenas 1% dos condenados cumpre a pena até o fim. Os outros conseguem benefícios ou escapam. Se o País não é capaz de prender, processar, julgar e condenar, é país da impunidade!

Nesta bela noite também, milhares de pessoas dormirão nas ruas, sem ter conseguido o mínimo para sobrevivência. É também o país da desigualdade social. 23 milhões de brasileiros vivem na miséria. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), há 25 anos, o país tinha 17% de miseráveis na população. Caiu, hoje é de apenas 14,5%. (18 milhões para 23 milhões). Cada um percebe a miséria pela experiência pessoal, como definiu a americana MollieOrshansky. “A miséria está nos olhos de que a vê.” Mas alguns estudiosos chegaram a definir diferenças entre miséria e pobreza: Na pobreza, estão aquelas pessoas cuja renda não é suficiente para cobrir custos mínimos de manutenção da vida humana: alimentação, moradia, transporte e vestuário. (admitindo saúde e educação de graça pelo governo).

Não falei de justiça. Na miséria ou indigência, estão aqueles que não conseguem ganhar o bastante para garantir a mais básica das necessidades: a alimentação. Há 53 milhões de brasileiros, abaixo da linha de pobreza. 30 milhões entre a pobreza e acima da miséria. Cerca de 23 milhões estariam na situação que se define como indigência ou miséria.  Esse é o meu País, o nosso País!

Como ser um agente promotor do Direito, para tantos que não têm o básico para sobreviver? Precisamos humanizar o Direito! Hoje bacharéis, conhecedores da Lei, cheios de idéia e esperanças de se dar bem na vida. Afinal, nossos pais, investiram em nosso futuro, e ele chegou. Seremos juízes, advogados, promotores, professores, delegados, dispostos a fazer um mundo melhor, mais humano. Mas como  fazê-lo? Usando a emoção e a razão. É possível conciliar o uso da razão, que aprendemos no banco da faculdade, com a emoção, inatos em nós, mamíferos. Há cerca de 300 milhões de anos, surgiram os mamíferos, que possuem “sangue quente”. Por serem muitos ativos, precisavam de energia. Assim as mamães desenvolvem as glândulas mamárias, importantes para proteger o filho e amamentá-los.

Essa é a primeira lição “afetiva” entre organismos, os primórdios da emoção mais fundamental que existe neste planeta: a de uma mãe com os seus filhos.

Após alguns milhões de anos, surgem os primatas, com seu cérebro bastante desenvolvido, com uma camada adicional. O neocortex. Além das emoções primitivas, consegue pensar sobre como satisfazê-los. Passa a ter desejos... cria um conhecimento cultural e estabelece colaboração, levando a emoção a um estágio ainda mais elevado, incluindo conceitos como altruísmo, compaixão, solidariedade. As emoções são muito mais rápidas do que a razão. Precisamos manifestar nossas emoções.

 

Os Alunos

Nossa turma é muito rica em dons. A inteligência da Vânia, da Karinny; a voz potente do Francis; a liderança, manifestada pelo Kelsen, pelo Fabiano e pela Maria de Fátima; a força do trabalho do Carlos e do Horácio; a sabedoria do Ricardo e do Leonardo Issi; a energia do roqueiro Fabrício; a argumentação ímpar da Leda; a bravura e a coragem da Margarida; e a sensibilidade do Poeta Leonardo Teixeira; a humildade do Júlio.

 

Os Professores, que nos deixaram legados;

Da humildade do Prof. Adegmar; a simplicidade do Prof. Roberto Serra; O esforço do Creuler, do Gaspar, do Bruno.

 

 

 

A nossos pais

Preserva na mente nossos pais, pois não há amor maior do que o deles, prontos para perdoar e ocultar nossos defeitos. Somos os melhores filhos do mundo. Vejo a alegria imensa de cada um, orgulhosos, já vislumbrando nosso sucesso. Certos de que realizamos um sonho. A eles nossa eterna gratidão. Aprendemos muito sobre Leis, mas o sentido da vida foi o mais importante que cada aluno e cada professor deixam marcados em nossa vidas, por todos os tempos.

Aprendemos a ser humildes, modestos e controlar a presunção...

Queremos o sucesso, mas trilhando um caminho limpo, lento e inocente. Lembrem-se sempre quando estiverem executando seus trabalhos: A imagem do nosso país, (crônica de Júlia Miranda) onde convivem aquela mulher comum, cidadã anônima, doméstica, com uma sacola surrada, com as roupas que usou no seu dia de trabalho, sandálias havaianas; que caminha ao mesmo lado do homem de terno e gravata, que chegam ao mesmo lugar, só que um do ônibus cheio do eixão Anhanguera e outro com sua Mercedes.

A direção é a mesma, um lindo palácio, com escadas e elevadores, a porta é a mesma, só a mulher ficará no banco de espera. O Homem ocupará uma sala bonita, com suas secretárias, bandeiras e brasões. A imagem de uma estátua de alabrasto, decorando o hall, a deusa grega, também com sandálias toscas. Aquela que os romanos chamavam de justitia. É ela a esperança da mulher, que o pai reconheça seu filho, que receba os direitos trabalhistas, referente a carteira que não foi assinada. É ela que iguala com sua balança a criatura de mãos suadas, pernas cruzadas, tímida com o senhor bonito e bem vestido. Lembre-se, que toda sabedoria alcançada com a leitura das leis, dos livros e nossas vestes bonitas, não nos fazem deuses.

Lembre-se também do mundo lá fora, de pessoas seqüestradas, assaltadas. De desempregados vigiando nossos veículos e meninos cheirando cola nas praças. Que muitos miseráveis visitarão nossos palácios, escritórios, delegacias. Sejam bons profissionais, probos sensatos, íntegros, dignos de respeito e admiração.

Que a conduta particular de cidadão, seja o espelho da vida profissional. Sejamos felizes, e que no cair de cada tarde, seja a lembrança uma ressurreição dos melhores dias que passamos em nossas vidas. Meus queridos amigos, nunca se esqueçam, há uma alma humana em cada ser que transita ao nosso lado.

Quando estiverem em seu palácio, na sala de aula, na delegacia, no Fórum, vestidos como deuses, lembrem-se de que há uma mulher mal vestida, com uma sacola, uma estátua da Deusa Arthemis, com os olhos vendados e uma balança, igualando todos. O violento, o rico e a mulher da sacola. É possível humanizar o Direito, porque, no dia de hoje, esses novos operadores do Direito possuem um grande desejo: - Que o amor à pessoa humana esteja acima de todas as coisas. Temos um diferencial, um grande amor ao ser humano.

E como dizia São Paulo: - “Mesmo que eu falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria”.

A noite avança e o dia vem.

O Direito amanhã será mais humano, porque assim o faremos.

 

 


PARTE VIII

RELIGIÃO EM ITUMBIARA

 

66 – O ano de 1998 foi muito difícil para a Igreja Católica Local.  Com uma grande dívida contraída para a construção de uma Igreja,  mobilizou-se toda comunidade católica.

Folha de Notícias – 14 de julho de 1998.

 

A dívida da Diocese de Itumbiara

 

 

A Diocese de Itumbiara promoverá dia 19 em 23 paróquias, o dia da doação, visando arrecadar recursos para pagar uma dívida com 48 credores, que está em torno de R$ 500 mil.

Depois de quitar quase R$ 250 mil, a comunidade católica liderada pelo Bispo Dom Miguel Pedro Mundo[94], quer nos próximos 5 meses, liquidar toda a dívida.

O dia D como está sendo denominado, vai movimentar todas as comunidades religiosas católicas, que têm a oportunidade de se unir mais em torno desse objetivo. Algumas pessoas relutam em colaborar, como o leigo que afirma: “Quando eu estava quebrado, ninguém me ajudou. Também não tenho motivos para pagar dívidas que os outros fizeram.”

O assunto é bastante complexo, pois causou muitos transtornos para a Diocese de Itumbiara, chegando a culminar com a renúncia do Bispo Dom Celso[95].

Numa igreja que já passa dificuldades com falta de padres e tem divisões tanto em relação aos pastores, quanto aos leigos, o problema agrava ainda mais a situação.

De um lado há os credores desesperados para receberem, chegando a causar depressão em alguns; outros mais nervosos querem receber de qualquer maneira. Do lado da Diocese há o esforço supremo que reúne mais de 500 pessoas, tentando unir o povo dividido, na difícil missão de saldar uma dívida que por ele não foi contraída.

O fato tem alguns pontos positivos, como o de reunir um povo que anda muito dividido, em torno de um objetivo comum, além despertar o católico para uma participação mais ativa no pagamento do dízimo. Nesse ponto, os evangélicos têm administrado com mais competência a questão, prova disso é o crescimento desses grupos na construção de templos e aquisição de veículos de comunicação. O católico tem resumido suas participações em seus próprios grupos dentro da igreja, e nos cultos dominicais.

O ponto negativo está no fato de como a questão foi administrada deixando que se chegasse a essa situação e ainda na grande repercussão negativa que trouxe para a cidade de Itumbiara e sua comunidade católica, sendo motivo de piada a nível nacional.

Talvez esse momento difícil que a Diocese de Itumbiara passa, seja o marco para uma profunda transformação de sua comunidade católica, que após a união para a solução dos problemas financeiros, continue ainda, principalmente leigos e padres para construírem uma sociedade melhor, mais participativa e solidária.

 

 


67 – A igreja católica parece perder fiéis para as igrejas evangélicas. Enquanto estas se adaptaram aos novos tempos, aquela com estrutura mais rígida vai perdendo espaço e fiéis.

Folha de Notícias – 17 de dezembro de 1997.

 

Para onde foram os fiéis?

 

 

Pesquisas têm demonstrado que nos últimos anos a Igreja Católica Apostólica Romana vem perdendo fiéis no Brasil e ao mesmo tempo apontam um crescimento no número de seguidores das igrejas evangélicas. Uma explicação simplista da cúpula da Igreja Católica é a de que ela estaria perdendo em quantidade, mas ganhando em qualidade, pelo fato dos que ficam são verdadeiros praticantes e não têm apenas o rótulo de católicos.

Apesar da visão leiga sobre o assunto, é possível captar outras razões que influenciam este fenômeno religioso. O primeiro é de que a mensagem católica é de penitência. É preciso sofrer para ganhar o Reino dos Céus, enquanto os evangélicos contra-atacam ao sentirem esta grande ânsia do Homem, de ser feliz aqui na terra, tendo um bom emprego, realizando-se profissionalmente, no amor, enfim, satisfazendo todas as suas necessidades materiais. O elemento esperança é o principal chamativo destas igrejas evangélicas.

Outro fator é a própria divisão que existe dentro da igreja católica. Há por exemplo bispos conservadores que pregam uma igreja mais voltada para o lado espiritual, enquanto há outros considerados progressistas que defendem uma postura da igreja mais voltada para o lado social. Partindo para os  leigos é possível também verificar estas divisões, como no Movimento Renovação Carismática que se aproxima muito dos evangélicos em suas celebrações, em contraste com as comunidades eclesiais de base, mais voltadas para o trabalho social.

Há divisões nas próprias missas, pois há uma para as crianças, uma para carismáticos, uma pra equipistas, quando se deveria procurar a união de todos nestas celebrações. Para quem vai à missa todos os domingos poderá comprovar vendo sempre as mesmas caras no altar, não se busca uma participação maior de todo o povo católico. há também  uma falha na acolhida que os católicos dão a seus seguidores, enquanto os evangélicos procuram inovar, recebendo seus fiéis com muita alegria, a partir da porta da igreja.

Outro ponto importante está na utilização dos meios de comunicação. Os evangélicos têm investido em massa tanto em rádio, como televisão e jornal, coisas que não tem feito  os católicos.

É inegável que a Igreja Católica teve um avanço muito grande nas últimas décadas quanto à participação dos fiéis em suas celebrações, mas é preciso melhor se adaptar para acompanhar as novas necessidades de seu povo, sob pena de continuar a perder fiéis.

 

 


68 – A partir da crítica de um leitor, o autor procura mostrar como vê o comportamento do povo católico, do qual faz parte.

Folha de Notícias – 28 de outubro de 1998.

 

O comportamento dos católicos

 

 

Um leitor telefona para reclamar do artigo que defendia um trabalho preventivo pelos órgãos públicos em relação as adolescentes que estão ficando grávidas em grande número na cidade. Para ele, o assunto da maneira que foi tratado, incentiva essas meninas a iniciarem a vida sexual mais cedo, o que vai contra os ensinamentos do catolicismo que defende o sexo só após o casamento.

Concordei com o leitor que o Brasil seria bem melhor se os 122 milhões de católicos seguissem as regras da Igreja e não a consciência de cada um, mas a realidade mostra uma atuação diferente dos leigos em relação ao que é ensinado pelos 15.652 padres no Brasil. Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha no ano passado em 80 igrejas das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro apontaram que 68% dos católicos seguem mais a consciência do que as regras da Igreja.

Os entrevistados foram questionados sobre outros assuntos polêmicos e as respostas, realmente, comprovam que os católicos estão dando mais valor à consciência do que as normas.

Em relação, por exemplo, ao uso da camisinha, que é condenado pelo Papa, conta com o apoio de 90% dos entrevistados que justificam o uso para evitar a gravidez e 96% quando o motivo é prevenção da AIDS.

Sobre o casamento religioso somente 34% consideram obrigatórios, enquanto 64% defende que  se pode morar junto sem passar pelo altar.

Quanto à necessidade da mulher casar virgem, apenas 45% defendem a virgindade pré-matrimonial feminina.

É certo que o leitor questionará que em Itumbiara essa realidade é outra, uma vez que nas capitais, as pessoas tendem a ter um pensamento mais liberal, mas aqui também não é diferente. Os católicos daqui poderão até ter outra postura se questionados sobre esses assuntos, mas o dia-a-dia tem mostrado que realmente o comportamento de cada um não é diferente dos irmãos do Rio de Janeiro e São Paulo.

Um outro ponto levantado pelo leitor e que ele sugeriu que defendêssemos nesse jornal seria da união entre os católicos, que deveria começar com os sacerdotes e estendesse a todos os movimentos leigos. Na visão dele, estamos tendo tantos problemas na família, justamente porque exemplos de desunião estão vindo de cima.

Nesse aspecto o leitor tem razão, porque é um assunto que certamente preocupa os bispos brasileiros.

Em estudo realizado pela 35ª assembléia da conferência dos bispos brasileiros, o assunto foi discutido e feito um texto em que os bispos vêem os movimentos com estrutura própria, espiritualidade própria e líderes próprios, causando tensões entre os grupos e a hierarquia da Igreja. Em Itumbiara um dos grupos que mais aparecem é a Renovação Carismática, mais voltada para a espiritualidade, enquanto que as equipes de Nossa Senhora são mais voltados para a família.

Certamente se esses grupos fossem mais unidos e alguns sacerdotes mais humildes, muitos ensinamentos seriam seguidos e os católicos dariam mais valor às normas da Igreja do que a própria consciência.

 

 


PARTE IX

CULTURA EM ITUMBIARA

 

69 – O autor cobra das empresas itumbiarenses, uma atitude mais participativa nos eventos culturais da cidade.

Folha de Notícias – 07 de janeiro de 1998.

As empresas e a cultura

 

 

A cidade é carente de atividades culturais e o município não dispõe de recursos financeiros para investir neste segmento. Isso é obvio ululante, mas também não é motivo para decretar que o cidadão itumbiarense ficará privado pelo resto da vida deste importante instrumento de desenvolvimento. É evidente que o município tem que colaborar com um mínimo possível, que seria a construção de um local para a realização destes eventos e de um agente fomentador, que no caso já existe, e tem a vantagem de ser dirigido por pessoal altamente competente e com credibilidade na cidade para buscar o que consideramos essencial para a mudança do programa cultural da cidade, que é o engajamento das grandes empresas da cidade no patrocínio de eventos desta Natureza.

Já se constitui uma tendência das grandes empresas do Brasil o investimento em atividades culturais ao lado do marketing tradicional em propaganda e publicidade e com retorno satisfatório para os empresários. É o que afirma a Consultora Maria Christina de Andrade Vieira, criadora e diretora de Andrade Vieira Arte, que presta consultoria de marketing cultural no Brasil e no Exterior. Há vários exemplos de grandes empresas brasileiras financiando projetos culturais e que as empresas itumbiarenses poderiam se inspirar para incrementar a cultura da cidade. Na Literatura, temos o prêmio Nestlé de Literatura, a Elma Chips financia festivais de música Reggae, na área de Teatro temos o prêmio Shell de Cultura, temos ainda a ciranda do livro e a ciranda da Ciência patrocinada pela Hoechest, temos ainda a Gessy Lever com patrocínio de dança e música erudita, a Antarctica nas Artes plásticas e o banco Itaú na área de cinema.

Especificamente em Itumbiara, o que poderia ser feito? Temos grandes empresas que poderiam no mínimo financiar um evento cultural mensal, ou ainda adotar uma grande biblioteca, uma escola de música ou de artes, e assim por diante. Poderíamos ter durante o ano: Prêmio Maeda de Literatura, o Festival Sinhá de Música[96], O Festival de Dança do Serve-Dia[97], o Recital do Colégio de Aplicação, o Rodeio Brahma[98], uma peça teatral patrocinada pela Skol, uma apresentação da orquestra filarmônica de Goiás financiada pela Dinâmica[99], enfim o que não falta é campo para as empresas investirem. As empresas Itumbiarenses já contribuem de maneira significativa com a comunidade, através da oferta de empregos, mas sua ajuda a cultura é necessária e fundamental. Com certeza este é o único caminho para mudar a imagem de Itumbiara, de carente de cultura, para uma cidade que oferece a seus cidadãos esta condição fundamental para o desenvolvimento, que é a evolução cultural de seu povo.

70 – Com o esforço individual e ausência do poder público no fomento da cultura, alguns jovens vão se destacando no campo da música em Itumbiara.

Folha de Notícias – 31 de julho de 2000.

 

Talentos de Itumbiara

 

 

Vários músicos de Itumbiara têm se destacado na região, divido ao trabalho de qualidade, apresentado aos admiradores das musicas popular brasileira e sertaneja. O grupo “Altha Volthagem” liderado pelo jovem Alexandre, tem espaço garantido nas rádios da região e está se tornando uma presença constante em grandes eventos, como o da última exposição agropecuária da Cidade. No CD da banda, há musicas para todos os gostos e não perde em qualidade para músicos consagrados do país. Não há dúvida que em um curto espaço de tempo, as músicas desta banda estarão sendo tocadas nas principais cidades do Brasil.

A receita da banda é simples: talento aliado a dedicação no trabalho. Contando com a ajuda de amigos, o grupo vai divulgando o seu trabalho e conquistando cada vez mais espaço.

A Dupla “Giancarlo e Gabriel[100]” segue a mesma trilha do sucesso e vai ocupar um espaço na música sertaneja. Os jovens Cristiano e Serginho, com muita humildade e talento, cantam músicas que agradam todo tipo de público: adolescentes, jovens e adultos.

Algumas características comuns marcam o trabalho desses jovens itumbiarenses, como a origem na participação em cantos de celebrações religiosas, participação nos festivais de música da cidade, a independência em relação ao poder público, a humildade, o talento e muito trabalho. É importante ressaltar que outras bandas estão chegando e novos cantores se despontam, como as meninas da família Guerino, que inclusive já chegaram à tela da Globo[101].

Estes jovens de sucesso trazem algumas lições aos adultos que cuidam do destino da cidade de Itumbiara. Primeiro, da esperança que dias melhores nos esperam no campo da cultura, setor totalmente desprezado pelos governantes municipais que ocuparam o palácio Castelo Branco.

É bom destacar que os grandes eventos na área de música na cidade entre os quais se destaca o “Fest Sinhá” são coordenados por sonhadores, como os jovens Vanderlei, Sílvio e o próprio Alexandre do grupo “Altha Volthagem”.

A segunda lição é que estes jovens vencem por esforço próprio, simplesmente aliando talento e trabalho. Mas o grande mérito desta turma de vencedores é mostrar que as coisas acontecem mesmo em condições adversas, sem apoio do poder público. Como ganharia muito o esporte, por exemplo, se seguisse esta receita. Certamente teríamos ainda vivo o time do Itumbiara que agoniza pelo descrédito.

 

 

 


71 – O povo de Itumbiara gosta de cultura. Todo evento cultural realizado na cidade sempre é bem prestigiado pelos cidadãos e cidadãs.

Tribuna da Imprensa – Publicado em 2004.

 

Fome de cultura em Itumbiara

 

 

A cada evento cultural que se realiza em Itumbiara, observa-se que a comunidade local participa ativamente, em grande número, de forma educada, demonstrando que aqui também se aprecia coisas boas.

Em recente apresentação no calçadão da avenida Beira Rio, o pianista Artur Moreira Lima  que está percorrendo o Brasil divulgando seu trabalho, derramou grandes elogios a cidade e aos presentes. Nas palavras dele: “é o melhor público entre os quais já se apresentou e a cidade é muito bonita e possui um rio lindo.”

O gosto pela cultura  em Itumbiara não é um fenômeno restrito a pessoas com maior poder econômico, que estiveram na apresentação na avenida  Beira Rio. Nos bairros da cidade, a cada final de semana os jovens estão presentes nas ruas e quadras de esportes, apresentando grupos de dança.

Nos dois exemplos citados de manifestações culturais, destaca-se a necessidade de incentivos, seja da iniciativa privada, seja do poder público.

No caso da apresentação do pianista, a concessionária local de serviços de comunicação CTBC tornou possível com seu patrocínio a realização do evento, muito bem organizado e com conforto para os presentes. A Prefeitura também deu seu apoio.

Já nos bairros, percebe-se a ausência do Poder público no fomento a cultura, justamente em um local em que se faz necessário, pela carência financeira dos organizadores.

Em uma apresentação no Bairro Burity I, a diretoria do bairro teve que se virar para providenciar iluminação e  som. Centenas de jovens se fizeram presentes para dançar, cantar e escolher sua miss. E assim também a situação se repetiu nos Bairros Norma Gibaldi e Ulisses Guimarães.

Há milhares de jovens em Itumbiara querendo dançar, cantar, aprender a tocar um instrumento, publicar um livro de contos e poesias, gravar um cd, apresentar suas tradições culturais, representar num teatro, mas não há nenhum programa local de incentivo a cultura.

Interessante ressaltar que em Itumbiara há grandes empresas beneficiárias de benefícios fiscais do governo estadual, que devem destinar alguns recursos para incentivo a cultura e por incrível que pareça, somente são patrocinados cantores e escritores de outras cidades. Não que as empresas estão erradas, mas falta divulgação aos artistas Itumbiarenses para pleitearem os incentivos.

 

 


PARTE X

FILOSOFIA

72 – Nesta parte do livro, o autor deixa um pouco de lado os assuntos ligados a cidade, para refletir sobre a filosofia.

Folha de Notícias – 20 de julho de 1997.

 

O valor da ética

 

 

Ao tratar de uma questão ética, levada à apreciação do telespectador, o programa Você Decide, exibido pela Rede Globo no último de 10, trouxe resultado decepcionante para aqueles que defendem a honestidade como princípio básico de conduta. O enredo do programa mostrava uma funcionária com problemas financeiros em casa, sugerindo três alternativas para o final do episódio.

A primeira seria aderir a uma ação criminosa e resolver sua situação no lar; a segunda, denunciar o chefe criminoso; por fim, a última seria se demitir, silenciando-se sobre a questão. Através de ligações telefônicas, o telespectador, em sua maioria, decidiu que a personagem deveria aproveitar a chance de melhorar a vida e entrar no esquema criminoso.

Não é sem razão que o País é maculado por escândalos quase diários[102], uma vez que uma parcela significativa de seu povo acaba aprovando este tipo de conduta. Entre a defesa de um princípio ético e a vantagem pela transgressão, grande parte de nossos cidadãos opta por esta. Fica difícil condenar alguém por sua conduta contrária à ética.

Na história, os exemplos têm se apresentado ingratos para os defensores de uma conduta mais ética. Assim foi com Sócrates, na antiga Grécia, que educava, principalmente a juventude, para uma vida exemplar e foi condenado pelas autoridades na época, preferindo beber cicuta a ter que mudar sua vida.

Jesus Cristo pregou uma sociedade justa e acabou crucificado. A cada dia, menos pessoas têm vocação para mártir. Não é fácil defender a ética e a moral como princípios básicos na conduta do cidadão em suas diversas atividades humanas. A família já não consegue transmitir estes princípios, com eficiência, em virtude da concorrência dos exemplos que nos são mostrados. Resta a escola cumprir este papel, que pode ser conseguido, por exemplo, mudando-se o currículo escolar.

A cada episódio como este, tão comum no nosso cotidiano, vem à nossa mente a lembrança de Rui Barbosa, quando dizia que, de tanto ver prevalecer injustiças e desonestidade, o cidadão sente vergonha de ser honesto.

 

 


73 – O Artigo é dirigido aos governantes, fazendo uma reflexão sobre o poder efêmero. Deveria ser utilizado a favor de Itumbiara, mas o homem nos diversos tempos,  estão preparados para utilizar o poder?É o questionamento que o autor pretende  com o texto.

Folha de Notícias – 28 de março de 2001.

 

O homem, o tempo e o poder

 

 

“Se quiser conhecer um homem, dê-lhe o trono, o poder. Se ele não tiver olho para ver, nem ouvido para escutar, seu peito se encherá de vaidade, e saia de baixo, porque o tombo e iminente, esborrachará no chão como uma jaca apodrecida e fétida.”

 

Jose Mendonça Teles – Escritor goiano

 

 

Na historia da humanidade, sempre se ouviu dizer de homens que se transformaram completamente ao se tornar donos do poder.

Em qualquer campo, seja político, econômico e até no religioso, o homem quer ocupar o lugar maior de sua instituição. O prefeito quer virar governador, o estafeta presidente de sua empresa e o padre, bispo de sua diocese. Todos querem, no seu tempo, ser aquele que nomeia, transfere, demite, protege ou persegue, como um senhor de tudo e de todos.

Aparentemente, não há nada de errado no fato do homem buscar seu crescimento individual, e muitas coisas se transformam para melhor, justamente por essa luta diária do homem que o faz crescer. O problema começa, quando ele alcança o andar de cima e julga que as escadas só foram feitas para subir.

Alguns desses homens que obtém o sucesso em suas buscas, fazem do livro “O príncipe”[103], de Maquiavel, o livro do travesseiro, usando todas as técnicas para se dar bem e se manter no poder alcançado, não se importando quais os meios utilizados.

O sábio, certamente faria do livro bíblico “Eclesiastes”, que narra as condições da Palestina, no século III a.C., uma leitura básica para a reflexão no uso do poder. Ao fazê-lo, veria que não há nada de novo debaixo do sol. Afinal, como o sol que se levanta e se põe, o vento gira, dando voltas em redor do mundo, e os rios, que embora cheguem ao mar, jamais param de correr.

Se o homem entendesse a efemeridade das coisas, ao deter o poder de qualquer instituição, haveria de fazer um questionamento fundamental: como usar o poder para melhorar as condições de vida dos outros componentes de sua comunidade?

Por que não usar toda essa energia para gerar empregos para uma legião de homens e mulheres desempregados e que já perderam todas as esperanças num tempo melhor ou levar esperanças para a família que tem o filho drogado, ao doente mal tratado nos hospitais e sem condições de adquirir o remédio para ser curado.

O homem que detém o poder precisa entender que o tempo agora e de dar cidadania às pessoas que tem fome, educação as crianças e casa aos desabrigados. O poder deve se constituir numa ferramenta que mude o mundo de hoje para melhor.

Quanto ao tempo, seja novo, bom ou velho, é o tempo de destruir, não aos inimigos, e sim a soberba, a arrogância, males que levam a um mundo de conflitos. E tempo de construir uma nova comunidade, onde todos tenham a sua dignidade restabelecida pela melhor qualidade de vida, proporcionada pelas ações do governante.

É tempo de descobrir que tudo é fugaz, como uma corrida atrás do vento. Aquele que hoje e admirado por deter o poder, amanha poderá não ter alguém para compartilhar o jantar[104]. E tempo de obter sabedoria para entender que, debaixo do sol, não há nenhuma novidade e que o poder não se eterniza e nem imortaliza ninguém.

É sempre tempo de jogar nas águas do Rio Paranaíba, que passa manso e belo, as vaidades pessoais e entender que a gloria de hoje, será sucedida pelo fracasso e desprezo, amanha. O melhor tempo é aquele destinado ao plantio, a ajuda, a esperança. É desse tempo que Itumbiara precisa.

Quem não entende o recado do tempo e nem sabe utilizar o poder, terá o destino da jaca apodrecida e fétida, se esborrachando no chão.

 

 


PARTE XI

EDUCAÇÃO

 

74 – A construção de uma biblioteca ainda não foi prioridade entre os governantes municipais. Há uma crítica também em relação às escolas que não estão devidamente equipadas com bibliotecas.

Folha de Notícias – 05 de agosto de 1998.

 

Uma biblioteca pública

 

Geralmente os anúncios de grandes investimentos em uma cidade refere-se a construção de grandes empresas, pois na economia capitalista, isso é o símbolo do progresso.

Há outras cidades e governantes que também dão grande valor a um investimento, que não aparece para o grande público, mas que é sinal de desenvolvimento para uma comunidade. Trata-se da aplicação do dinheiro público na construção de bibliotecas, visando dar acesso a uma grande parte da população que hoje não tem, as grandes obras literárias, jornais diários e revistas periódicas entre outros.

Para quem está na área do magistério sabe a dificuldade que tem as escolas públicas para incentivarem as crianças e adolescentes ao hábito da leitura. Bibliotecas acanhadas, quando tem, e pobres em obras, fazem dos alunos desses estabelecimentos, alienados do mundo cultural, pela privação da leitura.

Nos bastidores da política, conta-se que há alguns anos atrás, uma verba federal estava destinada a construção de uma biblioteca pública em Itumbiara, mas por divergências políticas entre o deputado federal e o prefeito da época, o dinheiro que tinha o destino daqui, acabou indo para Uberlândia – MG. Historias como essa, mostra que verbas existem, talvez falte dar prioridade ao assunto.

O custo desse empreendimento também não é alto, se comparado com o grande beneficio que pode trazer a população.

Por exemplo, em Itumbiara, se houvesse a decisão firme de dotar a cidade de uma grande biblioteca pública, o que teríamos de imediato: a questão do local seria facilmente resolvida com a adaptação de um daqueles bares da Avenida Beira Rio. Parece até que existe um projeto da FUNCELE[105] nesse sentido, mas como envolve aquela avenida, onde o prefeito Cairo Batista tem a intenção de melhorá-la por completo, o projeto da biblioteca fica apenas no papel, se é que ele existe.

E as obras, onde seriam buscadas? As grandes empresas hoje estão voltadas para essa preocupação social com a comunidade, e grupos empresariais que já ajudam algumas escolas da cidade como a CTBC Telecom e Caramuru, certamente doariam muitas obras.

Como se vê, o que falta mesmo, é o querer fazer, e as melhorias do parque de exposição da cidade, assim como o parque municipal mostra que tudo é possível.

Resta mostrar quem pode e tem o dever de fazer, que uma biblioteca pública também é sinal de desenvolvimento.

 

75 – O autor preocupa principalmente com a gestão democrática do ensino. É neste ambiente que se formam os verdadeiros cidadãos.

Revista “Acontece” Ano 03 nº 39 – Itumbiara, edição de Dezembro de 2000.

 

Uma escola para formar cidadãos

(ou, a democracia deve começar nas escolas...)

 

 

“Para ensinar é preciso de Eros, é preciso de Amor. Se o professor não tem paixão pelo que ensina, se não tem interesse pelas pessoas, ele é um péssimo professor”.

Edgar Marin – pensador francês

 

A cada ano, cresce a preocupação de pais e alunos com a qualidade do ensino e a gestão democrática da escola. O milênio que termina enseja uma reflexão sobre qual é a melhor escola para se matricular no ano que se aproxima, tendo em vista a necessidade de escolher aquela que dará melhor formação ao aluno, seja para a criança, o jovem e até o adulto que está voltando a sala de aula, preparando-se para enfrentar os dias difíceis que o mundo passa.

Em termos de qualidade, uma má notícia: o desempenho dos alunos está em queda. Dados apurados pelo INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, através do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, apontam um decréscimo generalizado entre os anos 95 e 99 no desempenho dos alunos do ensino fundamental e médio em Goiás, notadamente em língua portuguesa e matemática.

No aspecto da gestão democrática do ensino, a cidade de Itumbiara também não vive um bom momento. Mesmo levando em conta que as escolas estaduais do município com mais de 13 mil alunos matriculados, após 13 anos voltam a eleger seus diretores de forma democrática; o município através de seus poderes legislativo e executivo impediu a realização de eleições de seus diretores pela comunidade escolar.

Nesse ambiente de queda na qualidade do ensino e gestão democrática da escola, manipulada por interesses político-partidários, o aluno tem o desafio de procurar a melhor escola para a sua formação no novo milênio.

São 56 opções, sendo 20 escolas estaduais,  16 municipais e 20 particulares para o ensino básico, enquanto em nível superior são oferecidas mais de 700 vagas em 15 cursos por três faculdades.

A queda na qualidade do ensino pode ser atribuída a uma série de razões, entre elas a da pouca leitura de livros, uma vez que faltam bibliotecas e incentivo do professor para levar o aluno a gostar de ler. Mesmo em época que se multiplica as tecnologias de informação, são raras as escolas que oferecem o acesso do aluno, pelo menos na Internet. Até aquelas escolas que contam com recursos básicos como o livro, falham no ponto fundamental, que é contar com professores que preparem o aluno para ser cidadão.

Pela ação dos alunos no dia a dia, percebe-se que estão sendo formados para a subserviência e isolamento do mundo. Isso pode ser resultado do método de ensino, que se resume na reprodução mecânica do conhecimento, tendo o aluno o papel de receptor de dados, que não pensa, não age e nem vive em função de sua comunidade.

O professor não prepara o aluno para ser cidadão, porque leva para a sala de aula apenas as disciplinas a serem ensinadas. Falta acesso ao ensinamento de Platão que defende a necessidade de se ensinar com amor ou de Sócrates para levar o aluno a aprender pensar. Questões como a da ética do ser humano, a solidariedade entre as pessoas e a participação ativa do cidadão na comunidade, perdem espaço para a defesa de pequenos interesses político-partidários.

Com esta formação, cria-se uma massa de alunos alheios às questões importantes da comunidade e que influem no destino de cada um. O fato, por exemplo, de não haver nenhuma manifestação de alunos ou de pais sobre o golpe nas eleições para diretores das escolas municipais, é reflexo da formação que o aluno está recebendo.

Além do professor, que é um dos principais agentes no processo ensino-aprendizagem, os pais também desempenham importante missão, primeiro escolhendo para seus filhos aquela escola que forma cidadãos e principalmente participando da vida escolar, votando para eleição dos diretores e cobrando qualidade no ensino.

Para escolher o melhor ensino, não se deve procurar o melhor prédio, o ambiente religioso ou aquela que leva o filho direto para a faculdade; nem se deve evitar a escola pública, onde questões políticas superam as preocupações com a qualidade. A escola que o aluno precisa, é aquela que prepara para a vida. Ensina que o aluno deve ser um cidadão, agindo e transformando para melhor, o ambiente em que vive.

Onde tiver um bom professor preparado para fazer do aluno um cidadão, ali estará a melhor escola para o aluno. É pela ação de cada aluno na comunidade que se conhece a qualidade de ensino que a escola oferece. Se a qualidade do ensino vai mal e a comunidade escolar não participa da gestão democrática na escola, é sinal que a escola não está formando cidadãos.

 


76 – O autor viaja no tempo para homenagear os professores que se destacaram em sua vida estudantil.

Folha de Notícias – 10 de agosto de 2000.

 

Um tributo aos professores

O professor desempenha um papel preponderante na vida de cada cidadão em relação ao trabalho. Para ser considerado um vencedor nestes tempos de extrema concorrência no mercado de trabalho, o mestre é figura essencial. Na sala de aula é desenhado o futuro profissional de cada aluno. Se há um interesse em aprender, o sucesso no trabalho é apenas questão de tempo.

Depois de mais de duas décadas convivendo no ambiente escolar, sinto que há uma enorme dívida a pagar para esses admiráveis seres humanos, que dedicam suas vidas em prol do desenvolvimento moral, intelectual e social do homem. Não importa o sistema de ensino, se público municipal, estadual, privado ou conveniado, a figura do professor faz parte da vida do aluno para sempre.

Fazendo uma viagem no tempo, vem a imagem da professora Maria Helena na escola estadual Cunha Matos ensinando as primeiras letras do alfabeto. Na escola estadual Mauro Borges, é inesquecível a solidariedade da professora Mariza, que doou o uniforme escolar para ingresso no Instituto Francisco de Assis, onde o professor Nivaldo ensinou os primeiros passos de futebol de salão.

No colégio municipal Floriano de Carvalho, uma das melhores escolas do município, veio o privilégio de ser aluno dos conceituados professores Lara ensinando as primeiras notas musicais e de dona Carminha com a Geografia. No colégio estadual Dom Veloso foi aprendido o método das partidas dobradas com o professor Célio Paghoto e até as difíceis fórmulas de física com o professor Ferreira.

O primeiro curso superior veio com a gloriosa FESIT, fundação municipal que propiciava o ingresso de pobre no ensino superior. No curso de Ciências era impossível não aprender matemática com a professora Guiomar Vidica. Ainda na FESIT que quase virou SOMAFESIT administrada pelo competente Dr. Onofre Barbosa, na faculdade de administração foi possível conhecer muito do Direito Tributário e da Administração Pública através do professor Dr. Cleuber Cardoso.

Por falta de um curso de Direito, foi preciso enfrentar os perigos das estradas no ônibus da Prefeitura Municipal dirigida pelo zeloso “tio Eurípedes” para conhecer o competente professor Manoel Tibúrcio de sabedoria ímpar na UEMG em Ituiutaba-MG.

Hoje na UFG, terminando o curso de Direito, o professor juiz Dr. Adegmar José Ferreira ensina mais com a vida do que com os livros didáticos. Na Fundação Getúlio Vargas, através de altos funcionários do governo federal, vai se conhecendo por dentro o funcionamento do estado e do sistema político.

Enfim, para alcançar o emprego que traz orgulho, por contribuir com a saúde, educação e segurança daqueles que não podem pagar por um serviço privado, cada professor contribui com uma parte.

O espaço é pouco para citar todos, mas a gratidão é grande a todos àqueles que contribuíram para minha formação como cidadão.

 

 

77 – A droga na escola é um problema que não pode ser ignorado na cidade.

A educação no Município e no Estado deve ser mais atuante no sentido de agir preventivamente, defendo o autor.

Folha de Notícias – 10 de junho de 1998.

 

Drogas nas escolas

 

Constantemente os meios de comunicação têm noticiado a presença de drogas nas escolas. O problema parece estar longe, mas é essa a realidade. O drama das drogas nas escolas pode estar muito perto de nós.

A polícia federal, preocupada com o assunto, pensa até em responsabilizar criminalmente os diretores de estabelecimentos escolares que forem omissos na prevenção do tráfico e consumo de drogas nas dependências das escolas.

A situação é grave e complexa de ser resolvida, merecendo das autoridades que lidam com a educação, uma atenção muito especial para o assunto.

É difícil a situação dos professores e perigosa para conduzir o assunto, já que os envolvidos no consumo e tráfico não medem as conseqüências de seus atos e qualquer falha do professor ou diretor pode trazer conseqüências desagradáveis.

Antes da repressão, deve-se trabalhar na prevenção, com campanhas periódicas envolvendo a mídia e segmentos organizados, a fim de mostrar ao jovem que está neste caminho, que as conseqüências de seus atos são as mais prejudiciais possíveis, levando inclusive à morte.

A família deve estar atenta, para que no primeiro sinal de que a droga esta presente na vida de seus filhos, procurar a ajuda necessária, para que o problema não tome conseqüências mais trágicas. Mais uma vez vale o conselho da prevenção em lugar da repressão, é sempre bom lembrar que este caminho pode começar com um simples copo de cerveja até chegar à droga, que é mais prejudicial.

As instituições educacionais devem reservar mais tempo nas campanhas de prevenção, mesmo não havendo qualquer sinal da presença de drogas em suas dependências.

As secretarias de Educação do Estado e do Município têm de dar a atenção ao assunto, a fim de reduzir a presença desse mal em nossas escolas.

As rádios e jornais também podem dar a sua colaboração no sentido prevencionista. Só na região temos 3 rádios comunitárias, 2 emissoras AM e 2 emissoras FM, além de periódicos, mas pouco se tem falado no assunto.

A participação de cada um pode salvar muitas vidas, principalmente de jovens.

Não podemos ficar omissos, pois hoje o problema pode estar acontecendo bem perto de nós. Com mais prevenção poderemos proteger mais a vida de nossos jovens.

 

 


78 – A questão da municipalização do ensino fundamental merece um destaque do autor. O assunto é interessante,  pois representaria mais recursos para o município em razão da distribuição do FUNDEF.

Folha de Notícias – 17 de janeiro de 2000.

 

A municipalização do ensino em Itumbiara

 

 

“Não basta que o governo queira ou decida, porque esta mudança não se faz apenas com Leis e Decretos, descentralizando ações ou resoluções que delegam que a gestão da escola pública seja feita pela comunidade” Pacto de Minas pela Educação - 1994

 

Desde o ano de 1997 já deveria ter ocorrido em Itumbiara a municipalização do ensino fundamental, mas como a comunidade foi omissa até então, o assunto vai sendo postergado. Não se sabe ainda a razão da demora na municipalização, se problemas políticos ou questões técnicas emperram o processo, o certo é que já traz conseqüências negativas, como por exemplo, a falta de oferta do ensino pré-escolar.

Para se ter uma idéia da dimensão do problema, no ano passado havia mais de 25 mil alunos matriculados em Itumbiara nas redes privada e pública, assim distribuídos: 2.474 na pré-escola, 17.956 no ensino fundamental e 4.919 no ensino médio. Esses números recomendam que o assunto seja tratado de maneira estritamente técnica, levando em consideração principalmente os alunos, que são a razão maior de uma escola, assim como seus familiares que estão preocupados em dar um futuro melhor para seus filhos. Este é um tipo de assunto que merece maior espaço nos meios de comunicação, através de debates envolvendo as autoridades responsáveis pelo processo, a fim de que a população seja esclarecida e faça a opção pelo melhor, evitando assim que seja decidida de forma política-partidária no interior dos gabinetes.

Com a sanção da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, a responsabilidade pela primeira fase do ensino fundamental (1ª a 4ª série) é do município, enquanto a segunda fase (5ª a 8ª série) cabe aos governos municipal e estadual e o ensino médio (antigo segundo grau) é de responsabilidade exclusiva do Estado.

Com base nessa nova legislação, o município de Itumbiara se preparou assinando termo de adesão com o governo federal e entregando proposta de municipalização a Secretaria Estadual de Educação, ou seja, o município de Itumbiara está pronto para municipalizar à primeira fase do ensino fundamental. Quanto ao governo estadual, este já está se preparando para o processo e pretendia neste ano repassar aos municípios cerca de 200 mil estudantes, apesar de que na realidade serão repassados pouco mais de 30 mil. Em Goiânia está ocorrendo o reordenamento do ensino médio, que deverá se estender ao interior e pelo menos 80 escolas estaduais não aceitarão matrículas para o ensino fundamental. Serão investidos ainda no ensino médio dentro de um ano e meio cerca de R$ 27 milhões, que serão utilizados para cursos de capacitação de professores, construção de laboratórios de informática, ciências e línguas, além de ampliação de bibliotecas.

Se o município está preparado e o Estado deseja cumprir a nova LDB, sendo inevitável a municipalização do ensino fundamental, então por que ela não ocorre?

Segundo a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, em entrevista a um jornal da capital, a municipalização não vai ocorrer em todos os municípios e aqueles que desejarem terão que obedecer a certos critérios, como o da aceitabilidade da sociedade. Até esta data não houve nenhuma manifestação contrária da comunidade sobre a municipalização.

Quanto aos professores, geralmente os mais preocupados, pois desconhecem o que vai ocorrer no futuro, informa a superintendente de ensino fundamental da SEE, Eliana França, que estes serão cedidos para trabalhar nos municípios, sem que deixem de ser funcionários do Estado. Não há razão então para este posicionamento contrário ou temos pelos docentes.

As famílias geralmente se preocupam com a qualidade de ensino na possível transferência da responsabilidade do ensino fundamental, mas em Itumbiara é notório esta boa qualidade da educação no município devido boa formação, capacitação e salário dos professores.

Aparentemente não há nenhuma razão de ordem técnica, nem manifestação contrária da comunidade contra a municipalização. Resta então a questão político-partidária. Será que ela existe?

Chegou à hora da comunidade através de professores, alunos, diretores, funcionários, famílias, sindicatos e associações tomarem o caminho que o povo mineiro já vem trilhando na condução da educação com excelentes resultados, reivindicando ao governo que conduza a situação de maneira estritamente técnica e priorize a melhora do ensino em todas a suas fases.

Levar em consideração o crescimento do aluno é preocupar-se realmente com o futuro do Município, Estado e União, já que haverão homens melhores preparados dirigindo seus destinos, no campo político, econômico e social. Fazer o contrário é prejudicar todo um povo. Cabe aos responsáveis pelo processo escolher o melhor caminho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

79 –  O autor mostra a realidade do município na época, quando Cairo Batista-PMDB assumiu o governo. Ao mesmo tempo faz comentários sobre os salários do professores e demais servidores do município.

 

GASTOS COM EDUCAÇÃO

Folha de Noticias – 18  de abril de 1998

 

            A população de Itumbiara está ansiosa para ver o desenvolvimento da cidade, mas desconhece alguns fatores herdados de governos passados, que são obstáculos quase intransponíveis para o novo governo.

 

            O primeiro refere-se a dívidas, que só no ano passado retirou de uma receita de R$ 22,6 milhões, a quantia de R$ 7,5 milhões, o equivalente a 33,5% do dinheiro arrecadado.

            Outro fator está na folha de pagamento, não em seu total, que no ano passado foi de R$ 11 milhões, ou 49,5% da receita,  mas sim na parte reservada para custear os profissionais do magistério.

            Com uma arrecadação média de R$  1,88 milhões, a folha de pagamento de professores que em percentual corresponde a 20% dos servidores, consome 50% da folha de pagamento total. A remuneração varia de R$ 300 a R$ 2,3 mil. Para efeito de comparativo, o governo de Goiás tem cerca de 30% dos funcionários na área de educação  e uma folha de pagamento do magistério representando cerca de 30% de toda a folha de pagamento.

            Os professores de Itumbiara ganham bem e os do Estado de Goiás são mal remunerados?

            Não vamos discutir esse aspecto, porque consideramos que todos devem ganhar bem, mas é indiscutível que os professores de Itumbiara são merecidamente bem remunerados.

            O estatuto do Magistério dá um tratamento muito especial aos professores, provocando uma situação de desiquilibrio  na folha de pagamento dos funcionários municipais. É justo quando se remunera bem o profissional do magistério, mas injusto quanto à coletividade, pois absolve uma vultosa soma de dinheiro, que deveria estar sendo investido em obras que atendesse a toda população.

            Hoje sobra para o governo municipal fazer a manutenção dos principais serviços públicos e para investimentos pouco mais de 16% da arrecadação, o que não está dando para atender toda a demanda da população. Se não houvesse a parceria com o governo estadual, a cidade já teria virado um caos.

            Quanto as dívidas herdadas, não há paliativo, resta apenas pagar. Quanto à educação, o governo Cairo Batista, com coragem enfrenta a delicada situação.

            O governo determinou que os professores que estavam em atividades administrativas  voltassem para a sala de aula, abriu concurso para preencher vagas onde havia carência de profissionais nas séries iniciais, corrigindo o contra senso que era ter professor  pós-graduado ministrando aulas para creches. O prefeito ao mexer em questões como estas, talvez tenha algum desgaste com a área envolvida, mas certamente terá o apoio da população, que entenderá como necessários os ajustes que estão sendo feitos. Quando está em jogo o bem estar coletivo, vale a pena algum sacrifício.

 


PARTE XII

SAÚDE

 

80 – Quando se fala em gestão pública em Itumbiara, não se pode deixar de fora a área da saúde. Seja pelos vultosos recursos destinados a ela, que já somam mais de R$ 1 milhão por mês[106], seja porque em pelo menos três gestões, o governo de Itumbiara teve a frente um médico no poder Executivo.

Neste primeiro artigo, faz-se uma crítica principalmente a área médica em relação ao atendimento que é dado a população.

Folha de Notícias – 20 de janeiro de 2000.

 

A saúde em Itumbiara

 

 

A discussão sobre a saúde em Itumbiara sempre priorizou a utilização de recursos financeiros. Quando um profissional da área fala sobre o assunto e tem ligações político-partidárias, critica apenas a gestão dos recursos, não se propondo a vencer o desafio, de prestar um melhor serviço público de saúde ao cidadão pobre, que utiliza o Sistema Único de Saúde – SUS.

Aqueles que poderiam tornar o principal instrumento de mudança, que são os médicos – políticos, não colocaram este assunto em suas agendas. A situação de desrespeito ao cidadão pobre, que espera em longas filas e é recebido nos consultórios dos hospitais públicos com desprezo, parece que vai sobreviver por um bom tempo ainda. A preocupação principal hoje e sempre será, quanto aos valores pagos pelo SUS aos médicos pelos seus serviços, que nunca serão suficientes, mesmo que a Prefeitura dirija 10, 20 ou 30% de seu orçamento para complementar.

Exigir comportamento diverso no sistema capitalista em que vivemos é uma atitude tão inócua, pois, afinal a sociedade valoriza os profissionais pelos recursos financeiros que recebem e acumulam, sejam eles médicos, advogados ou qualquer outro profissional.

Aqueles que teimam em praticar a medicina social com solidariedade, colocando a pessoa humana como foco principal da discussão, em detrimento dos valores pagos aos médicos pelo SUS, são chamados de demagogos e até tratados como suspeitos na gestão do dinheiro público direcionado para a área. A realidade não muda ainda, porque aquelas pessoas que podem provocar as transformações não utilizam este tipo de serviço, pois podem pagar o preço que os médicos cobram ou têm bons planos de saúde. E o pobre, que enfrenta o desrespeito em longas filas e culminam com o péssimo atendimento, até com desprezo por alguns profissionais médicos,. Quem poderá defendê-lo para que seja respeitado em seus direitos constitucionais previstos nos Artigos 196 a 200 da Constituição Federal de 1988?

É claro que nem tudo está perdido e como na história de “Chapeuzinho Vermelho”, o lobo ainda não devorou a criancinha. Não estamos no pior dos mundos. Pelo menos temos uma excelente rede física de hospitais e mesmo não tendo a qualidade desejada na prestação de serviço ao pobre, nenhum cidadão fica sem atendimento.

O gestor da saúde municipal tem grande vocação para o trabalho social, e sua honestidade na administração e aplicação dos recursos na área tem o respaldo da população. Prova disso é sua permanência na área por muitos anos, tendo como maior mérito, a sua solidariedade aos mais pobres e sem cores partidárias.

Agora, mudar o sistema como um todo, é apenas um sonho. Afinal, o SUS nunca pagará o que os médicos capitalistas acham que merecem pelos seus serviços e dificilmente aumentará os profissionais que colocarão o amor e a solidariedade na prática, acima de tudo.

Este artigo serve mais como reflexão daqueles que se dão bem com o injusto tratamento ao pobre e como incentivo aos que consideram o amor ao próximo e a solidariedade como riqueza a ser acumulada. Para estes, atender bem ainda é mais importante do que o valor pago pelo SUS.

 

 


81 – No segundo artigo sobre a saúde pública no município, há uma análise positiva sobre a gestão da saúde em Itumbiara. Confira.

Observa-se que o autor elogia o setor em 1998 e faz uma crítica aos médicos em 2000.

Folha de Notícias – 30 de abril de 1998.

 

A saúde pública em Itumbiara

 

 

Vista como a área que não funcionou até hoje no âmbito do Governo Federal, a saúde pública em Itumbiara vive um momento especial.

Fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido há muito tempo, os resultados em termos de qualidade de vida para a população já começam a aparecer.

No campo da desnutrição, por exemplo, relatório do Ministério da Saúde apontou a cidade com o segundo melhor índice entre os 86 dos 242 [107]municípios goianos no percentual de baixo peso em relação à idade.

Dados mais precisos sobre esse assunto deverão ser apurados através de pesquisa que será coordenada no nível de Governo Estadual que traçará o perfil nutricional de pelo menos 38.988 crianças de até cinco anos no Estado de Goiás.

No início deste ano foi inaugurado no Bairro Paranaíba a unidade de cuidados diários Dr. Marculino que acompanhará o crescimento e desenvolvimento de crianças de baixo peso. É uma iniciativa que merece altos elogios, pois proporcionará ainda mais condições de reduzir a desnutrição na cidade.

O grande destaque da cidade de Itumbiara está justamente nas ações básicas de prevenção. Pelo menos 19 núcleos já estão funcionando.

O serviço de saúde da mulher, com cinco anos de funcionamento é outro referencial no Estado. Pelo menos 40 casos de câncer ginecológico e de mama já foram diagnosticados nesta área.

Outros núcleos desenvolvem ações voltadas para os idosos, adolescentes, doentes mentais e ainda na área de doenças sexualmente transmissíveis.

Em relação a AIDS, que apresenta um grande índice de contaminados devido a situação geográfica da cidade e falta de conscientização de algumas pessoas, a prefeitura vem fazendo a sua parte onde tem serviços de orientação ao soropositivo e serviços de diagnósticos da doença no Hospital Municipal.

Outra iniciativa exemplar no município está na ação de agentes comunitários nas campanhas de combate a dengue. A cidade que já viveu uma epidemia de dengue clássica tem grande potencial para chegar aqui a dengue hemorrágica, o que tem sido evitado com o excelente trabalho prevencionista.

O cidadão costuma mensurar a qualidade da saúde de sua cidade que nem sempre é bom pelo atendimento ambulatorial, às vezes não dando o devido valor para o trabalho prevencionista, este sim importante.

Sem qualquer dúvida, Itumbiara e hoje um referencial de saúde pública no Brasil estando completamente preparada para a municipalização plena da saúde[108]. Nessa área temos bons operadores e o cidadão é o mais beneficiado.

 

 


82 – O autor não foi bem atendido e usou a coluna do jornal para manifestar seu descontentamento.

Folha de Notícias – 26 de agosto de 1998.

 

 

Atendimento médico privado

 

A cidade de Itumbiara possui um dos melhores corpos médicos do Brasil e uma rede hospitalar, tanto pública, quanto privada, que está entre as mais bem equipadas do País, mas, infelizmente, nem todos os profissionais que lidam na área conseguiram na Faculdade a habilidade para tratar bem as pessoas.

O motivo, talvez esteja na excessiva carga horária que estes profissionais têm que se submeter para terem um salário digno da profissão, acumulando cargos na área pública e clínicas particulares. Mesmo assim, não se justificam, o desprezo que alguns profissionais dessa área têm para com seus pacientes e principalmente quando este está à frente de um órgão que cuida da saúde no município.

Reclamar da saúde pública no País não é nenhuma novidade, mas na área privada quando se busca o atendimento nesse setor, espera-se, no mínimo a capacidade de diálogo do médico na relação com o cliente ou paciente. É para nós uma grande surpresa encontrar uma situação como a que abaixo,  relataremos.

O leitor deste jornal teve a oportunidade de ler na semana que passou um artigo de um usuário elogiando o atendimento no Hospital Municipal, agora poderá ver que nem tudo são mil maravilhas nos serviços de saúde, em especial, na iniciativa privada. Em respeito ao administrador do hospital que foi procurado e pediu para que não relatasse o nome do hospital, já que o ato abaixo descrito não representa o modelo de atendimento que o hospital dispensa aos seus pacientes, vamos deixá-lo de mencionar, pois pretendemos apenas provocar uma reflexão sobre a atitude de certos profissionais em sua relação com pessoas.

Numa quarta-feira, às 09:00 horas, procurei atendimento neste hospital privado para uma criança de 06 anos, com dores na nuca, através de um convênio médico. Fomos informados que a médica de plantão, que inclusive é titular de um cargo público municipal, só poderia consultar a criança após atender sete pacientes que já estavam agendados. Esta posição foi passada pela secretária da médica, que certamente não tem conhecimentos médicos para saber se uma pessoa precisa de atendimento urgente ou não. O mínimo que se esperava da plantonista é que olhasse a criança, e não vendo nenhuma gravidade, recomendasse ao paciente esperar a ordem do atendimento.

Foi tentado um contato profissional com a médica e no telefone ela foi incisiva: “Não atendo nem o Papa fora da ordem dos pacientes agendados”. Em seguida, desligou o telefone na cara da responsável pelo convênio médico.

Qual o remédio para situações como essa? Para quem tem um plano de saúde e pode procurar um profissional com mais tempo, mais capacidade de diálogo, dedicado exclusivamente à profissão médica, que para nossa felicidade existem muitos em Itumbiara, resta este caminho e foi o que fiz, sendo atendido em 10 minutos pelo mesmo convênio em outra clínica também bem equipada e com profissionais bastante preparados para lidar com pessoas. E quem não tem convênio médico e depende do SUS, IPASGO, IPASI[109], só Deus sabe o que passam estas pessoas quando encontram pela frente, a profissional médica que encontrei.

Uma mensagem transcrita das crônicas de José Mendonça Teles, baseada no livro de Eclesiastes é o que melhor pode ser respondida a profissional médica pelo tratamento dispensado ao seu paciente: “Se quiser conhecer bem o homem, dê-lhe um trono, o poder. Se ele não tiver olho para ver, nem ouvido para escutar, seu peito se encherá de vaidade, e saia debaixo, porque o tombo é eminente, esborrachará no chão como uma jaca apodrecida e fétida, por que nada há de novo debaixo do sol”.

 

 


XIII

UM POUCO DE TUDO

 

83 – O autor parte em defesa do jornalista Osvair Santos que foi criticado por um jornal de Morrinhos. Há uma defesa também da emissora de TV da cidade de Itumbiara.

Folha de Notícias – 23 de junho de 1998.

 

 

Uma crítica infeliz no jornal de Morrinhos

 

O sentimento de inveja desequilibra as pessoas, tornando-as altamente perigosas para a sociedade. O invejoso tem um desgosto profundo e não suporta ver felicidade de outrem, além de ter um desejo violento de possuir o bem alheio.

Entre todas as explicações possíveis para qualificar a matéria publicada, da seção olho clínico do Jornal de Morrinhos, na edição de junho, assinada pelo senhor Assis de Lima Ribeiro, somente o sentimento de inveja justifica tamanha grosseria nas críticas à cidade de Itumbiara e a TV Rio Paranaíba, empresa da organização Jaime Câmara e afiliada da Rede Globo.

Mais grave ainda, é que sem nenhum mandato do povo morrinhense, o articulista falou em nome da limpa e bela Morrinhos, denegrindo a imagem de Itumbiara e de seu meio de comunicação.

A cidade de Morrinhos tem um povo muito educado, inteligente, prova disso, é que tem atualmente no Governo do Estado[110] e na presidência da Assembléia Legislativa, cidadãos daquela tradicional cidade, e que chegaram a essa posição justamente por tratarem as outras cidades, de maneira respeitosa.

Em relação aos seus meios de comunicação, a cidade de Morrinhos, especificamente no caso de Jornal, merece coisa melhor.

O cidadão itumbiarense não tem culpa da cidade de Morrinhos ter apenas uma emissora de rádio FM e ser carente de bons profissionais para trabalharem na televisão no padrão Globo. Não saiu de Itumbiara para a TV, apenas a “Bonitona” Cleisla Garcia. O senhor Assis Lima certamente como bom jornalista que é, já teve o privilégio de ver na tela da TV, profissionais da qualidade de José Ronaldo no Jornal do Campo ou nos programas esportivos, Joel Fraga e César Rezende, ambos cidadãos itumbiarenses.

Não conheço a fisionomia do articulista, e talvez seja um simpático e ótimo produtor de matérias jornalísticas, oriundo de uma grande capital do país, e esteja em Morrinhos só para dar uma força. Só assim se explica tanta antipatia para com o pessoal do interior.

Por outro lado conheço muito bem a capacidade dos repórteres da TV Rio Paranaíba, que só estão lá, exercendo a atividade jornalística pela extrema capacidade que têm. A organização Jaime Câmara não é grande por acaso, mas sim porque é constituída de excelentes profissionais, os quais estão incluídos, os que aqui prestam serviços e para a felicidade de Itumbiara, são desta bela cidade.

Geralmente, aproveita-se alguma coisa dos artigos que são escritos nos jornais, e deste publicado no jornal de Morrinhos, nada se extrai, a não ser este sentimento de inveja.

O Progresso não conhece limites e certamente Morrinhos um dia terá sua emissora de televisão, seu jornal diário, suas revistas periódicas e até quem sabe um rio, nem que seja artificial, com a beleza do Paranaíba. Só esperamos também que quando esse dia chegar, que lá possa existir também profissionais de comunicação como os nossos: sem inveja, mas com muita capacidade e competência.

 

 

 


84 – Aqui se comenta a situação  do time do Itumbiara. Mesmo sete anos depois, a história continua do mesmo jeito.

Folha de Notícias – 25 de janeiro de 1998.

 

 

Um time em estado terminal

 

A poucos dias do início de mais um campeonato goiano o clube de futebol do Itumbiara vai conseguindo reunir alguns jogadores e formar uma diretoria executiva. Mergulhado em dívidas, sem perspectivas de ajuda financeira do município e com enormes dificuldades para conseguir patrocínio de empresas, o time vai para a disputa na base da boa vontade de alguns cidadãos e políticos. Como conseqüência de um trabalho que sempre menosprezou as categorias de base, preferindo formar times chamados “de verão”, em que os jogadores vêm, recebe por uma temporada e vai embora, o clube apresenta sintomas de quem caminha para a extinção[111].

As prefeituras que sempre foram grandes patrocinadoras do futebol profissional no interior do estado estão falidas e sem perspectivas de continuar financiando esta atividade esportiva[112]. As empresas que poderiam suprir esta ausência do poder público estão cada vez mais seletivas na hora de um patrocínio e parecem não ver o retorno em benefícios oriundos dos custos dos patrocínios. Os bingos surgidos como fonte de recursos para estes clubes, pelo menos em Itumbiara, não cumprem este objetivo. Embora não sejam apresentados os balancetes sobre os mesmos, é noticiado que sempre dão prejuízos. Diante desse quadro, o futebol em Itumbiara está com os dias contados, sobrevive em 98, mas em 99 só Deus sabe se ele continuará existindo, pois, a tendência é que as dívidas aumentem.

O torcedor quer um time bom e que apresente resultados em curto prazo. Como conseqüência do momento econômico, ele está cada vez mais longe dos estádios e quando vai, as rendas são confiscadas para pagar débitos atrasados.

 Como mudar um quadro assim tão negativo?

Primeiro é preciso colocar em prática, o que todos acham óbvio e sempre relegam a um segundo plano, que é o investimento nas categorias de base. É injustificável ver a presença, de várias escolinhas de futebol da cidade disputando este IV Torneio de Futebol pelos Direitos da Criança e o clube de Itumbiara não representado por que  não tem equipes nas categorias em disputa. A equipe juniores só existe também na época do Campeonato Goiano, porque é uma exigência da Federação para que o clube dispute a categoria profissional. Não estaria na hora de concentrar a atenção nestas categorias de base e se não for possível montar uma equipe profissional, pedir licença a FGF, antes que as dívidas continuem a aumentar.

Uma empresa quando dá constantes prejuízos, não tem outra alternativa a não ser fechar as portas. O Itumbiara com essa série de prejuízos não estaria caminhando para esse fechamento? O departamento profissional não poderia gerar lucros com a venda de passe de jogadores e de empresários. Como explicar, que mesmo com tantas dívidas, o time empreste jogadores de graça? O investimento nas categorias de base não dá resultados imediatos, mas parece ser o único caminho que dê uma sobrevida ao Itumbiara E. Clube. Continuar insistindo em financiar um time que só dá prejuízos é acelerar a sua morte.

 

 


85 – O artigo fala sobre o drama do jovem de Itumbiara que continua sonhando, principalmente com um emprego.

Folha de Notícias – 01 de julho de 1998.

 

 

Um projeto para o jovem

 

A sociedade e os governantes têm um grande desafio pela frente em relação ao jovem. Como dar educação, vaga no mercado de trabalho e opções de lazer para fazer dele um cidadão? Num momento em que temos o maior contingente da história nessa faixa etária, e que os postos de trabalho estão se fechando, a família, o governo e a sociedade precisam buscar alternativas urgentes para resolver o problema.

O trinômio desemprego, falta de escolaridade e de opções de lazer nessa faixa etária constituem nos ingrediente indispensável para o incentivo ao uso de drogas pelos nossos jovens e o conseqüente aumento da violência. De 1989 a 1996, jovens com até 24 anos já perderam mais de 861 mil postos de trabalho no país, conforme pesquisa do Instituto de Economia da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas.

Em décadas passadas, começava-se muito cedo no mercado de trabalho e era possível verificar crianças entre 10 e 14 anos já exercendo alguma atividade. Hoje, a proibição legal é severa e a mídia acompanha de perto a questão, condenando implacavelmente quem age contrariamente a lei. O pior é que essas crianças deveriam estar nas escolas, mas nossos governantes não conseguem cumprir o seu papel em relação a elas.

Quanto ao adolescente que está a procura do primeiro emprego, a situação não é nada animadora. Quando ele consegue uma posição no mercado de trabalho, é informal ou em pequenas ou micro-empresas, onde as perspectivas de crescimento são também pequenas.

A família e a igreja já não conseguem cumprir com eficiência o seu papel na formação do jovem. Com a situação econômica atual, os pais já não convencem seus filhos, que estudando eles serão vencedores. Quando por exemplo, vemos diplomados em curso superior disputando uma vaga de gari ou no mercado informal, vendendo bugigangas, parece-nos utopia falar em esperança de dias melhores.

A igreja que já ocupou grande espaço na formação do indivíduo, paradoxalmente, na hora em que mais se necessita sua participação, ela falha nesse papel. Já não temos os grandes grupos de jovens que se reuniam semanalmente para estudar a bíblia e realizar retiros espirituais, trabalhos comunitários em presídios, asilos e bairros periféricos.

A falta de espaços e opções de lazer, situação que vemos com muita clareza em Itumbiara, é outro fator desestimulante para se formar o jovem vencedor. Nossos governantes têm falhado muito nesse sentido, contribuindo assim, também para o aumento da violência, o uso de drogas, afinal o próprio fracasso do jovem. Todas essas situações somadas fazem com que tenhamos na comunidade jovens desinteressados, desmotivados e que resumem suas vidas num copo de cerveja na Avenida Beira Rio ou nos bares dos bairros periféricos.

Um jovem desmotivado não participa da família, isola-se da comunidade, torna-se improdutivo. Como conseqüência, a sociedade perde esse que seria um grande agente de transformação. Nas escolas, onde surgiram os grandes líderes políticos que sonhavam transformar o mundo, hoje encontramos pessoas acomodadas face as injustiças sociais e a atuação nem sempre exemplar de nossos políticos.  Nossos agentes de transformação hoje estão preocupados em tomar cerveja e fazer festa. A melhor imagem dessa situação pode ser vista aos domingos na Avenida Beira Rio, quando grandes contingentes de jovens fazem propaganda de suas festas semanais, sempre tendo como símbolo, uma marca de cerveja.

Diante dessa situação preocupante que precisa ser encarada de frente pelos governantes e segmentos da sociedade, precisamos discutir e elaborar um projeto que acolha de maneira digna esse jovem, visando a formação do verdadeiro cidadão: a questão do emprego é mundial, mas internamente é possível minorar o problema, incentivando a criação de novos postos de trabalho, a família tem que continuar firme no seu trabalho de formação mostrando que vale a pena estudar, ensinando principalmente com exemplos, o caminho que o jovem deve seguir, a igreja tem que ser mais atuante, indo ao encontro do jovem, fomentando a participação dele mediante a reestruturação de seus movimentos e o governo tem que se ocupar de questões mais complexas como o fomento ao emprego e a formação escolar, até atitudes mais simples porém indispensáveis como a construção de espaços para o lazer e para a cultura.

Enfim, temos que ter um grande projeto que acolha esse jovem de hoje que busca um rumo em sua vida. Se quisermos ter uma sociedade melhor, temos que ter presente que a nossa participação hoje é fundamental.

 


86 – Agora é a vez das crianças de Itumbiara. Há uma crítica sobre a falta de espaços públicos destinados as crianças itumbiarenses.

Folha de Notícias – 09 de dezembro de 1997.

 

 

Um espaço para as crianças

 

A criança itumbiarense ainda não recebeu o tratamento especial que a Constituição do Brasil lhe assegura. Em relação ao lazer, por exemplo, ela não conta na cidade com locais apropriados para brincarem, principalmente as crianças que ocupam os bairros, sentem mais esta necessidade. Os centros comunitários, que poderiam funcionar como um grande espaço de lazer, não atraem estas crianças, já que não apresentam nada de interessante.

As crianças de famílias com maior poder econômico, freqüentam escolas que lhes oferecem esta opção de brincarem, além de contar com Clubes recreativos, apesar de que estes poderiam oferecer mais a criança, mas sem dúvida são boas opções de lazer. O Poder Público deveria oferecer esta opção de lazer às crianças, como pequenos parques infantis, equipados com brinquedos nos bairros, permitindo assim a criança brincar com segurança. Hoje por flta destes espaços, as crianças vão para as ruas, ficando expostas aos riscos de acidentes.

É interessante observar que mesmo em um parquinho acanhado, como o que existia na Avenida Beira Rio e que se encontra atualmente desativado, possivelmente para reforma dos brinquedos, há uma grande freqüência de crianças nos finais de semana. É possível, mesmo com escassez de verbas públicas, oferecer a crianças estes espaços de lazer, basta um pouquinho de criatividade. Este problema de recursos está mais na aplicação correta do que na falta. Aquele parque que não chegou a funcionar e que está localizado na Av. Modesto de Carvalho, se fosse melhor planejado estaria sendo utilizado.

Outras opções de se construírem estes espaços, estão na possibilidade de exigir daqueles que recebem doações de terrenos ou utilizam patrimônio público, retribuírem de alguma maneira a vantagem que estão auferindo, como a construção de um parque, por exemplo. As preocupações de um governante são infinitas, mas a criança deve ocupar um espaço especial no plano de cada governo. Afinal, a cidade melhor que tanto almejamos, começa hoje com o tratamento que damos às nossas crianças, e o lazer ocupa um papel importante no desenvolvimento intelectual daqueles que no futuro estarão ocupando os principais lugares desta comunidade.

Sobre a transferência do patrimônio público par a iniciativa privada, seja através de doação, cessão de uso e outras formas, trocaremos idéias na próxima oportunidade.


87 – O autor deixa a cidade de Itumbiara para refletir sobre a violência pública no Rio. É interessante observar que dez anos depois a situação não mudou.

Folha de Notícias – Crise do Rio, 30 de outubro de 1994.

 

 

Crise do Rio

 

 

Diariamente temos acompanhado por este jornal reportagens sobre a crise da segurança pública no Rio de Janeiro e de estudos para uma possível ação das Forças Armadas no controle ao crime organizado, conseqüência do fracasso das polícias civil e militar neste combate.

O nosso Presidente da República, contagiado pela popularidade que o Plano Real lhe trouxe, quer resolver, em dois meses, questões que se arrastam há anos. Tudo isso, porque esta ação pode atender a um possível anseio da população brasileira neste sentido.

Além de apenas resolver aparentemente o problema, há de se ressaltar que este não é o papel das Forças Armadas, conforme está em nossa Constituição.

A solução do problema de violência urbana que não é só do Rio de Janeiro, passa primeiramente por outras etapas e não pode ser tratado no aspecto do combate Forças Armadas x Bandidos, além do que existe uma legislação a ser respeitada, papéis definidos de cada polícia e um poder judiciário para julgar quem é bandido e quem é cidadão honesto nas favelas.

Sabem nossos legisladores que nossas Leis precisam ser melhoradas para que se evite a impunidade e sabem também os chefes do poder executivo, que precisamos ter policiais melhores remunerados e treinados para que não passem para o outro lado.

Assim como na área da saúde, este é um problema onde se deve agir preventivamente, ou seja, não deixando que os bandidos sejam abastecidos de armas e drogas.

Passa ainda a resolução deste problema pela solução de outros que só acontecerá a longo prazo, através de um política séria de geração de novos empregos, melhor distribuição de renda, implemento à educação e acima de tudo a vontade política de querer resolver.

O exemplo do Plano Real que conseguiu pelo menos por enquanto resolver a questão da inflação mostra claramente que existem soluções, basta tirá-las dos discursos e colocá-las em ação.

 


88 – O autor faz uma homenagem a empresa onde trabalhamos por quase 10 anos. Uma grande indústria da cidade de Itumbiara.

Folha de Notícias – 28 de julho de 1999.

 

 

Caramuru, preparando vencedores

 

 

Nas duas últimas décadas o meio empresarial conheceu inúmeras novidades na área de tecnologia. Esse fato tornou as empresas cada vez maiores e produtivas, mas nenhuma dessas inovações foi capaz de substituir o homem como principal diferencial no sucesso de um empreendimento.

Um grande líder e a disponibilidade de capital podem produzir crescimento num determinado espaço de tempo, mas não sobreviverão no mercado globalizado que vivemos.

Para ultrapassar a barreira dos 30 anos crescendo cada vez mais, é imprescindível a presença desse elemento diferenciador, que faz da empresa uma das maiores em seu segmento e de seus líderes, referenciais no mundo dos negócios.

Há cerca de 15 anos e após uma década de trabalho, tive a oportunidade de conhecer o segredo de ser vencedor, fazendo parte de uma equipe que não cresce sozinha e não vive somente para produzir, mas que acima de tudo, prepara homens para a vida.

Já naquela época, o grupo possuía as mais modernas e produtivas máquinas, mas seus diretores, sabiam que eram necessários outros investimentos, tão importantes quanto a alta tecnologia, que era a formação de homens que comandariam o progresso da empresa.

Ninguém foi excluído do processo educacional. Em vez de demitirem analfabetos, foram criados programas de alfabetização de adultos na empresa e mais de uma centena de funcionários deram mais valor à vida, ao ser possível, depois de mais de 50 anos sofridos, conhecerem o segredo de ler e escrever.

Muitos jovens sonhavam com um curso superior, para entenderem melhor a linguagem do mundo das modernas tecnologias, e eis que os diretores do grupo e seu departamento de Recursos Humanos, concederam bolsas para mais de uma centena de funcionários, que se realizaram e transformaram numa motivação extra para fazer a empresa crescer.

Após o desenvolvimento do nível cultural dos funcionários, era necessário despertar o sentimento de solidariedade de cada um e a responsabilidade com a comunidade, surgindo assim, a equipe “Nóis Num Liga”, que por inúmeras vezes foi uma parceira da APAE, tornando possível à realização de mais sonhos. Mas nem tudo parou por aí, pois vivemos uma época, em que o tamanho de uma empresa não é medido somente por suas vendas, mas também por sua responsabilidade social e respeito pelo maio ambiente.

Foi assim, que se investiu em modernos equipamentos, que fizeram da empresa, um grupo que atua ecologicamente correto. A cultura da cidade também ganhou com o crescimento da Caramuru e o Fest Sinhá, constitui-se num exemplo de uma empresa que está comprometida com sua comunidade.

Enfim, as homenagens ao Grupo Caramuru e seus líderes, é o reconhecimento ao ser humano que descobriu o segredo do sucesso, que não se alcança sozinho, ou só se faz com modernas máquinas. O que faz uma empresa vencedora, são os funcionários preparados para serem vencedores.

 

 


89 – O turismo pode ser a marca que Itumbiara precisa. Apesar da importância o assunto não tem merecido o destaque necessário.

Folha de Notícias – 22 a 28 de janeiro de 2001.

 

 

O ecoturismo como alternativa de desenvolvimento

 

O cidadão desconhece a força que tem e espera que o ente estatal resolva todos os seus problemas; os governantes acreditam que as soluções para as cidades estão no mercado, acelerando o processo de privatizações. Na verdade esse é o momento de a sociedade organizada comanda a transformação do espaço em que habita.

 

 

A atividade do Turismo movimenta anualmente no mundo, cerca de U$ 3,5 trilhões. Envolve mais de 180 milhões de pessoas direta e indiretamente, apresentando na última década um índice de crescimento de 57%, um dos mais elevados da economia mundial.

Nesse contexto, é importante destacar um segmento dentro da indústria do Turismo, o Ecoturismo. Ele apresenta um grande potencial de crescimento, podendo ser desenvolvido em localidades ecológicas, de forma conservacionista, desde que se procure conciliar a exploração turística com a preservação do meio ambiente, oferecendo aos turistas o contato íntimo com os recursos naturais e com a própria cultura da região.

Para o eleitor atento, o assunto não é novidade, pois ele vem sendo discutido na mídia local desde 1997. Tem-se constituído um fórum permanente de debates, trazendo opiniões de políticos e pessoais ligadas ao assunto, além de instituições como o Conselho Municipal de Turismo. Tem-se mostrado eventos ligados à área, deixando claro que não é uma utopia considerar Itumbiara como um dos maiores centros com potencial turístico em Goiás.

Quem está ligado nas questões do meio ambiente, sabe que é preciso difundir ações conservacionistas permanentes. No nosso caso, sabe-se que não basta a realização de uma semana ecológica que ocorre anualmente e que é insuficiente para conscientizar o cidadão da necessidade de zelar pelos recursos naturais da região.

Não é novidade, também, a grande taxa de desemprego, o que exige dos governantes a busca de alternativas de geração de emprego e renda com menor aplicação de recursos e é aí que o Turismo, o Ecoturismo em particular, se apresenta como alternativa imbatível.

Para a implantação de um Plano Municipal de Ecoturismo, a Embratur e o BNDES dão o suporte necessário, inclusive as orientações para desenvolvimento de ações básicas no município como a criação de um conselho, que já existe no papel, um plano e um Fundo Municipal de Turismo. Essas medidas propiciam as condições para a elaboração de projetos e financiamentos voltados para a área.

Desejando implantar este plano, o poder executivo municipal deve também criar um órgão executivo com respaldo técnico, político e econômico, capaz de transformar a vontade política em um empreendimento, em uma realidade.

Outro ponto a ressaltar é que, antes de tudo, deve-se buscar o apoio de especialistas em pesquisas e assessoria técnica, para que o empreendimento seja feito de forma planejada e se alcancem os resultados desejados.

Algumas ações isoladas que contemplam o Turismo, já vem sendo empreendidas. Temos o Calçadão da Beira Rio, concebido por arquiteto da própria cidade, a Rodovia Ataíde Rodrigues Borges, as obras do saneamento básico, a Pousada Recanto de Itumbiara, a “Prainha” e outros projetos em estágio embrionário como a própria Praia Imperial, no seguimento da Av. Beira Rio.

Com tudo isto acontecendo, chegou a hora de um envolvimento maior da população, que deve decidir se a cidade deve ou não se transformar em uma referência no Turismo em Goiás. O sim representa o compromisso de cada pessoa em mudar certas atitudes, como, por exemplo,  ser mais acolhedor com o visitante, preocupar-se com a preservação do ambiente natural, com a integração do espaço urbano e o meio ambiente através de ações como a coleta seletiva do lixo, reflorestamento de áreas degradadas, arborização de espaços urbanos e preservação de mananciais hídricos, sustentados por programas de educação e cultura ambiental, enfim, maior participação nas decisões do município nesta área.

Essa nova maneira de agir do cidadão itumbiarense, certamente, vai sensibilizar o poder público e as ações virão no sentido do aprimoramento da qualidade de vida da população, assim como do surgimento de um ambiente acolhedor para o visitante. Tudo isso gera recursos, emprego e renda, movimenta riquezas e pode ser a redenção de uma cidade que foi um presente de Deus e que só depende da ação de seu povo para ficar cada dia mais bela.

 

 


90 – O texto procura discutir o custo da geração do emprego na cidade. Empresas que foram incentivadas no início do governo Cairo Batista, não geraram os empregos esperados.

Folha de Notícias – 05 de fevereiro de 1998.

 

 

Onde está o emprego?

 

Uma das propostas de campanha do atual prefeito[113] de Itumbiara e que foi fundamental na sua vitória eleitoral, era a de gerar empregos.

 

Vencida a batalha nas urnas, o prefeito foi à luta, pagou transporte de equipamentos, buscou recursos para compra de terrenos, fez de tudo para que a promessa se tornasse realidade o mais urgente possível. Depois de um ano e a julgar pelo atual estágio de funcionamento da Goiatêxtil, o benefício de empregos gerados ainda não está compatível com os investimentos que o município viabilizou e pelo contrário, a julgar pelas informações de um funcionário recentemente demitido, que faz parte de um total de 60 que após quatro meses de treinamento e dois de trabalho e que agora engrossa as estatísticas do desemprego, aposta num futuro sombrio.

O prefeito tem culpa?

Não, a verdade é que a globalização tem tornado inviável algumas empresas brasileiras por terem seus ramos de negócio afetados pela abertura de produtos estrangeiros e a cidade de Itumbiara teve a infelicidade de fomentar dois ramos, no caso do calçadista[114] e do têxtil, bastante afetados pela conjuntura econômica.

O que fazer então diante de tal grave situação?

A prefeitura deve continuar a fomentar a geração de empregos, hoje um dos maiores problemas do país, mas talvez tenha que tratar a situação de maneira diferente, dando mais atenção ao micro e pequeno empresário.

Há uma crítica generalizada estampada nos principais órgãos de comunicação pelo alto custo da geração de empregos nos programas efetuados por alguns estados e municípios. O caso de montadoras de automóveis no Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná são os principais citados, onde os Estados estão abrindo mão de uma grande quantidade de recursos para tornar parceiros de grandes empresas e este dinheiro fará falta para pagar funcionários das áreas de segurança, saúde e educação, áreas que verdadeiramente o Estado deve priorizar. Esta crítica vale também para os municípios que compram terrenos, abrem mão de seus tributos e às vezes subsidiam até financeiramente estes empreendimentos privados, fazendo com que faltem recursos para atender suas necessidades básicas.

O anúncio da Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo de que um Programa de Geração de Empregos e Rendas – PROGER, vai fomentar a implantação no Distrito Agroindustrial da cidade de quatro pequenas empresas, parece sinalizar com a mudança de mentalidade na política local de geração de empregos. O programa é bom, pode alcançar os objetivos, desde que seja menos burocrático e mais ágil na liberação dos recursos. Segundo estudos do IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais, a geração de um emprego urbano neste programa sai em torno de US$ 2.159, com certeza, bem menor se comparado com estes altos investimentos para trazer grandes empresas.

É evidente também que o cidadão que está a procura do emprego faça a sua parte. Está bem claro, que aquela mão-de-obra menos qualificada está excluída do mercado de trabalho e hoje mais do que nunca este desempregado ou aquele que busca um primeiro emprego, número que não é pequeno na cidade, vai ter que se instruir, além é claro de contar com muita sorte para obter um posto de trabalho. Fomento a micro e pequena empresa e melhor qualificação da mão-de-obra é o caminho hoje para amenizar o grande mal da falta de emprego. O prefeito pode até ter errado na busca de alcançar este objetivo, mas jamais poderá ser acusado de omissão. Precisa apenas direcionar seus recursos, para atingir assim melhores resultados na geração de empregos.

 

 


91 – O jovem novamente é o centro da discussão. Desta vez o autor dá destaque a gravidez precoce de jovens na cidade.

Folha de Notícias – 11 de setembro de 1998.

 

 

Planejamento familiar para jovens

 

 

O grande número de mães-adolescentes em Itumbiara requer das autoridades, a criação de programas de saúde reprodutiva voltados especificamente para estas meninas.

Em todos os bairros da cidade e até na região central é possível encontrar meninas grávidas com idade entre 12 a 15 anos.

No Bairro Afonso Pena, por exemplo, em apenas um quadra, há quatro adolescentes nesse estado. Embora tenham famílias, estas perderam totalmente o controle sobre as filhas que sem maiores preocupações iniciaram a sua vida sexual precocemente comprometendo seus futuros.

No Bairro Nova Aurora, visinhos relatam o caso de uma criança de 12 anos, que entrou no mundo da prostituição há algum tempo e está esperando um filho para o próximo mês. O caso também está fora do controle dos pais.

O fenômeno da gravidez na adolescência em Itumbiara não está totalmente ligado à pobreza ou falta de cultura nas famílias envolvidas, pois é encontrado até na região central, no seio de famílias da classe média.

Um pai comenta preocupado, que a amiga de sua filha, com apenas 13 anos e cursando a sétima série, está grávida, também de outro adolescente.

Depois de iniciar um relacionamento proibido pelos pais, que tentaram orientar a garota, ela não ouviu e acabou realizando também sua primeira experiência sexual sem se preocupar com qualquer método contraceptivo.

Conforme dados mostrados pelo Ministério da Saúde, este fenômeno da gravidez na adolescência tem aumentado e só no ano passado de 2,71 milhões de partos, 26,5% foram de mães-adolescentes.

Alguns pais defendem o diálogo como medida adequada para evitar que suas filhas entrem na vida sexual devidamente preparada, a fim de evitarem a gravidez indesejada que prejudicará o futuro deles, outros, apostam na postura rígida e acompanhamento de perto da vida de suas filhas.

Como essas atitudes dos pais têm se manifestado ineficiente para evitar que o problema atinja as adolescentes, surge a necessidade de um melhor trabalho na área pública voltado para essas meninas.

O relatório da FNUAP (Fundo de População das Nações Unidas), recomenda a criação de programas de saúde voltados especificamente para as adolescentes como ideal para reduzir esses casos de gravidez na adolescência, já que estas meninas não procuram métodos de contracepção nos postos de saúde ou nas farmácias.

A Prefeitura tem feito um trabalho de ajuda através da FIPAS[115] após a gravidez, o correto é um trabalho anterior voltado especificamente para esses jovens.

Numa cidade que já é referência no gerenciamento de programas voltados para a saúde de sua população, certamente haverá espaço para se preocupar com o futuro dessas jovens.

 

 


92 – Preocupado com as minorias, o autor procura levar o leitor a refletir sobre o papel do negro no mercado de trabalho. O assunto banhou bastante destaque na mídia em 2004 e várias faculdades criaram cotas para os negros.

Folha de Notícias – 19 de junho de 1998.

 

 

O negro no mercado de trabalho

 

 

Há no Congresso Nacional, esperando ser votado, um projeto de lei de iniciativa do senador Abdias Nascimento (PDT-RJ), que propõe uma cota de 40% de funcionários negros em todas as empresas do país.

Dados de 1995 mostram que o Brasil tem 155.822.440 habitantes, sendo composto demograficamente de 54,4% de população branca, de 40,1% de pardos e de 4,9% de negros.

Com base no mercado de trabalho e locais onde trabalhei, tanto na iniciativa privada, como pública, observamos o pouco espaço que o negro ocupa nessas empresas, o que nos faz refletir qual seria a razão desse fenômeno, se discriminação, racismo ou porque o próprio negro não procura ocupar o seu espaço no mercado.

O projeto do senador Abdias Nascimento, que é negro, não parece ideal para diminuir o racismo e a discriminação do negro no mercado de trabalho, pelo contrário, parece sim mais uma forma de discriminação, desta vez contra o branco.

Outra atitude, como a do presidente Fernando Henrique, que declarou que se tivesse que optar entre duas pessoas para nomear para determinado cargo, sendo uma negra, escolheria esta, também não parece adequada.

Assim como pensa o executivo negro Leomar Joaquim, de Porto Alegre, em opinião emitida na revista Exame, do mês passado, o negro deve ocupar seu espaço, pela sua competência, e não por qualquer outra forma de condescendência.

Temos certeza, de que a competência não tem qualquer relação com a cor ou raça, mas de que há certa discriminação no seio da sociedade que restringe a participação do negro no mercado de trabalho, principalmente nos melhores cargos. Talvez não esteja na hora da contratação pelas empresas, mas sim, na preparação do negro para ocupar esse espaço.

Nos próprios meios de comunicação e principalmente na veiculação de novelas, o negro aparece em situação de inferioridade, ocupando funções de empregadas; domésticas e motoristas, mantendo ema postura politicamente incorreta, contribuindo assim para manter uma cultura de discriminação e que também inibe o negro a procurar ocupar melhores posições no mercado de trabalho.

O negro tem que tomar consciência de sua importância na sociedade e competência para ocupar qualquer emprego. Não precisa de favor ou dó de quem quer que seja. Precisa apenas de condições de igualdade desde o período de formação em nossas escolas, até a disputa de uma vaga em nossas empresas.

 


93 – Se a alegria tem um preço, o autor procura retratar momentos de alegrias, principalmente das crianças de Itumbiara.

Folha de Notícias – 09 de junho de 1998.

 

 

O preço da alegria

 

 

A revista VEJA em uma edição do mês de abril trouxe em sua capa a foto de um menino com 6 anos, que com um prato de arroz e feijão na mão dizia feliz: “Ainda bem que eu não tenho de comer calango”.

No mês passado ainda, no dia da inauguração do Parque de Diversões Municipal, quase uma centena de crianças corria de um brinquedo ao outro, com uns sorrisos estampados,  demonstrando que aquele era mais um dia feliz de suas vidas.

Embora a alegria esteja mais presente na vida das crianças, também é possível encontrá-la na alma de um adulto. Como no caso do pai, que não se contém na alegria transbordante por ter conseguido o primeiro emprego para seu filho, ou o senhor com mais de quarenta anos recém-demitido e que consegue novamente um lugar no mercado de trabalho.

Nos bingos do Itumbiara Esporte Clube é possível também ver a manifestação de uma alegria infinita na face dos pobres, que depois de uma vida extremamente difícil, consegue recursos para enfim comprar uma moradia.

A alegria, apesar de estar disponível para todos, poucos conseguem ter acesso a ela, mas é imprescindível para se conseguir viver bem.

É importante ressaltar também, que apesar de sermos o principal beneficiário dela, cabe a nós também transmiti-la aos outros, isto acontece de modo simples e nem sempre é necessário recursos financeiros. Ela pode surgir através do gesto de solidariedade, como nos casos de pessoas que estão amenizando a fome no Nordeste.

Em trabalho simples como o da FUNCELE[116] que proporcionou o financiamento do parque infantil municipal.

Colabora ainda o empregador que dá uma chance de emprego ao senhor com idade avançada. Enfim através de pequenos gestos, somos capazes de fazer muitas pessoas felizes. Isto é muito valioso para quem recebe e custa muito pouco para quem proporciona.

 

 


94 – O texto mostra como o autor via o sistema político antes de entrar nele. A partir de 2002 , disputa o cargo de Deputado Federal, obtendo 9.095 votos e em 2005 ocupa o cargo de Secretário Municipal de Finanças.

Jornal: Folha de Notícias - 04/12/1997

 

 

O Sistema político

 

A prefeita de São Miguel do Passa Quatro-GO, Irmã Célia Cândida-PMDB, após 11 meses de governo está desapontada com a política. Pelo lado da justiça teve seu mandato cassado em decisão de primeira instância, por motivo de abuso do poder econômico; Enquanto o Poder Legislativo local nega a ela apoio, inviabilizando a administração da prefeita.  Este é um quadro que mostra como funciona o sistema político.

Para superar o problema judicial, o remédio é recorrer ao TER – Tribunal Regional Eleitoral. Quanto ao problema político,  aí o recurso é outro. O sistema é impiedoso com quem não se enquadra nele. Quais seriam os princípios que norteiam este sistema?

O início está na campanha eleitoral, onde a regra número um é que ninguém é santo, valendo tudo. Embora haja rigorosas regras que disciplinam as eleições, estas apenas amenizam a influência do poder econômico. A cidadania é desrespeitada, pois o que se faz ganhar uma eleição, nem sempre é a melhor proposta de governo, e sim aquele que mais tem para dar em troca do voto. Nesta troca, entra tudo, de botina, material de construção, remédios e até dinheiro em espécie, fazendo com que uma grande parte do eleitorado tenha sua vontade viciada.

Outro grande problema que o sistema revela neste período eleitoral e cujas conseqüências são notadas no período posterior, está na irresponsabilidade dos prefeitos, que na ânsia de fazerem seu sucessor, inviabilizam as prefeituras pelo menos num período de dois anos, ou seja, o eleito vai pagar somente contas do prefeito anterior.

Vencido a primeira batalha, vem a do governo. Teoricamente o executivo deveria governar, executando as obras que sua cidade precisa e o legislativo deveria fiscalizar e elaborar leis que atendessem os anseios da população. Na prática, o sistema funciona diferente. Um bom prefeito não é aquele que administra bem, mas sim aquele que atende bem os interesses dos membros do Poder Legislativo, que assim entendidos, aprovam qualquer coisa; senão o governo municipal fica totalmente inviabilizado. Vale assim nesta fase, a máxima de São Francisco: “É dando que se recebe.”

O Ministério Público procura representar o seu papel defendendo  o cumprimento da lei, representando a sociedade, acionando o Poder Judiciário sobre irregularidades, que raramente são comprovadas, pois o sistema é forte e funciona muito bem. Quem é beneficiado, não vai testemunhar contra que infringe a lei.

É interessante observar que há leis rigorosas que exigem dos governantes atuarem dentro da legalidade, da moralidade, da responsabilidade, da transparência e tantos outros, mas os infratores sempre acham uma brecha na lei, que teoricamente vale para todos.

Este é um tipo de problema que se resolve mais pela melhoria no processo educacional do que com sanções penais. Mas contar com esta melhoria a curto prazo não é possível e  só será alcançada nas próximas gerações.

Se o sistema fosse melhor para o povo, não haveria ruas mal iluminadas, esburacadas e sujas. Como ele é bom para os políticos, estão todos saudáveis, assim como seus partidários e familiares. Mas o povo, como é só um detalhe no processo, este continua do mesmo jeito. O eleitor com a cara de bobo vendo a vida passar.

 

 

 

 


95 – O autor faz uma homenagem a seus amigos, Ronei, Galo e Luiz Renato, principais responsáveis pela criação do Real Club, segundo time de futebol da cidade.

 

Carta aos Vencedores

Artigo publicado em 2002 na Revista do Real Club

 

Vitória é coisa pra se guardar por todas as gerações que vão nos suceder. É bom que nossos filhos possam comentar no futuro, que seus pais fizeram algo de útil para nossa querida cidade de Itumbiara.

Falar de vitórias, de amigos, de futebol, faz meu coração palpitar, recordando histórias dos campos de futebol de Itumbiara na década de 80 e que vai culminar na fundação de um clube, o REAL, que tanto orgulha nossa Itumbiara hoje.[117]

A mistura é perfeita e só poderia resultar em uma fórmula de sucesso.

Ronei Ferreira de Freitas, vestia a camisa 10 do flamenguinho, como um maestro regia o meio de campo daquele time que um dia seria campeão da primeira divisão da Liga itumbiarense.

Luiz Renato era o médio volante elegante, que desarmava sem falta e partia para o ataque da gloriosa Vila Vitória, que também seria campeã da Liga itumbiarense.

Wellington Carlos Valadão, o Galo, o matador, não perdoava perto da área, sempre levando seu time a vitórias em vários campeonatos.

Convivi com esses vitoriosos nos campos da vida, perdendo, ganhando, empatando, jogando contra ou a favor. Nos últimos quatro anos, continuamos a nos encontrar: eles nos campos de futebol em Goiás e eu, sempre nas arquibancadas, torcendo pelo sucesso do Real. Confesso que eles me proporcionaram muitas alegrias, com o futebol alegre e vencedor do Real.

Embora existam dezenas de colaboradores que fizeram surgir o Real Clube, não é possível falar desse time, sem citar esses personagens de sucesso.

Eles voltaram a se encontrar no início de 1998. Ronei, como presidente, Luiz Renato, como treinador e Galo, artilheiro e um dos principais personagens, responsável pelo nascimento do clube, juntando – se a eles Júnior Mortosa.

Com fé, sempre transmitida pelo Padre José Luiz, um dos símbolos da equipe em campo. Com honestidade e responsabilidade, marcas presentes nesses vencedores, o clube caminha para o quinto aniversário, com um saldo impressionante de vitórias, que acalenta o sofrido torcedor itumbiarense, que tanto gosta de futebol, e que viu seu clube favorito morrer, pela falta das virtudes, que hoje abundam no time de Ronei, Galo, Luiz Renato, Júnior Mortosa e seus parceiros de vitoriosas carreiras.

O Real, clube empresa, orgulho de Itumbiara, gerador de alegria para aqueles que amam o futebol já é parte de nossa história. É por isso que um dia no futuro, quando alguém ler essa página, talvez já amarela pelo tempo com suas famílias, mas que devolveram o orgulho a um povo vencedor.

Ronei, Galo, Júnior Mortosa e Luiz Renato, orgulhamos de vocês e estamos felizes com o REAL CLUBE. Vamos continuar vencendo com vocês e com o Real.

 

 

 


96 – O autor neste texto faz uma crítica ao comércio local, em especial a consulta realizada por lojistas na hora de uma venda a crédito.

 

Folha de Notícias – 25 de abril de 1998.

 

O comércio e a proteção ao crédito

 

O Serviço de Proteção ao Crédito é um importante aliado do comerciante no sentido de prevenção de perdas provenientes de maus pagadores, mas os critérios de registro no SPC, às vezes têm efeitos contrários.

Nesta semana, por exemplo, vimos um caso que retrata uma situação pitoresca. O cliente de uma loja queria adquirir uma bicicleta com pagamento em cheque, mas para isso seria necessário a abertura de uma ficha para tornar possível a operação. Como o comprador estava registrado no SPC por uma escola particular local, por não pagamento, cuja prestação já havia prescrevido, o vendedor teve que consultar seus superiores hierárquicos sobre a possibilidade da realização do negócio com cheque.

Só nesta consulta, foram cerca de dez minutos, o vendedor falava de futebol e outras coisas alheias ao negócio. A resposta foi não! A menos de 100 metros, com um cartão de crédito, o comprador adquiriu a bicicleta mais barata em outra loja com 30 dias para pagar e atendimento mais rápido e melhor.

Recentemente, nessa mesma loja, um outro cliente desejava adquirir uma geladeira e um fogão, dando 50% de entrada e o restante em 30 dias. Como estava registrado também no SPC, a resposta foi negativa. No outro dia, pela metade do preço, as mercadorias foram adquiridas no shopping em Uberlândia para serem entregues em Itumbiara.

Essas situações geram algumas reflexões, entre elas doa critérios adotados do SPC para registrar uma pessoa.

Sobre o primeiro comprador citado, foi registrado uma pessoa que tem uma prestação já prescrita pela inoperância da escola particular, que além do mais não tinha legitimidade para efetuar a cobrança.[118]

O segundo refere-se ao atendimento dos lojistas. Reclama-se muito em Itumbiara de que as pessoas vão a Uberlândia e Goiânia realizarem compras, mas com o atendimento que se tem em algumas lojas, é melhor andar mais de 150 quilômetros. Numa economia aberta e concorrida como a nossa, o atendimento ao cliente faz a diferença.

Além desses aspectos citados, faltam outros atrativos que levem o comprador a optarem pelo comércio local. Um exemplo da falta faz esse atrativo, está nas excursões que pessoas de Itumbiara estão fazendo à Uberlândia para assistirem ao filme “Titanic”. Antes e depois das sessões, elas vão para os centros de compras gastar dinheiro que poderia ser aplicado no comércio de Itumbiara.[119]

A construção de um shopping em Itumbiara, que poderia ser um atrativo , nunca saiu do papel. Quando empresários de outras cidades quiseram investir aqui, houveram sérios empecilhos e os empresários locais até hoje também não se animaram a assumir o empreendimento.[120]

O cidadão itumbiarense parece mesmo ser acomodado, a não ser que esteja satisfeito com o comércio local e os comerciantes, realizados com suas vendas. O quadro da economia local parece não mostrar essa realidade, o que se entende, que ela precisa melhorar.

 

 


PARTE XIV

MÚSICAS E FESTIVAIS

97 – O autor através de algumas músicas, fala de seu cotidiano, de seu pensamento sobre a religião, o homem, a cidade. Nesta primeira composição, o autor tenta reproduzir a Divina Comédia de Dante, para os dias atuais.

Comédia Humana

Autor: Nilson Freire

Interpretação: Nilson de Samuel

Evento: Fest Sinhá 1998

 

A terra é onde nasci,

O paraíso eu vou buscar,

Enquanto estiver aqui,

Purgatório, Inferno, vou passar.

 

Sem guia, vou caminhar,

Embaixo da terra e assim,

Ver fome,homem tombar, mas ainda não é o fim.

 

Os olhos me conduz

A um campo minado,

Um fogo abrasador, queima seres humanos,

Meninos de rua, sem terra, favelado,

Quem importa, não tem valor.

 

Não quero ficar aqui,

Eu vou prá outro lugar

Não sou anjo, mas com o diabo, não vou ficar.

 

Vejo uma alma suja,

No presídio, na rua, hospital,

Querendo purificar,

No paraíso, ela quer entrar

 

Busco um mundo universal,

No palco iluminado, anjos cantando, campo verdejante,

Pedaço de céu,  pedágio salvante

O paraíso tem seu valor.

 

 


98 –  Esta é uma das primeiras obras do autor.  A primeira, que também foi apresentada no Festival Bem-Ti-Vi, que era organizado pelo falecido Raussendil Borges, falava-se sobre a árvore. Nessa, a crítica é para as meninas que só dão bola para quem tem carro.

 

Festival Bem-Ti-Vi 1985

Título da Música: “MARIA GASOLINA”

Nome do Autor: Nilson de Sousa Freire

Nome do Intérprete: Nilson Hobbys

 

MARIA, MARIA, MARIA GASOLINA

MARIA, MARIA, MARIA GASOLINA

 

Quem é esta menina

Que você chama pra sair

É a Maria Gasolina, que lhe Diz:

Sem carro, não dá pra ir.

 

Se você não tem carro

Ela lhe tira um Sarro

Manda a outro Procurar

Porque a pé, não vai andar.

 

Ela é a garota do futuro

Já é um fruto bem maduro

Embarca no primeiro que vier

E seja o que Deus quiser.

 

Quando avança a idade

A Maria se frustrou

Não encontrou felicidade

E a gasolina se acabou

 

 

 

 

 

 


99 – Na terceira participação no festival, o autor agora fala do fim do mundo. Juntamente com alguns amigos do grupo Jucri que participavam na Catedral de Santa Rita de Cássia, o  conjunto fez bonito no festival.

 

Festival Bem-Ti-Vi 1986

 

 

Música: Apocalipse

Autor: Nilson

Intérprete: Grupo Apocalipse

 

A A A A A A A A ...

Quem Viver, Verá,

O fim que começa a chegar.

 

Uma estrela brilhou,

Um Anjo vem anunciar,

O Nordeste secou,

É o fim que começa a chegar.

 

Morre uma esperança,

A Fome vem ameaçar,

Um vírus mata no Amor,

Sentimos um dissabor,

Do fim que começa a chegar.

 

O Mundo escurece,

Não adianta chorar,

A Terra se abre,

O povo padece,

É o fim que começa a chegar.

 

 


100 – Esta é a obra mais premiada do autor. Continuando a cantar com seus amigos, Vladimir, Virgínia, Rosimar, Suzete e Vanderelei, o grupo ficou em quinto lugar no festival.  Ganhou um grande troféu de madeira e mais 300 cruzeiros na  época. A inspiração foi o caso do Césio 135 em Goiânia.

 

Ultimato atômico

 

Letra: Nilson S. Freire

Intérpretes:

 

Canta Brasileiro, Filhos da nova geração.

Violência o ano inteiro,

E a cor dourada da radiação.

 

ELA VEM NO AR, ELA ESTÁ NO CHÃO

ARMAS DE GUERRA

PARA DESTRUIR IRMÃO.

 

Lixo nuclear, no seio de tanta beleza,

Na terra, na água e no mar

Atacam a mãe natureza.

 

VAMOS CANTAR, E DAR AS MÃOS

VAMOS EXPULSAR,

A AMEAÇA DE NOSSO CHÃO.

 

Aviso assaz, com o átomo e a ambição

Vão os sonhos de paz,

Pairam ventos da destruição.

 

VAMOS CANTAR, E DAR AS MÃOS

VAMOS EXPULSAR,

A AMEAÇA DE NOSSO CHÃO.

 

ALERTA FINAL, NA TERRA DE CORALINA,

VAMOS AO ENCONTRO FATAL,

PAISAGENS DE NOVA HIROSHIMA.

 

VAMOS CANTAR, E DAR AS MÃOS

VAMOS EXPULSAR,

A AMEAÇA DE NOSSO CHÃO.

 

 


 

ORELHA DO LIVRO


NILSON FREIRE

 

Graduado em Ciências Físicas e Biológicas e Administração de Empresas pela FESIT, Fundação de Ensino Superior de Itumbiara (1989 - 2003);

Graduado em Direito pela Universidade Federal de Goiás (2001);

Pós-Graduado em Política e Administração Tributária pela FGV – Fundação Getúlio Vargas (2001);

Professor da ESAF – Escola de Administração Fazendária – Brasília – DF – na área de Substituição Tributária (2001);

Professor do CENTAF – Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Secretaria da Fazenda em Goiás, na área de Substituição Tributária (2001);

Ex-professor no ensino fundamental e médio em Araporã – MG (1993);

Gerente de Substituição Tributária na Secretaria da Fazenda de Goiás no período de 1999 a 2002

Ex-articulista do jornal “Folha de Notícias” em Itumbiara

Ex-comentarista do programa “Sala de Redação” na Rádio Difusora de Itumbiara

Ex-secretário do Sindicato dos servidores na Indústria de Alimentação em Itumbiara

Ex-presidente do Centro Acadêmico de Administração da FESIT – Fundação de Ensino Superior de Itumbiara

Ex-presidente do grupo  católico JUCRI – jovens Unidos em Cristo

Ex – vice-presidente da AERCA – Associação Esportiva e Recreativa Caramuru

Ex-supervisor administrativo do Grupo Caramuru em Itumbiara

Orador da turma de formandos em Direito – 2001 da UFG

Auditor fiscal de tributos estaduais na Secretaria da Fazenda em Goiás

Ex- supervisor fiscal na agência fazendária em Itumbiara;

Atualmente ocupa o cargo de Secretário Municipal de Finanças da Prefeitura de Itumbiara;

4º suplente a Deputado Federal com 9.095 votos em 2002.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FRASE PARA ÚLTIMA CAPA

 

“É NAS CIDADES QUE AS PESSOAS VIVEM. É PARA ELAS QUE AS CIDADES DEVEM SER CONSTRUÍDAS.’’

 

Jaime Lerner

 

 



[1]  PLATÃO – A República. – Tradução de Enrico Corvisieri -  Editora Nova Cultural – São Paulo - 2000

[2] Referência ao prefeito Cairo Batista-PMDB, que governou a cidade entre os anos de 1997 e 2000.

[3] No ano 2000 governava a cidade de Itumbiara o prefeito Cairo Batista-PMDB. Em 2004 no Governo Luiz Moura –PSDB a situação é ainda um pouco pior, já que a dívida com fornecedores e servidores supera R$ 10 milhões.

[4] O centenário da cidade de Itumbiara será comemorado em 12 de outubro de 2009.

[5] A Cidade é beneficiada com o Programa federal Bolsa Escola que beneficia 2633 crianças e o Salário Escola, programa estadual que beneficia 450 crianças.

[6] Em 2004 o país conta com 5569 municípios. O processo de crescimento paralisou, tendo em vista que a criação de novos municípios depende agora de Lei Federal.

[7] Em janeiro de 2005 a dívida com fornecedores superava R$ 15 milhões. No geral era de R$ 87 milhões.

[8]REVISTA ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO – ANO IV – Nº 11 – ABRIL/JULHO 2003 -  pesquisa aponta Itumbiara em primeiro lugar no Estado em qualidade de Vida. Estudo elaborado pela Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação (SEPIN) da Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento  - SEPLAN dos Estado de Goiás.

Em 2000 a SEPLAN apurou que Itumbiara  é a 6ª colocada  no ranking do PIB no Estado  com R$ 562 milhões e 22ª no item renda per capita com R$ 6.906,00.

[9] Hoje a cidade possui  três Universidades  que oferecem 18 cursos superiores.

[10] O governo José Gomes da Rocha mostra esta tendência de união, ao compor suas secretarias com pessoas do PSDB, PMDB, PL, PP, PFL e PSB.

[11] Sempre houve uma polarização entre duas forças. Desde a briga entre UDN e PSD, passando pela ARENA e MDB, PMDB e PDS e agora PMDB e PSDB.

[12] O Jornal O Regional fez em 1998 uma campanha denominada “Quem ama Itumbiara vota em candidato de Itumbiara”  para que os eleitores votassem em candidatos da cidade.

[13] Foi eleito deputado estadual Luiz Moura – PSDB e Álvaro Guimarães- PL ficou na primeira suplência.

[14] Representava a cidade Paulo Serrano – PMDB.

[15] O PT disputou a eleição para deputado estadual com o vereador Joanaldo Teixeira – Nadim que teve 3285 votos em Itumbiara chagando a cerca de 4200 no geral. O Partido não apoiou o candidato Lula a presidente da República , nem Osmar Magalhães, candidato a governador.

[16] O Governo Federal criou no ano de 2003 o programa primeiro emprego, que ainda não conseguiu resultados positivos até no início de 2004.

[17] Em outubro de 1999 foi inaugurado trecho com cerca de 300 m  na gestão do governo Cairo Batista, denominado calçadão, cujo custo foi na ordem de R$ 750 mil.

[18] Há mais de  oito anos que as quadras estão desprezadas e pelo 03 foram desativadas. Um  de areia, um de basquete e outra de voley. Resta apenas uma em funcionamento, sempre reformadas com recursos privados.

[19] O Iles Ulbra aumentou a oferta de cursos na cidade, hoje oferece cursos de destaque, como Direito e Psicologia entre outros.

[20] Em 2004, representa um mês de arrecadação.

[21] Foram furtados os cabos que alimentam a iluminação na avenida há mais de um mês e por falta de verbas o município não providenciou a troca.

[22] No dia 07 de julho de 2004, o pianista Artur Moreira Lima apresentou-se no local. O Rio estava lindo, mas o calçadão não recebe limpeza há alguns meses.

[23] Vereador Ronaldo Vieira-Sem partido – em 2005 assumiu o cargo de controlador geral do município.

[24] Em  28 de agosto de 1999 foi inaugurado o SHOPPING CENTER PLAZA, um centro de compras localizado na Praça da República, com dois andares ocupados por 22 lojas e um cinema com 03 salas de projeção. O investimento custou cerca de R$ 1,4 milhão.

Dois anos depois, na estação rodoviária da cidade foi construído o Shopping Paranaíba.

[25] O Center Plaza pertence aos empresários da cidade Dione Araújo e Dr. Cairo Garcia.

[26] Nas eleições de 2002, foi eleito o candidato do PSDB Dr. Luiz Moura por 25 mil votos contra 22 mil do opositor José Gomes da Rocha do PMDB.

[27] Promessa não cumprida de asfaltamento de todos os bairros. Ficaram na esperança: Burity III, Santa Rita,  Jardim Bandeirante, Sebastião de Moura,  Remy Martins, Dom Veloso, Dom Bosco, Jardim Leonora, entre outros.

[28] Promessa do vice-prefeito na época. Não foi cumprida.

[29] A empresa Braspelco foi inaugurada no ano de 2003 e já está gerando mais de 1000 empregos diretos, devendo atingir a quantia de 2.500 nos próximos anos. Promessa cumprida.

[30] Foram construídas cerca de 200 casas no Bairro Dona Sinica, através do programa estadual do Cheque Moradia. O Conjunto residencial  Dionária Rocha ainda está em construção, que se arrasta há mais de 05 anos, devendo ser concluído até o final do ano.

[31] O programa estadual atende cerca de 3 mil famílias e funciona bem.

[32] O Atraso de pagamento marcou a gestão de Luiz Moura no governo. Até o mês de agosto de 2004 ainda há salários atrasados, assunto que só será concluído no final do governo em dezembro.

[33] Tiveram redução de gratificação de 30% e em seguida recuperaram parte com aumento de salário.

[34] O Curso de Direito foi implantado pela ULBRA. Os estudantes universitários contam com o apoio do governo estadual com quase 1000 bolsas universitárias. Já a ajuda do governo municipal está atrasada.

[35] O Itumbiara ressuscitou e voltou a primeira divisão, mas a Prefeitura ajudou pouco no ano de 2004. O Real voltou para a Segunda divisão.

[36] Raussendil Borges nasceu em 24/08/1954 e faleceu em 27/06/2002

[37] Ciro Garcia: Trabalha hoje na Saúde Pública de Bom Jesus. Foi convidado para trabalhar no Governo José Gomes.. Recentemente voltou a atender em Itumbiara, trabalhando.

[38] Isbéria Toledo foi eleita pelo PFL com 685 votos nas eleições do ano 2000. Não se reelegeu em 2004.

[39] A empresária Magda Ribeiro ficou na 1ª suplência de vereadora pelo PPB no ano 2000 com 720 votos

[40] Atualmente, a Câmara de Vereadores de Itumbiara não conta com nenhuma vereadora. No Governo José Gomes, fazem parte do Governo, Isbéria Toledo no Tesouro, Ione Borges na Saúde e Darcy Borges como presidente da FIPAS.

[41] A Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 disciplina que cada partido ou coligação deve reservar o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Excepcionalmente em 1998 o mínimo foi estipulado em 25%.

[42] O empresário bem que tentou disputar a eleição para prefeito em 2004, mas acabou perdendo por uma diferença de 17 mil votos. O ex-presidente da ACII José Humberto é Secretário Municipal de gronegócios.

[43] O Hospital São Marcos, que é filantrópico vive grande crise financeira, que pode Ter como origem, a passagem de políticos na administração do Hospital. Hoje as dívidas superam a R$ 1,5 milhão, e constantes greves de médicos e servidores. A UTI, única da região, funciona de forma precária.

[44] A atual gestora do Hospital Municipal, Dra Ione Guimarães tem obtido êxito em sua gestão sem a interferência político-partidária.

[45] O único Deputado Estadual da cidade foi eleito Prefeito em 2004.

[46] No final do Pleito, foi eleito o deputado federal José Gomes da Rocha e o Estadual Luiz Moura-PSDB.

Alvaro Guimarães –PL ficou na primeira suplência. Quatro anos depois, o resultado da eleição foi pior, já que a cidade teve apenas o deputado estadual José Gomes da Rocha –PMDB eleito.

[47] O Partido foi incorporado pelo PL.

[48] Os líderes não obtiveram sucesso na campanha. Pelo menos 05 disputaram para deputado estadual, sendo eleito apenas um, que foi José Gomes da Rocha em 2002.

[49] Nos dois governos de Marconi Perillo, Itumbiara não ocupou cargos de destaque no primeiro escalão estadual.

[50] Pela ordem, dos mais recentes para mais antigos:

1-       Luiz Moura – teve o mandato cassado;

2-       Cairo Batista – é vereador;

3-       Celso Santos – exerce a medicina;

4-       Waterloo Araújo – é advogado.

[51] No ano de 2005, com a eleição de prefeito do Deputado Estadual José Gomes da Rocha, repete-se o fato do governo anterior, exercido pelo médico Luiz Moura, que exerceu o mandato de deputado dois anos e após foi

[52] Foi reduzido o número de vereadores de 17 para 10 e foi eleito Prefeito, José Gomes da Rocha.

[53] A eleição de 2004 foi uma das mais  baratas dos últimos anos.

[54] O prefeito eleito em 2004 fez campanha sem buscar o apoio de financiadores em Itumbiara.

[55] No ano de 2003 a Prefeitura Municipal de Itumbiara arrecadou R$ 61.587.806,88, sendo que só o Fundo Municipal da Saúde recebeu em transferência do Governo Federal R$ 9.299.970,59.

[56] Nas eleições proporcionais de 2000, os dezessete vereadores eleitos obtiveram 14.028 votos num Colégio Eleitoral de quase 60 mil eleitores

[57] O Prefeito José Gomes da Rocha procura inovar e realmente governar com as organizações não- governamentais. Em março de 2005, reuniu todas as entidades da cidade para assinar Convênios de subvenções.

[58] 04/08/1998.

[59] Sete anos. Depois a rodovia está duplicada no trecho Itumbiara – Panamá, alguns km em Morrinhos e outros trechos entre Professor Jamil e Goiânia.

[60] O candidato do PSDB Marconi Perillo derrotou o candidato do PMDB ao governo do Estado Íris Resende.

[61] Na época, representava Itumbiara na Câmara Federal o deputado Zé Gomes da Rocha.

[62] Cumprindo esta profecia, o então deputado estadual Luiz Moura-PSDB derrotou o deputado Federal Zé Gomes da Rocha  com 25.650 votos contra 22.271.

[63] A COMPAVE – empresa municipal de economia mista  foi extinta ainda no governo Cairo Batista – PMDB – 1997 a 2001 apresentando muitas irregularidades.

[64] Sobre a SANEAGO, a situação piorou em 2004. Após vencer o contrato de concessão com o município de Itumbiara, a questão foi parar na Justiça. Hoje o buraco é feito e nem a SANEAGO nem a Prefeitura tampa. Em 2005, a situação normalizou, com novo contrato assinado com a SANEAGO.

[65] Goiatuba está sempre inovando e no mês de maio de 2004 instituiu o pedágio para veículos de grande porte que estão fugindo dos buracos da BR 153 e transitando no perímetro urbano de Goiatuba. Esta medida foi questionada pelo Ministério Público e abolida na cidade.

[66] Em 2005, o cenário mudou para melhor, já que foi construído um Posto Fiscal moderno na entrada de Goiás. A pista foi duplicada no perímetro urbano e construídos dois novos viadutos.

[67] Esta iluminação será trocada no ano de 2005.

[68] O Prefeito José Gomes, para realizar uma grande limpeza, fez o serviço em parceria com a AGETOP.

[69] Seis anos depois, o Governo volta a ampliar algumas Secretarias, a fim de se adaptar ao momento político. A reforma atual é mais política do que técnica. O Governo conseguiu vencer esses desafios.

[70] Esta previsão não se concretizou, a reforma foi positiva, motivou os funcionários e tornou mais eficiente o serviço público prestado pelo Estado.

[71] O Prefeito José Gomes da Rocha em seu Programa de Governo planejou pagar os servidores até o dia 28 de cada mês. Até julho de 2005, a promessa vem sendo cumprida a risca.

[72] Coincidentemente, o autor se tornou Secretário de Finanças em Janeiro de 2005.

[73] O Município recolhe mensalmente a média de R$ 150.000,00 de IPTU, R$ 250.000,00 de ISS,           R$ 200.000,00 de IPVA e R$ 2.000.000,00 de ICMS.

[74] Este exemplo citado ocorreu na gestão do falecido vereador  Raussendil Borges.

[75] A Lei de Responsabilidade Fiscal evita este tipo de problema, mas não totalmente: O Governo Luiz Moura, por exemplo, deixou 10 folhas de pagamento atrasadas de Servidores Comissionados.

[76] Salário mínimo vigente na época.

[77] A Empresa foi extinta e o serviço  de entulhos é terceirizado.

[78] O parquinho foi abandonado, o resto do que sobrou está  descuidado junto ao Corpo de Bombeiros nas margens do Rio Paranaíba.

[79] Somente sete anos depois, no Governo José Gomes da Rocha, está iniciando um projeto de trânsito para a cidade. Um especialista foi contratado para mudar totalmente o trânsito da cidade.

[80] O Deputado estadual Álvaro Guimarães presidia o órgão na época.

[81] O ILES ULBRA oferece 12 cursos: Administração, Agronomia, Biologia, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Letras, Pedagogia, Matemática, Química e Sistemas de Informação e Psicologia.

A UNIFASC oferece os cursos de Administração Geral, Adm Gestão de Negócios, Adm Marketing e Normal Superior – Educação Infantil e atualmente criou o curso de Agronegócios.

A UEG oferece os cursos de História e Economia.

[82]A UNITUM foi adquirida pela CELSP –ULBRA após desentendimentos entre os sócios da mesma. Praticamente temos um monopólio privado na área de ensino superior em Itumbiara, já que a única Universidade Pública, que é estadual, oferece apenas dois cursos contra 16 das particulares.

 

[83] O Governo José Gomes da Rocha colocou como prioridade em seu governo a construção da sede da UEG, que inclusive já tem o local devidamente adquirido junto ao conjunto Dionária Rocha. Pelo menos mais 4 cursos na área de saúde serão autorizados com a nova conclusão.

[84] A Universo conseguiu uma decisão definitiva da Justiça para sua instalação em Goiás.

[85] A FESIT foi uma Fundação Municipal de Ensino Superior criada no Governo Waterloo Araújo que em 1993 foi repassada para administração da SOMA-FESIT, composta por representantes de Lojas Maçônicas da cidade e em 1995 transferidas para a CELSP/ULBRA de Canoas-RS, ocasião em que foram repassados prédio e Fazenda da Fundação.

[86] A Associação foi formada e já tem sede própria.

[87] A ULBRA cresceu em Itumbiara, ampliou a oferta de cursos e a FESIT continua existindo legalmente.

[88] Em 2005 a ULBRA oferece estes cursos no período noturno.

[89] Para os alunos de Goiatuba que estão cursando Graduações existentes em Itumbiara, serão incentivados a transferirem para faculdades da cidade com os mesmos custos. A diferença será custeada pela Prefeitura de Itumbiara.

[90] Em outubro de 2005, será feito um referendo sobre a proibição da venda de armas e munição no pais.

[91] A partir do ano de 2004, foi reduzido o índice de ocorrência de roubo de cargas  na região.

[92] No início de 2005, a cidade recebeu mais 3 viaturas policiais.

[93] O CIS – Centro de Inserção Social, que está sendo construído no povoado de Sarandi vai proporcionar mais de 250 vagas para presos da região.

[94] O Bispo Dom Miguel Pedro Mundo faleceu poucos anos depois na cidade de Jataí, de infarto após ser assaltado em sua residência.

[95] Dom Celso é bispo auxiliar na arquidiocese de Goiânia.

[96] Este festival já não esta sendo realizado há mais de quatro anos.

[97] Supermercado da cidade fechado em 2005.

[98] Hoje as grandes marcas de cerveja, são comercializadas pelo grupo Rossafa na região.

[99] A Maudi é a nova concessionária Volks na cidade.

[100]  A dupla separou-se recentemente.

[101] Thais e sua irmã mudaram para a cidade de Goiânia.

[102] O mais recente e que esta na moda é o Mensalão, onde deputados são suspeitos de receberem mesada para aprovar projetos de interesse do Poder Executivo.

[103] Obra do século XV, onde prevalece a idéia de unidade italiana. É um  manual do absolutismo.

[104] A inspiração do texto é o governo Luiz Moura, que governou a cidade de 2001 a 2004.

[105] Fundação extinta no Governo Cairo Batista.

[106] No primeiro quadrimestre de 2004 já foram repassados pelo Governo Federal cerca de R$ 3.772.997,06 ao Fundo Municipal da Saúde. O município deveria aplicar 15% dos impostos e transferências, que no primeiro quadrimestre foi de R$ 14.748.696,31. Ou seja deveriam ser aplicados mais R$ 2.212304,45, mas o município só aplicou 9,37%. Ou R$ 1.756.209,83. Atualmente devem ser aplicados cerca de R$ 1,5 milhão-mês na saúde de Itumbiara, sendo R$ 900 mil de convênios e R$ 600 mil de repasses, correspondente a 15% das receitas correntes do  município.

[107] Hoje o Estado de Goiás tem 246 municípios.

[108] A cidade de Itumbiara tem a Gestão plena da saúde pública.

[109] Instituto Municipal de Previdência e Assistência Social, extinto em 1999.

[110]  Na época, Naphtali Alves era governador de Goiás.

[111] O Itumbiara mesmo devendo muito, continua em 2005 a disputar o campeonato goiano.

[112] A Prefeitura em 2005 vai participar apenas com R$ 30 mil para a temporada.

[113] Campanha do prefeito Cairo Batista – PMDB.

[114] A empresa  Lê Cheval esteve pouco tempo na cidade e demitiu mais 700 pessoas.

[115] Fundação municipal responsável pelo trabalho social na cidade.

[116] Fundação municipal extinta, que cuidava da educação na época.

[117] O time do Real Club caiu para a segunda divisão em 2004  e em 2005 licenciou-se da Federação Goiana de Futebol.

[118]  O Autor faz um desabafo, já que foi utilizado seu CPF indevidamente para registro no SPC e SERASA, quando o devedor era outra pessoal

[119] A cidade de Itumbiara não contava com cinema na época.

[120] Foi construído em 1999 o Center Plaza e está em construção o Shopping Paranaíba.