Sobre a denominação de Santa Rita dos Impossíveis, Santa Rita de Cássia e de Santa Rita do Paranahyba, segundo o Padre Florentino Bermejo, que foi o pároco da Igreja de Santa Rita em Itumbiara entre 1917 e 1965, se deu em homenagem a Santa Rita de Cássia, ilustre heroína da Egreja Catolica porque pelo ano mais o menos de 1840, achando-se gravemente enfermo Antônio Rodrigues, seu irmão João Rodrigues fez uma promessa a Santa Rita de Cássia, a santa dos impossíveis, de fazer uma Capela em invocação e rogo e promover todos os meios para criação de um Arraial, e sendo atendido seus votos cumpriu a promessa; pois julgava humanamente impossível a cura obtida. Daí veio a denominação de Santa Rita dos Impossíveis, a Santa Rita de Cássia, e como em diversos estados do Brasil, haviam várias cidades com esse nome para evitar a confusão, ficou diferenciada com o nome de Santa Rita do Paranahyba, pelo rio que banha com suas majestosas águas. Conta ainda Bermejo, que levantada a ideia de se erigir uma capela a Santa Rita dos Impossíveis por João Rodrigues, Esse achou logo pessoas que o coadjuvaram, entre elas destacando-se Emanoel Garcia Velho e Joaquim José que fizeram a primeira Capela, sendo que em 11 de janeiro de 1842 fora doado por Joaquim Bernardes da Costa o patrimônio de terras de água suja para a dita Capela que se pretendia levantar (TITULO DE DOAÇÃO 11 DE JANEIRO DE 1842)
FREGUESIA DE SANTA RITA DO PARANAHYBA - 172 anos (1852-2024)
A freguesia foi uma forma de organização
no período imperial, em que o imperador
atribuía à Igreja cumprir inúmeras funções em nome do Estado. Relata o Padre e Doutor em história, José Luiz de Castro da Catedral de Santa Rita de Cássia, em uma obra sobre a Igreja Católica em Goiás, que a Freguesia
preenchia a falta de autoridades e jurisdições civis. Com a elevação
de um arraial à freguesia, a Igreja era a construção que se desta cava
ao centro de uma quantidade pequena de casas, com umas poucas ruas e becos completando a paisagem. É importante observar
que, ao alcançar
o status de freguesia, o povoado já possuía uma significativa população.
A Resolução nº 12, de 1849, do Presidente da Província de Goyaz, criou o
distrito do Arraial
da Paz de Santa Rita do Paranahyba, na Freguesia de Morrinhos, município de Santa Cruz. Pela Resolução 18, Santa Rita do
Paranaíba foi elevada a Distrito e Freguesia de Santa Rita do Paranaíba. A Freguesia era a menor célula instituída com o nome de um santo ou evento santificado. Esta designação caiu em desuso. Toda Freguesia tinha uma Igreja Matriz
e o Pároco colocado (vinculado) ou encomendado. O primeiro padre nomeado foi Felix Fleury do Amorim.
Dessa forma, a freguesia era utilizada pelo Estado imperial
para levar adiante
projetos coloniais, como controle sobre os vadios, recenseamentos,
cobrança de impostos, recrutamento militar
e incentivos a políticas como a miscigenação.
Santa Rita de Cássia
Santa Rita nasceu
em 1381 e morreu aos 22 de maio de 1457. Estas duas datas
tradicionais foram consideradas corretas pelo Papa Leão XIII, quando a
proclamou Santa em 24 de maio de 1900.
Rita, filha única de Antônio
Lotti e Amata Ferri, nasceu em Roccaporena, a 5 km de Cássia, e foi batizada com o nome de Margarida
(MargaRITA) em Santa Maria do Povo, também em Cássia.
Seus pais eram “pacificadores de Cristo” nas lutas políticas e familiares entre os Guelfi e
os Ghibelini. Deram o melhor de si mesmo na
educação de Rita, ensinando-a, inclusive
a ler e escrever.
Aos 16 anos Rita se casou com Paolo di Ferdinando Mancini,
jovem de boas intenções, mas vingativo. Tiveram
dois filhos. Com uma vida simples, rica de oração
e de virtudes, toda dedicada
à família, ela ajudou o marido a converter-se e a levar uma vida honesta e laboriosa. Sua existência
de esposa e mãe foi abalada pelo assassinato
do marido, vítima do ódio
entre facções. Rita conseguiu ser coerente com sua crença religiosa, perdoando
plenamente todos aqueles
que lhe causaram
tanta dor. Os filhos, ao contrário, influenciados pelo ambiente e pelos parentes,
eram inclinados à vingan- ça. A mãe, para evitar que se destruíssem humana e espiritualmente, pediu a Deus que tirasse
a vida deles, pois ela preferia vê-los
mortos que manchados com sangue da vingança.
Ambos, ainda jovens, viriam a falecer em conseqüência de doenças naturais.
Rita, viúva e sozinha, pacificou
os ânimos e reconciliou as famílias com a for-
ça da oração e do amor; só, então,
pôde entrar no mosteiro agostiniano de santa Maria
Madalena, de Cássia,
onde viveu por 40 anos, servindo a Deus e ao próximo
com uma generosidade alegre e atenta aos dramas do seu ambiente
e da Igreja do seu tempo.
Foi venerada como santa imediatamente após a sua morte, como atestam o sarcófago e o Códex miraculorum, ambos documentos de 1457-1462. Seus ossos, desde 18 de maio de 1947, repousam no santuário em uma urna de prata e cristal fabricada em 1930. Recentes exames médicos informaram que sobre a testa, à esquerda, existem traços de uma ferida óssea (osteomielite). O pé direito apresenta sinais de uma doença sofrida nos últimos anos, talvez uma inflamação no nervo ciático. Sua altura era de 1,57m. O rosto, as mãos e os pés estão mumificados, enquanto que sob o hábito da religiosa agostiniana existe, intacto, o seu esqueleto.
Beatificação e Canonização
Santa Rita de Cássia foi beatificada em 1627 e canonizada em 1900
Segundo
o historiador especialista em religião católica e professor da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais Rodrigo Coppe, há diferenças sobre o que é beatificação e o processo para a canonização de santos.
De
acordo com Coppe, a beatificação é uma das etapas de reconhecimento da Igreja Católica
em relação à santidade de uma pessoa, enquanto a canonização é o estágio final, quando ela
de fato é entendida como santa. “A beatificação é um momento de um
processo muito longo de reconhecimento pela instituição católica de um santo”,
diz.
Para se tornar um beato, é
preciso comprovar que a pessoa foi intercessora de um milagre divino ou vítima de um martírio (quando
passa por um grande sofrimento ou é morta em consequência da sua adesão à fé).Para
ser reconhecido como um santo, é necessário mais de um milagre comprovado.
A visão de Santa Rita do Paranaíba em 1865 por um viajante francês:
· 1865 – Alfredo d’Escragnolle
Taunay: descreve desse modo, os aspectos do povoado, em setembro de 1865:
Ergue-se
a povoação de Santa Rita de Cássia á margem direita do rio Para- nahyba, estendendo as suas primeiras
casas no declive
da rampa que leva ao porto, onde aproam as barcas de
passagem. A sua fundação é moderna; há
vinte e tantos annos ahi se estabeleceram alguns mineiros exploradores, dando princípio a um arraial que foi
erecto em freguezia no anno de 1850. O movimento
commercial é quasi nullo; apenas alguma passagem
e recovas carregadas de sal, com destino a Goyaz, tiram-na
momentaneamente da ato- nia e
estagnação que a personificam. (TAUNAY, 1865, p. 84-85).
Padre Félix - o primeiro pároco de Santa Rita do Paranaíba
Padre. Félix Fleury Alves do Amorim
Nasceu em Pirenópolis, em 06 de novembro de 1829. Filho de Félix Alves de Amorim
e de Messias Bueno Fleury. Foi nomeado vigário em Morrinhos em 13 de maio de 1856 e mais tarde transferido para Santa Rita do Paranahyba. Vigário colado em 10 de maio de 1857, através de Carta do Império de 23 de junho de 1856.
Com a elevação de um arraial à freguesia, a Igreja era a
construção que se destacava ao centro
de uma quantidade pequena de casas, com umas poucas ruas e becos completando a paisagem. É importante
observar que, ao alcançar o status de Freguesia, o povoado já possuía uma significativa população
Ao assumir a Freguesia, Pe. Félix recebeu uma capelinha, iniciando a constru ção de uma nova igreja
a partir de 1857. Em 1859 pediu ajuda financeira para concluir esse novo templo ao presidente da Província Dom Francisco Januário
Gama Cerqueira
Fonte: Freire, Nilson - Nas barrancas de Santa Rita do Paranaíba - 2011, Editora Kelps