Zé Gomes da Rocha em evento do PTB - Com os sucessores no governo de Itumbiara Zé Antônio e Chico Balla - a esquerda o amigo especial que Zé Gomes apostava que será o governador de Goiás em 2018, Zé Eliton - a direita, a suplente de senadora Ione Borges Guimarães.
1 – AS ELEIÇÕES
Em 1996, Zé Gomes da Rocha manifestou
sua vontade de disputar as eleições para prefeito de Itumbiara, mas o então
governador e liderança do PMDB na época, Maguito Vilela, preferiu Cairo
Batista, que venceu a disputa contra Luiz Moura por uma pequena margem de
votos.
Nas eleições para deputado em 1998, Zé
Gomes conseguiu mais uma vez ser eleito deputado federal e Luiz Moura,
estadual. Os dois seriam os principais opositores na disputa para a cadeira do
então Palácio Castelo Branco, naquele ano, ainda sede do governo municipal.
O governo Cairo Batista-PMDB não tinha
boa avaliação de sua gestão, fato que tornou a candidatura de Luiz Moura –PSDB,
favorita para ganhar as eleições em que o eleitor iria escolher o primeiro prefeito
para governar Itumbiara no início do século XXI. As pesquisas apontavam a vitória
de Luiz Moura e mesmo assim, Zé Gomes tinha seguidores motivados que
acreditavam em uma virada, que não veio. Luiz Moura – PSDB tinha a imagem de
bom administrador, que conquistara em seu primeiro mandato entre 1989 e 1992. Zé
Gomes ainda não inspirava confiança como bom administrador, já que a imagem que
passava era de alguém que gostava de muitas festas, de futebol e política, mas
que não seria um bom gestor. Depois de Maguito Vilela, esta foi a segunda pedra
no caminho de Zé Gomes rumo a Prefeitura de Itumbiara.
Durante o governo Luiz Moura – PSDB,
houve a desconstrução de sua imagem como bom administrador. Perdeu o comando
político dentro de seu grupo e não conseguia se impor diante de um Poder
Legislativo forte com dezessete vereadores. Contratou muitos comissionados, atrasou a
folha de pagamento, não deu conta de cumprir os índices mínimos de repasse para
a Saúde e Educação e com a neutralidade do então governador Marconi Perillo nas
eleições de 2004, Luiz Moura praticamente deixava o mundo político em
Itumbiara, depois de duas gestões como prefeito e também como vereador bem
votado na cidade. No dia 28 de outubro, teve o mandato cassado.
Zé Gomes da Rocha teve o ultimo mandato
de deputado federal, em um total de quatro desde 1989, em dezembro de 2002,
quando se elegeu para deputado estadual pelo PMDB e se aproximou de Marconi
Perillo, então governador, mesmo em legendas partidárias opostas. Estava
pavimentando mais uma vez o caminho para ser prefeito. Se Marconi entrasse na disputa, seria mais uma
pedra no caminho de Zé Gomes para governar Itumbiara.
Depois de três governo mal avaliados
pela população, sendo dois do PMDB (Celso Santos e Cairo Batista) e entre 2001
e 2004 Luiz Moura pelo PSDB, estava aberto o caminho para Zé Gomes da Rocha ser
eleito prefeito de Itumbiara.
Abençoado pelo então governador Marconi
Perillo – PSDB, que ficou neutro nas eleições de 2004, mas que fez gestões
junto a Chico Balla, então no PP e que gostaria de disputar a prefeitura também, o governador influiu na decisão da escolha do
vice-prefeito de Zé Gomes, que seria seu sucessor em 2012.
Toda oposição se reuniu em torno da
candidatura do empresário Dione Araújo – PSB, que tinha ao seu lado o PT e
todos aqueles que até então acompanhavam o líder político Luiz moura. Enfim, Zé
Gomes chegara a prefeitura de Itumbiara. A imagem ainda não era do bom gestor,
pois até então fora deputado federal e deputado estadual, mas com o caos que a
cidade estava, Zé Gomes se tornou a esperança de dias melhores para a cidade.
2 – O GOVERNO
Após vencer as eleições, Zé Gomes da
Rocha fez um grande gesto de aproximação com todas forças políticas do município
e apesar de ser do PMDB, o primeiro que convidou para sua posse, foi o
governador do estado Marconi Perillo que era do PSDB.
Na formação de sua equipe de governo,
procurou colocar nomes técnicos e com conhecimentos em suas áreas de atuação. Inicialmente
começou com uma equipe enxuta com apenas dez cargos de primeiro escalão:
Nome
|
cargo
|
Indicação
|
Aparício Vasconcelos Montes
|
Procurador Geral
|
Pessoal
|
Ione Borges Guimarães
|
Secretária Saúde
|
Pessoal
|
Administração
|
Adriano Martins
|
Influência Igreja Católica
|
Educação
|
Alfredo Araujo
|
Pessoal (PSDB)
|
Finanças
|
Nilson Freire
|
Pessoal (Ex PT)
|
Funsol
|
Darci Borges
|
Pessoal
|
Indústria e Comércio
|
Ronaldo Vieira
|
Pessoal
|
Meio Ambiente
|
José Márcio Margonari
|
Pessoal (Ex candidato PT)
|
Obras, Agricultura
|
Joselir Soares
|
Pessoal
|
Ação Urbana
|
Edinaldo Pereira
|
Pessoal
|
Controladoria
|
Kennedy Martins
|
Pessoal
|
Como chefe de gabinete e com cargo de
secretário, nos primeiros anos assumiu José Humberto da Silva, que era
presidente do PSB. Alguns cargos de primeiro escalão não foram preenchidos e
eram acumulados, como o Secretário de Turismo, Secretário de Esportes, Secretário
de Cultura e Secretário de Agricultura.
No segundo escalão procurou fortalecer quatro
setores: o de habitação, no qual colocou o amigo de Uruaçu, Euripes Futrica,
que seria responsável pela implantação do programa que construiria três mil
casas na cidade até 2012. No setor de comunicação trouxe seu compadre Célio
Rezende, fiel defensor de Zé Gomes por muitos anos na Rádio Paranaíba. Para o
setor de compras, que também é estratégico para agilizar os processos de
contratações, convidou Danilo Borges. Na área de Trânsito, Luiz Carlos Alves
foi o comandante da área no governo Zé Gomes. Com o tempo, a área da defesa do
Consumidor ganhou crescimento pelo poder arrecadatório e sempre foi comandada
por Adauto Borges. Esta foi a equipe que
começou a mudar a imagem de Zé Gomes para se tornar o melhor prefeito de
Itumbiara.
Zé Gomes da Rocha não gostava de ficar
modificando a equipe e quando vez foi por extrema necessidade. Houve apenas uma
troca na secretaria de Educação, com a entrada de Maria Auxiliadora do Amorim
em 2008. Na Secretaria de Finanças assumiram a partir de 2010 Roberto Ferreira
Marques e Orestes Guimarães, devido os titulares assumirem cargo na Saneago. A
primeira mudança ocorreu quando a médica Dra. Ione Borges Guimarães deixou o
governo em abril de 2006 por vontade própria. Nilson Freire assumiu por dois
anos e meio como interino e foi substituído por Roberto Marques, Edward Robinson
e Wanderley Domingos. A Secretaria de Administração não teve alterações e o
vice-prefeito Chico Balla assumiu por alguns períodos o cargo de Secretário de
Obras.
Até que conhecesse toda a equipe, Zé
Gomes da Rocha fazia questão de acompanhar cada contratação em seu governo,
seja de obras, materiais ou pessoal. Nada era contratado sem justificativa e
sem seu conhecimento. Todos os pagamentos, inicialmente contavam com sua
assinatura e verificava todo processo, até que seus colaboradores adquiriram
sua confiança pessoal e assim começou a dar autonomia. Era o tipo de prefeito
que sabia tudo que sua equipe estava fazendo.
Outra característica como prefeito de
Itumbiara, Zé Gomes não tinha formalidades para assinar e tomar conhecimento
dos processos que envolvia o município. Sua assinatura pode ser colhida em um
banheiro, em um Aeroporto e até dentro de um barco, quando fez uma viagem desde
a origem do Rio Paranaíba já chegando ao Mato Grosso do Sul. Não admitia
quaisquer atrasos em suas obras ou justificativas para que os processos não
andassem.
Uma das principais marcas dos dois
governos de Zé Gomes da Rocha foi a de não aceitar qualquer interferência político-partidária
nas principais áreas de atuação do
governo. Os políticos e dirigentes partidários podiam até indicar pessoas para
o preenchimento de alguns cargos na estrutura administrativa do município, mas
em hipótese alguma era aceita interferência na execução das rotinas
administrativas.
3 – O PODER LEGISLATIVO
Uma emenda constitucional que reduziu o
número de vereadores de 17 para 10 em 2004, foi a primeira benção que Zé Gomes
ganhou em seu governo. Em oito anos de
governo provocou uma redução de despesas no Poder Legislativo que fez devoluções
para o Poder Executivo em valores superiores a R$ 20 milhões. O que foi um
fator para a queda política de Luiz Moura – PSDB, foi decisivo para os bons governos
de Zé Gomes, que governou a cidade em seus dois mandatos com apenas dez
vereadores.
João Batista do PMDB, foi ungido para
ser o primeiro presidente do Poder Legislativo na gestão de Zé Gomes da Rocha
entre 2005 e 2006. Em 2007, candidatou-se a deputado estadual sem o apoio de Zé
Gomes, que na ocasião pediu ao seu grupo político para eleger Alvaro Guimarães
deputado estadual. Na sequência, Fernando Andrade se tornaria presidente por
dois mandatos consecutivos como presidente em 2007 e 2008 e entre 2009 e 2010. Seria
sucedido por Bengala, que comandaria o Legislativo entre 2011 e 2012 e entre
2013 e 2014.
Veja quem era os vereadores no segundo
mandato de Zé Gomes entre 2009 e 2012:
Nome
|
cargo
|
Observação
|
Fernando Andrade
|
Presidente
|
situação
|
Gugu Nader
|
Vice presidente
|
situação
|
Nilson Linguiça
|
Segundo vice
|
situação
|
Marcelo Sacolão
|
Primeiro secretário
|
Situação
|
Valdeir Enfermeiro
|
Segundo Secretário
|
situação
|
Ednon Fio
|
Situação
|
|
Bengala
|
Situação
|
|
Zé Antônio
|
situação
|
|
Ricardo Hoshino
|
situação
|
|
João Batista
|
situação
|
4 – A INSPIRAÇÃO
MODESTO DE CARVALHO
Nasceu em 01/04/1933 e faleceu em
04/06/1978 com 45 anos de idade. Foi vice-prefeito na chapa de Sebastião Xavier
Júnior em 1965, quando tinha 32 anos.
Entre o final da década de 50 e início
da década de 60, Modesto de Carvalho esteve fora de Itumbiara, ora trabalhando
no serviço de terraplanagem da construção de Brasília, ora trabalhando na obra
da construção da Rodovia Belém-Brasília. Ao voltar para Itumbiara, dedica-se a
ao comércio de combustíveis, às margens da BR 153.
Vence as eleições em 1972, tornando-se
prefeito em 1973 com 40 anos de idade. Muito querido na cidade , morreu com a imagem de ser um prefeito
realizador de obras, que fez o Estádio JK, uma etapa do paisagismo da Avenida
Beira Rio, o Colégio Floriano de Carvalho, entre outros.
O “Jornal da Cidade”, periódico do município ligado ao MDB, anunciou em
sua edição do dia 07/06/1978 a morte de Modesto de Carvalho:
“vítima de
derrame cerebral, faleceu na manhã do último domingo, dia 4 de junho de 1978, o
empresário Modesto de Carvalho, ex-prefeito de Itumbiara.
Quem
é: Modesto de Carvalho é mineiro de São Gotardo, tendo nascido em 1 de abril de
1933. Novo ainda, Modesto veio para Itumbiara, em companhia de seus pais. Aqui
seu pai, Floriano de Carvalho iniciou sua vida militando no comércio e chegou
a Prefeito, tendo realizado uma administração condigna.”
5 – A GESTÃO
O fator diferenciador de Zé Gomes foi
conseguir recursos extraordinários para revolucionar a infraestrutura no município.
Aos secretários pediu que mantivessem o
pagamento dos servidores dentro do mês trabalhado com a seguinte frase “O dia
que nosso governo não der conta de pagar os salários dentro do mês trabalhado,
vamos entregar nossos cargos e ir para casa”. Cumpriu rigorosamente a promessa
em oito anos de governo. Enquanto isto viajava toda semana para Brasília em Goiânia
na busca de recursos e até em Itumbiara gerava novos recursos com criatividade.
Começou trazendo para o município cerca
de R$ 3 milhões na renovação da concessão dos serviços de água e esgoto para a
Saneago, que vai até o ano de 2022 e que desde de 2002 estava numa disputa jurídica.
A primeira grande conquista foi de uma
emenda de bancada no valor de R$ 8,8 milhões que juntou a uma emenda da
senadora Lúcia Vânia de R$ 800 mil e com rendimentos e contrapartida chegou a
R$ 11 milhões que foram investidos na revitalização da Avenida Beira Rio,
inaugurada no Centenário em 2009.
Na área de saneamento, tinha a meta de
universalização e conseguiu em oito anos, o que os outros municípios tem dificuldades
para conseguir em 30 anos. Com investimentos de R$ 100 milhões, sem ônus para
Itumbiara, universalizou os serviços de água e esgotamento sanitário.
Ganhou uma ação contra a CELG no valor
de R$ 24 milhões que entraram no Tesouro Municipal e trocou todo o parque de
Iluminação em mais de 13 mil pontos e com ampliação chega hoje a quase 20 mil
pontos.
Executou uma decisão favorável ao município
de Itumbiara contra decisões do Coindice e trouxe para Itumbiara mais de R$ 67
milhões, dos quais foram devolvidos em sua gestão, cerca de R$ 12 milhões. Com estes recursos construiu escolas, equipou
o Hospital Municipal, fez quatro clínicas populares, pavimentou toda a cidade,
construiu mais casas e assim fez a melhor gestão em cem anos de Itumbiara.
Recuperou imóveis que o município havia cedido irregularmente
no passado e isto gerou mais de R$ 6 milhões para o tesouro municipal. Vendeu
todas as sucatas e trocou toda a frota do município. Fez o melhor governo de
sua vida.
Em todos os anos de governo, o deputado
Federal Jovair Arantes, foi o companheiro fiel que ano após ano foi colocando
emendas para a cidade, como a de R$ 4 milhões para a Escola Manoel Theodoro, R$
5 milhões para o PIER, R$ 3 milhões para o Lago Beija Flor e tantas outras para
o Centro de Treinamento e Estádio JK.
Como o projeto CONTRIBUINTE PREMIADO, deu condições
para o Itumbiara se sagrar campeão goiano em 2008.
Aprovou todos seus balanços entre 2005
e 2012 no Tribunal de Contar. Assim se tornou referência na gestão do município
e voltaria a governar a partir de 2017, senão ocorresse a tragédia do dia 28 de
setembro de 2016, que tirou a vida de Zé Gomes da Rocha e tornou o futuro de
Itumbiara mais difícil.
6 - OS PARTIDOS POLÍTICOS
Quando Fernando Collor - PRN se tornou presidente, Zé Gomes da Rocha se tornou PRN para apoiar o presidente, a qual foi fiel até o último momento de Collor no Palácio do Planalto. Chegou ao governo municipal pelo PMDB, mas a aproximação com o governador Marconi Perillo - PSDB foi fundamental para seu bom êxito em suas gestões como prefeito. Nunca se filiou ao PSDB, que era fortemente ligado a imagem de Luiz Moura na cidade de Itumbiara. O Governador Alcides Rodrigues foi outro grande companheiro de Zé Gomes e do município de Itumbiara e então Zé Gomes foi para o PP, a pedido do governador. Quando Alcides Rodrigues deixou o governo, o deputado federal Jovair Arantes - PTB, já estava no coração de Zé Gomes como grande companheiro de todos os momentos do prefeito. Mais que um parceiro político, se tornou um membro da família de Arantes. Zé Gomes da Rocha morreu filiado ao PTB.
6 - OS PARTIDOS POLÍTICOS
Quando Fernando Collor - PRN se tornou presidente, Zé Gomes da Rocha se tornou PRN para apoiar o presidente, a qual foi fiel até o último momento de Collor no Palácio do Planalto. Chegou ao governo municipal pelo PMDB, mas a aproximação com o governador Marconi Perillo - PSDB foi fundamental para seu bom êxito em suas gestões como prefeito. Nunca se filiou ao PSDB, que era fortemente ligado a imagem de Luiz Moura na cidade de Itumbiara. O Governador Alcides Rodrigues foi outro grande companheiro de Zé Gomes e do município de Itumbiara e então Zé Gomes foi para o PP, a pedido do governador. Quando Alcides Rodrigues deixou o governo, o deputado federal Jovair Arantes - PTB, já estava no coração de Zé Gomes como grande companheiro de todos os momentos do prefeito. Mais que um parceiro político, se tornou um membro da família de Arantes. Zé Gomes da Rocha morreu filiado ao PTB.
7 – MEIOS DE COMUNICAÇÃO
8 – ENTIDADES FILANTRÓPICAS E ASSISTENCIAIS
Logo no primeiro ano de governo, Zé Gomes da Rocha fez um
pacto de parceria com as entidades filantrópicas e assistenciais do município
que chegaram a um número de trinta e que trabalhavam em diversas áreas como da
criança, do idoso e especiais. Fez convênios anuais para cessão de servidores,
transportes e subvenções sociais. Fazia questão de cumprir todos os
compromissos assumidos. Se não era possível passar o que era acordado em um
ano, no início do ano subsequente, repassava todos os recursos que havia
deixado de passar no ano anterior, durante a renovação dos convênios. Entre os
principais projetos que surgiram desta parceria, foi a criação do Arraiá que
comandou em oito edições desde 2005 e que contava como principais atores as
entidades filantrópicas que se organizavam para vender comidas típicas e
conquistar recursos para suas obras sociais. O titulo de campeão do Itumbiara
também teve a participação das entidades sociais, que ficaram responsáveis pela
gestão da distribuição dos ingressos e recebiam prêmios.
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