sexta-feira, 9 de agosto de 2019

O PEDREIRO E A SAÚDE PÚBLICA

    Unidade de Saúde da Família no Bairro Santos Dumont em Itumbiara

Depois de tentar extrair um bicho-de-pé com uma agulha em casa, a ferramenta foi quebrada e o pé do pedreiro começou a apresentar sinais de inchamento. Quando se é pobre, a primeira unidade de saúde que vem a cabeça é o Hospital Municipal.  Ao procurar a unidade, que só atende urgência e emergência, o pedreiro foi encaminhado para a UPA do Bairro Juca Arantes. Na unidade, foi orientado a atualizar primeiro a carteirinha do SUS para ser atendido. No outro dia, foi providenciado o documento e foi até a unidade intermediária da Saúde, que é a UPA 24 horas. Uma olhada pelo profissional que atendeu e não era nada grave. Voltou para casa o pedreiro que é diabético e o pé começou a ficar roxo. Foi no terceiro dia novamente a UPA e o profissional desta vez que atendeu, viu que não era simples o caso e imediatamente encaminhou o paciente para o Hospital Municipal. Já era o décimo dia da história que começou com o bicho de pé. Caso de cirurgia, que foi feita e sete dias de internação. Resolvido parcialmente o problema, o cirurgião pediu que o caso fosse acompanhado  a cada sete dias e que deveria ser marcado uma consulta especializada com um angiologista. Os curativos deveriam ser diários na unidade primária do bairro, que foi procurado e apesar do excelente atendimento dos profissionais, faltavam algumas materiais para que os curativos fossem feitos diariamente e assim o paciente levou alguns insumos e o atendimento nos últimos dez dias foi efetuado com muita atenção. Mas faltava a consulta com o especialista para verificar a evolução do caso e assim a unidade da família fez o encaminhamento para a Central de Regulação, que com muita boa vontade marcou para esta sexta-feira no Cais da cidade. Esperançoso, o pedreiro diabético procurou o CAIS, mas o profissional especializado viajou e não avisou a Central de Regulação. Ao pedreiro diabético foi pedido que retorne na próxima sexta-feira. E o pé? continua necessitando de atendimento especializado. Por enquanto a unidade de saúde básica vai fazendo os curativos e na próxima sexta-feira, depois de 30 dias da cirurgia, talvez haverá o atendimento, se não ocorrer algum imprevisto com o profissional de saúde. Assim é a vida de um pobre nas mãos da saúde pública. Um caso simples, que poderia ser resolvido na primeira consulta, foi necessário um cirurgia e fica a torcida que seja resolvido só com esta primeira.

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