domingo, 24 de dezembro de 2017

ZÉ GOMES DA ROCHA, O LEGADO - O PRECATÓRIO

Livro em construção sobre gestão de Zé Gomes da Rocha em Itumbiara - 2005-2012
     No primeiro governo de Luiz Moura - 1989/1992 - foi desapropriado espaço ao lado do antigo Cine Walter Barra - Precatório de R$ 2,5 mi assustou Zé Gomes  em 2005

1-     O PRECATÓRIO

No primeiro ano de governo de Zé Gomes da Rocha em 2005, a situação da Prefeitura de Itumbiara era de calamidade pública. A divida apurada pela comissão de transição no período de novembro e dezembro de 2004, apontava um débito de R$ 100 milhões para uma receita anual de R$ 60 milhões. Para efeito de comparação, doze anos depois em 2016, era de R$ 60 milhões para arrecadação anual de R$ 300 mi, com parte da dívida a ser ressarcida pela concessionária estadual de água e esgotamento sanitário em financiamento feito no valor de R$ 14 mi para expansão das redes de água e esgotos.
As ruas estavam esburacadas e havia muito lixo esparramado pelas ruas e avenidas, ocasionado por atraso de oito meses no pagamento dos serviços de limpeza pública e a usina de asfalto inoperante. Havia um quadro de profunda desmotivação dos servidores, já que folha de pagamento estava em  atraso. Não havia transporte escolar, pois os prestadores de serviços também não haviam recebidos. Ruas mal iluminadas por falta de manutenção no caótico parque de Iluminação.
Somente a dívida com o instituto de previdência dos servidores era de R$ 22 mi, referente falta de pagamento da contribuição previdenciária patronal dos servidores efetivos em 42 meses de 2001 a 2004. Devia-se para o INSS, para fornecedores, prestadores de serviços. O financiamento do Ribeirão Trindade consumia mensalmente R$ 200 mil e a divida chegava de R$ 20 mi. Todo mês era retirado diretamente dos recursos do ICMS, R$ 107 mil, como ressarcimento de uma ação que o governo Cairo Batista ganhou no ano de 2000 no valor de R$ 8 mi.
Em conflito com a Saneago desde 2002, o serviço de saneamento estava estrangulado, pois o município não tinha um quadro competente para cuidar do saneamento básico. Apenas 60% da cidade era servida com coleta e transporte de esgotamento sanitário, mas faltavam o tratamento. A questão estava judicializada desde 2002. A divida  com a concessionária chegava a R$ 6 mi e a empresa goiana iria pedir o ressarcimento pelo investimento em cerca de 30 anos no município.
Os controles de contabilidade e processamento de dados eram precários e sem integração. O tesouro municipal ainda fazia a mão em um livro de papel o controle das receitas.
Zé Gomes da Rocha ficou assustado, mas não mostrava desânimo em enfrenta  a situação, até que um dia do ano de 2005, apareceu uma ordem de sequestro no tesouro municipal no valor de R$ 2,5 mi, referente uma desapropriação feita pelo primeiro governo de Luiz Moura, entre os anos de 1989 e 1992, referente abertura de parte da rua XV de Novembro, a partir da Praça da República.
Havia um pacto entre o prefeito, eu, como secretário de finanças que efetuava os pagamentos e tinha o controle do tesouro municipal e o secretário de administração que fazia a folha. Zé Gomes dizia que o dia que atrasasse a folha dos servidores, a gente devia voltar para casa. Seguindo as lições do mestre Marconi Perillo, governador do Estado, a folha deveria ser paga dentro do mês trabalhado e a cada dia do aniversário do servidor, um a um  entregava o cheque do décimo terceiro salário. Sobre as dívidas anteriores a 2014 com os servidores, pagou o décimo terceiro dos professores em janeiro e parcelou as folhas atrasadas dos demais.

Naquele almoço no Chão Nativo em Goiânia, quando presente o então advogado doutor Nicomedes, Alvaro Guimarães e eu como secretário de fazenda, Zé Gomes da Rocha ficou assustado. Achou que não seria possível cumprir com o pagamento da folha dos servidores.


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