10 MILHÕES DE LITROS DE ÁGUA FORAM PRODUZIDOS NO SISTEMA DE ÁGUA TRATADA E 4,1 MILHÕES SE PERDERAM NO CAMINHO
Ponto de captação de água bruta no Ribeirão Santa Maria em ItumbiaraNo dia mundial da água, Itumbiara tem o desafio de ser mais eficiente na gestão da água tratada. Com serviços universalizados e prestados mediante concessão a Saneago tem altos índices de perdas de água, seja de faturamento, seja na distribuição. Segundo dados do SNIS publicados em 2022, o município produziu em 2021 em seu sistema 10.066,87 (mil m3) de água e o volume consumido foi 5.889,26 (mil m3), ou seja, 4.177,61 (mil m3) não chegaram ao destino. O índice é maior do que a média nacional que foi de 38,4% e o dobro da capital goiana, que é um exemplo em relação ao controle de perdas de água. A água perdida por variados fatores poderia atender mais 40 mil pessoas no ano.
Investimentos na troca de redes velhas
Em 2010, o município de Itumbiara fez um financiamento de R$ 10,5 milhões para trocar as antigas redes de água no centro da cidade e que eram uma das causadoras de muitos vazamentos. Após a execução dos serviços, as perdas na distribuição reduziram até chegar a 36% mas voltaram a subir. Há muitos problemas no controle da pressão na área central e que ocasionam vazamentos.
Portaria
estabelece indicadores que deverão ser cumpridos pelos municípios para reduzir
as perdas de água no País. Valores serão baseados em informações prestadas ao
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Municípios
de todo o Brasil deverão cumprir metas de perda de água na distribuição aos
consumidores para terem acesso a repasses federais e a financiamentos com
recursos da União ou geridos por órgãos da Administração Pública. A medida é
decorrente da aprovação, em 2020, do Marco Legal do Saneamento Básico. Uma
portaria publicada em 2020 pelo governo federal, estabelece as condições para
redução de perdas de água e vale para todos os órgãos federais que investem
recursos em saneamento básico.
A comprovação do cumprimento do índice de perda de água será
feita com base em dois indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS). O primeiro é o índice de perdas na distribuição, medido em
percentual. Esse é um indicador que relaciona o volume de água perdida na
distribuição em relação à água produzida.
Perdas de
Água
No
caso das perdas na distribuição, a média nacional no último SNIS foi de 38,4%.
Então em 2021 e 2022, como o percentual pode chegar a 100% dessa média, os
municípios podem registrar perda de até 38,4%.
Já
em 2034, a perda pode chegar a no máximo 65%. Se, por exemplo, a média nacional
fossem os mesmos 39,3% de 2020, a perda na distribuição poderia ser de até
25,5% (o que corresponde a 65% de 39,3%).
Caso
o município não atenda aos requisitos, os tomadores devem incluir nas
solicitações de recurso ou nas propostas de financiamento medidas para a
redução de perdas. Nesse contexto, estão inseridas ações como setorização e
zonas de medição e controle; macromedição e pitometria no sistema distribuidor;
micromedição; e implantação, ampliação ou melhoria do controle operacional.
As
intervenções sugeridas nas propostas deverão ser justificadas e estar atreladas
a metas a serem alcançadas na redução de perdas de água para atingir os
percentuais estabelecidos pela Portaria. Essa exigência também é válida para
projetos que tenham esgotamento sanitário em seu escopo, quando a prestação dos
serviços for concomitante.
Tipos de perdas
1 – Perdas físicas ou reais.
Essas são caracterizadas por volumes de água que se
perderam durante o percurso entre as estações de tratamento de água até os
usuários do sistema por vazamentos que ocorrem, principalmente, devido ao
desgaste das tubulações. O que prejudica o combate a essas perdas é que, muitas
vezes, os vazamentos não são visíveis, dependendo do uso de equipamentos que
realizam varreduras subterrâneas nas redes.
2 – Perdas não físicas ou aparentes.
Tem muita água que é consumida, mas os volumes não são
contabilizados pela empresa de distribuição, principalmente devido às
irregularidades, tais como fraudes e ligações clandestinas (“gatos”) e à
submedição dos hidrômetros. A parcela de perdas não físicas representa
principalmente perda de faturamento da companhia de saneamento, não equivalendo
à perda física da água.
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